Sem qualquer tipo de mecanismo de sincronia entre a placa de vídeo e o monitor de vídeo, “erros” podem aparecer na imagem durante uma partida de jogo com muita ação, tipicamente com a parte de cima do monitor mostrando o pedaço de um quadro (imagem) enquanto a parte de baixo do monitor ainda está mostrando o pedaço de um quadro (imagem) anterior. Este tipo de “defeito” é conhecido, em inglês, como “tearing” (“rasgamento”). Neste tutorial explicaremos porque este tipo de erro ocorre e quais são as soluções disponíveis.
A ocorrência mais comum desse tipo de erro é quando a placa de vídeo consegue gerar mais quadros por segundo que o monitor de vídeo é capaz de mostrar. Por exemplo, se você tem um monitor de vídeo com taxa de atualização de 60 Hz e um jogo está gerando, digamos, 80 quadros por segundo, a placa de vídeo enviará o próximo quadro antes de o monitor de vídeo ter terminado de mostrar o quadro anterior, ocasionando o problema.
A solução mais comum para esse problema é ativar, no jogo, a sincronia vertical ou “V-Sync”. Este recurso limita o desempenho da placa de vídeo, fazendo com que ela so gera a mesma quantidade de quadros por segundo que o monitor de vídeo suporta.
A desvantagem dessa solução é gerar um atraso na imagem em relação à ação do jogo (“lag”, em inglês), pois quadros são descartados e a placa de vídeo envia ao monitor um quadro que está “defasado” (“mais antigo”) em relação ao ponto exato do jogo no momento.
Outra solução é comprar um monitor com uma taxa de atualização maior que 60 Hz (120 Hz ou 144 Hz).
Mas, mesmo em monitores com taxas de atualização mais altas, o problema continua existindo se você tiver uma placa de vídeo topo de linha, porém menos perceptível. Isso ocorre por dois motivos. Primeiro, a quantidade de quadros por segundo que a placa de vídeo gera não é fixa e sim variável. Quando dizemos, por exemplo, que a placa está gerando 80 quadros por segundo, esse valor é uma média. Dentro do jogo, pode ter determinados momentos que a taxa sobre rapidamente por poucos segundos, e também pode ter determinados momentos que a taxa cai. Nesses momentos curtos em que a taxa sobe rapidamente por poucos segundos ou mesmo frações de segundo, você continuará vendo o problema, caso a taxa ultrapasse a do monitor de vídeo.
O segundo motivo é que o monitor de vídeo pode não estar sincronizado com a placa de vídeo em relação ao momento exato de início do desenho do quadro. Isto é, quando o monitor está começando a desenhar o quadro no ponto (0,0) da tela, a placa de vídeo pode não estar enviando o quadro no mesmo ponto, gerando uma falta de sincronia (atraso) entre o que está acontecendo no jogo e o que está sendo desenhado na tela, além do problema de “tearing” descrito.
As tecnologias G-Sync (NVIDIA) e FreeSync (AMD) resolvem esses problemas sincronizando o envio de quadros entre a placa de vídeo e o monitor de vídeo, isto é, quando o monitor estiver no ponto (0,0) da tela, a placa de vídeo está enviando o quadro no mesmo ponto. Isso elimina atrasos (“lag”) e imagens quebradas (“tearing”).
Essas tecnologias, são portanto, para melhorar a qualidade de imagem e, como eliminam o atraso entre o ponto do jogo e o que está sendo apresentado na tela, o usuário tem a sensação de que o computador está “mais rápido”.
Para usá-las, você terá de ter uma placa de vídeo e um monitor de vídeo compatíveis, isto é, o monitor precisa ser G-Sync ou FreeSync. No lado da NVIDIA, todas as placas de vídeo a partir da GeForce GTX 650 Ti Boost suportam o G-Sync, enquanto que no lado da AMD as placas a partir da Radeon R7 260 e processadores com vídeo integrado (“APUs”) a partir do “Kaveri” suportam o FreeSync.
Um detalhe importante é que a conexão precisa obrigatoriamente ser DisplayPort e, portanto, uma placa de vídeo teoricamente compatível, mas que não tenha conector DisplayPort, na prática não é compatível com essas tecnologias.
A tecnologia da NVIDIA é proprietária, e os fabricantes de monitores precisam instalar um módulo proprietário dentro do monitor para suportá-la e pagar royalties à NVIDIA. Já a AMD trabalhou em conjunto com a VESA (associação que desenvolve o DisplayPort) para que ela incluísse a especificação de sincronia adaptativa ao DisplayPort (adotado a partir da versão 1.2a desta conexão), fazendo com que monitores de vídeo não necessitem de hardware proprietário nem o pagamento de royalties à AMD. Em teoria, isso faz com que potencialmente existam mais monitores no mercado compatíveis com a tecnologia FreeSync do que com a G-Sync, pois basta o monitor ser compatível com o DisplayPort 1.2a para ele ser compatível com o FreeSync. Na prática, porém, sabemos que a NVIDIA tem um marketing muito mais agressivo do que a AMD, e só o tempo dirá qual das duas tecnologias terá maior adoção entre os fabricantes de monitores. Aliás, como a tecnologia de sincronia adaptativa que o FreeSync usa é atualmente parte da especificação DisplayPort, nada impede de fabricantes lançarem monitores compatíveis com as duas tecnologias.
De acordo com a AMD, o G-Sync diminui muito levemente o desempenho, enquanto que não há qualquer perda de desempenho no uso do FreeSync.
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