Olá Joakim,
andei pesquisando em diversos lugares (http://www.ebah.com.br/content/ABAAABPegAC/fator-potencia ) e me parece realmente haver um equívoco por parte de vocês no entendimento da potência aparente e potência útil.
Vou explicar porque. Seguindo a fórmula:
Potência aparente(VA) = potência ativa (W) + potência reativa(VAr) OBS: Adicionando uma correção, que esta soma de potências na realidade é vetorial e não escalar.
Caso estejamos trabalhando com equipamentos puramente resistivos, por exemplo, lâmpadas, a potência reativa requerida é igual a 0, logo, toda a potência calculada será resultante da potência ativa (potência = potência ativa + 0). Neste caso, podemos afirmar que 1W exigido pela lâmpada é igual a 1VA.
No entanto, nem todo equipamento necessita puramente da potência ativa, precisando também de uma carga extra, que é a potência reativa, quando existem indutores, capacitores, etc. apenas para alimentar o campo magnético gerado por estes componentes.
Assim, uma fonte de alimentação, por não ser puramente resistiva, a potência reativa é necessariamente diferente de 0.
Então, não podemos ignorar a parte da fórmula referente à potência reativa, sendo então dada por:
Potência aparente(VA) = potência ativa (W) + potência reativa(VAr) (sendo a potência reativa algum valor > 0).
O que está havendo confusão, é que você, consumidor, paga pelos Watts (potência ativa) e não pelos VAs, mas isso não quer dizer que quem fornece a energia está tendo que produzir apenas a potência ativa, mas também a reativa. Tanto é verdade, que todo o sistema para dimensionamento de cabos e equipamentos na indústria faz o cálculo em VA, e não em Watt. Além disso, a prestadora de energia estabelece limites mínimos de fator de potência para a indústria, justamente por ser uma carga excessiva em que os transformadores da prestadora precisam suportar, mesmo que parte dela seja inutilizada/retornada à rede.
Por isso, diante de tudo o que eu pesquisei sobre o assunto, a potência em Watt serve apenas para você saber o quanto seu aparelho consome de forma útil, que será cobrado por você na sua conta de energia elétrica. Mas para um sistema que fornece energia elétrica, não basta saber apenas a potência útil, mas a potência aparente (apesar do nome).
No exemplo da sua fonte de 875W, este valor se refere apenas à potência ativa, sendo apenas uma parte da fórmula.
Assim, um no-break que seja capaz de fornecer 1200W, não seria capaz de suportar a sua fonte de 875W (em carga plena) com FP de 0,65, pois na realidade não são apenas 875W, e sim 875W (ativo) + 471VAr (reativo) que o no-break estaria tendo que produzir.