Perrengue na análise da sucata do SSD Tronos TRS256G-SSD YS9082C HCS1A25C

[Pincipi]

Adquiri ele num lote de sucata com a intenção de tentar analisar porque ele veio parar no lixo eletrônico.

Junto com outros SSD:

A primeira coisa que notei é que ele não é detectado tanto na porta SATA como no adaptador USB.

A case dele é esta:

Aqui está depois de aberta, na realidade eu havia feito a foto antes de abrir mas, o pendrive que usei para salvar as fotos deixou de funcionar, aliás, os dois computadores que usei nos testes deste SSD ficaram lentos, dando tela azul e não desligam normalmente, mesmo trocando o disco de inicialização, rodando antivírus, formatando etc. Isso já seria assunto para outro post mas, fica a observação e que deve existir algo de especial nesta unidade em análise.

Como ele não foi detectado, abri a caixa para ver o que tinha dentro e tentar achar alguma coisa aparentemente queimada:

Esta é a placa que encontrei:

Com a controladora YS9082HC:

E as nands MT29F512G08EBLCE:

A ver esta placa me lembrei de que já tive uma destas:

Com a placa em amostra, acessei os dois orifícios identificados com ROM e fiz um curto circuito ou jumper entre eles com um arame de amarrar pão. Ao ligar conectado na porta SATA ele foi detectado como:

SG9081CC-1 é a controladora dele com 2,1GB que são internos dela para se gravar a firmware.

Ele tem três LEDs e apenas os dois vermelhos próximos ao jumper ROM ficam piscando ou permanecem acessos, por enquanto não sei o significado das combinações de piscar

Até aqui eu imagino que a controladora esteja boa e que apenas o firmware dela foi corrompido e por isso que o SSD não é detectado e para minha surpresa, depois de remover o jumper, o SSD foi detectado normalmente:

Normalmente nestes casos em que o SSD é inicialmente não detectado e depois é detectado fazendo o jumper no modo ROM, ao desfazer o jumper, o SSD volta à condição inicial de não ser detectado.

A esse comportamento diferenciado eu dou o nome de intermitência, em outras palavras, o SSD funciona quando ele quer.

Colocando ele num case, como escravo, o gerenciador de discos enxergou ele assim:

Aparentemente tudo normal, até abriu a pasta vazia, sem nenhum arquivo porém, deu para ver que foi criada em 2022, no CrystalDiskInfo apareceu assim:

Saudável, convém frisar que demorou bastante tempo até ele me mostrar estas coisas, a leitura dele é bem lenta.

Mesmo com essa falsa aparência de saudável observei que os hosts gravados e lidos tem a mesma numeração, outro indício de que a firmware foi corrompida, o número de horas ligado é de 1.323.186 ou 55.132 dias ou 151 anos de funcionamento e ligado apenas 31 vezes, eis ai mais um dado que confirma minha tese de firmware corrompida, que a propósito é a HCS1A25C.

Tentei excluir partições e gravar zeros mas, na primeira tentativa não vai, só consegui depois de tentar algumas vezes, coisa normal para defeito intermitente.

Na parte de verificação, foram encontrados alguns BADs ou setores defeituosos:

A verificação não conseguiu ir até o fim porque o SSD morreu momentaneamente ou deixou de ser detectado de novo, às vezes detecta e às vezes não detecta.

De posse das informações que consegui, baixei o flash id para a Yeestor:

Aqui no modo ROM

Aqui no case

E aqui no modo normal

Em nenhuma das situações o programa foi capaz de identificar as nands.

Já no outro site russo:

Havia uma gama de programas para esta controladora, eu testei apenas os que tinham a referência de firmware parecida, HCS1A25D e HCS1A25E.

Não consegui muita coisa porque ainda não sei como usar os programas:

Pelo menos parece que consegue detectar algo:

Ainda falta testar os outros programas e tem que ter paciência porque hora ele é detectado e hora ele não é detectado.

Só para se ter uma ideia, já são dois dias inteiros só de trabalho com este SSD para se chegar até este ponto.

Façam suas apostas; o problema deste SSD é defeito de atualização de firmware ou é defeito físico de hardware, ou é os dois?

 

 

[W46n3r]

36 minutos atrás, Pincipi disse:

fiz um curto circuito ou jumper entre eles com um arame de amarrar pão.

 

36 minutos atrás, Pincipi disse:

o SSD funciona quando ele quer.

 

Ah, sinto que falta muito pouco para ganhar o selo "apto revenda na OLX". Rende no mínimo uma troca por um bom saco de cimento empedrado.

 

Hehe. Brincadeiras a parte, bem interessante.

[Pincipi]

Passei semanas detonando este SSD e para resumir achei uma firmware que serviu nele:

O detalhe é que a ferramenta encontrou mais Bads do que o suportado pelo padrão e acabou rebaixando o SSD para 204GB visíveis.

Tem um tal de padrão IDEMA, digamos que saia de fábrica com 256 GB visíveis, neste caso a tabela para alocar os bads é pequena ou em outras palavras os setores reservados ou invisíveis ao usuário são poucos.

Se sair de fábrica com 240 GB visíveis, a tabela é maior e os setores reservados ou invisíveis ao usuário são muitos ou pelo menos maiores que o de 256 GB.

Então, de forma automática a ferramenta encontrou uma quantidade de setores defeituosos tão grande que teve que rebaixar o SSD.

A tela do Crystal ficou assim:

Com uma firmware diferente e outro número de série, sendo que os dados do SMART zeraram.

Numa nova verificação a área visível ficou assim:

Aparentemente o SSD está novo em folha sem nenhum setor danificado mas, acontece que de fato tem pelo menos uns 30 GB de setores danificados que estão na tabela de partição ou estão ocultos ou invisíveis ao usuário.

Com a ajuda de outros membros do CDH rodei um programa que ia escrevendo e reescrevendo arquivos para gastar a vida útil do SSD e após umas sete horas ele ficou assim:

Com mais de 60GB gravados e lidos, acontece que ele ficou lento como uma lesma.

Ai tive que interromper e fiz um exame de superfície:

Que durou cerca de 35 horas indicando que 14.983 setores estavam danificados e sem condições de gravar e ler o que foi gravado.

Isso explica porque os malditos SSDs falsificados duram pouco, tudo leva a crer que utilizam SSDs condenados e fazem a instalação de uma nova firmware que não mapeia os setores defeituosos, ai o usuário começa a usar e após algum tempo os Bads vão sendo detectados e mapeados.

No final fiz mais gravações até chegar nos 300GB:

Pensei que durante o teste o SSD iria morrer mas, não morreu, apenas ficou lento.

Na continuação vou instalar uma nova firmware (3ª Vida do SSD) e ver como o programa vai rebaixar o SSD ou dar algum código de reprovação.

[Pincipi]

Fiz um vídeo mostrando a ferramenta em ação com apenas um click:

É lógico que para chegar neste momento tem que configurar antes e depois que fica salvo basta clicar.

O SSD ficou como novo em folha e manteve os GBs anteriores sem ser novamente rebaixado como eu imaginava que fosse acontecer por conta de muitos Bads novos.

Para não ficar repetitivo, a tela do Crystal ficou a mesma com ele zerado, ai fiz um novo exame de superfície e para minha surpreza não haviam Bads:

Depois fiz um teste com o Disk Mark, uma passagem de 32 GB:

Neste teste gravou 210GB.

Ao que tudo indica o SSD ficou novo de fábrica em em perfeito estado de uso, ai eu mandei dar 9 passagens de 64GB e fui dormir, quando voltei no dia seguinte estava assim:

Travado em 100% de uso, com a mesma quantidade de GBs gravadas anteriormente e com o contador de número de vezes ligado em 220.

Desliguei e não consegui mais ligar o computador com ele espetado porque fica apenas piscando o LED e não sai disso, no case USB também não responde mais.

Minha conclusão é que este SSD trata-se de uma bomba relógio programada para funcionar até o limite de 200GB quando ele entra em colapso e morre ou entra no modo lesma.

Nesta situação eu não consigo fazer o exame de superfície para ver se detectou novos Bads.