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Sistema de arquivos


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Sistema de arquivos

Introdução

Todos nós sabemos que dados - sejam eles partes de programas ou dados propriamente dito, como um texto ou uma planilha - devem ser armazenados em um sistema de memória de massa, já que a memória (RAM) do micro é apagada quando desligamos o computador. Memória de massa é o nome genérico para qualquer dispositivo capaz de armazenar dados para uso posterior, onde incluímos disquetes, discos rígidos, CD-ROMs, ZIP drives e toda a parafernália congênere.

Dados são armazenados em forma de arquivos e a maneira com que os arquivos são armazenados e manipulados dentro de um disco (ou melhor dizendo, dentro de um sistema de memória de massa) varia de acordo com o sistema operacional.

A capacidade de armazenamento

Na maioria das vezes, um disco é dividido em pequenas porções chamadas setores. Dentro de cada setor cabem 512 bytes de informação. Multiplicando-se o número total de setores de um disco por 512 bytes, teremos a sua capacidade de armazenamento.

No caso de um disco rígido, ele possui na verdade vários discos dentro dele. Cada face de cada disco é dividida em círculos concêntricos chamados cilindros ou trilhas. Em cada trilha temos um determinado número de setores. É claro que toda esta divisão é invisível, pois é feita magneticamente. Para sabermos qual o número total de setores de um disco rígido, basta multiplicarmos sua geometria, ou seja, o seu número de cilindros, lados (parâmetro também chamado de "cabeças") e setores por trilha. Um disco rígido que possua a geometria 2448 cilindros, 16 cabeças e 63 setores por trilha, terá 2448 x 16 x 63 = 2.467.584 setores. Multiplicando-se o número total de setores por 512 bytes, teremos sua capacidade total, no caso 1.263.403.008 bytes.

Importante notar que 1 KB não representa 1.000 bytes, mas sim 1.024, assim como 1 MB não representa 1.000.000 de bytes, mas sim 1.048.576. Muita gente arredonda e acaba errando nas contas. Lembre-se: 1 KB = 210, 1 MB = 220 e 1 GB = 230. No exemplo dado, o disco rígido seria de 1,18 GB (basta dividir a capacidade que encontramos em bytes por 230 para encontrarmos o resultado em gigabytes) e não 1,26 GB como seria de se supor.

O sistema de arquivos FAT-16

O sistema de arquivos utilizado pelo MS-DOS chama-se FAT-16. Neste sistema existe uma Tabela de Alocação de Arquivos (File Allocation Table, FAT) que na verdade é um mapa de utilização do disco. A FAT mapeia a utilização do espaço do disco, ou seja, graças à ela o sistema operacional é capaz de saber onde exatamente no disco um determinado arquivo está armazenado.

Existem várias posições na FAT, sendo que cada posição aponta a uma área do disco. Como cada posição na FAT-16 utiliza uma variável de 16 bits, podemos ter, no máximo, 216 = 65.536 posições na FAT. Como em cada setor cabem apenas 512 bytes, concluímos que, teoricamente, poderíamos ter discos somente de até 65.536 x 512 bytes = 33.554.432 bytes ou 32 MB.

Por este motivo, o sistema FAT-16 não trabalha com setores, mas sim com unidades de alocação chamadas clusters, que são conjuntos de setores. Em vez de cada posição da FAT apontar a um setor, cada posição aponta para um cluster, que é um conjunto de setores que poderá representar 1, 2, 4 ou mais setores do disco.

Tamanho do Cluster Capacidade Máxima de Armazenamento
2 KB 128 MB
4 KB 256 MB
8 KB 512 MB
16 KB 1 GB
32 KB 2 GB

Desperdício: Um grave problema

O tamanho do cluster é definido automaticamente pelo sistema operacional quando o disco é formatado, seguindo a tabela. Um disco rígido de 630 MB utilizará clusters de 16 KB, enquanto um de 1, 7 GB utilizará clusters de 32 KB.

Como a menor unidade a ser acessada pelo sistema operacional será o cluster, isto significa que os arquivos deverão ter, obrigatoriamente, tamanhos múltiplos do tamanho do cluster.

Isto significa que um arquivo de 100 KB em um disco rígido que utilize clusters de 8 KB obrigatoriamente ocupará 13 clusters, ou 104 KB, pois este é o valor mais próximo de 100 KB que conseguimos chegar utilizando clusters de 8 KB. Neste caso, 4 KB serão desperdiçados.

Quanto maior o tamanho do cluster, maior o desperdício. Se o mesmo arquivo de 100 KB for armazenado em um disco rígido que utilize clusters de 16 KB, ele obrigatoriamente utilizará 7 clusters, ou 112 KB. E, para o caso de um disco rígido com clusters de 32 KB, este mesmo arquivo ocupará 4 clusters, ou 128 KB.

O desperdício em disco é um dos maiores problemas do sistema FAT, característica que chamamos de slack space. Quando maior o tamanho do cluster, mais espaço em disco é desperdiçado.

Para saber qual o tamanho do cluster que está sendo utilizado em seu disco rígido, basta utilizar o comando CHKDSK, observando a linha "xxxxxx bytes em cada unidade de alocação", onde "xxxxx" é o tamanho do cluster em bytes.

Sistema de arquivos
Figura 1: Clusters de 32 KB: a causa do desperdício de espaço em discos rígidos.


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Comentários de usuários

Respostas recomendadas

é.. um tópico um pouquinho antigo esse, mas eu achei que vale a pena comentar.. o artigo foi muito interessante na minha opinião ;) fiz aqui e vi que o tamanho do cluster do meu hd é de 8mb, menos desperdicio, se comparado ao do exemplo.. mas ja faz um bom tempo que o topico foi criado, então talvez ja esteja bem ultrapassado tb... e o autor está de parabéns, pena que ninguem alem de mim comentou nesses ultimos 11 anos que se passaram da criação do topico rsrs

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Muito interessante o artigo, embora tenha 15 anos, não é datado, pois, esses sistemas de arquivos ainda são muito usados nos dias atuais, muito interessante.

Sem contar que o Partition Magic está aí até hoje, firme e forte!

Seria interessante incluir(atualizar com) os sistemas EXT2, EXT3 e afins.

Parabens!

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  • Membro VIP

Já  usei muito o Partition. Mas essa da MS recomendar que compre livros sobre o assunto é  um absurdo da parte deles. Seus livros antigos de hardware tinham mais informações sobre o sistema do que a própria empresa disponibilizava aos usuários.

  • Obrigado 1
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  • Membro VIP

Partition Magic de fato era um excelente programa. Até uns 15 anos atrás. De lá para cá, foi descontinuado não é mais recomendado. Por exemplo, com todos discos usando setores físicos de 4 KiB, o PM não alinhará as partições corretamente e causará perda de desempenho.

 

Se o artigo for atualizado, é melhor recomendar o GParted, que pode ser usado com qualquer mídia live Linux. É ativamente desenvolvido e faz o que o finado Partition Magic fazia.

 

Acho que há programas freeware similares para Windows, mas estou por fora.

  • Curtir 1
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