Com certeza você já se perguntou por que os cartuchos de impressora são tão caros. Muita gente acha que é pura e simples "roubalheira" e, por isso, acaba optando por um modelo genérico ou recarregando várias vezes o mesmo cartucho. Mas o que pouca gente sabe é que há muito mais tecnologia naquela "caixinha de tinta" do que sonha nossa vã impressão.
Além das tintas, um cartucho contém, em média, mais de 15 componentes. Na maioria das vezes, a tinta acaba mas esses outros componentes ainda estão novos e acabam sendo jogados no lixo – inclusive a cabeça da impressão, que em quase todas as marcas está montada no cartucho, e não na impressora. Em tempo: apenas nos modelos Epson a cabeça está na impressora, o que torna o cartucho mais barato e não descarta um componente quase novo. Mas os concorrentes contra-atacam afirmando que isso causa os freqüentes casos de entupimento nas impressoras dessa empresa.
Numa visita à fábrica da Lexmark, em Lexington, no estado de Kentucky, Estados Unidos, vimos que o preço do cartucho se justifica pelo investimento em tecnologia e em Pesquisa & Desenvolvimento, com o intuito de buscar mais qualidade, durabilidade e fidelidade às cores em cada impressão.
No Laboratório de Ciência de Cor Inkjet (Figura 1), os cientistas implementam algoritmos de processamento de imagem e tabelas de reprodução de cores. Uma das funções é converter o RGB (de red, green e blue, as cores primárias das cores-luz) do computador para pontos CMYK (de cyan, magenta, yellow e key, que representa o preto) na página impressa. Nessa área também se definem as cores usadas na impressão de cada continente, já que a preferência varia de local para local.
Nas Américas, por exemplo, os consumidores preferem cores fortes e avermelhadas, de um jeito que pareça que a pessoa está sempre bronzeada. Na Europa, preferem-se tons mais pálidos, assim como na cultura oriental, mas com algumas diferenças de nuance. Um fato curioso é a reação dos orientais às fotos dos americanos. "Em vários testes que realizamos, os japoneses olhavam para as fotos e diziam: 'eles parecem bêbados!', referindo-se aos tons avermelhados do rosto dos fotografados", divertia-se um dos cientistas. "Esse é um claro exemplo de que a cor ideal na foto não é a próxima à realidade, mas sim, a cor que o consumidor deseja ver estampada. Muitas vezes deseja-se uma foto com céu azul-anil, mesmo que essa tonalidade não seja a que corresponda à realidade", explica.
Figura 1: Laboratório de Ciência de Cor Inkjet da Lexmark.
No Laboratório de Química Analítica (Figura 2) garante-se a pureza da tinta. Através de aparelhos como o espectrômetro de plasma é possível medir com exatidão os componentes da tinta e do toner, garantindo a inexistência de impurezas. Dessa forma garante-se o mínimo de "sujeira", eliminando as chances de entupimento do bico.
Figura 2: Laboratório de Química Analítica da Lexmark.
Já a qualidade da precisão com que o ejetor libera a tinta é controlada no Laboratório de Física da Impressão (Figura 3). Aí são medidos o tamanho, a forma e a trajetória de cada gotícula de tinta.
Figura 3: Detalhe do ejetor de tinta liberando uma partícula de tinta. No Laboratório de Durabilidade de Imagem (Figura 4), as amostras de impressão são avaliadas sob várias condições de iluminação (incandescente, fluorescente, luz solar simulada etc); temperatura; exposição a gases e condições climáticas, simulando diferentes desgastes que uma impressão pode ter nas mãos de seus usuários. Assim, é possível dizer, por exemplo, o tempo de vida de uma foto produzida por determinada impressora. O mais bacana é que os testes são feitos com diversas marcas de papéis fotográficos. Mas é claro que a equipe trabalha para que a maior durabilidade seja com papéis da própria Lexmark. Por isso, o casamento perfeito sempre acontece entre a tinta e o papel de marcas iguais (impressão Lexmark em papéis Lexmark, HP em papéis HP etc). No caso da Lexmark, a maior durabilidade chega a 200 anos, nas fotos impressas em papel Premium Glossy da própria empresa e com cartuchos com tintas Evercolor Photo (usados nas novas multifuncionais P4350 e X3350).
Figura 4: Laboratório de Durabilidade de Imagem da Lexmark.
Outros laboratórios medem a capacidade eletromagnética (afinal, queremos que nossa impressora não sofra interferência, e nem interfira, em nenhum outro equipamento eletrônico, não é mesmo?); criam designs futurísticos (existem até protótipos de impressoras para daqui a 30 anos); testam a facilidade com que diferentes consumidores reagem à usabilidade das impressoras; e até usam e abusam dos lançamentos dos concorrentes, para checar no que mais a Lexmark pode melhorar.
Figura 5: Laboratório de Compatibilidade Eletromagnética da Lexmark.
Figura 6: Protótipo sendo esculpido no Laboratório de Design da Lexmark.
Figura 7: Laboratório de Teste de Usabilidade da Lexmark.