A Intel lançará oficialmente em 15 de abril de 1998 dois novos processadores. O primeiro já havíamos comentado rapidamente por aqui. Trata-se do projeto Deschutes, um processador Pentium II com barramento local trabalhando a 100 MHz. Este processador será o processador mais rápido para PCs já existente. O segundo chama-se Celeron (nome oficial do projeto Covington), um Pentium II de baixo custo e de baixo desempenho se comparado com os demais membros da família Pentium II.
O Pentium II é acondicionado em um cartucho denominado SEC (Single Edge Contact), que é encaixado na placa-mãe através de um conector chamado slot 1. Dentro desse cartucho estão acomodados o processador e o cache de memória L2, de 512 KB. Em processadores que utilizam a pinagem soquete 7 (Pentium, Pentium MMX, AMD K6, Cyrix 6x86MX, etc), o cache L2 estava na própria placa-mãe. Como temos visto em nossa coluna de dicas, todos os processadores trabalham externamente a, no máximo, 66 MHz (com exceção do 6x86 e do 6x86MX da Cyrix, que trabalham externamente a 75 MHz). No caso desses processadores, o cache de memória é acessado a somente 66 MHz. No caso do Pentium II, o cache de memória L2 é acessado à metade da freqüência de operação do processador. Portanto, em um Pentium II-300, o cache de memória L2 é acessado a 150 MHz, o que aumenta bastante o desempenho do micro.
No caso do Pentium II "Deschutes" (ainda não há nome oficial; a Intel está chamando esse processador de "Pentium II para slot 2"), o cache de memória é acessado na mesma freqüência de operação do processador, ou seja, em um Deschutes-300, o cache L2 será acessado a 300 MHz. Além disso, externamente esse processador trabalha a 100 MHz, atingindo uma taxa de transferência de 800 MB/s, contra os 528 MB/s atingidos por processadores de 66 MHz. Além disso, o Deschutes utilizará um novo tipo de conector, chamado slot 2 e, portanto, necessitará de placas-mães próprias.
Já o caso do Celeron é bem diferente. Trata-se de um Pentium II sem cache de memória L2, destinado a PCs de baixo custo (e, por causa da ausência do cache, também de baixo desempenho). Utilizará o mesmo cartucho SEC do Pentium II, trabalhando externamente a 66 MHz. Planeja-se o lançamento de uma segunda versão do Celeron, com cache de memória de 256 KB integrado ao processador. Este cache, ao que tudo indica, trabalhará na mesma freqüência de operação do processador. A idéia da Intel é que o Celeron seja adquirido pelos órfãos do Pentium e Pentium MMX, que serão completamente descontinuados ainda este ano.
Resumo: a idéia da Intel para o mercado de processadores é descontinuar com o Pentium e com o Pentium MMX e utilizar somente processadores Pentium II, em três segmentos: o Celeron para usuários iniciantes, o Pentium II para usuários intermediários e avançados e o Pentium II "Deschutes" para aplicações profissionais como servidores de rede local (ou então para micreiros "tarados").
Sejamos um pouco mais críticos: quem ganha com essa história toda? Ao que parece, somente a Intel. A idéia de descontinuar com processadores Intel que utilizam o padrão soquete 7 parece ser uma tentativa de acabar com a concorrência: para utilizar o cartucho SEC e o slot 1 (ou o slot 2) em seus processadores, os fabricantes não-Intel como a AMD e a Cyrix precisariam pagar direitos autorais à Intel. Portanto, achamos difícil que outros fabricantes passem a utilizar esse padrão.
Enquanto isso, os demais fabricantes apostam firme e forte no padrão soquete 7 (o padrão de pinagem utilizado pelo Pentium e Pentium MMX) para seus futuros processadores, como veremos na semana que vem. A vantagem é óbvia: você não precisará de uma placa-mãe "especial" para o seu novo processador, como ocorre no caso do Pentium II.
- 1
Respostas recomendadas
Não há comentários para mostrar.
Crie uma conta ou entre para comentar
Você precisa ser um usuário para fazer um comentário
Criar uma conta
Crie uma nova conta em nossa comunidade. É fácil!
Crie uma nova contaEntrar
Já tem uma conta? Faça o login.
Entrar agora