Conclusões
A Clone de 700 W não é uma fonte de 700 W. Isso o consumidor mais atento pode facilmente notar pela frase “máxima de pico” na caixa do produto. A etiqueta diz que ela tem um limite de 600 W, mas nós só conseguimos puxar até 448,6 W dela. Ou seja, a Clone de 700 W, assim como a sua irmã de 600 W, não passa de uma fonte genérica, ainda mais porque ela não tem praticamente nenhum componente em seu estágio de filtragem de transientes, tal como ocorre com fontes genéricas.
Internamente os modelos de 600 W e 700 W são praticamente idênticos, com a ponte de retificação e os transistores chaveadores tendo sido trocados por modelos com um limite de corrente ligeiramente maior no modelo de 700 W. Os secundários dessas duas fontes são absolutamente iguais, o que não deveria ocorrer.
O principal problema dessa fonte nem é o fato de ela não conseguir entregar sua potência rotulada, mas o fato de ela gerar uma violenta interferência eletromagnética. Com ela entregando mais de 400 W esta fonte deixou o nosso termômetro digital “maluco”, com valores pulando para baixo e para cima (por exemplo, em um instante estar marcando 30° C e um segundo depois pular para 80° C e em seguida pular para 27° C). Isso só foi resolvido tirando o sensor de dentro da câmara térmica. Se ela fez isso com o nosso termômetro imagine o que ela fará com os componentes do seu computador e equipamentos eletrônicos localizados nas proximidades do seu micro. Este problema é o motivo de estarmos rotulando esta fonte como sendo um “produto bomba”. Lembrando que o fato de uma fonte não conseguir entregar sua potência rotulada não é o requisito necessário para a considerarmos uma “bomba”; nós só damos este selo a produtos que apresentam risco real de danificar componentes do seu computador.
A eficiência dessa fonte é baixa, variando entre 71,6% e 77,5%. Com a fonte operando até 448,6 W as saídas estiveram dentro dos valores permitidos, bem como estiveram os níveis de oscilação e ruído.
Como explicamos no teste, esta fonte possui um fio de -5 V (branco) e esta saída foi removida da especificação ATX12V em janeiro de 2002. Com isso, seu projeto é claramente anterior a 2002 (ATX12V 1.1 ou anterior) e “atualizado” com a adição de um conector de alimentação SATA e o aumento do conector da placa-mãe para 24 pinos. A simples adição de conectores não transforma a fonte em um modelo ATX12V 2.x.
O fabricante não adicionou um cabo de alimentação para placas de vídeo. Portanto o usuário que optar por esta fonte ou tem um micro muito antigo, ou usa uma placa de vídeo sem alimentação auxiliar, ou um micro com vídeo on-board, ou ainda teve o sangue frio de converter plugues de alimentação para periféricos em um plugue de alimentação para placas de vídeo. Nesse caso, a fonte vai funcionar, mas com uma eficiência horrível, isto é, no longo prazo você vai gastar mais na sua conta de luz do que se tivesse pagado um pouco mais no início e comprado uma fonte decente com eficiência de pelo menos 80%.
Repetimos o que já falamos em vários outros testes: achamos inacreditável como há empresas vendendo (e sobrevivendo) no mercado nacional produtos obsoletos. E o pior: caros. Infelizmente este tipo de coisa ainda existe no Brasil e sinceramente este tipo de empresa só sobrevive porque no geral os consumidores brasileiros são mal-informados e aí que entra a importância dos nossos testes.
O lado positivo dessa fonte é que ela não queimou ou explodiu nos nossos testes. Mas isso não significa que ela não seja uma verdadeira “bomba”.
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