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kaiserlautern

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Reputação

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  1. estão logo recebi uma copia desse artigo, que parecia mais um "hoax", numa lista de discussão de professores de Telemática do CEFET-CE, enviei a mensagem reproduzida abaixo: No sentido contrário da linha de raciocínio dos leitores que resolveram contestar as inverdades técnicas do artigo do Sr. Andersen K. Pellegrini - que realmente chegam a desacreditar o objetivo principal -,vejo que tal postura não ajuda em nada os interesses dos consumidores brasileiros. Prefiro, portanto, defender a grande verdade do artigo, que é a de afirmar que os brasileiros estão, sim, sendo lesados pelas empresas de telecomunicações que atuam no Brasil. Mas sempre que afirmamos que algo é ruim, devemos ter uma referência de algo que seja bom, certo? Pois bem, por 29,90€/mes (uns R$75,00*) -e sem nenhuma taxa de instalação a ser paga- é possível adquirir na França uma assinatura de ADSL2 (chamada FreeBox) que dá direito a: -Internet a, teoricamente, 24Mb/s (na pratica o máximo que alcancei foi 10Mbps). Mas deve ser problema de qualidade/distancia da minha linha telefonica. -Televisao: mais de duzentos canais com imagem de qualidade digital. -Telefonia gratuita: ligacao gratuita p/ telefones fixos de toda a França e outros 14 paises (europa, EUA, Canada, China,etc) -canal play: uma especie de video-locadora. Ou seja, você pode alugar filmes (hoje a maioria custa 1,99€/24 horas) sem ter de sair do sofá. Quem não quiser gastar esses 1,99 Euros por filme pode assistir a todos os trailers de graça ;-) -wireless: a freebox funciona como access point. Assim, quem tiver um computador com placa wifi, poderá acessar diretamente a internet sem necessidade de fio. Melhor do que isso: se você tiver um telefone celular e estiver no raio de ação dessa rede wifi, as ligaçoes feitas do celular serão "escoadas" automaticamente via a freebox, o que proporciona uma economia considerável, uma vez as tarifas para celular da freebox são muito mais baratas. A principio, achei meio desnecessária essa funcionalidade, afinal quem usaria um celular pra ligar de casa, se possui já uma linha fixa? Depois vi uma estatística de que 40% das ligaçoes de celulares na França são feitas em casa. -hospedagem de páginas para o assinante de até 1GByte. -número ilimitado de contas de e-mail. -telefonia SIP: de qualquer lugar do mundo que tiver acesso a internet você pode acessar o servidor SIP da Free para fazer ligaçoes a partir de sua freebox, pagando, claro, as tarifas da free. Lembro que todos esses serviços estão incluídos nessa assinatura básica. Há, porém, outros serviços que não incluo aqui porque são pagos à parte. Quem quiser conferir, é só acessar www.free.fr. No começo só havia a Free que oferecia esse tipo de serviço na França. As outras logo chiaram, mas agora todas estão praticando serviços/custos semelhantes. Agora pergunto, que serviço aí no Brasil se aproxima, a esse custo, desses oferecidos aqui? quando no Brasil estive, julho passado, fui obrigado de assinar um serviço de banda larga, e escolhi o ultra/mega/hyper/super pacote de 1Mbps da Velox, a um custo de, se me lembro bem, 150 Reais/mês (60 Euros/mês). A que se deve tamanha disparidade? não acredito naquele velho e surrado discurso de "primeiro mundo versus terceiro mundo". Por exemplo, quando mostro a interface e todas as funcionalidades do internet banking do Banco do Brasil a meus colegas franceses, eles ficam "babando". Nenhum banco na França tem algo que passe perto. No entanto, trata-se também, basicamente, de um serviço que demanda muita tecnologia. Se podemos oferecer serviços a esse nível no setor bancário, porque não podemos fazer o mesmo no setor de telecomunicações? não acredito que os equipamentos comprados por essas multinacionais aí do Brasil e repassados aos consumidores devam ser inferiores (até porque hoje em dia o preço do hardware é o que menos pesa nas planilhas de custo). Uma boa desculpa seria a distância da linha - o chamado enlace local. Digamos que, em média, a distância entre central e assinantes no Brasil seja um pouco maior que as daqui. Em todo caso, a título de comparação, a distância da minha casa à central é de 1.200 metros. Assim, quem aí no Brasil estivesse a uma distância igual ou inferior a esta, deveria poder gozar de uma taxa teórica pelo menos igual. Outra coisa é o backbone das provedoras. não adianta fornecer 20Mbps a cada assinante, se depois todos eles juntos vão disputar uma mesma banda de 10Mbps. Aí entra em questao os custos para manter os links nacionais/internacionais. Uma experiência prática me mostra que estes custos realmente devem ser bem altos no Brasil: para fazer uma ligação VoIP da FRança para o Brasil custa o dobro do que para Argentina, Chile, Colômbia ou México. Mas o porquê desses custos tão altos não se pode creditar dessa vez, felizmente, no chavão "1o mundo vs. 3o mundo" (a não ser que se queira dizer que os países da America Latina acima estão melhores colocados do que nós no item desenvolvimento, o que seria um absurdo). Resumindo, nada, a meu ver, justifica tamanha disparidade. Se essa diferença fosse menos gritante, poderiamos creditá-la a esses problemas apontados. Acho que se trata basicamente de "maximização burra" de lucros. É certo que a densidade de consumidores com poder aquisitivo para esse "luxo", que é a Internet, é bem maior por estas bandas, o que aumenta o apetite dos empresários por investimentos. Mas, acho que o que está faltando no Brasil são empresas que resolvam apostar na maximização dos lucros, sim, mas ganhando menos de mais pessoas em vez de ficar comodamente espoliando uma base minúscula de usuários "felizardos" que tenham condições de pagar preços exorbitantes por serviços ruins. COm isso, aproveito também a ocasião para desfazer o mito de que o pessoal do "primeiro mundo" (ô expressãozinha irritante) tem melhores serviços porque pode pagar mais. Duvido que alguém na Europa se submetesse a pagar, como se faz no Brasil, 60 Euros/mês por uma ultra/mega/power conexão de 1MBps (ah, sem falar na provedora, que é por fora). Por outro lado imagino que muitos milhões de brasileiros que hoje estão no lado baixo do "fosso digital" passariam para o lado de cima, se tudo o que tivessem de pagar fosse 75 reais para ter os serviços acima descritos. E os muitos que não teriam condições poderiam, a esse preço, ser bancados pelos fundos setoriais, que, aliás, ainda não mostraram para que vieram (pelo menos ainda não vi ninguém portando um adesivo do tipo: "eu também fui beneficiado pelo FNDT" ou "I love FUST" ;-). É muita grana que poderia estar sendo utilizado pra pesquisa, pra universalização das telecomunicações, enfim, pra baratear custos. Para terminar, acho que tudo isso só pode ser combatido por consumidores esclarecidos, ajudado por um orgao governamental eficiente de controle dos operadores de telecomunicaçoes. Será que a Anatel está tendo essa preocupaçao, de assegurar que consumidores brasileiros tenham serviços pelo menos próximos aos de outros paises? Claro que as coisas poderiam ir muito mais rápidas se houvesse a ajuda do empresário descrito acima, que aposta na maximizaçao dos lucros via maximização dos usuários. Mas pensando bem, esse não parece um cenário muito provável no Brasil atualmente.

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