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Quanto uma Fonte Genérica de 500 W Realmente Fornece?


     134.043 visualizações    Energia    41 comentários
Quanto uma Fonte Genérica de 500 W Realmente Fornece?

Introdução

Nós decidimos pegar uma fonte de alimentação “genérica” de 500 W – mais especificamente uma Advanced Electronics FX-500 (também conhecida como ATX-LPJ22-23) – e a testá-la usando a mesma metodologia usada nas fontes de alimentação de “marca”. A ideia por trás deste teste é de ser o mais educativo possível e responder a algumas questões importantes: quanto uma fonte de alimentação genérica realmente consegue fornecer? Quais são as diferenças entre uma fonte de alimentação genérica e uma de “marca”? Corremos algum risco em usarmos uma fonte de alimentação genérica em nosso PC? Porque fontes genéricas custam tão pouco? Continue lendo e veja nossas descobertas.

Nós chamamos de “genérico” qualquer produto simples e barato que nós não conseguimos descobrir qual é o verdadeiro fabricante – normalmente porque o fabricante não quer ser encontrado! No caso das fontes de alimentação, fontes genéricas custam poucos reais (a fonte que testamos custa R$ 50,00) e normalmente vêm de graça em gabinetes mais simples. Nenhuma atenção é dada ao acabamento do produto e elas seguem o tradicional projeto ATX, com uma ventoinha de 80 mm na parte traseira e algumas ranhuras na parte frontal da fonte. Elas são menores e muito mais leves do que fontes de alimentação de “marca”. Na verdade, antigamente quando era difícil encontrar boas fontes de alimentação um macete usado por vários técnicos era escolher a fonte de alimentação mais pesada. Elas também têm uma tomada CA na parte traseira para você conectar seu monitor de vídeo e este recurso não é mais visto em fontes de “marca”.


Figura 1: Fonte de alimentação Advanced Electronics FX-500 (ATX-LPJ22-23).


Figura 2: Fonte de alimentação Advanced Electronics FX-500 (ATX-LPJ22-23).

Aqui nós podemos ver a primeira diferença importante entre uma boa fonte de alimentação e uma fonte genérica: refrigeração. Mesmo quando uma boa fonte de alimentação usa apenas uma ventoinha de 80 mm na parte traseira ela tem muito mais ranhuras na parte frontal (com várias fontes substituindo o painel frontal por uma grade), o que aumenta o fluxo de ar e evita que o seu computador se superaqueça. A fonte de alimentação é um elemento chave na dissipação de calor dentro do micro já que ela é responsável por puxar o ar quente de dentro para fora do micro (através dessas ranhuras), através da ventoinha da fonte de alimentação. Na Figura 3 nós ilustramos isto.


Figura 3: Fluxo de ar e dissipação de calor em um PC típico.

Claro que para diminuir os custos as fontes de alimentação genéricas não têm circuito PFC (leia mais sobre o PFC em nosso tutorial Fontes de Alimentação) e também assumimos que elas têm uma baixa eficiência, abaixo de 70%, mas claro que mediremos a eficiência durante nossos testes com esta fonte de alimentação. Quanto maior a eficiência, melhor – uma eficiência de 80% significa que 80% da potência extraída da rede elétrica é convertida em potência nas saídas da fonte de alimentação e apenas 20% é desperdiçada, o que significa uma conta de luz mais baixa.

Outra principal diferença externa entre uma boa fonte de alimentação e uma fonte genérica são os cabos usados. Fontes de alimentação genéricas usam fios mais finos do que o recomendado, normalmente com bitola 20 AWG. A bitola mínima exigida para os padrões de hoje é 18 AWG. Além disso, as fontes de alimentação genéricas vêm com poucos cabos se comparadas com fontes de “marca”. A fonte de alimentação que testamos, a Advanced Electronics FX-500 (ATX-LPJ22-23), por exemplo, tinha apenas dois cabos, um com dois conectores de alimentação para periféricos e outro também com dois conectores de alimentação para periféricos mais um conector de alimentação para a unidade de disquete, mais o cabo de alimentação principal da placa-mãe e um cabo ATX12V – nenhum conector de alimentação SATA (apesar de algumas fontes de alimentação genéricas terem esses conectores) e nenhum conector de alimentação auxiliar para a placa de vídeo.

A distribuição de potência é também uma diferença muito importante entre fontes genéricas e fontes de “marca”. Fontes genéricas são normalmente baseadas na primeira especificação ATX, que foi desenvolvida na época que a maior parte do consumo do micro era concentrada na linha de +5V. Atualmente o consumo é concentrado nas saídas de +12V, já que o processador (através dos conectores ATX12V e EPS12V) e as placas de vídeo são conectados na saída de +12V, não na saída de +5V. Portanto normalmente as fontes genéricas têm um maior limite de corrente nas saídas de +5V enquanto que as boas fontes de alimentação de “marca” atuais têm um maior limite de corrente nas saídas de +12V. Existe ainda uma diferença principal de como a saída de +3,3V é obtida, mas falaremos sobre isto adiante.

Mas a principal “característica” das fontes de alimentação genéricas é que elas fornecem muito menos potência do que rotulado. A Advanced Electronics FX-500 (ATX-LPJ22-23) é rotulada como uma fonte de alimentação de 500 W (apesar de no site da Advanced Electronics dizer que ela é uma fonte de 230 W) e um dos objetivos deste teste é verificar qual é a potência real desta fonte.

Existem várias maneiras dos fabricantes de fontes de alimentação rotularem seus produtos:

  • Rotular a fonte de alimentação com a potência de pico, que pode ser obtida apenas durante alguns segundos e, em alguns casos, em menos de um segundo.
  • Medir a potência máxima da fonte com uma temperatura ambiente não condizente com a realidade, normalmente a 25°C, enquanto que a temperatura dentro o micro será sempre maior do que este valor – pelo menos 35°C. Os semicondutores perdem a capacidade de fornecer corrente (e consequentemente potência) com a temperatura (fenômeno conhecido, em inglês, como “de-rating”). Portanto a potência máxima medida em uma temperatura baixa pode não ser obtida quanto a temperatura é aumentada.
  • Simplesmente mentir, que talvez seja o caso das fontes genéricas.

Agora que você sabe quais são as diferenças externas entre uma fonte de alimentação genérica e uma de “marca”, vamos ver as diferenças internas.


Análises similares


Comentários de usuários

Respostas recomendadas



mas a questão realmente foi o nivel de ruido que foi alto em qualquer potência.

mesmo que o pc puxe 100w ele pode ficar instável pelo alto nivel de ruido.

Cara, acho que tá tendo um certo exagero nessa história. Um nível de ruído um pouco mais alto não atrapalha tanto assim na grande maioria dos casos. Conheço muitos pcs com fontes genéricas que estão aí funcionando perfeitamente. Inclusive já tive vários pcs com fontes que vieram em gabinetes e nunca tive problemas. Claro que isso era numa época em que eu não era muito esclarecido, fora que o pc em questão tinha uma FX5200 ou no máximo uma 9600PRO. Mas mal ou bem, minha VCom de gabinete de "400W" segurou meu P4 Prescott 3.2ghz sqt 478 com 1 gb de memória, essa 9600 com captura de tv, um combo e 1 grav. de dvd, 1 HD Sata e 1 neon de gabinete.

Claro que eu nunca irei recomendar fontes de gabinete pra quem vai jogar ou rodar programas pesados, mas para pcs de escritório sim. Por exemplo, imagina ter que gastar em torno de R$ 120-150 apenas em 1 fonte para cada pc de um escritório que tem uns 5 pcs? Pode colocar uns R$ 500 + ou - de gasto extra apenas com fonte para pcs que irão rodar no máximo um Internet Explorer e um Microsoft Word. Pra esses pcs eu recomendo fontes Vcom e nada além disso.

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Excelente teste. O Clube do Hardware conseguiu fazer esse artigo ser muito educativo, sem deixar de lado aspectos técnicos importantes.

O gráfico de ruíno no sinal +5 já diz tudo: use fonte genérica e espere sua mobo morrer!

Ou então, torça para a fonte morrer antes dela...

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Parabéns a equipe Clube do Hardware.

ótimo artigo/teste. Podemos notar um aumento consideravel no número de user's que frequentam o forum, não apenas para perguntar, mas para auxiliar também.

Se continuar assim, com otimos testes, e com novas pessoas para auxiliar o site, o mesmo vai crescer muito, mas muito mais.

OBS: provou à muita gente que não se escolhe a fonte somente pela etiqueta.

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Gostaria de ver o teste desta fonte!

Fonte Extream SuperFlower 650W

Modelo: SF-650T28 (FEX-65T28)

A minha config deve ser esta logo abaixo!

Asus M2N-E + Athlon x2 4850e + 1GB DDR2-800 Tuper Talent

Geforce 8400GS ou 8600GT 512MB + 500GB Samsung Sata II

Gravador DVD Benq DW1655, porém não sei se minha Maxtroo 500W 20 pinos com adaptador para 24 pinos vai segurar......

:eek:

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Pois bem...excelente...eu como fuçador de eletrônica..numa genérica de 750 wats voce pode ter provavelmente 500 Wats reais...você só teria que colocar os componentes faltantes da placa..em relação a filtragem..e o rippie....ou utilizar uma generica de 500 wats recolocando os componentes que faltam..para melhor filtragem..e reclacificar a potencia..para pcs modestos...

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Pois bem...excelente...eu como fuçador de eletrônica..numa genérica de 750 wats voce pode ter provavelmente 500 Wats reais...você só teria que colocar os componentes faltantes da placa..em relação a filtragem..e o rippie....ou utilizar uma generica de 500 wats recolocando os componentes que faltam..para melhor filtragem..e reclacificar a potencia..para pcs modestos...

Realmente dá pra melhorar um pouco acrescentando os componentes que

faltam, o problema é conseguir esses componentes.

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O CHD podia testar outras fontes genéricas porque querendo ou não, sendo ruim ou não é o que mais sai. Gostaria de saber se todas pecam nos mesmos quesitos.

Há genéricas e genéricas da mesma forma como há diversidade entre as de marca. O artigo pecou pelas muitas generalizações que fez, nem todas corretas, mas de modo geral as fontes de baixíssimo custo também pecam nos mesmos quesitos: Ruído elétrico elevado, ausência de componentes, componentes de quinta categoria, baixíssima eficiência. Potência real alguma têm e outras não. Na média as fontes típicas de gabinete tem potência entre 180~ 220W. O mais importante a considerar é que elas valem o que custam e até um pouco mais, porque muitas vezes suportam bem configurações que seriam impensáveis para elas. Nesse ponto tem muita fonte de marca por aí que são piores porque não merecem o que custam nem suportam o que tinham obrigação de fazer.

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Realmente dá pra melhorar um pouco acrescentando os componentes que

faltam, o problema é conseguir esses componentes.

aí isso é realmente viavel?? tipo, é possivel acrescentar esses componentes que faltam... e se for... compensa pelo custo beneficio ou é melhor jogar fora a fonte generica e comprar uma de watts reais?? falo pelo que seria gasto em componentes para melhorar a fonte ... alguem saberia calcular esses custos???

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  • Membro VIP

Vou relacionar aqui alguns itens que podem e devem ser melhorados:

- Varistor(se encontrar algum mais "competente");

- Bobina de filtro(geralmente são usados dois jumpers);

- Ponte de diodos(mais corrente);

- Capacitores primários(estabilização);

- Transistores chaveadores(maior corrente);

- Dissipadores primários e secundários;

- Diodos Schotky(genéricas pecam demais nesse quesito. Aumentar corrente disp.);

- Acrescentar as bobinas L faltantes;*

- Incluir capacitores;*

- Trocar capacitores das saídas(melhora a estabilidade);

- Trocar resistores de carga da linhas(geralmente vem de 1/2 ou 1/8W e aquecem demais);

- Acrescentar os cabos para compatibilidade com novos sistemas(Sata, PCI-e, ATX12V, etc.

* Cuidado com componentes que funcionam como filtros LC ou RLC, pois alterando seus componentes, pode alterar a frequência dos filtros!

Estes são os básicos e mais simples de se fazer. Tenho uma Satéllite LCB 500 retrabalhada nessas condições e que chegou a ganhar quase 1Kg!!!!!!

Diodos Schotkys de 10A ou 16A são comuns em genéricas. Algumas trazem de 30A na L12 e numa fonte queimada, basta retirar o de 30A e aplicar na cobaia.

Lembro ainda que os trafos chaveadores não são fáceis de encontrar substitutos e assim, continuam a segurar a confiabilidade!

Lembrando que essas modificações não garantem um produto final TOP....é apenas um curativo!

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Acrescentar componentes na unha?? Magina, isso é loucura.. É quase tunnar um Uno velho (todo respeito aos Unos, pego várias caronas em um desses).

Sobre o comentário: Sendo ruim ou não é o que mais sai..

Exato, é o que mais sai mas são esses PCs com essas fontes que gastam 60 reais em manutenção e usam 2 ou mais fontes durante o curso de suas vidas úteis. Quem mais precisa economizar no PC acaba tomando na cabeça em médio prazo. R$50 de fonte bixera + R$60 do técnico quando começar a travar + R$50 da fonte bixera nova depois do 1º ano de uso = fontinha boa de 450W de R$160. Fica com a fonte o tempo que for, e com qualidade. Menos ruido, pouco travamento, fonte mais filésinha.

Como comentado pelo CdH, isso é uma questão de cultura que tem que mudar.. Idem tomada de 3 pinos (um aterrado).

Muito legal essa análise, isso só prova que tem muita cultura eletrônica que tem que mudar.

A parte que eu mais gostei foi a análise do ruido com a telinha do osciloscópio.. Aquilo seria cômico se não fosse trágico.

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fonte genérica é fonte genérica, como os fabricantes não querem por o nome em seus produtos é porque eles nao querem se responsabilizar com possíveis danos que podem provocar no equipamento dos outros.

Não gastar 70 a 100 reais a mais para comprar uma fonte mais confiável e por em risco todo o resto do pc nso é uma atitude muito legal não.

Só utilizei fonte genérica quando não sabia do seu poder destrutivo (uhauhauha), depois parti sempre pra fontes de confiança como AKASA no pc 1 e SPIRE JEWEL no pc 2.

ABAIXO AS FONTES GENÉRICAS.

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Bem elucidativo...poupa ter que ficar explicando pra todo cliente a necessidade de investir em uma fonte de qualidade, não necessariamente em uma fonte cara. É possível gastar mais uns R$100 a R$150 (para um pc básico) e conseguir maior estabilidade de funcionamento e economia na conta de energia, além de evitar dor de cabeça com queima de componentes mais caros. Aqui no Rio acha-se uma Extream FEX-45T12, de 450W, por R$ 142,00 e essa é uma fonte de boa qualidade, conforme teste daqui do CdH.

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Isso de colocar ou trocar componentes é bom para quem quer estudar eletrônica, como eu. :D

Estou tentando ver o que posso fazer com uma “leadershit” de 550W para melhorar sua filtragem.:wacko:

https://www.clubedohardware.com.br/printpage/Fonte-de-Alimentacao-Leadership-Casemod-550-W/1324

A partir daí posso colocar com segurança em um PC velho, tipo um PIII ou Athlon XP, T-bird, Duron, Celeron dos antigos. ;)

Eu concluo, mesmo que, uma fonte genérica supre os 150 ou 200W que um PC básico necessita, ela estará cheio de ruídos e interferências que sobrecarregarão os componentes do PC. :unsure:

Fará com que o computador fique instável e até queimar componentes, como o HD, que é muito sensível a interferências. É a primeirca coisa a dar defeito, o HD. :o

E ninguém quer perder seus arquivos. Ficar gastando dinheiro com peças e, além de perder tempo com o conserto. (_(

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