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Como o Facebook está destruindo a Internet - parte 2


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Como o Facebook está destruindo a Internet - parte 2

Introdução

Nosso editorial original sobre o Facebook teve grande repercussão, e ajudou a educar nossos leitores sobre os efeitos negativos que esta rede social tem sobre sites de conteúdo, como o nosso. Nesta continuação, abordamos mais consequências negativas do “efeito Facebook”.

Como explicado em nosso editorial anterior sobre o assunto, cada postagem feita no Facebook não é mostrada para todos os seguidores de uma página; há uma “torneira” que vai abrindo conforme mais pessoas interagem de alguma forma com o “post”, como curtindo, comentando, compartilhando e marcando amigos. Quanto mais ações desse tipo um “post” tiver, para mais gente o Facebook mostra o “post”. Dessa forma, postagens “populares” são vistas por mais gente e postagens menos “populares” são vistas por menos gente.

Como consequência, se as primeiras pessoas que virem um “post” não se interessarem por ele, pouca gente o verá, mesmo que seja um conteúdo importante ou relevante. Como qualquer usuário de Facebook já sabe, a consequência direta é que o “feed” de notícias dos usuários fica atulhado de conteúdo superficial, irrelevante e/ou sensacionalista, ao passo que conteúdo de alta qualidade quase nunca é apresentado.

Para tentar contra-atacar esse problema e também para tentar resgatar tráfego perdido por conta do “efeito Facebook” que discutimos em nosso editorial anterior, a tendência entre sites de conteúdo é criar “posts” que estimulem aos usuários a interagirem de alguma forma, de modo a aumentar o “alcance” (número de pessoas que visualizam um “post”).

Em nossa opinião, há duas formas de se fazer isso: criando um chamariz que estimula a interação, mas cujo conteúdo é relevante, ou então simplesmente adotando o esquema de tablóides, apelando para o sensacionalismo e irrelevância.

Nós adotamos a primeira solução. Com frequência, postamos fotos curiosas sobre tecnologia e, junto com a foto, um link para algum conteúdo do nosso site, de forma a promover nosso site e nossos artigos e, de alguma forma, tentarmos resgatar o tráfego que perdemos por conta do “efeito Facebook”.

Tais fotos são vistas por muito mais gente do que os “posts” sobre novo conteúdo que postamos diariamente. Com isso, frequentemente recebemos críticas de leitores tais como “parem de postar essa fotos e postem novo conteúdo” ou “queremos ver mais testes e não fotos de computadores”. Só que essas críticas não procedem: nós atualizamos nosso site diariamente com as últimas notícias sobre tecnologia e publicamos pelo menos três artigos por semana. O problema é o algoritmo do Facebook faz com que a maioria dos usuários que nos segue no Facebook só veja as fotos pitorescas que postamos, e raramente os “posts” avisando sobre novo conteúdo são vistos pelos usuários que nos seguem.

Vamos mostrar alguns exemplos reais. Veja uma foto que postamos recentemente no Facebook na Figura 1. Esta foto de cunho humorístico foi vista por 71.253 pessoas ou cerca de 21% dos nossos 343.450 seguidores à época.

Facebook
Figura 1: fotos humorísticas obtêm grande alcance

Já conteúdo técnico relevante, que é o nosso foco, é visto por poucas pessoas. Como exemplo, veja o caso do “post” avisando sobre a disponibilidade do artigo “Por dentro da microarquitetura Intel Skylake”: alcance de 9.504 pessoas, ou apenas 2,8% dos nossos seguidores à época.

Facebook
Figura 2: conteúdo relevante é visto por pouca gente

Até que o alcance desse “post” foi relativamente alto, pois normalmente nossas publicações têm um alcance de apenas três mil pessoas. Isto mesmo. De um universo de quase 350.000 pessoas, menos de 1% é notificado sobre novo conteúdo publicado em nosso site. Veja um exemplo na Figura 3.

 

Facebook
Figura 3: nosso conteúdo é tipicamente ignorado pelos usuários do Facebook

Não é à toa que os usuários têm a falsa impressão que nós estamos sendo sensacionalistas e postando apenas fotos de peças queimadas ou de ratos morando dentro de computadores. Publicamos conteúdo relevante diariamente, mas o único conteúdo que eles vêem são as tais fotos pitorescas.

Ou seja, pela maneira com que seu algoritmo funciona, o Facebook tende a mostrar mais conteúdo superficial do que conteúdo sério aos seus usuários.

Portanto, se você quer ter certeza que será informado sobre novo conteúdo publicado em nosso site, o ideal é você acessar a nossa página inicial diariamente. Uma alternativa é usar um leitor de RSS, que o avisará quando publicarmos novo conteúdo. Ainda, pedimos que sigam as instruções que publicamos aqui para aumentar a probabilidade de você ver nosso conteúdo no Facebook. Curtir, compartilhar e marcar amigos em nossos “posts” no Facebook é outra forma de você ajudar para que conteúdo relevante que publicamos seja visto por mais gente.

Muitos sites de conteúdo, porém, estão apelando, de fato, para o sensacionalismo, como explicaremos na próxima página.

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Comentários de usuários

Respostas recomendadas



É verdade, o problema dessa rede social é que tá deixando a internet mais limitado a um certo ponto. Quase todos os sites tem como principal sistema de login o Face;

E outra coisa, boa parte das pessoas que acessam a internet só se se limitam à Whats, Face, a esse mundinho de saber das vidas dos outros. Se tal pessoa ta com dor de barriga, um novo post; se tiver no banheiro, mais outto post, etc. Isso que deixa tão.... a um certo modo, irritante. E na questão de conteúdo, poucos tentam ir a fundo do conteúdo postado em uma página de notícias, chegando a ficar à mercê da mesma.

Aliás, parece que a internet gira em torno do face, tipo, em alguns casos a pessoa é obrigado a ter uma conta, porque boa parte das escolas notificam pelas redes sociais e, etc. Em outro lado, facilitou o diálogo entre pessoas e ao mesmo tempo ampliaram os problemas. E..., não sei se foi o caso de muitas pessoas, mas, geralmente os celulares já vem ( ou viam ) com o FBK instalado, e mesmo não gostando, tem que ter isso instalado no seu aparelho.

Portanto, ao mesmo tempo que a internet libertam pessoas, a mesma à aprisionam.

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@dudaskank não é tão fácil fazer isso, pois ficamos limitados ao que a plataforma que usamos nos oferece ou não.

Eu realmente não consigo ver o quanto isso é crucial, tenho conta no Facebook há um bom tempo (apesar de que eu entro cada vez menos) e nunca usei esses botões. Tem alguma estatística de quantos usuários aqui fazem uso disso?

E será que isso aqui não pode ajudar?

https://panzi.github.io/SocialSharePrivacy/

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Caraca~... muito bom, gostei do Post, da discussão  aqui.. isso aqui ta bombando mais que comunidade do orkut ! ! !kkkkk

Mas enfim...como nao uso mais o face nen o whatsapp que para mim sao duas ferramentas dispensaveis.. ha em alguns casos que isso e realmente tem o lado bom.

mas essa de o face filtrar e da prioridade a determinados tag, ou mesmo palavras chaves ou post.. essa eu nao sabia...

Mas eu como um bom curioso.. vou acompanhar esse belo post.

valeu

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  • Membro VIP

Sinceramente, excluirei a minha conta no Facebook, são muitos Spams, propagandas direcionadas (todo mundo sabe que as propagandas do produto que gosta não aparece na sua timeline por acaso), enchem o PC de cookies para rastrear os gostos e interesses, a verdade é que o usuário não controla o perfil no Facebook, acontece justamente o contrário. As pessoas estão presas a essa rede, acha que é o futuro, enfim, acha que é a Internet, isso é um ultraje aos sites de conteúdo.

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  • Administrador

Notícia fresquinha, publicada em nosso Boletim de hoje (15/12/2015, boletim 1.480):

 

Citar

6. Facebook revela nova versão da rede social voltada para empresas

Julien Codorniou, diretor de plataformas globais de parcerias do Facebook, declarou que a empresa deve lançar nos próximos meses uma versão profissional da rede social, o Facebook at Work.

Segundo o executivo, o novo serviço é semelhante à rede social atual, com a opção de “curtir” e o bate papo, porém com a presença de uma linha do tempo com notícias voltadas para o ambiente de trabalho.

Entretanto, os usuários poderão manter perfis diferentes dos existentes no Facebook at Work.

Codorniou disse ainda que o serviço estará disponível para todas as empresas, ao custo de alguns dólares mensais por usuário na modalidade Premium, com suporte ao cliente e ferramentas analíticas.

O Facebook iniciou os testes da nova versão da rede social em janeiro deste ano, que tem funcionado gratuitamente com convites oferecidos para empresas.

Mais informações:
http://reut.rs/1SPCZK4

 

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  • Administrador

@agnaldoreis perfeito, exatamente o que discuto neste editorial.

 

Um amigo acabou de me mandar este outro texto: http://viverdeblog.com/redes-sociais/

É exatamente isso que eu falei na parte 1 deste editorial, da tática mafiosa de você mandar usuários para Facebook e depois ter que pagar para divulgar seu conteúdo para seus próprios usuários.

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Conteúdo de excelente qualidade, expandiu minha forma de ver não somente o Facebook, mas também me fez parar para pensar sobre outras redes sociais como Whatsapp e etc... E o impacto destas em nosso dia a dia. Lembrando é claro que estas ferramentas poderiam e ainda podem ser de grande utilidade, porém infelizmente uma pequena parcela das pessoas que realmente utilizam de forma proveitosa, enquanto a "massa" publica uma imensidade de conteúdo, que na verdade não faz a mínima relevância.

Deixo aqui meus agradecimentos, e digo que encontrei neste fórum um excelente local para a troca de informações, obrigado.

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  • Membro VIP

Isso me faz lembrar da época em que estava tirando minha habilitação, onde meu instrutor mostrou dados onde a maioria dos acidentes de trânsito estavam sendo causados pela combinação Redes "Sociais" (em geral Facebook e WhatsApp) + Direção. Com isso eu começo a acreditar que elas alienam as pessoas, que confiam demais nas redes.

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  • Administrador

@Leonardo Raspante não só isso. Não sei se você sabe, mas o Facebook comprou o Instagram há um tempo, e agora eles implementaram o mesmo algoritmo do Facebook no Instagram, ou seja, você só vê as fotos de seus amigos se elas tiverem muitas curtidas e comentários, e se quiser que todos os seus seguidores vejam, você tem que pagar... Leia:

 

http://exame.abril.com.br/tecnologia/noticias/usuarios-protestam-contra-mudanca-no-instagram

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@Gabriel Torres Eu li a matéria, e infelizmente acredito que mesmo com as petições a mudança deve ocorrer. Porque eles visam somente o lucro. Lendo o comentário do membro @sdriver, sobre o tópico em questão, me deparei com as seguintes citações:

 

"Infelizmente parece que o Facebook não é uma tendência, mas sim um infeliz reflexo da sociedade em geral. As pessoas cada vez estão mais ignorantes, mais superficiais, menos esforçadas".

 

"E no meio disso tudo gente como a gente tem de escolher entre não ser popular ou vender a alma ao diabo e participar da lixolandia."

 

É complicado.. Mas também compartilho deste ponto de vista do nosso amigo.

 

Agradeço a todos o debate saudável !! Abraços.

 

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Não sou da época da disseminação da Internet,  mas pegando na base de quando eu comecei a me comunicar com essa tecnologia,  lá por volta de 2007, a Internet ainda tinha àquele ar de conhecimento, coisas novas e tal. Tinha também redes sociais,  mas hoje parece que aquela sensação de conhecimento, aquela busca sobre coisas novas acabaram.  Muitos usuários só ficam limitados em coisas que não possuem muitos benefícios para o dia-a-dia.  Sei que a Internet é livre e tal, mas a questão é que a Internet é mais que uma rede social, é um mundo!  Eu comparo muitas redes sociais com as calçadas aqui da minha cidade, onde, apenas vivemos as vidas dos outros e fofocas. A Internet é mais que isso. E é claro, que as redes sociais possuem coisas boas, se usados com sabedoria. 

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