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Situação de pilhas e baterias guardadas por anos sem utilização


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Topico dedicado a mostrar a situação de pilhas e baterias guardadas sem uso ao longo dos anos.

Para começar, mostro meu primeiro lote de AAA chinesas falsas, que prometem entregar 1800mAh mas, não entregam mais do que 100mAh:

1.jpg.8efd3ed2cd436fb96b08b32e439c4db1.jpg

Estas são as últimas seis pilhas de um lote de 20 unidades que foi se deteriorando e virando sucata, a uns três anos atrás elas ainda estavam com boa aparência, sem nenhuma corrosão e em condições de uso para coisas de leve consumo como controles remotos e totalmente inservíveis para alto consumo como máquinas fotográficas.

2.jpg.4b8d80b06c666b772957505c639f2cf0.jpg

O fundo delas era liso e brilhante, guardei três num invólucro plástico e as outras numa caixa de papel que ficou assim:

3.jpg.2d72a51b3db7fb3a1134362b8a51ccc1.jpg

O papel absorveu o liquido que vazou e chegou a molhar o outro lado, já na caixa de plástico o liquido ficou retesado e não evaporou.

Curioso que as que estavam na caixa de papel mantiveram 1,82V e as da caixa de plástico ficaram em 1,41V.

Agora outra bateria de 2018:

 

Nestes cinco anos permaneceu guardada e manteve suas características ou aparência de ser nova:

1.jpg.66cd224d1e6651da85bc0084b0ebea7a.jpg

Mas, agora mediu 1.01V e quando colocada para carregar indicou estar com carga completa mesmo marcando 1,41V. Se não fosse falsa eu arriscaria dar um choque de tensão para tentar recuperar ela.

Achei mais fácil separar para reciclagem.

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Agora outro lote que veio em uma lanterna do mercadolivre, três na lanterna e três de reserva:

1.jpg.7a8d406eab0962e4238f46b22c0cdd3e.jpg

Na hora de checar a compra funcionaram muito bem e após alguns minutos de uso percebi que enfraqueciam e como são muito leves, cheguei rapidamente à conclusão de que são aquelas que prometem entregar o que não podem e deixei de lado sem uso por uns cinco anos.

 

2.jpg.b01a75fb89809d6f5ca141f277c5df7d.jpg Em algum lugar em meus arquivos estão anotadas as cargas e recargas que fiz com elas e os resultados dos testes porém, não sei mais onde encontrar. Nestes cinco anos em que ficaram guardadas, três na caixa de plástico e três na caixa de papel nada mudou, continuaram esteticamente perfeitas:

3.jpg.d88b3aed1a8b3a7b404e3ba0bbb28057.jpg

Notem que na primeira foto tirada hoje a A5 não tem o anel ou sulco perto do polo positivo, isto passou desapercebido, até que coloquei para carregar:

4.jpg.490afccfb6e5254b71c20f65d6962697.jpg

Quando me dei conta achei que uma das células havia se soltado e ao chegar perto para encaixar de novo pude perceber que ela estava estufada:

5.jpg.3d47226dd26c309a4735e3ddda8202bb.jpg

Corri e peguei a filmadora e fiquei filmando na esperança de capturar a imagem dela explodindo mas, completou a carga e ficou assim:

6.jpg.71dec9a4536b6dcfe7a811df1802e22f.jpg

Se o detalhe da ausência do sulco tivesse sido percebido antes eu poderia direcionar causa e efeito, acontece que ela pode ter estufado por conta da idade ou por um defeito de fabricação. Daqui para frente vou ficar mais esperto nas observações. Aproveitando, saiu uma gota de liquido dela que ficou no carregador:

7.jpg.8eed4f49c3aa7d62e08776a0c874788a.jpg

Este aqui é mais amarelado que o de outras baterias, eu apenas passei um pano sobre o metal e vamos ver nos próximos anos se vai oxidar exatamente onde escorreu o líquido.

As medições delas ficaram assim:

Após paradas por cinco anos e após a recarga hoje

A1- 2,02V - 5,88V

A2- 5,88V - 6,08V

A3- 5,67V - 6,08V

A4- 5,07V - 6,08V

A5- 2,23V - 5,88V (estufou)

A6- 1,82V - 6,08V

 

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  • Membro VIP

Tenho um lote de AA operacional desde 2008 ou pelo menos parte dele:

1.jpg.d3826dc9cb00e836e5a9e3f6c68cff7c.jpg

Todas deram conta do recado exatamente até a garantia e logo depois duas da azul e verde e uma da prateada vermelha perderam rendimento a ponto de não conseguir ligar mais a máquina fotográfica, eram duas máquinas, uma que usava 4 pilhas e outra que usava duas. Apesar de terem vazado um pouco, as que não perderam potência ainda foram utilizadas em controles remotos por muitos anos:

2.jpg.24d7d593906077b3cfcea8cdda84859b.jpg

Sem marcas de oxidação:

3.jpg.47e53f326728d03a4279120c32b98a50.jpg

Ai eu aposentei elas a dois anos e deixei guardadas no mesmo esquema três na caixa de plástico e três no papelão e agora quando testei, todas mantinham as mesmas tensões de quando foram guardadas.

Situação diferente do lote de AAs que comprei para substituir estas:

6.jpg.dbc395a0ccf6da5b1d45856827860105.jpg

Estas vieram da China e apesar de prometer entregar 3800mAh tinham um rendimento equivalente a metade das outras nacionais. Nesta época eu ainda não tinha conhecimento suficiente para entender que esta corrente é impossível de ser fornecida por uma pilha deste tamanho.

4.jpg.51a844ce63b12b0b533c53940c243232.jpg

Curioso que metade do lote veio com a vedação em plástico que se manteve integra até hoje, enquanto que a outra metade que veio com um papel branco simplesmente se deteriorou, muitas delas pifaram ou vazaram ou oxidaram demais a ponto de serem descartadas.

5.jpg.47069b906a57705878332ffd11634bde.jpg

E apenas estas se mantiveram operacionais até hoje. Estas CFL também ficaram guardadas por dois anos nas mesmas condições e mantiveram suas tensões. Eu imagino que não compensa correr o risco de ter um vazamento e resolvi mandar tudo para a reciclagem. Vou começar a brincar agora com LiFePo4.

 

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@Pincipi

 

Impressionante ...

 

E eu achando que estava usando muitas dessas baterias/pilhas ...

 

Tenho relógio de pulso aqui antigo, todo de metal, que funciona e carrega na base dos movimentos dos braço.

 

Ainda existem relógios de mesa sendo vendidos que funcionam na base de corda manual.

 

As bicicletas de pedalar voltam a ser moda pois são ecológicas e se movimentam sem o uso de baterias ou motores a combustão.

 

Proteger o ambiente é bom ...

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Verdade mas, a maioria dos consumidores prefere a comodidade da eletricidade, poucos dão preferência ao ambiente e tomam medidas conscientes.

Agora outro caso; uma célula que entrou por volta de 2010, veio numa bateria de notebook cuja marca e modelo não lembro mais, só me recordo que a bateria não era reconhecida e ao desmontar o PAC de seis, esta célula indicava 0,80V e ao ser recarregada passou a indicar 3,81V, o melhor resultado das outras células que tiveram sua segunda vida útil em diversos projetos como lanternas, power bank e LED para a criança não dormir no escuro, eram seis e cada uma foi morrendo ao longo do tempo, restando apenas esta que ficou parada nos últimos dois anos e ontem mediu 5,07V sendo então colocada para recarregar e hoje passou a medir 4,03V, vai entender.

E foi a primeira vez que testei nela a real capacidade indicando 0,203mAh. Abaixo a imagem dela:

1.jpg.83944363654ea628104cb26cdd225517.jpg

E o que foi mais importante nesta célula é a parte escrita por onde eu pesquisei e cheguei no data sheet:

US18650VTC2-Sony.pdf

A partir dai eu aprendi um pouco mais sobre este assunto de que fornece isso ou aquilo de corrente, tipo assim: nominalmente ela fornece 2250mAh mas, na prática é diferente:

datasheet.jpg.e3abfd85e3b7391a72edcdd738ce96f0.jpg

Lembro que na época o anúncio de uma desta célula Sony original na internet era mais caro que a bateria do notebook.

De qualquer forma, hoje, depois de uns 14 anos, considerando que ela deve ter sido fabricada em 2008, a capacidade dela está em menos de 10% da original e parece não haver chance de uma terceira vida para ela a não ser que considere esta terceira vida a sua reciclagem.

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  • Membro VIP

Esse outro lote foi retirado de dois notebooks Acer usados que haviam sido comprados no feião da informática, as baterias até seguram por uns 40 a 50 minutos mas, assim que acabou a garantia de três meses, passaram a não segurar carga:

1.thumb.jpg.80fa5ba49293834cccf3a52acff3fb95.jpg

Isso foi em novembro de 2017 e eu numerei as células bem como fiz a medição da real capacidade de cada uma delas.

A R6 foi para um power bank de uma célula que ainda funciona perfeitamente na mão do novo dono e não tenho acesso para divulgar as informações. A R3 ficou guardada sem uso e as demais foram para um power bank onde ficaram em uso por estes cinco anos e meio. A comparação das medições em mAh ficaram assim:

     Nov17     Abr23     Diferença

R1 2.724     1.614     1.110

R2 2.715     1.607     1.108

R3 2.644     2.103     0.541

R4 2.692     1.581     1.111

R5 2.683     1.576     1.107

R6 *****

R7 2.750     1.557     1.192

R8 2.776     1.578     1.198

As que ficaram em uso perderam cerca de 1.100 mAh da capacidade e a que permaneceu parada sem uso perdeu a metade disto. Na prática estas células no power bank ainda conseguem dar 100% de carga numa bateria de celular de 4.000 mAh. Ou seja em tese ainda podem servir na sua segunda vida por mais uns 4 ou 5 anos antes de irem para a reciclagem.

Abaixo o data sheet dela:

SPEC_SAMSUNG_ICR18650-26C.pdf

E a cópia em PDF da página onde se menciona o respectivo modelo dela:

CellType.pdf

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É né. Aqui no meu prédio tem as cestas com as cores diferenciadas e eu separo os plásticos dos vidros dos papéis etc, só que na hora de esvaziar as cestas, vai tudo para o mesmo cestão e o mesmo caminhão de lixo comum recolhe.

Na parte de eletrônica tem alguns postos de coleta próprios para baterias espalhados por ai, um amigo meu descartou junto um gps ativo e ficou acompanhando, um mês depois saiu de um endereço para outro até chegar num aterro.

Na internet eu divulgo "reciclagem" apenas porque foram para um lugar determinado e não foram descartados diretamente na natureza. Na realidade a mãe natureza é o grande posto de reciclagem.

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Um lote de CGR18650CG que entrou em data não determinada após 2018:

cgr.jpg.9ff96e4eed86c23ad6877320e52da6a8.jpg

E foram medidas e guardadas sem uso até agora em 2023 quando foram recarregadas e medidas novamente. Neste período não perderam tensão, só perderam capacidade de carga.

                     2018                            2023

1- 4,11~3,62V - 0,185A    4,11~3,89V - 0,031A

2- 4,07~3,74V - 0,064A    4,11~3,83V - 0,039A

3- 4,09~3,83V - 0,043A    4,11~3,85V - 0,032A

4- 4,11~3,66V - 0,036A    4,11~3,91V - 0,032A

5- 4,11~3,54V - 0,141A    4,11- 3,85V - 0,041A

6- 4,11~3,60V - 0,111A    4,11~3,97V - 0,032A

A primeira tensão é a medição depois de carregada e a segunda é no final da medição, quando o aparelho para de fazer a descarga.

O data sheet é este:

Panasonic-CGR18650CG.pdf

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Em 17/04/2023 às 16:32, Pincipi disse:

É né. Aqui no meu prédio tem as cestas com as cores diferenciadas e eu separo os plásticos dos vidros dos papéis etc, só que na hora de esvaziar as cestas, vai tudo para o mesmo cestão e o mesmo caminhão de lixo comum recolhe.

Na parte de eletrônica tem alguns postos de coleta próprios para baterias espalhados por ai, um amigo meu descartou junto um gps ativo e ficou acompanhando, um mês depois saiu de um endereço para outro até chegar num aterro.

Na internet eu divulgo "reciclagem" apenas porque foram para um lugar determinado e não foram descartados diretamente na natureza. Na realidade a mãe natureza é o grande posto de reciclagem.

 

Os grandes responsáveis por todo esse lixo químico e eletrônico são as grandes indústrias do grande capital estrangeiro multinacional com sua ganância de riqueza e poder e não nós simples plebe consumidora ignorante e manipulada por eles.

 

Li uma reportagem que não há no mundo um único lugar com o ar limpo e pode-se dizer o mesmo das águas do planeta, está tudo perigosamente poluído, estão destruindo o planeta.

 

Escrevo estas coisas só para que os leitores tenham ideia da gravidade disso a partir de simples e aparentemente inofensivas baterias tema do tópico. E como o mundo todo é impulsionado por esse " progresso da humanidade " da ciência e tecnologia do grande capital, a desgraça é praticamente certa é só questão de tempo.

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Complementando; ai eu me digo como um cara ecológico e deixo de comprar um carro a combustão para comprar um carro elétrico, com o argumento de não produzir CO2 só que não tenho noção de como a bateria dele vai ser tratada quando estiver inservível.

Agora mais duas 18650:

1.jpg.016c3616a8babcb12fb3e1f23f9d0eb9.jpg

Não tenho mais o registro das datas em que elas entraram, a de cima foi comprada e apesar de boa aparência e peso, tratava-se de outra falsificação e não entregava mais do que 0,380 mAh, após dois anos parada não pega mais carga, apenas o carregador fica indicando que está carregando mas, nada muda, embora que, se der um choque de tensão ou subir a tensão por alguns instantes ela volta a vida e consegue pegar carga mas, descarrega rapidamente sem uso em alguns dias.

A de baixo veio de algum notebook e tem sinais de vazamento, do lado esquerdo, como uma espécie de ferrugem sob o plástico, esta aqui já teve uma vida útil num notebook e se tornou inservível, medindo cerca de 0,20V. Se der um choque ela até consegue pegar carga mas, igual à outra, se descarrega rapidamente sem uso.

O data sheet desta não é muito diferente da ICR18650 26D.

 

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O próximo lote tem apenas uma identificação duvidosa; a letra C depois as letras JHHFJ15 e um número tipo de série, diferente para cada célula, 007032, 007027 etc:

2.jpg.b676497617e1b92c93e036b13472af19.jpg

A VV1 e a VV2 não conseguem pegar carga, esquentam muito e marcam por volta de 0,10V.

As outras estavam razoavelmente boas. Acontece que após alguns anos guardadas sem uso perderam sua capacidade:

VV3- 4,21V 1.532 mAh foi para 2,26V 0,042 mAh

VV5- 4,23V 1.543 mAh foi para 2,60V 0.286 mAh

VV6- 4,13V 1.312 mAh foi para 3,12V 0.400 mAh

Mesmo sendo recarregadas.

Estas aqui vieram de notebooks diferentes muito provavelmente da marca Dell, não encontrei os registros e é o pouco que me lembro delas.

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  • Membro VIP

Dentro deste lote de capas vermelhas teve dois pacs de três células que eu não desmanchei porque aparentavam estar boas:

pac.jpg.a72932e284abbc69c5601e5a1cf0f068.jpg

Seguiam a série "D"

PAC1

IJ2FJT5 079640

IJ2FJT5 08....47

IJ2FJT5 081701

PAC2

IJ2FJT5 080782

IJ2FJT5 080....2

IJ2FJT5 072427

Ficaram guardadas por anos sem uso e hoje o 1 mediu 3.478 mAh o que seria 1.159 mAh para cada célula e o 2 mediu 3.468 mAh correspondente a  1.156 mAh cada célula.

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  • Membro VIP

O próximo foi utilizado num power bank por alguns anos, as células foram selecionadas do mesmo lote de capas vermelhas:

1.jpg.3a76b2a31e94d64f58e0e7c5f8ccdb30.jpg

Série D todas IJF2FJT5

No momento da seleção e após alguns anos de uso:

1- 077245 1.445 Ah          0.905 Ah

2-              1.390 Ah          0.881 Ah

3- 072554 1.623 Ah          0.964 Ah

4-              1.397 Ah          1.024 Ah

5- 078841 1.538 Ah          1.012 Ah

6-              1.642 Ah          0.895 Ah

Serviram bravamente nesta segunda vida; no começo conseguiam dar duas cargas completas num celular e atualmente só dão uma carga completa.

Ainda na série D vieram outras MK5M4CA, estas aqui tem um detalhe em azul enquanto que as anteriores estes detalhes eram em vermelho:

2.jpg.6469e9943a23ffab923a0abe1a16063f.jpg

Os dois Pacs de pares foram para um outro power bank solar, estas células em especial foram selecionadas na época porque pareciam serem as melhores e agora após muitos anos de uso mediram o seguinte:

Pac 1 NGCIMACC 07140 e 067786 0.326 Ah

Pac 2 NGCIMACC 067831 e 067774 0.327 Ah

Das outras seis apenas duas pegam carga, uma da série C NI3M4ED que media 1.484 Ah e após ficar guardada sem uso por alguns anos passou a medir 0.521 Ah.

As demais série D; a que segurava carga MK5M4CA 117649 media 1.582 Ah e agora não mede nada porque ficou incapaz de carregar.

As outras 125985, 125989, 117650 e 117670, nestes anos sem uso, permaneceram inúteis como estavam antes, sem capacidade de pegar carga.

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  • mês depois...
  • Membro VIP

Entrou mais um lote de doação de uma empresa ligada a mobilidade elétrica:

1.jpg.dbee9279756eabf603777b69960a5a7c.jpg

O data sheet delas é este:

EPT-2745-33_Lithium_Guangxi_Xhuo'neng.pdf

mobility-scooter-TEW004.pdf

A história do ciclo de vida delas é muito diferente das que vem em notebooks a começar que células de notebook não servem para serem usadas em PACs de baterias de veículos elétricos, desde o ônibus ou Tesla, passando por motos e scooters até o patinete, a grande diferença é a capacidade de fornecer muita energia por um período de tempo.

Tudo começou na na China onde foram fabricadas e saíram 100% funcionais com plena capacidade de operação e foram montadas em PACs com as controladoras, foram testadas e embaladas com a carga indicada para o armazenamento por um longo tempo, as caixas seguiram rapidamente para os containers e foram embarcadas em poucos dias nos navios.

Foi aqui que começou a tragédia, as caixas eram de papelão e não eram as latas seladas utilizadas no transporte aéreo.

O transporte pelo mar prosseguiu com altas temperaturas durante o dia e muito frio à noite, a maresia penetrou implacavelmente nos pacotes até a chegada no porto brasileiro quando entrou em ação a fase final ou o tiro de misericórdia, o desembaraço aduaneiro, meses ou anos se passaram com os containers armazenados ao relento, sol e chuva, quando finalmente puderam seguir adentro do território brasileiro em direção aos armazéns.

Ai veio a inspeção do controle de qualidade, bateram o olho nelas e nem precisou fazer qualquer teste, já foram condenadas como perda total.

O mundo da mobilidade elétrica exige muito das células, são muitos os conceitos em torno das baterias e podemos comparar a um grupo de ginastas fazendo agachamento e levantamento, todos ao mesmo tempo, cada agachamento é uma descarga e cada levantamento é uma recarga, considerando que elas tivessem saído da fábrica agora e passassem a serem utilizadas em algum veículo elétrico, tudo funcionaria perfeitamente pelos 400 ou mais ciclos indicados no data sheet.

Para então se começar o envelhecimento de uma ou outra célula que depois de agachar não consegue mais se levantar tão rapidamente como as demais células e até mesmo não consegue se levantar mais, ou não consegue ser recarregada e permanece com a carga baixa ou descarregada.

O que aconteceu no transporte é que o ambiente a que as células foram expostas causou o envelhecimento precoce em algumas delas e se o vendedor entregar assim do jeito que estão para o cliente, com certeza funcionarão por alguns dias e apresentarão perda de potência ou rendimento, fazendo com que o cliente deixe de acreditar na marca.

Graças a Deus este comerciante teve a consciência de trocar as baterias por novas, transportadas por avião em caixas hermeticamente lacradas, antes de lançar o produto no mercado.

A sucata foi encaminhada para uma empresa especializada que realizou a desmontagem do PAC e testou individualmente cada célula, fixando nela um adesivo coma a informação da capacidade medida e a resistência.

A parte que apresentava sinais de vazamento, resistência acima de 50 e que não segurava mais carga foi separada e encaminhada para a reciclagem, as demais que ainda conseguiam manter carga seguiram para o dono dar um destino a elas, uma segunda vida útil fora do circuito da mobilidade, estas entraram como material de aulas práticas no curso de manutenção.

Oito delas vieram parar na minha mão e eu as apresento assim como estão.

Segue abaixo a tabela com os dados do adesivo e os dados colhidos com o meu aparelho medidor de capacidade:

Nº - mAh - Res - V inicial - mAh medido - V final

1-   2593 -   17 -       4,09 -       2200 -       3,09

2-   2589 -   18 -       4,09 -       2265 -       3,18

3-   2589 -   16 -       4,07 -       2223 -       3,12

4-   2589 -   18 -       4,09 -       2242 -       3,05

5-   2556 -   17 -       4,11 -       2321 -       3,11

6-   2560 -   17 -       4,09 -       2177 -       3,14

7-   2504 -   17 -       4,09 -       2203 -       3,24

8-   2425 -   19 -       4,07 -       2155 -       3,07

Curioso relatar como é a questão do retrabalho em células, quando são desmontadas ainda ficam resíduos da solda ponto e tanto a cabeça como o fundo da célula é raspado:

 

À direita apenas raspado e à esquerda depois de raspado a célula vazou um pouco e oxidou, notem que nestas condições a célula mediu 0,11 Volts e depois que foi raspada de novo passou a medir 4,07 Volts.

Ainda no retrabalho, se a capa estiver rasgada, coloca-se outra capa.

Interessante observar que também tem o conceito de rearranjo de células, quando se medem e se selecionam e são remontadas em um novo PAC e é aqui que entram aqueles anúncios de PACs de células abaixo do valor do mercado, verdadeiras bombas.

 

A imagem dos raspados nas células não coube, excedi o espaço deste post.

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