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Meu Sobrinho Faz Mais Barato


Quemel

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Falta de experiência e técnica comprometem a qualidade do serviço

por Eloi Zanetti*

Em todo trabalho de web, vídeo, design, criação gráfica, logotipos ou propaganda, na hora dos orçamentos, sempre aparece alguém e diz a fatídica frase: - “eu tenho um sobrinho que faz mais barato.” A área da comunicação está infestada de sobrinhos carregados de boas intenções, que fazem trabalhos baratinhos, nada profissionais e que, na maioria das vezes, precisam ser refeitos por quem realmente entende do assunto.

Recentemente um publicitário amigo passou por um mau pedaço porque o sobrinho do anunciante “era um gênio da música” e o rapaz quis ajudar na elaboração de um jingle, onde se usava o jazz, e este, por pouco, não fosse a intervenção do meu amigo, teria virado um autêntico samba do crioulo doido.

O uso dessa fantástica ferramenta chamada computador tornou fácil para qualquer um que saiba apertar teclas e descobrir recursos, adquirir quase que por magia, sem nenhum esforço, “o dom da genialidade”. São milhares de efeitos bonitinhos, pero ordinários, na mão de quem não sabe usá-los corretamente. É a repetição da famosa cena do Mickey no filme Fantasia, quando ele se embaralha com os baldes.

Ora, por traz de todo trabalho de comunicação tem que haver um conceito bem pensado e definido. É aí que entra a experiência e o saber fazer. Não estou defendendo os profissionais da minha idade e nem tenho nada contra os sobrinhos dos outros, mas há trabalhos e trabalhos. Há serviços para fuzileiros navais que vão lá, desembarcam na praia e tomam o terreno, e há serviços para escoteiro-mirins. Você escolhe com quem quer trabalhar. Com um profissional que pode resolver definitivamente o seu problema ou deixar meninos brincarem com o seu tempo, dinheiro e paciência.

Os cursos de comunicação, como todos os outros que proliferaram pelo Brasil nos últimos anos, prometem emprego fácil, altos salários e muito glamour na profissão. Despejam no mercado centenas de sobrinhos ávidos em conquistar os seus lugares ao sol. Tudo bem, é a ordem natural das coisas, mas daí a disputar trabalhos sérios, sem antes ter passado por um aprendizado duro e castigante, existe uma enorme diferença.

Outro dia deparei com uma moça que havia montado uma agência de propaganda sem nunca ter pisado em uma. Ela simplesmente achou que o negócio dava dinheiro, meteu os peitos, e até tinha conquistado alguns clientes. Mas que tipo de serviços e resultados em vendas ela podia oferecer aos seus clientes? Já vai longe o tempo em que qualquer filme no ar resolvia as questões de vendas.

Em propaganda, quando o resultado final é ruim sempre temos dois culpados: quem apresentou a ideia e realizou o trabalho e quem o aprovou. Mas como muitos dos que aprovam, atualmente, estão no mesmo nível dos que fazem - a mediocridade, que quer dizer, “nivelar pela média”, impera. É por isso que se vê tanto trabalho ruim por aí, sobrinhos de todos os lados fazendo lambanças sem antes aprender a trabalhar de fato.

Quando eu era jovem e ansioso o meu guru profissional era um publicitário chamado David Ogilvy. Ele, naquela época, dizia que “ nenhum homem de publicidade é respeitado antes de chegar aos 30 anos.” Eu espumava de raiva ao ouvir isto. Mas com o passar dos anos fui percebendo que ele tinha razão. Mais tarde ouvi do grande artista plástico Ianelli dizer que todo profissional leva no mínimo 10 anos para começar a ficar bom. Acho que a conta dos dois está certa, o aprendizado precisa ser cumulativo.

É preciso errar e perceber o erro para se aprender. É que a arrogância, a preguiça de se fazer boas pesquisas e o tempo para se maturar idéias não está sendo respeitado. Em comunicação, atualmente, pega-se a ideia mais engraçadinha e finaliza-se o trabalho. Ora, a ideia mais engraçada nem sempre é a que vai dar a sustentação da marca e promover as venda. Nada contra a moçada, estagiários e recém-formados, porque eles não têm culpa das novas circunstâncias comerciais e das mudanças que o deus Cronos está nos impondo, “o tudo para ontem”, e nem das

normas do Rei Midas, o “ganhar dinheiro fácil e rápido”.

Se dar ao trabalho de pensar exaustivamente, analisar por todos os ângulos, buscar um conceito bem definido para um produto, marca ou serviço, ir a fundo na pesquisa do comportamento do consumidor, pensar com a cabeça do outro, não faz parte do trabalho; criar efeitos, sim. Mas veja o tipo de efeito que a moçada está criando: os da pirotecnia, que significam muito barulho para dar em nada.

* Eloi Zanetti é consultor em marketing e comunicação corporativa. Foi diretor de comunicação do Banco Bamerindus e diretor de marketing de O Boticário, ajudando a implantar a marca e mais de 1.500 lojas em todo o Brasil e exterior. É autor dos livros "Administração, Futebol & Cia" e "O Encantador de Clientes" e é sócio-diretor da Zanetti & Associados.

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Os grifos são nossos. E se aplicarmos por analogia com pseudo-técnicos de computadores, digo "sobrinhos".

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:chicote: Tem bastante...

Primo, sobrinho, amigo, cunhado... Todos entendidos em informática.

Hoje em dia como o conhecimento é mais acessível, qualquer um acha que sabe.

Na verdade eu acho até bom por que sempre o cliente volta depois de ter sido atendido pelos "entendidos" nessas horas faço questão de cobrar mais caro do que se o cliente tivesse vindo primeiramente a mim para resolver o problema.

Outro dia o primo entendido de um cliente foi instalar uma placa de vídeo que ele tinha comprado na Santa Efigênia. Como o cara não tinha comprado de mim (preferiu comprar na muamba ) ficou sem jeito de levar o micro até mim para que eu instalasse a placa.

Resultado o primo entendido colocou o micro em cima da cama e o micro despencou no chão.. Resultado Placa mãe e processador estragados ( o Cooler pesado esmagou o Athlon XP), ai para completar o esperto ligou o micro ai queimou a placa mãe :zoio:

Outro caso:

Um cliente ligou perguntando qual era o valor para instalar uma gravadora de CD (Isso já faz uns 4 anos a gravadora era 2x SCSI chata de instalar) cobrei do cara e ele achou caro...

Resultado:

O cara foi tentar instalar e deixou cair com o micro ligado um parafuso na placa mãe, já até adivinham o que ocorreu... placa mãe queimada. :muro:

Ai teve que vir aqui, pagou a instalação da gravadora mais uma placa mãe nova.

é a famosa economia na base da porcaria...

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Mesmo para pessoas que estão aprendendo independente de qual a idade ou ramo de atividade o importante é ser honesto e acima de tudo modesto, pois ninguém sabe tudo, sempre, sempre hávera mais o que aprender e alguem que sabe mais do que você!...e se você não sabe fazer diga: Eu não sei fazer mas procurarei aprender!

:rolleyes: Vendi algumas máquinas para um colega montar uma Lan House...ele contratou uma rapaz...que trabalha em uma outra LAN House para auxilia-lo em instalações e configrações...o rapaz disse que sabia que não sei o que lá...resumindo uma MALA sem alça

Durante a fase de implamtação, tive que trocar algumas peças que vieram com defeito entre elas estava uma placa mãe, assim que o equipamento chegou fui fazer a instalação na Lan, cheguando lá me deparei com aquele Rapaz, com a máquina aberta...então perguntei... o que faz você ai com essa máquina aberta rapaz e ele me disse:

Estou preparando esta máquina para fazer um espelho com o Ghost!...porém este HD estava particionado com FAT32 e o Ghost não aceita Fat32 :tantan: se fosse windows98 tudo bem mas aqui não... :priv:

Interronpi o rapaz e disse vou ter que fazer uma manutenção neste equipamento!!!..então desmontando o máquina notei ; :ahh: dois cabos ide´s com os conectores quebrados e um fio rompido...disse meu Deus este deve ser o SOBRINHO do meu amigo dono da LAN, e está aqui para me F#$#$#$...resumindo: não sei o que o SOBRINHO fez opa quer dizer o rapaz!!! mas sei que tive uma memória RAM danificada um Processador e dois cabos IDE´s...e pior, por eu não ter lacrado a máquina provavelmente vou ter que pagar as consequencias...

:######: Gostaria de deixar aqui um pedido, SOBRINHOS :naonao: não mexam no que vocês não sabem, vão estudar primeiro para depois tentar atrapalhar a vida de quem passa horas a fio estudando e depende do trabalho para sobreviver!!! :######:

e outra coisa alguem sabe um detector de sobrinho ou um anti-virus preparado para esbarra-los na porta de entrada? :!:

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Quemel, muito bom este Tópico criado por você!... Aliás, eu diria até, excelente! Existem muitos "sobrinhos" espalhados por todos os lados, "amigos" que manjam para caramba, e muitas outras "coisas" mais!... Talvez todos muito bem intencionados, mas que acabam por fazer com que tudo vá pelos ares!... Deve-se evitar que tal fato aconteça!

B)

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Não tiro a razão de vocês, porém já fui um desses "sobrinhos" e concertei M de tecnicos dizendo ser experientes.

Nosso maior problema além desse está numa boa parte dos profissionais de informática que nem titulo de professional merecem, que roubam e fazem coisas que chegam assustar.

Hoje em dia já concertei varios computadores, montei também, tudo com serviço garantido, e satisfação dos clientes, leio muito à respeito de informática, tenho uma experiencia (desde que montava e desmontava meu 486) e sei muito mais que certas pessoas que estudaram anos para isso.

Um tecnico uma vez deixou meu Pentium 100 novinho despencar no chão! Como eu sei? O gabinete estava todo empenado por dentro, algo que não estava antes e a placa mãe havia queimado e ele trocado de graça! :muro:

Minha vizinha estava com um cd-rom sem tocar diretamente, fui ver o que era e o tecnico(com loja etc) dizia que a placa mãe não suportava tal coisa! Sendo que o cabo de áudio estava apenas desconectado, duh!

Existe o lado negro da situação também :cry:

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Postado Originalmente por darksky@06 jul 2004, 11:52

Não tiro a razão de vocês, porém já fui um desses "sobrinhos" e concertei M de tecnicos dizendo ser experientes.

...

Existe o lado negro da situação também

Exatamente, às vezes o "sobrinho" pode estar do lado de dentro do balcão.

E ainda, todo "sobrinho" pode vir à tornar-se um bom profissional, se "errar e perceber o erro para se aprender", como diz o artigo transcrito pelo colega Quemel.

...

Na minha área (desenvolvimento e manutenção de software) tem muito desse tipo de coisa.

Às vezes, me aparece alguém dizendo: "Ah, mas eu tenho um (irmão, sobrinho, genro, etc...) que entende muito disso, ele disse que é bem fácil de fazer, não demora nada e vai ficar bem barato, etc...".

:muro:

Imagina só: sou eu quem vou fazer o trabalho, mas é o "gênio" lá é quem sabe quanto tempo vai demorar e até QUANTO vai custar! Esses "sobrinhos" são muuuuuito talentosos mesmo!

Quando me aparece alguém assim, que diz ter um desses "sobrinhos geniais", eu já até faço questão de dispensar para evitar problemas para mim mesmo, no futuro.

Simplesmente digo: "Mas que bom! Então para quê você precisa de mim?", viro as costas e vou embora.

Felizmente hoje posso me dar esse luxo.

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Acho que jogar a culpa no sobrinho/primo/etc é fácil, salvo excessões a parte.

No meu caso eu salvei um tio meu de fazer besteira, nunca se sabe o que o sobrinho é capaz de fazer (nos dois sentidos).

Pessoalmente eu conheci poucos profissionais que pode-se dizer que são bons naquilo que fazem, alguns tão bons que nem se dão mais o trabalho de encostar a mão na máquina do cliente a ponto de apenas dizer é isso ou é aquilo e o cliente por conta consegue solucionar o problema.

Até então eu também nunca havia feito qualquer tipo de curso de informática ou de montagem de computadores, tudo que sabia até 2002, aprendi sozinho fuçando, quebrando a cabeça sozinho e não pensem que lá fora é diferente, não sei quanto aos EUA, mas no Japão quando entrei na SONY eu não sabia nada de manutenção de filmadoras analógicas e digitais, internet era uma coisa que não tinha pegado ainda e acesso a documentos era complicado.

Pois eu não havia feito nenhum tipo de engenharia eletrônica, não sabia ler a escrita japonesa e mesmo assim, consegui passar na prova e iniciar os meus trabalhos, não teve ninguém que sentou comigo ou que me desse qualquer tipo de ajuda na manutenção dos aparelhos, apenas largaram o manual de manutenção dos aparelhos nas minhas mãos e um sonoro SE VIRA.

E foi o que fiz, sem saber ler comprei livros de eletrônica avançada e comecei a estudar por conta, sem saber ler, imagine que nós dominando o nosso idioma a eletrônica é complicada de inicio, imagina alguém que é analfabeto(no idioma deles) e não domina o idioma tentando estudar sobre eletrônica avançada.

Por dedicação própria, eu passei a rasteira em muitos engenheiros formados(brasileiros) que haviam por lá e meu cargo de técnico passou a ser engenheiro pela extrema facilidade de assimilar diversos defeitos e conseguir concertá-los em um curto período de tempo, sendo a minha melhor performance ter arrumado 50 tipos de filmadoras analógicas e digitais diferentes em um dia, sendo que os engenheiros formados que lá trabalhavam não passavam de três filmadoras dia.

O que o autor do texto original não analiza é que muito de nós (inclusive eu) já fomos o "sobrinho burro que aonde bota a mão f**de tudo", os melhores profissionais que conheço da área de informática, nunca fizeram qualquer tipo de curso aprendendo sozinho e nessa parte eu concordo com o autor que o caminho é penoso e difícil.

Eu não sei como funciona no meio da comunicação, mas aquele sobrinho que hoje estaga tudo e faz besteira, amanhã pode ser um profissional muito melhor que você.

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Muito Interessante. Já participei de uma discussão semelhante em outro fórum, e o discurso é sempre o mesmo. (Embora lá a ênfase era diferente)

Acho que não podemos generalizar. Tem muito "sobrinho" porco mas também tem muito técnico que é pior que dez sobrinhos (daqueles chatos espinhentos que só sabem dar nó em rabo de gato) (huahuahauha)

Com certeza, Wellington, todos nós já fomos sobrinhos que estragavam um monte de coisa, mas, diga-se de passagem, ainda bem.

Pois a pior coisa que tem é o "Profissional" que vestido do seu manto de diplomas não sabe formatar um micro, trocar um HD, etc.

Mas de qualquer forma, acho que mais importante nessa discussão é a "tentação" de se desvalorizar.

Errado! Se o cara diz que vai pedir pro "sobrinho" fazer, então ótimo. Ele vai voltar, com o micro pifado e você vai poder cobrar mais.

E não é só na informática que isso ocorre: até um engenheiro civil já me contou uma história parecida.

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Desculpa, mas não posso concordar totalmente com você.

Eu participo desse fórum a algum tempo. Sou Auto Didata.

Outro dia o computador da minha mãe simplesmente parou. Eu disse que poderia olhar para ela, mas como é o equipamento de trabalho dela acabei desistindo da ideia (Não tinha muita experiência na época). Então levamos a loja mais conceituada da cidade. Após algumas horas recebemos uma resposta do que havia ocorrido, segundo a loja, uma sobrecarga queimou a placa mãe, processador e modem. Então fiquei muito desconfiado, afinal usamos um estabilizador para cada computador (estabilizadores aprovados pelo imetro) e não havia nada de anormal na linha, nenhum outro equipamento sofreu problema, nem mesmo o meu. Mandei ela pegar o micro.

Chegando em casa abri o bicho e verifiquei que havia muita poeria sobre a placa mãe, fiz um limpeza com um pincel, limpei os slots de memória, ventoinha do cooler e algumas outras partes, pluguei tudo no seu devido lugar e pronto. O computador funciona até hoje perfeitamente com todos os componentes daquele mesmo dia. Enfim, grande loja com grandes técnicos essa. Inclusive foi o gerente da loja que verificou o computador para nós.

Concordo plenamente que quem seja formado em faculdade esteja apto a resolver diversos problemas em coisas mais complicadas. Agora acho engraçado. Um dia um amigo meu que nem tem computador disse que começou um curso em uma escola para trabalhar como técnico de computador. Depois de uns meses ele me disse que iria montar um computador e o curso já estava no fim, faltava apenas um mês. Com toda boa intenção disse que poderia ajudar ele a montar o micro, então ele me vira e diz.

- Não se preocupe, eu já sei o que quero. O professor do curso me disse que a melhor marca de placa mãe é a Asus e me disse que um dos melhores modelos atualmente é a A7S333. Vou pegar ainda um Athlon 2.2 (Me disse assim mesmo) e 256Mb DDR 266 para ser mais compatível com o Athlon. E a placa de vídeo acho que vai ser uma Geforce 4, que tá bom demais, roda todos os jogos atualmente fácil fácil.

Eu ainda para ver até onde isso ai perguntei da fonte:

- Fonte é tranquilo, vem uma de 450w no gabinete, isso sustenta até aquele novo Pentium de 64Bits.

Eu fiquei assim :zoio::wacko::blink::wow: . E imaginar que isso já estava no fim do curso e brevemente pode estar trabalhando em uma loja de informática.

Vocês que me desculpem, mas eu tenho certeza que aprendi muito mais e com infinitamente maior qualidade computação neste fórum do que estes cursos (isso porque a escola era ótima). Faculdade eu concordo que é uma enorme especialização e necessária para trabalhos mais robustos, agora estes cursos. :cry:

Geralmente esses "sobrinhos" que fazem asneira saem destes cursos.

E outra coisa. O tempo e conselhos de colegas me ensinaram. Trabalho para familiares é a pior roubada. Garantia Full Time, qualquer problema que nem seja relacionado ao que você fez tem culpa em você (mesmo que seja depois de 1 ano).

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Bem lembrado Spider_Rap.

Por experiência também, serviço para amigo é coisa rara, para parente então só se for emergência das grandes.

Eu também cansei de acordar as três da manhã com gente reclamando que o modem não funcionava, que a internet estava lenta, que o computador travou, que o gato mordeu o cachorro. Parante e "amigos", ninguém quer saber se você dorme ou come, ninguém liga para você no seu aniversário ou pergunta se está tudo bem.

Sequer Alô eles falam, a conversa já começa com "a minha internet não funciona" ou o pior delas, 4:30AM "Ô, cê sabê como faz para diminuir o tamanho da foto?"

Cara eu quero morrer com isso, nas festas de parentes então eu pareço um ninja já chego comprimentando todo mundo rapidinho e já me escondo em algum canto.

Pior que não adianta, apesar de saberem o meu nome eles insistem:

O namorado da minha prima...

- Ô, cê que é o cara que manja de rede???

:(

E não há nada pior do que primas, elas já chegam grudando e te puxando de canto, fazendo agrados, perguntam se eu quero alguma coisa da mesa....quando agente pensa que tá agradando e baixa a guarda.....

- Me ensina a mexer no Photoshop??

Como se eu fosse capaz de ensinar aquele monte de mulher a usar o programa em apenas três horas de festa, ninguém me pergunta se eu estou curtindo a ideia. <_<

Quem dera fosse apenas, reduzir o tamanho da foto, um ajuste simples aqui.... que nada, uma delas me falou:

- Eu quero que você pegue essa foto e me deixe com o corpo da Juliana Paes :wub:

- Levando em conta que você pesa 130 kilos, para quando você quer isso?

- Pode ser agora????

:angry:

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Bom pessoal,

A respeito deste problema dos "feras que mexem no computador" banalizando o trabalho sério de técnicos, designers, etc até pouco tempo atrás tinha uma visão apocaliptica :ahh: do assunto achando que realmente era o fim da linha para quem quer realmente prestar serviços profissionais e sobreviver com frutos deste trabalho.

Após bater de frente :muro: com as idéias do Quemel por outros fóruns da vida, e ler muito, muito mesmo cheguei a seguinte conclusão:

Ao contrário que eu pensava, não chegou o fim da linha, e sim à uma bifurcação onde você terá que escolher o caminho para onde deseja seguir. Ou você dança conforme a música, ou então "inventa" uma música (ou por que não um estilo de música) diferente. Traduzindo: ou você aceita que o mercado está desvalorizado, abaixa a cabeça e trabalha mesmo assim amargando prejuízos, humilhações e "encolhimento profissional" ou então INOVE.

Se é fácil inovar? Não, não é....e é justamente aí que está a diferença.

O processo de inovação deverá estar calcado numa base sólida de trabalho organizado/imagem e foco (pois é Quemel, acabou me convencendo.....) :D

Foco - você deve decidir para quem vai trabalhar. Defina o tipo de cliente que você irá atender seguindo um ou mais critérios (idade, profissão, renda, etc) e não fuja deste foco. Conselho: trabalhe para quem realmente valoriza e precisa de seu trabalho e que esteja disposto a pagar por ele.... ou será que vale a pena concorrer com os "tios dos sobrinhos nerds"?

Trabalho organizado/imagem - não se trata apenas de deixar sua sala impecável, com caixinha de parafusos separadas por tamanho e tipo. Defina claramente os serviços que irá realmente prestar; mantenha um cadastro o mais completo possível de seus clientes; seja pontual; desenvolva metodologias de trabalho; procure antecipar os problemas eventuais que possam eventualemente aparecer e esteja preparado para eles. Outra questão muito importante que normalmente não damos a devida atenção é a da imagem. Aparecer no cliente com tênis, calça jeans e camiseta você estará praticamente "pedindo" para seu cliente te desvalorizar. Eu sei não deveria ser assim, que a roupa não está ligada à qualidade do profissional, mas isso é fato, não adianta negar. Funciona como a embalagem de seu produto.

Tendo o foco definido e o trabalho devidamente organizado (essa parte até agora estou quebrando a cabeça) aí sim é hora de inovar. Observer o mercado de sua cidade e identifique as deficiências e trabalhe em cima delas. Procure fazer o que ninguém está fazendo. Como diz um dos ensinamentos de Sun Tzu: ocupe um lugar no mercado que NINGUÉM consiga ocupar.

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Olá pessoALL,

trabalho atualmente no programa "Empreendedores na Informática", transformando técnicos em consultores (ou para ser mais preciso, homens de negócios) e gostaria de compartilhar uma experiência com você.

No trabalho de campo conheci um garoto de apenas 17 anos que fatura cerca de R$ 1 mil por mês.....engraxando sapato :palmas:

Mas como? Simples! Ele não nasceu EMPREENDEDOR, pois isso não está no DNA, mas como gosta muito de ler uma vez um jornaleiro lhe deu uma PEGN velha e aquilo o fez sonhar, viajar....

Após juntar durante 6 meses uma grana comprou um terno.

Resumo da Ópera: já possui 3 ternos, trabalha duro durante 4 horas por dia, virou notícia, saiu na TV Globo (informado por mim, já que a empresa é minha cliente) e agora TODOS só querem engraxar com ele.

Possui um poderoso banco de dados: um caderno meio ofício de 96 páginas que anota os dados dos clientes, e até data de aniversário.

Por isso quando vejo técnicos reclamando que não ganham dinheiro por causa de "sobrinhos" fica a pergunta: e se não existissem "sobrinhos" no mundo, qual seria a sua próxima desculpa para não arranjar trabalho.

Em outro Forum, existe até um participamente que quer pagar metade do salário dele no primeiro mês para quem arranjar um emprego para ele.

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Bom, obviamente não se trata de iniciar uma "caça aos sobrinhos". Até porque o termo "sobrinho" foi usado, digamos, "genericamente".

O "sobrinho" pode ser qualquer parente. Mas pode ser também um conhecido, vizinho, etc, não necessariamente havendo algum grau de parentesco.

Pelo que eu entendi do tema proposto pelo tópico, o problema é aquele cliente que chega intencionando levar alguma vantagem financeira, daí começando à tentar literalmente "derrubar a moral profissional" de quem vai prestar o serviço.

Mas expondo em outras palavras o que eu disse anteriormente: o profissional tem que saber se impor.

E saber se impor não é "empinar o nariz" e dizer "eu sei tudo e você não sabe nada!".

Se "impor" significa conhecer profundamente o que faz e dominar todos os métodos possíveis para realizar a tarefa à qual se diz habilitado. Ou ao menos tentar chegar nesse estágio de "amadurecimento profissional".

Se não for assim, como contestar a opinião de um cliente que diz ter "aquele" sobrinho?

Acho que é por aí.

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Concordo com o Clemente, só para não estender muito digo:

O "sobrinho" não vive do serviço, o "sobrinho" não pode dar suporte e garantia do serviço executado pelo profissional bom e experiente, o "sobrinho" não está certo do que ele gostaria de fazer, o "sobrinho" é a justificativa para o jeitinho brasileiro, o "sobrinho" deixa de ser "sobrinho" quando dá um problema cabeludo que só o profissional sabe resolver. Enfim existe "sobrinhos" e "sobrinhos".

Ps: Ufa! Cansei de escrever tantos sobrinhos... :D

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Postado Originalmente por carmagedon666@07 jul 2004, 12:59

Tá certo que as crianças despertam atenção emotiva das madames e dos velhos, que todo mundo acha que juventude e sucesso é garantia de realização e com isso forçam a barra mesmo.

Criança é criança, e do trabalho escravo, da esmola da esquina, ou da propaganda elas deveriam estar protegidas.

Se vocês acham que tem algo errado com seu sobrinho dirigindo um filme de Hollywood aos 13 anos, por que o forçou a iniciar carreira aos 13 dias?

...

Apenas para que não se caia na tentação de fugir do assunto proposto: apesar de estar sendo empregada a palavra "sobrinho", a discussão não tem qualquer ligação com faixa etária, até porque existem "sobrinhos" de todas as idades.

A discussão aqui é sobre a falta de experiência e técnica que comprometem a qualidade do serviço, conforme o próprio enunciado da primeira mensagem do tópico.

Ou seja: a "clássica" cultura brasileira de substituir o "certo" pelo "duvidoso", o "bom" pelo "mais-ou-menos", o "fabricado" pela "gambiarra", o profissional pelo "meia-boca", etc...

Tudo isso por achar que profissionalismo é uma grande bobagem. E também para ter a sensação de estar economizando alguma coisa.

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Postado Originalmente por Clemente Silva@07 jul 2004, 13:23

Apenas para que não se caia na tentação de fugir do assunto proposto: apesar de estar sendo empregada a palavra "sobrinho", a discussão não tem qualquer ligação com faixa etária, até porque existem "sobrinhos" de todas as idades.

A discussão aqui é sobre a falta de experiência e técnica que comprometem a qualidade do serviço, conforme o próprio enunciado da primeira mensagem do tópico.

Ou seja: a "clássica" cultura brasileira de substituir o "certo" pelo "duvidoso", o "bom" pelo "mais-ou-menos", o "fabricado" pela "gambiarra", o profissional pelo "meia-boca", etc...

:D Aí fica diferente, se o caso é entregar um serviço especializado para alguém não habilitado, por motivos financeiros, chamá-lo de sobrinho é mera pieguice.

o que achei era o caso de colocar o sobrinho no colo e fazê-lo dirigir o carro, ou coisa assim, coisas simples e que quaisquer criança pode fazer, aí o moleque atropela alguém e já viu... :devil:

Cultura brasileira é chamar todo mundo de "primo", "irmãozinho", "compadre", "tiozinho" aí nesse caso desculpem-me mas não entro em discussões de família... :ZZZ:

Os computadores pessoais estão sendo fabricados para isso, todos coloridos, com cabos na cor do conector, etc. o ideal é realmente todos aderirem ao faça você mesmo, e levarem a um profissional apenas casos realmente difíceis, falou aí primo! :devil:

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Postado Originalmente por carmagedon666@07 jul 2004, 13:45

Os computadores pessoais estão sendo fabricados para isso, todos coloridos, com cabos na cor do conector, etc. o ideal é realmente todos aderirem ao faça você mesmo, e levarem a um profissional apenas casos realmente difíceis, falou aí primo! :devil:

É verdade...

MAS TEM GENTE MUITO CABEÇA DURA, Aff... :muro:

Conector do mouse é verde, o encaixe no micor é verde, o que a criatura faz? Encaixa no teclado!

Fora quando não liga invertido, entorta pino, etc...

Do jeito que está, daqui a pouco vai ter gente caindo morta na rua porque esqueceu de respirar...

:goff:

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Postado Originalmente por Clemente Silva@07 jul 2004, 10:27

Pelo que eu entendi do tema proposto pelo tópico, o problema é aquele cliente que chega intencionando levar alguma vantagem financeira, daí começando à tentar literalmente "derrubar a moral profissional" de quem vai prestar o serviço.

A metáfora do "sobrinho" é usada por 11 entre 10 palestrantes quando se trata de falar sobre valorização profissional.

O quote acima do Clemente (Sugiro a leitura de seu Livro - Antropomarketing, do Clemente Nobrega B) ) é preciso como bisturí cirúrgico.

Metáfora é como estamos usando o conceito de "sobrinho". Meu sobrinho de 10 anos não consertar computador, mas tem um negócio próprio no colégio que concorre com a cantina. Ele mesmo faz os doces que vende. Um empreendedor mirim.

Não devemos condenar os "sobrinhos-técnicos", pois como disse o Clemente (Leiam também seu outro livro - A Ciência da Gestão B)) serão os profissionais de amanhã.

Não devemos nem condenar os "tenicos de 10 reá", pois as vezes muitos lutam pela sobrivivência e não tem como investir em si próprio.

Afirmo isso porque pego "ténicos de dez reá" e os auxilio a se tornarem Técnicos em Manutenção classe A.

No tópico queremos apenas refletir para que os profissionais mesmo em inicio de carreira não se deixem intimidar ou aceitar essa desvalorização.

Podemos discutir como auxiliar os "sobrinhos-técnicos" e "tenicos de 10 reá" a se valorizarem e se tornarem melhores profissionais em outro tópico.

É só. Quem quiser que conte outra.

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Quemel eu cheguei a seguinte conclusão a muito tempo atrás, bem antes de retornar ao Brasil.

O povo brasileiro é um povo batalhador, mas não são todos. Aqueles "tenicos de 10 reá" querendo ou não ele faz "10 reá".

Enquanto o "bonzão sabe tudo" que só aceita aquilo que lhe convém, continua desempregado e a culpe é sempre de alguém, sempre. Nunca ele vai sentar, botar a mão na cabeça e assumir que a culpa é dele.

A culpa é do governo, é do imposto alto, sempre algo é motivo para ele deixar de fazer algo e é um atenuante para o próprio ego que a culpa é de terceiros.

Conheço uma Sra. que vende espetinho de carne a R$1,00 (muito gostoso diga-se de passagem) que tem casa, dois carros na garagem isso desde a minha época de escola e ela ainda continua no mesmo lugar com o mesmo carrinho.

Quem olha essa mulher, nunca vai imaginar que ela tem uma boa casa ou tem bens materiais que muitos não tem. O meu avô trabalha nos correios e uma vez por ano ele viaja para a Europa, EUA, Ásia e não apenas tem condições de viajar mas comprar coisas, olhando ele você não dá nada pela maneira que ele se veste.

Para essas pessoas pouco importa se a bolsa quebrou ou se o dólar aumentou, pois tem muita gente que gostaria de vender churrasquinho na rua e culpa todo mundo que não dá certo. E no nosso caso é a mesma coisa, nós culpamos aqueles "tenicos de 10 reá" mas eles fazem os "10 reá" por dia, muitos nem isso conseguem.

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Postado Originalmente por Daniel Barros@05 jul 2004, 18:53

Hoje em dia como o conhecimento é mais acessível, qualquer um acha que sabe.

Na verdade eu acho até bom por que sempre o cliente volta depois de ter sido atendido pelos "entendidos" nessas horas faço questão de cobrar mais caro do que se o cliente tivesse vindo primeiramente a mim para resolver o problema.

Caro Daniel,

essa sua atitude é a mais correta. Para consertar equipamentos de clientes eu cobro X, mas para dar "uma martelada" feita por técnicos eu cobro 4X.

Isso já deixo claro logo no primeiro encontro ver Como diminuir riscos com os clientes , mas não fecho o canal e nem uso da famosa "Pedagogia do Terror". Ao cliente preciso dar toda a liberdade para que ele faça as escolhas que se adaptem ao seu bom senso e até ao seu bolso.

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Interessante este texto , mas na informatica e ###### , eu tinha toda uma "interface" para fazer uma assistencia tecnica nos fundos de casa para consertar os computadores , eu cobrava o justo , sem querer explorar , vinha a historia do sobrinho , do amigo que fazia barato , confio tanto no meu taco que tinha um termo de garantia lavrado em cartório garantindo 3 , 6 meses de garantia quando fazia servico , e mesmo assim choravam , e muitas vezes cobrava pouco para poder ter alguma sobrevida , ate que acabei parando , pois e complicado trabalhar com pobre não so financieramente mas como de espirito . E que nem no futebol , quando o cara e ruim , mal ele pega na bola e a torcida grita ou para sair , ou para tocar para quem sabe.

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  • Membro VIP

Tem uma história de uma oficina de eletrônica daqui, que uma vez o cliente chegou, botou uma TV em cima do balcão, e foi dizendo "a tv pifou, mas tenho certeza que é apenas algum fiozinho solto, coisa barata". O dono simplesmente pegou chave de fenda, ferro de soldar, etc, largou em cima do balcão e disse "então o Sr. pode consertar sozinho, certo?" O cara baixou a bola, ficou sem jeito e aceitou o orçamento feito...

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Caro Wellington,

após 10 anos de trabalho como autônomo(registrado na Secretaria de Fazenda do DF e recolhendo ISS trimestral) resolvi abrir uma empresa individual (categoria Empresário pelo Novo Código Cívil).

1º a burocracia

2º a demora nos provedimentos

3º tudo o que ganhar vou deixar 40% para o governo e ainda sim continuar pagando plano de saúde, escola particular, segurança privada, etc, etc e etc.

Por isso desistir. Prefiro ganhar pouco, do que ganhar muito e entregar o fruto do meu trabalho a esse governo miserável que está ai.

Nosso país é maravilhoso, bonito e abençoado por Deus, mas tem um povinho que vive aqui. É tanto corrupto para caçar que as vezes que nem que prendêssemos todos e não teria cadeia suficiente.

De qualquer forma, vamos tentando transformar os ténicos de 10 Reá a ser o Consultor classe A.

bração, B)

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