

Análise do Primário
Nós estávamos bastante curiosos para verificarmos quais componentes foram escolhidos para a seção de potência desta fonte de alimentação e também como eles foram interligados, ou seja, o projeto usado. Estávamos dispostos a ver se os componentes realmente forneceriam a potência anunciada pela WiseCase.
De todas as especificações técnicas descritas no databook de cada componente, estávamos mais interessados na corrente máxima em modo contínuo, dada em ampères (A). Para encontrar a potência máxima teórica do componente em watts podemos usar a fórmula P = V x I, onde P é a potência em watts, V é a tensão em volts e I é a corrente em ampères.
Nós precisamos saber também em que temperatura o fabricante do componente mediu a sua corrente máxima (esta informação também pode ser encontrada no databook do componente). Quanto maior a temperatura, menor é a corrente que semicondutores conseguem fornecer. Correntes dadas a temperaturas menores do que 50° C não são boas, já que temperaturas abaixo desta não refletem as reais condições de trabalho da fonte de alimentação.
Lembre-se que isto não significa que a fonte de alimentação fornecerá a corrente máxima de cada componente, já que a potência máxima que a fonte de alimentação pode fornecer depende de outros componentes usados – como o transformador, bobinas, capacitores, o layout da placa de circuito impresso e a bitola dos fios – não apenas das especificações principais dos componentes que iremos analisar.
Para uma melhor compreensão do que iremos falar aqui, sugerimos que você leia nosso tutorial Anatomia das Fontes de Alimentação Chaveadas. Esta fonte de alimentação usa uma ponte de retificação KBU10J com um dissipador de calor instalado. Esta ponte pode fornecer até 10 A a 75°C. Este componente está mais do que adequado para uma fonte de 650 W. O motivo é que em 115 V esta unidade poderia puxar até 1.150 W da rede elétrica; assumindo uma eficiência típica de 80%, essa ponte permitiria esta fonte de alimentação entregar até 920 W sem a queima desse componente. É claro que estamos falando especificamente deste componente e o limite real vai depender de todos os demais componentes usados nesta fonte de alimentação.
Figura 9: Ponte de retificação.
O fabricante, no entanto, fez a gentileza de raspar os nomes de todos os principais componentes, impossibilitando a identificação. Esta foi a primeira vez que vimos um trabalho desta natureza.
Esta fonte de alimentação usa dois transistores de potência MOSFET em seu circuito PFC ativo e dois outros transistores de potência MOSFET em sua seção de chaveamento usados na tradicional configuração de chaveamento direto com dois transistores (two-transistor forward). Com base em nossa experiência nós achamos que esta fonte usa quatro transistores 20N60C3, que são capazes de fornecer até 45 A a 25°C em modo pulsante. Esses transistores e o diodo do PFC ativo estão localizados no mesmo dissipador de calor.
Figura 10: PFC ativo e transistores chaveadores.
O circuito integrado responsável por controlar os circuitos PFC e PWM também estava raspado, mas nós acreditamos que ele seja um CM6800, já que este é o circuito integrado mais popular para essas funções.
Figura 11: Circuito integrado controlador do PFC ativo e PWM.
Respostas recomendadas