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Carregador com fonte chaveada (TL494)


Tomazelli

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Na minha última ida ao Paraguai trouxe uma fonte chaveada de 12V – 20A com o intuito de transformá-la em um carregador de baterias automotivas. Como a fonte possui 12Vx20A = 240W, e o carregador vai trabalhar em 14,4V, a corrente máxima que eu poderia tirar dele seria 240W/14,4V = 16,6A. Mas por segurança — e porque não preciso de mais corrente — vou limitá-la em 10A.

 

Minha ideia inicial era usar a fonte setada em cerca de 18V e usar um regulador linear para abaixar a tensão, mas aí eu precisaria de regulador, transistores de potência, dissipador etc. Resolvi estudar um pouco o funcionamento do CI TL494, o cérebro da fonte, e ver se conseguia mudá-lo para fazer ele mesmo controlar a tensão do carregador.

 

O esquemático da parte de controle da fonte era esse abaixo. Com a leitura sobre o TL494, descobri o que precisava mudar e retirei toda essa parte em cinza na figura abaixo.

 

carr_1_zps48d79e8a.jpg

A parte mais a esquerda era uma proteção contra subtensão, o restante era o esquema que controlava os dois comparadores de tensão responsáveis pelo controle da fonte, ligados aos pinos 1 e 2, 15 e 16 do CI.

 

 

Depois de testes e mais testes, cheguei ao esquemático abaixo para substituir o controle da fonte.

 

carr_2_zps3e6db99d.jpg

Primeiro eu precisava medir a corrente, tanto para poder limitá-la quanto para poder encerrar a carga e colocar a bateria em flutuação. Para isso coloquei na saída negativa da fonte um resistor sensor de 0R1. Antes dele coloquei um amperímetro para poder monitorar a carga. Esse ponto após o RS eu chamei de GNDA (GND-Após RS) no esquemático.

 

O próprio CI fornece uma saída estabilizada em 5V no pino 14-VREF, mas eu não poderia usar essa VREF para controlar a tensão da fonte pois essa VREF é em relação ao terra GND. Como eu coloquei o RS, durante a carga há uma queda de tensão sobre ele e a tensão do carregador sobre a bateria (que fica depois de RS) não ficaria estável. Eu precisava de uma tensão de referência independente da queda de tensão sobre RS: para isso usei um 78L05. Na entrada usei a VCC que é de cerca de 23V e seu terminal central foi ligado ao GNDA, com isso tive uma tensão de 5V estável em relação ao GNDA (depois de RS).

 

Essa tensão estável do 78L05 alimenta um divisor de tensão (R1 e R2) que fornece 2,5V (em relação ao GNDA) para o pino 2 do TL494, essa é a tensão de referência ligada a entrada inversora (-) do primeiro comparador do CI. Na entrada não inversora (+) pegamos a tensão de saída POS e, através de um divisor resistivo (R3, R4 e VR1), jogamos na entrada não inversora do comparador, com isso o CI tem uma realimentação, através da saída POS da fonte, e consegue manter a tensão na saída estável. A fonte trabalha sempre tentando igualar a tensão dos pinos 1 ao pino 2, se a tensão no pino 1 for menor que 2,5 V, a fonte aumenta o “duty cycle”, se for menor, diminui. Assim se consegue a tensão estável na saída. O trimpot VR1 serve para setar a fonte em exatos 13,5V, a tensão de flutuação do carregador.

 

O outro comparador do CI (pinos 15 e 16) serve para limitar a corrente. Para a entrada inversora (pino 15), usei a VREF do pino 14, passando por um divisor resistivo ligado ao GND: são 5V, R6 tem 4K, então sobra 1V sobre o VR4 de 1K. Girando o VR4, um potenciômetro que vai ao painel do carregador, temos sobre o pino 15 uma tensão que vai de 0 a 1V. O resistor RS possui resistência de 0R1, então, para cada ampere passando por ele, ele exibirá um queda de tensão de 0,1V; com 10 A passando por ele, teremos uma queda de tensão de 1V. Essa queda de tensão é jogada ao pino 16, o comparador compara a tensão setada no pino 15 e toda vez que a tensão do pino 16 for maior, o comparador irá diminuir o “duty cicle”, limitando a corrente da fonte. Então, girando o potenciômetro VR4, setamos o limite de corrente da fonte de 0 até 10A. Para evitar quaquer ruído que o potenciômetro venha apresentar existe o filtro formado por C2 e R10.

 

Na prática tive de diminuir um pouco o valor do resistor R6, pois o amperímetro com seu shunt interno provoca uma pequena queda de tensão também. É só uma questão de colocar o potenciômetro VR4 no máximo e medir a corrente máxima, se estiver abaixo dos 10A, basta diminuir o valor de R6, se estiver acima, basta aumentar. Se quiser limitar em mais de 10A, também basta diminuir o valor de R6.

 

 

O restante do esquema, o comparador LM393 serve para controlar entre “carga” que é feita a 14,4V e entre “flutuação”, feita a 13,5V. O LM393 é alimentado pelos 5V fornecidos pelo 78L05, com um capacitor de 100nF (C1) para desacoplamento. Na sua entrada inversora (-) jogamos a queda de tensão de RS. Na entrada não inversora (+) temos, através de um divisor resistivo formado por R7, VR3 e R8, uma tensão que varia de 0,048 a 0,16V: aqui setamos a corrente de final de carga, com 0,1V para cada ampere. Vamos supor que setamos a tensão desse divisor em 0.05V, toda vez que a corrente sobre RS for maior que 0,5A sua tensão será maior que 0,05V, então o comparador irá detectar e fechar sua saída, colocando R5 e VR2 em paralelo com R4 e VR1. Isso fará a tensão de “carga” aumentar para 14,4V, da mesma forma quando a corrente baixar de 0,5A, o carregador irá voltar para a tensão de flutuação de 13,5V.

 

A outra saída do comparador apenas acende um LED quando o carregador estiver em modo “carga”, apagando-o no final da carga. O push button serve para facilitar a regulagem inicial do carregador, para regularmos a tensão de carga sem precisar ter carga na saída: com o carregador ligado, e sem nenhuma bateria conectada, regulamos a tensão de flutuação através de VR1, em seguida apertamos o push button e, com ele apertado, regulamos a tensão de carga através de VR2. Isso é feito apenas uma vez, depois não é preciso mexer mais.

 

 

Eu também fiz uma proteção na saída para o caso de ligar o carregador na bateria com os polos invertidos.  

 

carregador5a09_zps335b2b0a.jpg

OBS. É uma placa à parte, portanto a numeração dos componentes também é à parte. O positivo vai direto para a bateria, enquanto o negativo passa por um IRF3205, um MOSFET de canal N. O IRF3205 possui uma Rds(on) de apenas 8 miliOhms (0,008R), assim, com 10A de corrente, a queda de tensão sobre ele será de apenas 0,08V, praticamente irrisória, enquanto a potência dissipada será de 0,8W, potência baixa, basta um pequeno dissipador nele.  Maiores explicações de como esse esquema funciona aqui: http://forum.clubedohardware.com.br/forums/topic/1061810-carregador-5a-bateria-automotiva/?p=5928746

 

 

 

Fotos do carregador (quase) montado.

carr_4_zpse3f46c7e.jpg

Aqui uma visão superior da fonte, junto com os outros componentes que montei para fazer da fonte um carregador. Ainda falta montar o fundo da caixa (onde ficará o ventilador) e as laterais.

 

carr_5_zpsb7db603c.jpg

A placa de controle.

 

 

carr_3_zps2ff454ea.jpg

O painel. Esse borne preto é uma saída negativa antes da proteção contra inversão de polaridade, para o caso de ter de fazer algum teste, não precisaria abrir a fonte.

 

 

carr_7_zpsbe5664d1.jpg

Aqui um detalhe, mostrando o amperímetro e, por baixo dele, uma pequena placa onde foram fixados os dois resistores de 0R2 que em paralelo fazem o papel de RS (0R1), mais a proteção contra ligação com polaridade invertida. Se ligar ao contrário o IRF3205 (esse com um pequeno dissipador) não irá conduzir e o buzzer vai gritar indicando que a polaridade está invertida.

 

 

Além disso fiz uma plaquinha extra com um termistor para controlar o ventilador, para não deixá-lo ligado o tempo todo, junto com uma proteção contra temperatura alta, caso a temperatura chegue a 85 graus a fonte irá se desligar, acendendo um LED no painel. Ainda não desenhei o esquema de forma didática nem montei o texto explicando sobre essa placa, mas assim que fizer eu posto aqui.

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Cara, certa vez eu quis fazer uma fonte chaveada, porém eu não tinha aquele núcleo azul, nem sabia muito bem qual seria a sua função.

A fonte funcionou mas com muito baixa eficiência. 

 

Hoje eu tenho aquele núcleo, bolei um circuito de fonte chaveada usando trafo driver e pretendo montá-la.

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Albert, como tenho facilidade de mexer com madeira, acabo montando meus projetos em caixas de madeira mesmo. Existe o risco de incêndio, mas nada que proteções adequadas não deem conta. Já montei também uma fonte com caixa de madeira. Eu não entendo quase nada de fontes chaveadas, estudei apenas a parte de controle do TL494, que era o que me interessava para poder hackear a fonte e transformá-la em um carregador, o restante, a parte de potência, deixei exatamente como estava. É uma fonte com os componentes bem mal soldados, até revisei a solda de vários que estavam com solda fria, mas pelo preço pago no PY, sem imposto ainda, valeu a pena.

 

 

Roberto, o carregador está funcionando bem, o controle de corrente funciona perfeitamente, no máximo o carregador libera 10A, e vai diminuindo a corrente conforme giramos o botão de controle, de forma suave e sem "trancos" no amperímetro, chega no final de carga, quando a corrente abaixa do estipulado, ele entra em flutuação mantendo a tensão em 13,5 V para não prejudicar a bateria. Quanto à temperatura, eu coloquei inicialmente em 85° pois o termistor não ficava bem acoplado, mas agora achei um lugar para encaixar o termistor bem na cara do componente que mais aquece da fonte, assim vou aumentar um pouco a temperatura limite, basta trocar um resistor. Diferente do que falei acima, a fonte não desliga, mas entra em um duty cycle mínimo, jogando a tensão de saída lá pra baixo, diminuindo a corrente etc. No mais, acredito que essa proteção nunca vai atuar, a não ser se ocorrer alguma falha, como o ventilador parar de funcionar... mas bem, é para isso que servem as proteções: para os eventos inesperados. 

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  • 2 semanas depois...

carr_8_zps99663926.jpg

Esse é o esquema de proteção. Para alimentar o circuito usei a saída da fonte (POS), que tem cerca de 14,4 V com a fonte operando em modo normal, e cai para cerca de 3,5 V quando ela entra em proteção.

O sensor da proteção é o TH1 (em vermelho), um termistor de 10k, ele é colocado junto ao componente da fonte que mais esquenta. Ele, mais o R2, formam um divisor de tensão que alimenta as entradas inversoras dos dois comparadores do LM393.

 

O primeiro comparador (em cima no desenho) é usado para ligar e deligar o ventilador (FAN) que refrigera toda a parte interna do carregador. A entrada não inversora é formada por um divisor de tensão, R3 e R4, na prática, R3 (em azul) é quem define a temperatura na qual o FAN irá ligar: aumentando seu valor o FAN liga antes, diminuindo, liga depois.

O R6 (em verde) faz a histerese, para o FAN não ficar ligando e desligando de forma ininterrupta, valores mais altos diminuem a histerese e valores mais baixos a aumentam. Com esses valores o FAN está ligando em cerca de 50 graus e deligando quando a temperatura abaixa para cerca de 45° C.

O R5 é simplesmente um resistor de pull-up, sem ele o ventilador pode ficar girando bem devagar mesmo quando a temperatura está muito baixa. Com ele, enquanto a temperatura está baixa, a saída do comparador (que e um coletor aberto) não está ativa, assim o resistor de pull-up transmite mantém a tensão na base do transistor Q1 positiva, logo o FAN não gira. Quando a temperatura passa do valor estabelecido, a saída do comparador se ativa, jogando 0V na base de Q1, ligando o FAN.

D1 serve de proteção, serve para absorver os picos de energia que são gerados pelo motor do FAN quando ele se desliga e que poderiam afetar Q1.

 

 

 

O segundo comparador serve para fazer a fonte entrar em modo de proteção caso a temperatura atinja um determinado valor. Esse valor é estabelecido por R8 (em laranja). Aumentando o valor de R8 diminuímos a temperatura na qual a proteção irá ser ativada, diminuindo seu valor, aumentamos a temperatura. Com esse valor do esquema a proteção irá ser ativada por volta de 100 °C.

R10 é o resistor pull-up, para o transistor Q2 somente conduzir quando a temperatura passar do valor estabelecido.

Enquanto a temperatura não atingir o valor estabelecido, Q2 não conduz e R12 mantém a saída para o DTC – dead time control – em 0V. Quando a temperatura atinge o valor, Q2 começa a conduzir, polarizando R12 e jogando a tensão do POS ao DTC (pino 4 do TL494). Quando o DTC recebe uma tensão maior que 3,3 V ele faz a fonte entrar em modo de proteção, diminuindo o duty cicle ao mínimo e baixando a tensão de saída da fonte. D2 é um 2N4148, um pequeno diodo de sinal, que serve apenas para que a proteção não interfira na fonte durante seu funcionamento normal.

 

Nesse caso não foi necessário nenhuma histerese, pois o próprio fato da fonte baixar sua tensão de saída, que é a mesma tensão que alimenta o circuito, já faz a função de histerese. Na prática, aqui com essa fonte e esse esquema, ela entra em proteção em cerca de 100 °C e somente retorna ao normal quando baixa para cerca de 60 °C.

 

O restante da proteção (circulado em azul claro) serve para ativar um LED indicando que a fonte entrou em proteção térmica. Quando Q2 conduz e joga a tensão de saída ao DTC, a fonte demora cerca de 1 segundo para baixar a tesão normal de saída de 14,4 para 3,5V. Disso houve uma dificuldade para energizar o LED indicador: se eu usasse um resistor para 14,4V, quando a tensão baixasse o brilho dele iria diminuir e ficar quase imperceptível; se usasse o resistor adequado para 3.5 V, durante esse um segundo que a fonte demorar para baixar sua tensão o LED iria ficar com uma corrente muito alta, podendo queimar.

A solução: mantive o resistor adequado a 3,5 V e coloquei o capacitor C1 ligado à base de Q3, enquanto o capacitor está carregando, ele funciona como um curto circuito, impedindo que Q3 conduza. Quando o capacitor se carregou totalmente o transistor Q3 começa conduzir alimentando o LED que indica temperatura alta. O tempo que o capacitor leva para carregar dá o tempo que a fonte leva para baixar a tensão, assim o LED só se acende depois de cerca de um segundo, não sofrendo nenhuma sobre corrente.  

 

Foto da placa de controle: http://i37.photobucket.com/albums/e90/atomazelli/eletronica/carr_6_zps91216515.jpg

 

 

 

 

carr_9_zpsbfac5ed9.jpg

O ventilador já  preso na tampa traseira do carregador.

 

 

carr_10_zps6099b953.jpg

A caixa pronta, com as saídas de ar em ambas laterais.

 

É isso aí, projeto terminado. :D

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Faço aqui em varios chips diferentes 494, 7500, 2005, 2003, etc...

 

Sempre uso esquema simples procuro no datashhet do chip o pino de tensão de referencia que faz o chip funcionar na tensão correta e adiciono um resistor entre ele e o negativo em um valor certo para chegar a fonte de 13,8 a 14 volts.

 

quando nao consigo achar o resistor certo ou então to com preça coloco um trimpot de 20k ou de 50k(em alguns chips exigem resitencia maior). e regulo o chip na voltegem que quero.

 

 

Sempre funcionou aqui faço ate para vender e e difícil da problema principalmente se a fonte for nova rsrs.

 

A sim lembrando sempre de colocar um resistor de no minimo 5 w  10 ohms entre o 5v e o negativo para manter a fonte sempre com carga, e poder usa-la tmabem em som automotivo e outros aparelhos 12 volts.

 

valeu por ter compartilhado seu projeto. sempre bom adquirir mais conhecimento.

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  • 2 meses depois...

Bruno, nesse meu caso não era preciso resistor, pois a fonte usada não foi de PC. É uma fonte chateada 12 V apenas, além disso usei a saída da fonte para referenciar o CI.

Para mudar a tensão de saída dela bastava trocar um único resistor mesmo. Mas carregar bateria em 14.4V sem um final de carga, que jogue a fonte em flutuação, é pedir para fritar a bateria, ou então ficar ali acompanhando o amperímetro e desligar o carregador manualmente ao final.

Eu fiz essa mudança toda pois queria um carregador eficiente e automático, do tipo ligue e esqueça, além de um controle sobre a corrente de carga, possibilitando fazer cargas mais lentas.

Esse carregador que fiz faz a carga em 3 etapas, corrente constante, depois tensão constante e por fim flutuação. Há boa informação sobre o método ideal de carregar baterias no link abaixo.

http://batteryuniversity.com/learn/article/charging_the_lead_acid_battery

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TOMAZELLI, os carregadores que faço aqui são de fontes de pcs e como na maioria das vezes elas já são projetadas para trabalhar somente com carga, elas entram em flutuação automaticamente. nunca precisei mudar nada, só a tensão mesmo. Ja fiz umas aqui de mais de 20 amperes, elas tocam sons automotivos potentes, e quando ligo-as na bateria descarregada elas iniciam carga com corrente alta. Mas conforme a tensão da bateria vai normalizando com a tensão da fonte ela vai diminuindo a corrente. Ate chegar no momento que ela fica com a mesma tensão e então a fonte entra em flutuação, Não manda nenhum ampere.

 

Ja deixei fonte ligada aqui em baterias ate 3 dias nunca deram problemas na bateria.

 

  Não sei te explicar como sei que funciona kkkkk

  Posso estar errado em algumas coisas, por que não sou formado em eletrônica nem nada, sou somente curioso na internet kkkkk, mas sempre me interesso em aprender mais....

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O seu funciona, mas não da forma adequada.

Carregadores inteligentes fazem uma bateria durar até 7 anos.

 

 

Eu ainda prefiro aqueles que controlam a tensão de flutuação conforme temperatura:

15 graus = 13.848V
20 graus = 13.749V
25 / /   = 13.65V
30 / /   = 13,551V
35 / /   = 13.452V

40 / /   = 13,353V 

 

Sugiro ler o manual de baterias:

http://www.rta.com.br/arquivos/Manual-Baterias-Rev.01.pdf

Embora estejam falando de baterias seladas, também são do tipo chumbo-ácidas, igual as automotivas ou estacionárias. O modo de recarregar é exatamente o mesmo.

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Bruno, funcionar funciona. Tem gente que faz carregador até mesmo com um diodo e uma lâmpada série, sem trafo, ligado diretamente à rede elétrica, corre o risco de tomar um belo choque ao encostar no carro, mas também funciona. Acho que você não não entendeu  o que é flutuação. Durante a carga é preciso fornecer uma tensão maior para a bateria, cerca de 14,4V, ao mesmo tempo em que se limita a corrente à cerca de 10% da capacidade da bateria. Ao final da carga, quanto a corrente chega em cerca de 1% da capacidade da bateria, é preciso alterar a tensão, jogando a bateria em tensão de flutuação (13,5V). Não é porque a bateria parou de puxar corrente que o carregador entrou em flutuação.

 

Isso é o ideal, se não quiser montar o esquema de comutação entre carga (14,4V) e flutuação (13,5V), há duas opções: (1) manter a tensão do carregador em 14,4V e lembrar-se de desligar o carregador depois que a corrente diminuir, pois deixar a bateria permanentemente ligada em 14,4V é pedir para fritar a bateria ou, pelo menos, diminuir sua vida útil. (2) Manter o carregador na tensão de flutuação, vai demorar bem mais para carregar, mas não vai haver perigo de fritar a bateria, pode deixá-la ligada o tempo todo. A opção 1 é interessante quando se usa bem a bateria, descarregando-a e depois a carregando completamente. Já a opção 2 seria interessante em sistemas em que a bateria fica de forma permanente (ou quase) ligada ao carregador, como no break ou em alguns casos de som automotivo "estacionário".

 

 

 

Albert, eu até havia montado um carregador antes desse com esquema para variar a tensão de acordo com a temperatura (usava um LM35), mas era com base em fonte linear e, como usei um trafo de som antigo reaproveitado, ele logo queimou. Ao fazer esse novo resolvi desistir da variação de acordo com a temperatura pois meu uso do carregador é mais para carregar mesmo: ligo, carregou, entrou em flutuação eu desligo e pronto, só preciso da flutuação pois muitas vezes carrego bateria à noite, ligo e deixo, vou desligar só no outro dia. Mas se eu fosse deixar bateria de forma constante nele, como no caso de um no break, acho que ter uma variação de acordo com a temperatura seria muito interessante. 

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Talvez nem precisa de tanta coisa... Por exemplo duvido que o carro usa todos esses metodos de carga da bateria...

A bateria e como uma fonte de tensão, se ela tiver descarregada, 11V por exemplo, nao pode aplicar 14V nela.. Se você aplicar 14V nela e medir e tiver mesmo 14V, ou ela esta ruim, ou vai ter uma corrente absurda...

O certo é uma fonte de corrente, assim ao aplicar na bateria, a tensão do carregador se inicie na mesmo tensão que a bateria se encontra, mandando x de corrente e ir subindo a tensão, acompanhando a carga da bateri e wuando chegar a 13.7V, ficar nisso!

Ai a propria bateria ja vai estar em flutuacao.

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Da última vez que eu tive que carregar uma bateria nesse estado, eu coloquei corrente de carga menor do que C/10 no carregador (era uma bateria de 65 Ah, mas eu coloquei uma corrente de carga de 4 A nela, porque ela tinha sido descarregada por completo, até uns 10V eu acho) e a tensão subiu pra 14,4 V sem nem sequer chegar perto dos 4 A que eu setei. A propósito, a bateria ainda funciona perfeitamente...

Agora dizer que um carregador de 3 estágios é desnecessário porque carros geralmente não usam isso é forçar a barra. O circuito de carga na maioria dos carros é composto de uma ponte retificadora de 3 fases e um zener... não carrega a bateria direito, mas funciona e é barato, que é o que importa. Aumentar a complexidade de uma solução automotiva é uma brincadeira que pode ficar cara rapidamente, pois eles precisam operar em ambientes hostis, usar CIs de "alta confiabilidade" (que possuem testes de produção mais extensos e são produzidos em apenas 1 local, para permitir maior controle sobre o processo de produção...) e não possuem economias de escala tão grandes quanto eletrônicos de consumo.

Deixar a bateria em 13,8 V o tempo todo não vai carregar ela por completo. Como explicado pelo OP, a bateria deve ser carregada até 14,4 V até a corrente de carga cair abaixo de um certo ponto, aí sim o carregador deve mantê-la em 13,8 V.

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Segundo o link: http://batteryuniversity.com/learn/article/charging_the_lead_acid_battery

O correto são três estágios sendo eles:

1. Corrente constante: aqui se limita a corrente (C/10, cerca de 10% da capacidade da bateria, é um bom valor) e — a não ser que se revogue a Lei de Ohm — a tensão vai fatalmente ficar abaixo da estipulada. A corrente vai ficar constante e a tensão vai subindo aos poucos, até chegar na tensão estabelecida. A passagem do estágio 1 para o 2 é feita de forma natural, não é necessário nada além de limitar a tensão e a corrente, ela ocorre naturalmente quando a tensão chega no limite estabelecido.

2. Tensão constante: aqui se mantém a tensão de carga no valor estabelecido, eu uso 14,4V, no artigo está especificado vantagens e desvantagens de usar tensão maior ou menor. Nessa etapa a tensão se mantém e a corrente vai caindo, até chegar em um limite estabelecido para final de carga.

3. Flutuação: a corrente caindo abaixo de certo valor (eu falo em 1% da capacidade, C/100, mas não é algo exato, no artigo falam em 3%), a carga está completa e o carregador deve jogar a bateria em flutuação: aplicar uma tensão menor, não para carregar a bateria, mas para suprir as perdas naturais da bateria, que acontecem mesmo com ela em aberto, sem carga alguma. A tensão de flutuação recomendada para a maioria das baterias é de 13,5 a 13,62V. Caso a bateria seja mantida por muito tempo nesse terceiro estágio, como em um no-break, é interessante haver uma compensação de acordo com a temperatura. A mudança do estágio 2 ao 3 não é natural, é uma mudança ativa, algo que o carregador deve fazer.

Dizer que não precisa isso tudo é relativo a cada um. Eu preciso dos 3 estágios pois há vezes em que coloco a bateria para carregar na chácara e volto lá depois de uma ou duas semanas. Caso alguém queira suprimir o último estágio, tire-o fora, basta não esquecer a bateria ligada ao carregador por mais de 48h, a vida útil da bateria vai diminuir, mas vai funcionar.

A parte do controle de temperatura é perfumaria mesmo e serviu mais como aprendizado, apenas o ventilador ligado o tempo todo já seria suficiente. Já a proteção contra inversão de polaridade é essencial para mim, perder todo trabalho por conta de uma ligação errada não é comigo. Com a proteção o carregador fica idiot proof e pode ser usado sob quaisquer condições de luz, por qualquer um incluindo eu mesmo. :D

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Um automóvel não usa todos estes métodos. No entanto a bateria não dura o que deveria durar.

 

Eu ouvi um relato de um sujeito que modificou o carregador do carro para funcionar com todos estes métodos, e ele disse que a bateria passou a durar muito mais do que durava antes.

 

Estes carregadores com todos estes métodos é muito necessários em sistemas que usam baterias estacionárias. Como sistema de energia solar, sistemas no-breaks, sistemas de telecomunicações etc.

 

O objetivo é fazer a bateria durar o máximo possível. Até porque são sempre muitas baterias e são bem caras. 

 

Como eu disse, duram até 7 anos.

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  • 7 meses depois...
  • 1 ano depois...
  • 4 meses depois...

Olá Tomazelli e demais.

Montei o carregador acima o qual funcionou muito bem, só que quando ligo numa bateria que puxa a corrente estipulada limite, digamos 5A, o trafo e o indutor de saída ficam chiando, voltando a normalizar logo mais quando a corrente cai abaixo do ajuste.

 

Pergunto, isso é normal?

Existe algo que possa ser feito para acabar com isso ?

 

Aguardo a ajuda de todos!!

Abraços.

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Wanderson, o diodo tem uma queda de tensão que varia de acordo com a corrente passada através dele e, como sou perfeccionista, queria entregar à bateria a tensão e corrente exatas (tá, o MOSFET também tem uma queda de tensão, mas é muito menor). Quem sabe se eu pegasse o positivo — que vai para o pino 1 do TL494 — DEPOIS do diodo, daria certo. Não nesse, mas num outro carregador, baseado num regulador linear, essa experiência com diodos não deu certo, por isso cheguei a essa proteção que se mostrou eficiente e durável, embora essa proteção tenha seu calcanhar de aquiles: se a bateria estiver muito descarregada, como aquelas que já passaram da vida útil mas você insiste em tentar carregar, ela não é capaz de fornecer a tensão necessária para o MOSFET começar a conduzir.

 

 

joeleletronika, no meu carregador acontece a mesma coisa. Se a bateria está puxando 8 A, mas eu seto o controle de corrente em 5 A, ocorre um chiado até a corrente que a bateria puxa cair abaixo desses 5 A. Acredito que seja por conta da mudança no duty cicle que a fonte faz, abaixando a tensão para controlar a corrente. Nunca me preocupei com isso e não tenho a menor ideia de como fazer para acabar com isso. :D

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  • 3 anos depois...
Em 23/01/2017 às 22:50, joeletronika disse:

Olá Tomazelli e demais.

Montei o carregador acima o qual funcionou muito bem, só que quando ligo numa bateria que puxa a corrente estipulada limite, digamos 5A, o trafo e o indutor de saída ficam chiando, voltando a normalizar logo mais quando a corrente cai abaixo do ajuste.

 

Pergunto, isso é normal?

Existe algo que possa ser feito para acabar com isso ?

 

Aguardo a ajuda de todos!!

Abraços.

Desculpas ao ressuscitar o tópico, mas estou com o mesmo problema aqui. Quando o TL começa a limitar a corrente, um apito surge na fonte. Sei que deve ter como resolver isso, pois o fabricante não ia desenvolver um CI que "gritasse" ao ativar suas proteções. Já adicionei capacitores, um resistor em serie com o terminal do ci, e um capacitor jogando no terra mas nada resolve! Mais alguém ai passou por esse problema e conseguiu resolver? Obrigado!

 

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Olá, boa tarde! Consegui solucionar o problema. Andei pesquisando em alguns sites e encontrei a solução. Eu sabia a solução seria adicionar um capacitor, só não sabia onde. Com as informações do site https://320volt.com/en/akim-voltaj-ayarli-atx-smps-guc-kaynagi-modifiye/. Vi que foi colocado um capacitor de 4.7uF entre o pino 3 e o terra do CI, solucionando o problema. Inclusive lá no site tem as formas de onda antes e depois de adicionar o capacitor. O circuito base que estou usando é esse em anexo. Peguei uma fonte ATX, isolei os terminais 1e 2,15 e 16 do CI para controlar a tensão e a corrente. O capacitor está em Azul, na segunda imagem em anexo. Com a adição do capacitor, ao menos em minhas aferições, a fonte se mostrou mais eficiente, e aqueceu menos.

CircuitoBaseTL494.png

Solução TL 494.jpg

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