Trocando processador e aplicando pasta térmica

Será que aplicar pasta térmica faz mesmo diferença na hora de instalar um processador novo ou após fazer uma limpeza no dissipador e cooler de um pc? Ou é besteira gastar dinheiro com isso?

Aqui vamos comprovar na prática.

Pra tirar essa dúvida, vamos testar a pasta térmica Arctic Céramique no processador que descolei no eBay por menos de US$ 15: um Intel Core Solo T1350 1.86Ghz, FSB533, cache L2 2Mb em substituição ao Celeron M440, FSB533, cache L2 1Mb e sem SpeedStep que orginalmente veio no meu Semp-Toshiba IS1451.

Esse Core Solo, como o Celeron M440 é derivado do Core Duo Yonah, mas com a diferença de ter apenas um núcleo ativado; e as vantagens sobre o Celeron M são ter o SpeedStep (para a redução do seu clock aumentando a autonomia da bateria) e o dobro do cache L2. Não é um processador comum de se achar por aí, afinal são tempos de dual core!

Primeiro passo é desconectar a fonte e a bateria; depois retira-se os parafusos e a tampa que dá acesso ao compartimento interno do notebook: aproveitando, vou logo limpando a parte interna dessa tampa com um pincel, pois tinha um pouco de poeira acumulada.

Com o notebook aberto, tem-se o cooler e o dissipador com 6 parafusos ao todo para retirar: um processo simples, mas deve-se fazer com cuidado pois perder um parafuso ou deixar ele cair para dentro do note é problema na certa!

A desmontagem do cooler é fácil: basta tirar 2 parafusos e ele já tá solto; optei em deixá-lo ligado ao seu conector, mas prestando atenção na hora de mexer no resto dos componentes pois o cabo dele é curto e se quebrar, adeus!

O dissipador também não tem mistério: são 4 parafusos na região do processador e depois é só puxá-lo.

Já deu prá perceber poeira acumulada em pouco menos de 6 meses de uso diário: por isso eu tinha notado que a temperatura do processador havia subido coisa de uns 3ºC!

Assim vemos a importância de fazer uma limpeza preventiva periódica nos coolers e dissipadores também de notebooks, pois não é só desktop que acumula poeira; isso também acontece em laptops, que são mais críticos ainda em matéria de ventilação, devido ao seu tamanho compacto.

Como não estariam esse cooler e dissipador daqui a mais 6 meses!?!

Para retirar o Celeron M do soquete, deve ser usada uma chave de fenda para girar a trava até ouvir um click, sinal de que o processador está liberado para retirada; para montar o novo processador, basta encaixá-lo e girar a trava no sentido contrário.

O dissipador veio com elastômero, o qual deve ser totalmente retirado quando remontá-lo, pois se montado novamente com o material antigo, o contato entre dissipador <=> die do novo processador não será perfeito, prejudicando a dissipação de calor.

Por isso deve ser eliminada toda a borra do elastômero ou pasta térmica antigos que tenha sobrado no die do processador e também no dissipador para que seja aplicado novo material térmico (pasta térmica ou elastômero) e fique uma superficie de contato limpa.

A limpeza pode ser feita com álcool isopropílico (não é álcool comum!), usando um cotonete ou um pano que não solte fiapos.

Decidi experimentar o kit de limpeza da Arctic: o ArctiClean 1 Thermal Remover e o ArctiClean 2 Thermal Surface Purifier que são aqueles 2 tubos de solução (a Céramique mais o ArctiClean saiu US$ 15 também no eBay). O tubo nº 1 serve para amolecer a pasta/elastômero antigos e o nº 2 serve para limpar a superficie do dissipador e do die do processador de impurezas.

Primeiro pinga-se uma gota do Remover (nº 1), deixando agir por 30s - 1min e então tirar o material amolecido; depois pinga-se uma gota do Purifier (Nº 2) para eliminar as impurezas e limpar com um pano. Funcionou muito bem esse kit, deixou os componentes limpos e literalmente brilhando: reparem o reflexo da câmera no die do processador!

Limpei também as aletas do dissipador onde tinha um pouco mais de poeira acumulada, com a ajuda de um pincel desses que acompanham produto de tintura de cabelo e dei uns assoprôes nele. É importante deixar as aletas totalmente limpas, pois é através delas que o calor é dissipado para fora do notebook.

Depois, é vez de usar o ArtiClean 1 e 2 (uma gota de cada basta - pelo jeito esse kit dura muuuito rs).

Aproveitando, também limpei o chip de video e o seu adesivo térmico somente com o Purifier; aqui não dá prá trocar o adesivo por pasta térmica, pois ao contrário do processador não existem parafusos que possam pressionar o dissipador contra o chip de video, de modo a ter um contato perfeito.

Passando para a parte final, o manual da Céramique recomenda aplicar um pingo da pasta térmica na área do dissipador onde ocorre o contato o die, espalhar com o dedo enfiado num saco plástico e depois polir a superficie com um pano limpo e que não solte fiapos; isso serve para preencher as micro-fissuras existentes na superficie do dissipador que vai encostar no die do processador.

Por fim aplica-se a Céramique sobre o die do processador; é recomendável aplicar no meio do die, a quantidade equivalente a um grão de arroz e só! Não precisa espalhar, como na Arctic Silver 5 (AS5 - a pasta mais conhecida da marca); na Céramique será a própria pressão do dissipador que vai espalhar a pasta pelo die.

Na primeira vez que apliquei a Céramique achei que tinha aplicado muita pasta, dai decidi tirar a pasta e limpei o die de novo para aplicá-la novamente, pois ao contrário do que possa parecer, muita pasta térmica mais atrapalha na transferência de calor do que ajuda.

O que dificultou foi sua consistência grudenta: depois de aplicar a Céramique saia do tubo um filete de pasta que ficava pendurado e caia de novo no die, acumulando mais pasta no die, e muita quantidade de pasta térmica não é recomendável.

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Conclusão

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Tudo pronto, terminado, vamos ao números do antes e depois da Céramique:

Burning por 10 minutos sem pasta térmica

Mínima: 42º C

Máxima: 66º C

Sem pasta térmica, logo após instalar o Core Solo, fiz um burning com o Everest Ultimate Edition por 10 minutos para stressar o processador a 100% de utilização. No momento em que acionei o burning do Everest, a temperatura disparou de 48ºC para 60º em questão de 2 segundos e no final das contas estacionou a 66ºC!

O resultado: a temperatura do processador sobe quase que instantaneamente ao acionar o teste e permaneceu muita alta. E do mesmo jeito que dispara imediatamente ao iniciar o teste, quando este é interrompido, a temperatura despenca na mesma hora.

Burning por 10 minutos com a Céramique aplicada

Mínima: 42º C

Máxima: 60º C

Já com a pasta térmica, no mesmo teste de estabilidade do Everest que stressa o processador, a temperatura vai subindo gradativamente e parou em 60ºC, ou seja, redução de 6ºC em relação à temperatura atingida sem pasta térmica.

Essa redução de 6ºC pode parecer pouca, mas é significativa; outro grande mérito é fazer com que a temperatura suba aos poucos e não instantaneamente, como ocorreu antes.

Talvez as temperaturas fiquem melhores daqui a alguns dias, pois a Arctic especifica no manual da Céramique, que são necessários cerca de 25 horas de uso e alguns ciclos de esquenta/esfria para que a pasta atinja sua máxima eficiência.

*** Edit:

Seis dias depois da aplicação da pasta e já passadas as 25 horas recomendadas para otimizar o seu desempenho, as temperaturas desceram mais um pouco:

Mínima: 40ºC

Máxima: 54ºC

Antes: Celeron M440

Agora: Core Solo T1350

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Links com informações e Manuais

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Arctic Silver Céramique

ArctiClean 1 Thermal Remover e ArctiClean 2 Thermal Surface Purifier

Applying Thermal Grease (qual o melhor método)

Como Aplicar Corretamente Pasta Térmica

Passo a passo com fotos no meu Picasa Web Albuns

[]´s

icefly

Hehehehe, o ice empolgou a galera para fazer uma fachina nos notes.

Ha, ficou bem legal o tutorial, ta bem explicado e informativo. O meu ja limpei a 2 meses, e incrivel que com 4 meses de uso ja estava bem empoeirado.

Mynhow,

o teu acer, tem que abrir só uma tampa, ou é tipo os HP (complicado) ?

o meu eu já teria limpado antes, mas é demorado demais abrir todo ele, eita preguiça

bruno,

o meu é so uma tampa, desparafuzou e pronto.

A primeira vez, tinha os parafusos laterais com os lacres do note em cima, mas notei de cara, o que me pegou é que tinha dois parafusos no meio com uma borrachinha em cima, que davam noção de dar estabilidade a ele, arranquei e pronto. hehehehe

Não tenho mais o notebook, ele está com o meu pai agora, mais já me deu vontade de pedir pra ele desmontar pra trocar a pasta térmica e dar uma limpada, vou pasar o link do tópico pra ele.

Valeu!

Pois é Edu... na época que você descolou o Toshiba, eu tinha te falado: "aproveita e dá uma geral nele", ainda mais sendo P4-M; recomendo fazer a limpeza dele, pois esses processadores esquentam pacas e se acumula poeira, pior ainda.

O negócio é sério mesmo, tem até o site Irivista que começou dedicado quase que exclusivamente a ensinar como desmontar os Toshiba para fazer essa limpeza.

Hehehehe, o ice empolgou a galera para fazer uma fachina nos notes.

Ha, ficou bem legal o tutorial, ta bem explicado e informativo. O meu ja limpei a 2 meses, e incrivel que com 4 meses de uso ja estava bem empoeirado.

Cara é incrivel a quantidade de poeira que um note pode acumular em poucos meses; o certo é nos primeiros sinais de que a temperatura do notebook tá aumentando é fazer a limpeza, ou cada 1 ano no máximo.

No meu, eu tinha notado um certo aumento e cheguei a abrir ele para ver se tinha alguma sujeira acumulada mas na época não vi nada; foi preciso fazer o desmonte para ver a poeria acumulada no dissipador de cobre, o que impedia a correta eliminação do calor gerado.

Esse Core Solo fez a estimativa de autonomia de bateria pular de 2:45hs para 4hs; em alguns momentos ele estimou 4:50hs de autonomia, com wireless desligado, brilho da tela no mínimo, mas tenho que fazer um teste na prática para confirmar isso.

@icefly,

incrivel mesmo, nem parece uso o note em lugares sem poeira e mesmo assim quando ve o cooler esta sujo. Eu faço geralmente limpeza de 6 em 6 meses, para mantelo com a mesma autonomia.

@bruno2546,

O meu é semelhante ao do icefly, o mesmo esquema. Bem tranquilo e fácil.

Não sei porque, mas parece que a hp gosta de complicar as coisas. heheheheheh

em desks também são assim, fonte, so encaixe se for a deles.

meu próximo notebook acho que não vai ser um HP, entre outros motivos, por esse..

complicam demais para chegar na cpu..

ai bate aquela preguiça de desmontar todo o note.

bruno, se você desmontar o seu note, faz um tutorial passo a passo pra vermos como é. E boa sorte. hehehehehehe

Pastas importadas tem um ganho melhor e coisa e tal. Recomendo em notes que esquentam de mais mesmo. Essa pasta comum da conta sim, aqui no meu, depois de 4 meses de uso fiz limpeza e coloquei ela, e melhorou o sistema.

Nova rodada de testes e acho que já deu as 25 horas de uso para otimizar a Céramique.

Burning do Everest, dessa vez por 30 minutos

Mínima: 40ºC

Máxima: 54ºC

Melhorou um pouco mais: baixaram as temperaturas mínima máxima que o processador atinge durante e após o streess do Everest.

Eu usei ARTIC SILVER uma vez num desktop que eu tinha, tudo bem e tal.

Numa outra vez usei aquelas pastas térmicas que vem num tubinho parecido com Minâncora, uma pasta branquinha bem pegajosa. Achei que essa pasta deu um resultado MELHOR, talvez por uma montagem mais bem-feita que fiz, sei lá...

você usou os dois tipos de pasta na mesma máquina (mesmo processado, cooler e dissipador)?

Note on não possui GPU e sim uma controladora apenas. você viu essas temps aonde?

raramente as temps de video on são monitoradas.