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Mídias CD-R


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Mídias CD-R

A Qualidade e Utilidade das Mídias

Como já foi dito, não existe "a mídia" que você vai usar para todas as situações. Cada uma delas serve bem para com uma ou outra necessidade. Vamos começar descrevendo a qualidade de cada mídia de acordo com preço, material e adicionais por fabricante para então darmos utilidade a elas.

Quando falei dos CDs-RW pode ter ocorrido a você que existem diferentes preços para eles, desde R$ 9,00 até R$ 50,00. E não é difícil entender o motivo dessa variação toda: qualidade do material. Quanto mais barato o CD-RW, menor a vida útil e potencial de uso do CD, ou seja, os CDs-RW mais baratos deixam de ser regraváveis com o tempo. O cristal que torna-se transparente ou opaco de acordo com o comprimento de onda vai perdendo gradativamente esta capacidade com a gravação/desgravação do disco. Os discos mais caros são feitos com cristais que envolvem maior tecnologia e durarão mais. Tenho um CD-RW da Ricoh que comprei por R$ 14 e que me permitiu apenas 2 regravações do backup. Hoje ele nada mais é do que um CD-R comum! Com a desvantagem de não ser lido em qualquer drive. Esse problema da reflexão de 30% é outro que tende a piorar com o tempo.

Além disso - e agora falando de todos os tipos de CD - quanto mais barato o CD, pior sua qualidade em todos os sentidos. O material plástico base pode passar pelos problemas que relatamos e ainda outros como extrema rigidez com o tempo, que torna o CD quebradiço ou pode ainda empená-lo. O empenamento pode ser causado também por temperatura, uma vez que o coeficiente de dilatação térmica da camada metálica e de gravação é diferente da plástica. Você não se lembra de algum CD-R que começou a fazer barulho depois de um tempo dentro do drive? Pois é, isso ocorre porque a camada metálica e de gravação dilata menos do que a camada plástica, fazendo com que o CD se abaule para cima, formando um "U" muito sutil que não chega a interferir na leitura, mas pode arrastar em algum ponto do drive ou mesmo fazer barulho movimentando o ar a sua volta.

A cor da mídia pode dar um indício do uso que podemos dar a um CD. As mídias esverdeadas, por exemplo, eram inicialmente feitas com cianino sobre ouro. Só que a concentração desse cianino é muito menor do que em um CD azul. Isso faz com que esse tipo de CD quando usado para música pule com mais facilidade, uma vez que ele tem uma menor densidade de superfície de gravação e é mais reflexivo. Se o feixe de laser não acertar justo na trilha de gravação, que nesse caso é bem menos densa, o CD vai pular.

Atualmente praticamente todas as mídias esverdeadas são feitas de fitohalocianino sobre ouro. Como o fitohalocianino é menos azulado que o cianino, para resultar um verde forte a concentração desse material tem que ser muito maior, reduzido a reflexividade e aumentando a densidade da superfície de gravação, que por sua vez torna as trilhas de gravação mais densas e faz com que o CD pule menos.

Quando o fitohalocianino foi lançado os especialistas levantaram a hipótese de que o cianino reagisse com o ouro, o que não foi desmentido pela indústria. Isso faz com que o CD com essa combinação (primeiros CDs verdes) tenha uma durabilidade muito menor do que os atuais. Além do mais, esse tipo de mídia conquistou uma má fama devido aos primeiros CDs verde da TDK não apresentarem uma camada contra arranhões tão eficiente quanto deveria ser: qualquer mínimo arranhão fazia com que o disco incorresse em erros de leitura.

É fácil entender também que os CDs com menor densidade de superfície de gravação não são ideais para drives de maiores velocidades. Quando um fabricante recomenda a velocidade de gravação e leitura do seu CD, faz isso baseado em cálculos que envolvem a densidade do material de gravação e do material reflexivo. Escolher um CD de acordo principalmente com a sua velocidade de gravação, começa a ser fundamental quando a gravação ocorre a mais de 8x, também chamada de velocidade crítica.

Entretanto, a mídia verde tem a vantagem de ser mais permissiva a variações de potência do que as outras, fazendo ela ser mais legível em diferentes drives, principalmente os mais antigos. Ainda hoje a mídia da TDK é uma das melhores dessa categoria.

As mídias dourada e prateada são feitas de camadas de fitohalocianino sobre ouro. Como qualquer mídia com camada reflexiva dourada, essas duas mídias possuem uma durabilidade maior, porque o ouro dura mais do que a prata. Outra vantagem dessas mídias é o fato de trabalharem melhor em altas velocidades de leitura e gravação do que os discos verde.

Isso ocorre porque o fitohalocianino usado nessas mídias é mais incolor e portanto tem que ser muito mais concentrado para tornar a camada dourada reflexiva muito mais clara do que a cor natural do ouro. Nos CDs prateados essa camada reflexiva leva outros metais na liga que o tornam menos dourado, principalmente o alumínio que é encontrado em CDs mais baratos, mas ainda assim possuem predominantemente ouro 24 K. Obviamente existem os maus fabricantes, que compensam a cor diminuindo a concentração de fitohalocianino e abaixando o ouro de 24 K para 20 K, 18 K e mesmo absurdos 16 K! É o caso da maioria dos CDs prata/esverdeado vendidos no Brasil a R$ 2,90 a unidade. Não bastasse a inclusão de prata, cobre e outros metais na liga de ouro, eles são praticamente 50% de alumínio. Tome cuidado! Além desses CDs serem os piores em durabilidade, são os menos recomendados para áudio e leitura/gravação em drives acima de 8x.


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