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O "mercado cinza" e sua ilegalidade: Windows por menos de R$ 500,00?


KairanD

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Caros usuários,

 

encontramos frequentemente em nosso Fórum discussões a respeito de licenças do Windows supostamente muito baratas e "funcionais". Este tópico visa esclarecer questões envolvidas ao redor do tema, demonstrando porque tais produtos são ilegais e não devemos comprá-los. A figura abaixo apresenta um exemplo do problema:

 

windows pirata.png

 

Primeiramente, uma questão básica: funcionamento de mercado. Atualmente,  em janeiro de 2019, o Windows 10 Home é comercializado por R$560,00 na loja da Microsoft. O Windows 10 Pro, versão mais completa e com funcionalidades voltadas às empresas, é comercializado por R$810,00 na loja da Microsoft. Portanto, pode-se perguntar, caro usuário, como uma empresa poderia vender um produto de centenas de Reais por apenas R$70,00 (ou mesmo menos!)? Certamente que não é por caridade. A resposta dessa pergunta é muito simples: as licenças em questão são completamente ilegais.

 

Revendedores autorizados podem conseguir algum desconto em negociação direta com a Microsoft, mas é simples perceber que seria impossível atingir valores tão baixos quanto R$70,00, não? A ilegalidade é deduzida facilmente a partir do próprio preço do produto, pois é completamente inviável que um software que custa centenas de Reais nos meios oficiais seja vendido por esses valores irrisórios.

 

E as licenças funcionam? Pois bem, geralmente (mas nem sempre) é possível ativá-las. E dessa forma seu Windows passa a ser "original"? Não! As licenças em questão são provenientes de algo que chamamos de "mercado cinza de keys". Essas licenças são obtidas de maneiras ilícitas, dentre elas:

 

  • Desvios de licenças destinadas aos fabricantes e montadores de computadores (contendo inclusive versões que não deveriam ser disponibilizadas de forma avulsa ao consumidor final, o famoso "OEM"). Toda licença OEM (não confundir com COEM) vendida diretamente ao consumidor final é ilegal. A licença OEM sempre deve acompanhar um equipamento;
  • Desvios de licenças compradas em grande quantidade para utilização em domínios específicos de empresas. Ou seja, revenda ilegal para pessoa física;
  • Desvios de licenças entregues a Youtubers, sites de review e influenciadores digitais, que acabam comercializando os produtos, que não deveriam ser revendidos;
  • Desvios de licenças voltadas ao setor educacional, destinadas, por exemplo, a computadores de laboratórios de universidades;
  • Desvios de licenças que deveriam ser utilizadas em computadores de instituições públicas;
  • Licenças compradas com cartão de crédito roubado;
  • Licenças provenientes de contas hackeadas;
  • Licenças provenientes de empresas hackeadas;
  • Outras formas.

 

Embora essas licenças possam até funcionar em primeiro momento, sua ativação é instável e pode ser suspensa a qualquer momento pela Microsoft. Cabe ressaltar que, segundo a empresa, sistemas ativados com essas licenças constituem ilegalidade. Ou seja, usar um desses produtos, no fim das contas, não é muito diferente de simplesmente pegar um crack e burlar o sistema. Portanto, você estará cometendo um crime do mesmo jeito e não terá qualquer acesso ao suporte da Microsoft. As únicas licenças legítimas são vendidas pela própria Microsoft ou revendedores autorizados pela empresa.

 

Aqui está um artigo sobre o "mercado cinza", voltado às licenças de jogos, mas a prática criminosa para sistemas operacionais é a mesma: https://www.polygon.com/2015/2/9/8006693/the-truth-behind-those-mysteriously-cheap-gray-market-game-codes

 

Conclui-se que, ao comprar ou recomendar licenças ilegais, você pratica um ato antiético e ainda paga por isso, além de contribuir com o sustento do crime organizado e especializado nesses golpes. Cabe ressaltar que licenças ilegais podem ser encontradas em sites como Kingwin, G2A, Goodoffer24 e até mesmo Amazon, Submarino, Lojas Americanas, Kabum!, Magazine Luiza e Mercado Livre, dentre outros, já que deixam de filtrar adequadamente os anúncios de terceiros. Isso ocorre devido ao marketplace: essas empresas cedem o espaço a outros anunciantes que, então, comercializam as licenças fraudulentas. No caso da Kabum!, por exemplo, é importante verificar se existe o selo "vendido por Kabum!" para se certificar de que se trata de um produto original e vendido diretamente pela empresa.

 

Considerando as diversas restrições e abrangências das nossas Leis, inclusive o Código de Defesa do Consumidor (CDC), e por não termos como identificar a procedência das licenças no "mercado cinza", assim como identificar se o agente vendedor é uma empresa com licença para esse tipo de comércio, funcionário da empresa, representante de empresa ou mesmo usuário final (lembrando que usuário final de qualquer espécie não tem permissão para comercializar sua licença de acordo com os termos de uso da Microsoft), esse assunto não é permitido e nem tratado no Fórum. O Clube do Hardware não apoia a violação de direitos autorais ou a pirataria e discussões a respeito desses assuntos poderiam nos causar problemas, assim como a você.

 

Da próxima vez que encontrar anúncios com jogos, programas diversos e sistemas operacionais vendidos por preços duvidosos, desconfie e denuncie. E pense duas vezes antes de recomendar essas bombas-relógio criminosas para outras pessoas.

 

Uma opção seria utilizar, no lugar do Windows 10, uma das inúmeras distribuições GNU/Linux gratuitas disponíveis. Sistemas como Ubuntu, Linux Mint, Pop!_OS e Manjaro são extremamente fáceis de usar e muito competentes (inclusive para jogos). Usar o Windows 10 sem ativar também constitui violação dos termos de uso da Microsoft.

 

Tópicos envolvendo o "mercado cinza" serão fechados e redirecionados para este, ocorrendo a remoção de links associados a anúncios irregulares.

 

Para acrescentar, assistam a este vídeo do Diolinux:

 

 

Obrigado pela compreensão.

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