Steve Jobs, o mito
Na grande mídia vemos com frequência alguns equívocos históricos que me dão nos nervos.
“Steve Jobs, o fundador da Apple”
A Apple foi fundada por três pessoas, Steve Jobs, Steve Wozniak e Mike Markkula. Falar “Steve Jobs, o fundador da Apple” diminui a importância dos outros dois sócios. E sem os três, a Apple nunca existiria. Woziak foi quem, de fato, criou os computadores Apple I e Apple II. Markkula foi quem conseguiu o dinheiro para produzir o Apple II em massa.
Dessa forma, o título correto de Steve Jobs sem desmerecer os demais fundadores da empresa é “cofundador”.
“O plano de Steve Jobs era ter um computador em cada lar americano”
Na realidade esta frase estava no plano de negócios da Apple quando eles estavam buscando capital para produzir o Apple II, e quem a redigiu foi Mike Markkula, não Steve Jobs.
“Steve Jobs, quem criou o iMac e o iPod”
Um mito repetido ad nauseam é o seguinte: após ter sido expulso da Apple em 1985, Jobs voltou para a Apple em 1997, onde inventou o iMac e o iPod e a empresa voltou a brilhar, e hoje é a empresa mais valiosa do mundo.
Nessa simplificação deixam de fora dois detalhes importantes.
Primeiro, Jobs foi expulso da Apple porque estava afundando a empresa. A Apple voltou a dar lucro após a saída de Jobs em 1985.
Segundo, o iMac e o iPod já estavam prontos quando Jobs voltou à Apple. Ele apenas lançou os produtos, não tendo qualquer papel na criação dos mesmos. Mas nisso Jobs era realmente muito bom: ser um excelente garoto-propaganda.
Informações detalhadas sobre o assunto estão na biografia do Steve Wozniak, “iWoz”, e na “Steve Jobs”, de Isaacson Walterson.
“Steve Jobs era um gênio”
É inegável a busca de Jobs pelo perfeccionismo, mas é o mesmo caso de quando o cara é rico é chamado de “excêntrico”, mas quando é pobre é chamado de “maluco”, no caso do Steve Jobs há sempre um revisionismo para exaltar sempre o seu lado criativo e não mencionar que ele era uma pessoa extremamente complicada que cometia assédio moral e tratava seus subordinados muito mal. A biografia “Steve Jobs”, de Isaacson Walterson, explica o temperamento destrutivo dele de forma bastante detalhada.
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