

O aterramento no Brasil
Outro recurso de segurança obrigatório em países desenvolvidos são as tomadas com disjuntor de falha de terra (GFCI, Ground Fault Circuit Interrupter) em banheiros, cozinhas, áreas de serviço ou qualquer local onde possa haver a possibilidade de cair água sobre a tomada ou sobre o aparelho ligado à tomada (por exemplo, tomadas externas). Essas tomadas trazem um disjuntor acoplado (ver Figura 4) que desarma caso haja fuga de corrente para o terra (por menor que seja), o que acontece, além da situação mais drástica de o fio “fase” encostar na carcaça do aparelho, na situação de entrar água na tomada ou no aparelho ligado à tomada, mesmo que em pequena quantidade. O intuito é, obviamente, evitar que o usuário seja eletrocutado.
Figura 4: Tomada GFCI usada na América do Norte
A NBR 5410:2004 Versão Corrigida: 2008, torna obrigatório no Brasil o uso de dispositivos com a mesma finalidade, chamados “DR” (Diferencial Residual), que ficam localizados no “quadro de luz” da residência ou escritório (e não acoplados à tomada, como no modelo Norte-Americano). Apesar de esse dispositivo ser obrigatório em novas construções desde 1997, pouca gente sabe que esse tipo de disjuntor existe e sua importância (sem contar que há construtores que simplesmente ignoram essa obrigatoriedade, especialmente em regiões do país onde não há fiscalização). Dessa forma, falta um trabalho de divulgação por parte do Inmetro para que as pessoas se conscientizem da importância e da real necessidade desses disjuntores e a atualização da rede elétrica da sua casa ou escritório para esse tipo de sistema. O problema é também o custo, pois para ter esse tipo de disjuntor, é obrigatório ter aterramento adequado, o que involve, além de instalar um terra, trocar toda a fiação do local para inclui-lo.
Figura 5: Dispositivo DR (peça com alavanca azul, à esquerda), um ilustre desconhecido
E a nova tomada brasileira NBR 14136? Ela torna obrigatório o aterramento, o que é um avanço. Porém, há um enorme problema. Várias pessoas estão trocando as antigas tomadas pelo o modelo novo apenas para ter compatibilidade mecânica com os novos plugues, deixando de conectar o pino terra. Isso é um enorme perigo, pois, além de não haver o aterramento como nas antigas tomadas, ainda há a falsa sensação de a tomada estar aterrada. Infelizmente, não é possível verificar se o terra está efetivamente conectado ou não só de olhar para a tomada.
Outro problema é que o plugue com aterramento está sendo oferecido somente nos equipamentos maiores, tais como geladeiras, máquinas de lavar, televisores e computadores, não sendo obrigatório em eletrodomésticos menores tais como torradeiras, batedeiras, liquidificadores e ventiladores, o que é um perigo. O pino terra deveria estar presente em todos os equipamentos elétricos, independentemente de seu porte ou finalidade.
Em resumo, o aterramento e dispositivos DR são itens de segurança que toda residência ou escritório deve ter. Caso a sua construção seja antiga e as tomadas precisem ser trocadas e o “quadro de luz” precise ser atualizado, contrate um eletricista devidamente formado e não o Zé Biscateiro, para que o aterramento seja efetivamente criado e testado, e para que você e sua família estejam protegidos contra choques elétricos. O procedimento de criar um terra é extremamente complexo e por isso não o abordamos nesse artigo.
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