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Tecnologia da AMD nos Carros de Fórmula 1 da Ferrari


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Tecnologia da AMD nos Carros de Fórmula 1 da Ferrari

Introdução

Se você prestar bem atenção nos carros de Fórmula 1 da Ferrari dirigidos pelo Michael Schumacher e pelo Felipe Massa (e, antes dele, pelo Rubens Barrichello) você verá uma logomarca da AMD na parte traseira. Para a maioria das pessoas isso significa somente que a AMD está pagando para colocar sua marca nos carros da Ferrari, mas este não é o caso. Eles também provêm toda a infra-estrutura tecnológica para o sistema de telemetria dos carros, que coleta dados em tempo real e envia para a equipe da Ferrari durante as corridas, para que eles possam analisar em tempo real se há algo errado com os carros e também para informar aos pilotos sobre correções que eles podem fazer na maneira com que eles estão dirigindo de forma a atingir um maior desempenho durante a corrida. Os dados coletados são também usados em análises após a corrida.

Nós formos convidados pela AMD para vermos de perto esse impressionante sistema eletrônico nos boxes da Ferrari durante a preparação do GP de Interlagos, em São Paulo, última etapa do campeonato deste ano que ocorrerá no próximo fim-de-semana.

Crachá de Acesso ao Paddock
Figura 1: Crachá liberando o acesso à área do paddock.

O paddock é a área de entrada para os boxes, ou seja, os boxes têm duas portas, uma para o paddock e outra para a pista dos boxes. Cada equipe tem dois boxes, um para cada piloto.

Paddock
Figura 2: Membros da equipe Honda preparando alguns pneus.

Durante a nossa visita nós fomos guiados por Dieter Gundel, chefe do departamento de eletrônica da equipe Ferrari, e Felipe Massa, piloto da Ferrari. Ambos explicaram em detalhes como a parte eletrônica dos carros da Ferrari funciona.

Como a telemetria funciona? Por conta das regras da FIA (Federação Internacional de Automobilismo) não é possível enviar informações eletrônicas para os carros. Desta forma, o sistema de telemetria é unidirecional, enviado dados dos carros para os boxes. Nos boxes os engenheiros podem analisar os dados em tempo real e, como explicamos, podem ver se há algo errado com os carros ou informar ao piloto como ele pode melhorar a sua maneira de dirigir. Os dados são também enviados à sede da Ferrari em Maranello, onde há uma equipe inteira dedicada a analisar os dados coletados.

Cada carro da Ferrari tem de 100 a 150 sensores. O número não exato porque eles adicionam e removem sensores de acordo com a pista. Além disso entre as sessões de treino e a corrida oficial eles podem remover alguns sensores que eles viram que não serão necessários para aquela pista em particular para diminuir o peso do carro.

Os dados são enviados do carro para os boxes usando de 1.000 a 2.000 canais de telemetria, usando transmissão sem fio (é óbvio) na faixa de 1,5 GHz. Esses canais são criptografados, naturalmente. O atraso típico entre os dados serem coletados e eles serem recebidos nos boxes é da ordem de 2 ms. Para cada corrida são coletados na faixa de 1,5 bilhão de amostras. Como eles também coletam dados durantes os treinos, o tal de dados coletados por corrida está na faixa de 5 bilhões de amostras.

Como os dados são comprimidos eles não falam sobre megabytes ou gigabytes, já que a taxa de transmissão que é usada pelo sistema de telemetria é menor do que o número de amostras transmitidas.

Cada carro tem um sistema completamente independente e como a Ferrari tem dois carros, o número de dados coletados é, na verdade, duas vezes maior.

Cada carro tem também um sistema de armazenamento de dados integrado (eles não disseram se era um disco rígido ou memória flash) que armazena os dados mais recentes. Caso haja algum problema na transmissão dos dados, o carro fica tentando reenviar os dados até que a transmissão se complete. Nenhum dado é perdido quando o carro entra em um túnel, por exemplo: assim que a comunicação é perdida, o carro continua coletando dados e os armazenando em seu sistema de armazenamento e assim que ele sai do túnel todos os dados coletados durante o período em que o carro estava dentro do túnel são enviados de uma vez só aos boxes.

Nós tivemos a oportunidade de ver esse sistema em funcionamento, só que eles não nos deixaram tirar fotos do sistema de telemetria (eles também não nos deixaram tirar fotos dos motores dos carros). Em resumo, um monte de computadores com várias telas LCD traçando gráficos e mostrando tabelas com uma porção de engenheiros analisando os dados.

Dirigir um carro de Fórmula 1 hoje em dia é completamente diferente do que era anos atrás. Se você der uma olhada no volante mostrado na Figura 3 você entenderá o porque. Preste atenção na quantidade de botões!

Volante da Ferrari
Figura 3: Volante de um carro de Fórmula 1 da Ferrari.

O volante tem também uma tela de cristal líquido onde o piloto pode ajustar vários parâmetros do carro. Por exemplo, ele pode ajustar em tempo real várias peças do carro, incluindo freios, suspensões, diferencial, etc. Os botões de mais e menos são usados na navegação do sistema eletrônico do carro (e não para mudar marchas – as alavancas de mudança de marcha estão localizadas do outro lado do volante).


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Comentários de usuários

Respostas recomendadas

noss quanta inveja eu tenho de v6s!!!!! :bandeira:

..dentro do box da ferrari!!!! q showWWW

ferrari..não só ela..mas f1 por toda..até aguri eu queria ver de pertinho..e um dia consigo.!!!!

mas grande parte das tecnologias que temos em nossos carros são provenientes graças a formula 1...por isso a discussão das montadoras em ser contra a FIA equilibrar tudo como é feito na stockcar brasileira...

dentre elas: abs..controle de tração..cambio..componentes mais resistentes no motor..oléos..combustíveis....comp. de bordo...e uns montes aí que me faltam a memória..

falando da amd..outro dia eu desmontei minha impressora Xerox DPC8 e descobri um chip da AMD..(9918EGB)..não sei o q é e pra que server....mas abre nossos pensamentos achando q amd somente está presente nos gabinetes...

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