Análise do Secundário
Esta fonte de alimentação usa três retificadores Schottky em seu secundário, um para cada tensão principal (+12 V, +5 V e +3,3 V). Nós ficamos surpresos ao ver um retificador independente para a saída de +3,3 V nesta fonte de alimentação – que é o mesmo projeto usado pelas atuais boas fontes de alimentação –, já que em fontes de alimentação antigas a saída de +3,3 V era obtida por um regulador de tensão conectado na saída de +5 V e nós esperávamos ver isto acontecer nesta fonte de alimentação.
Como explicamos, uma das maneiras de cortar custos é usar componentes baratos, que fornecem menos corrente.
Calcular a corrente máxima teórica em fontes usando o projeto meia-ponte é fácil: tudo o que precisamos fazer é somarmos as correntes máximas que os diodos retificadores podem fornecer.
A saída de +12 V é produzida por um retificador de potência F12C20C (não um dispositivo Schottky como em outras fontes de alimentação; isto pode significar uma eficiência mais baixa, pois diodos convencionais possuem uma queda de tensão maior se comparado a dispositivos Schottky; tradução: maior desperdício, menor eficiência), que pode fornecer até 12 A (a 125°C), o que equivale a 144 W. A corrente máxima que esta linha pode realmente pode fornecer dependerá de outros componentes, especialmente o transformador, a bobina e a bitola dos fios usados. Está claro pelo retificador usado que esta fonte nunca poderia ser de 500 W. A piada é que na etiqueta da fonte diz que ela pode fornecer até 20 A na saída de +12 V, o que é uma grande mentira, já que o retificador pode fornecer apenas 12 A – e como o limite de corrente depende de outros componentes raramente conseguimos extrair tudo que o retificador pode fornecer.
A saída de +5 V é produzida por um retificador Schottky SBL2040 que suporta até 20 A (a 95°C). Portanto a potência máxima teórica que a saída de +5 V pode fornecer é de 100 W. Claro que a corrente máxima (e consequentemente a potência) que esta linha realmente pode fornecer dependerá de outros componentes, especialmente o transformador, a bobina e a bitola dos fios usados. A piada, novamente, é que na etiqueta da fonte diz que ela pode fornecer até 40 A na saída de +5 V, o que é uma grande mentira, já que o retificador só fornecer 20 A – e como o limite de corrente depende de outros componentes raramente conseguimos extrair tudo que o retificador pode fornecer.
A saída de +3,3 V é produzida por um retificador Schottky SB1040CT que suporta até 10 A (a 25°C). Portanto a potência máxima teórica que a saída de +3,3 V pode fornecer é de 33 W. Claro que a corrente máxima depende de outros fatores. Mais uma vez a piada é que na etiqueta da fonte diz que ela pode fornecer até 28 A na saída de +3,3 V, o que é mais uma vez uma grande mentira, já que o retificador usado só pode fornecer até 10 A – e como o limite de corrente depende de outros componentes raramente conseguimos extrair tudo que o retificador pode fornecer.
Figura 9: Retificadores de +5 V, +12 V e +3,3 V.
Com base nos números mostrados acima podemos ver claramente que esta fonte de alimentação é, na melhor das hipóteses, um modelo de 290 W: 144 W (+12 V) + 100 W (+5 V) + 33 W (+3,3 V) + 10 W (valor típico para a saída de +5VSB) + 6 W (valor típico para a saída de -12 V). Lembre-se que somamos aqui apenas a potência máxima teórica que cada retificador pode fornecer, a quantidade real de potência que uma fonte de alimentação pode fornecer dependerá de outros componentes.
No secundário nós vimos claramente que a placa de circuito impresso tinha locais para a instalação de mais bobinas e capacitores na seção de filtragem, que foram removidas para reduzir o custo da fonte (as bobinas foram substituídas por fios).
Como esta é uma fonte de alimentação de baixo custo e de baixo desempenho, ela não tem um sensor térmico, componente encontrado apenas em fontes de alimentação onde a ventoinha gira de acordo com a sua temperatura interna e/ou implementa a proteção contra superaquecimento (OTP).
Falando em proteção esta também é uma maneira do fabricante cortar custos: simplesmente não implementando nenhum tipo de proteção, especialmente contra sobrecarga de potência (OLP, também conhecida como OPP), que é importante para evitar que a fonte de alimentação queime caso você puxe mais potência do que ela pode suportar. Esta fonte de alimentação, no entanto, é baseada em um chip (Weltrend WT7514L) que oferece proteção contra sub tensão (UVP) e sobre tensão (OVP).
Nesta fonte de alimentação os capacitores eletrolíticos grandes do dobrador de tensão são da Canicon (uma empresa taiuanesa) e rotulados a 85°C, enquanto que os capacitores eletrolíticos do secundário são da Canicon e da Jun Fu e são rotulados a 105°C.
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