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Por que alguns smartphones ainda explodem?


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Por que alguns smartphones ainda explodem?

Desde os anos 2000, foram registradas centenas de explosões de smartphones no Brasil e em diversos países, a maioria da Samsung, principalmente da linha Galaxy, embora exista descrição do mesmo incidente em aparelhos das marcas Xiaomi, Apple, Nexus, entre outras.

Segundo a Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações), há alguns anos, o principal motivo das explosões estava relacionado ao uso inadequado das baterias e carregadores, muitos falsificados ou contrabandeados. Ainda hoje, muitos usuários adquirem carregadores não originais, que podem causar aquecimento excessivo do dispositivo. No entanto, como atualmente a maior parte das baterias não é removível, geralmente o defeito vem mesmo de fabricação.

As versões atuais das baterias são majoritariamente formadas por uma célula de Li-ion (lítio-íon), que duram o dobro de uma bateria de NiMH e três vezes mais que uma NiCd (níquel-cádmio), pesam 35% a menos que esses modelos, não sofrem do “efeito memória” e são mais ecológicas, já que não contêm materiais tóxicos ao meio ambiente, como o cádmio. Essa bateria é composta por um metal que, combinado com água ou oxigênio, entra em combustão espontânea. Por isso, os fabricantes usam um solvente orgânico (eletrólito), controlado pelo circuito eletrônico de gerenciamento da bateria (BMS, Battery Management System), para impedir a formação do lítio metálico e garantir distância do meio aquoso. Quando determinados valores de sobretensão, subtensão e temperatura são ultrapassados, o eletrólito sofrerá reações exotérmicas (liberação de calor), podendo levar a bateria a pegar fogo ou mesmo explodir. Além disso, impurezas dentro da placa ou no meio condutor do eletrólito também contribuem para ocasionar curtos-circuitos na bateria.

Conforme indicação dos fabricantes, a temperatura ideal para o armazenamento dessas baterias é abaixo de 25 ºC. Sabemos que isso não é possível sempre, mas alguns cuidados podem (e devem!) ser tomados. Deve-se evitar, por exemplo, que a bateria seja exposta a temperaturas acima de 50 ºC ou à luz direta do sol. Vale lembrar que aquelas capas de plástico esquentam demais o aparelho, bem como bloqueiam a ventilação. Levar o celular no bolso também não é o mais indicado, principalmente em dias quentes.

No entanto, não é só o calor que pode danificar as baterias de Li-ion. Como elas são mais frágeis, tome cuidado com pancadas e quedas. Rachaduras podem danificar o circuito interno. Então, não custa nada cada vez que seu celular levar um tombo, verificar se está tudo em ordem com sua bateria. O contato com líquidos, umidade, maresia e vapor d’água causa oxidação. Ou seja: tudo isso pode, sim, levar a bateria ao superaquecimento ou a um curto-circuito e, consequentemente, a uma explosão.

Mas por que esses acidentes começaram a ser mais frequentes nos últimos anos? Apesar de passar por rigorosos testes, o número crescente de smartphones aumenta a probabilidade de unidades defeituosas. Segundo o IBGE, somente no Brasil, até o final de 2022, existiam 242 milhões de smartphones.

Os órgãos de telecomunicações internacionais estimam que 5,3 bilhões de telefones celulares serão jogados fora em 2023, quantidade de deve aumentar para 70 milhões de toneladas até 2030. Tal desperdício pode impactar negativamente no meio ambiente e contribui para a demanda mundial por novos aparelhos.

A seguir, listamos alguns cuidados que devem ser tomados com as baterias de Li-ion para evitar acidentes, e prolongar sua vida útil:

  • Não há problemas em carregar uma bateria de Li-ion com frequência, mas carregá-la por mais tempo do que o necessário pode diminuir seu tempo de vida. Sabe aquele hábito de colocar o celular para carregar e dormir? Tente mudá-lo.   
  • Se o aparelho ficar muito tempo sem uso, o ideal é que seja guardado com apenas 40% da capacidade da bateria. Mesmo quando não estiver sendo usada, a bateria perde carga e, consequentemente, tempo de vida. De acordo com um estudo desenvolvido pelo site BatteryUniversity.com, uma bateria de Li-ion armazenada com 40% de sua carga a uma temperatura média de 25 ºC perde 4% de sua capacidade em um ano. Já com ela totalmente carregada, a perda no mesmo tempo é de 20%.
  • Não recarregue a bateria do aparelho em ambientes confinados, como bolsas, malas, gavetas, caixas, bolsos de calças, etc. O procedimento de carregamento gera aquecimento e a carga em locais fechados impede a dissipação do calor no ambiente. O superaquecimento da bateria pode resultar em fogo ou explosão.
  • Na praia, tome muito cuidado. Deixe o celular à sombra para não superaquecê-lo. Água, umidade, maresia e areia podem oxidar o circuito interno, causando um curto-circuito, principalmente se a bateria tiver qualquer dano (uma rachadura mínima pode deixar seu frágil circuito completamente desprotegido).
  • Alguns fabricantes também alertam para locais muito frios. Quando o aparelho aquecer, atingindo a temperatura normal de operação, poderá haver formação de umidade interna, causando danos ao circuito.
  • Não armazene ou transporte a bateria em recipientes com objetos metálicos (ferramentas, chaves, moedas, arames, etc.). Tais objetos podem proporcionar um curto-circuito nos terminais elétricos da bateria, possibilitando a ocorrência de superaquecimento, fogo ou explosão.
  • Impactos causados pelo manuseio ou transporte incorretos podem causar perfurações ou violações do invólucro das baterias. A exposição do conteúdo interno da bateria pode resultar em vazamento de elementos tóxicos, fogo ou explosão.
  • A inserção acidental ou proposital de objetos no corpo da bateria, a compressão ou a deformação de seu invólucro também acarretam em vazamento de elementos tóxicos, fogo ou explosão.
  • Não exponha o dispositivo móvel a líquidos nem tente secá-lo em fornos (micro-ondas ou convencional) ou com secador. Tais ações podem gerar acidentes e danos ao equipamento.
  • Não deixe o celular dentro de um carro quente e tome cuidado ao manuseá-lo na cozinha (evite deixá-lo perto do fogão e do micro-ondas).
  • Não leve o celular no bolso.
  • Não use capas de plástico.
  • Use apenas carregadores originais. Aqueles genéricos vendidos em sinais de trânsito ou em camelôs devem ser evitados. Além disso, muitas empresas invalidam a garantia quando baterias e acessórios não-originais são usados.
  • Evite utilizar o telefone enquanto o equipamento estiver em processo de carregamento ligado à tomada de energia elétrica.
  • Não utilize carregadores visivelmente danificados (incluído o cabo) ou com defeito para carregar seu smartphone.
  • Se mesmo com todos esses cuidados o equipamento estiver esquentando demais, leve-o a uma assistência técnica.
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Comentários de usuários

Respostas recomendadas

Ah, uma coisa que não está lá no artigo: quem tem a mania de tomar banho e levar o celular, pode ir perdendo o costume porque o vapor e a umidade também podem afetar a bateria e causar explosões. Fora que derrubar o celular também pode fazer com que os compostos químicos da bateria se misturem e prejudiquem o seu funcionamento que combinado a altas temperaturas pode ocasionar explosão do aparelho.

Uma coisa interessante é que no site da Kyocera , ele mostra a temperatura de operação recomendada para as baterias de cada aparelho, coisa que não vi no site da Motorola e Pantech por exemplo.

http://www.kyocera-wireless.com.br/slider-.../tech-specs.htm - especificações técnicas do Slider Remix onde aparece a temperatura de operação recomendada para a bateria.

:bye:

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