No fundo, acho que tudo isso ainda é reflexo do "custo Brasil" mesmo - da parte do governo.
Já vi quem trabalha com importação, o pessoal trabalha com uma insegurança danada, pois nunca sabe o que vai passar ou não; principalmente os pequenos importadores.
E o que influencia mais não é o custo da importação - que são altíssimos, diga-se de passagem - mas o fato de que não se consegue dar um prazo pro clienrte. Afinal, nunca se sabe quanto tempo o produto vai ficar na alfândega.
Já ouvi também, muitos casos de taxas cobradas indevidamente, e muita gente que inclusive deixou o produto na alfândega, pois sairia mais caro tirar o produto da alfândega do que comprar um novo (!).
Toda essa burocracia, esse ritual em que o empresário tem que implorar à receita para que esta libere o seu pedido, espanta o empresário desse setor. Já vi muita gente dizendo que importadoras são "barco furado" e só dão prejuízo.
Assim, os poucos que se arriscam colocam o preço que querem, pois o governo nos faz o favor de desestimular a concorrência.
Não vamos ser ingênuos e pensar que as pessoas fazem preços baixos porquê são boazinhas e não querem explorar. As pessoas em geral querem ter o maior lucro possível - e isso não é necessariamente ruim.
Mas preços não diminuem por decreto, como os inúmeros planos já nos confirmaram. Preços só diminuem por concorrência.
Enquanto o governo não desburocratizar esse setor, não vai ter concorrência e os preços vão continuar como estão. A internet ainda não retirou a barreira física da alfândega.