

O que é e como funciona o traffic shapping
O traffic shaping é uma forma de classificação e controle dos dados pela operadora no link que o usuário acessa de sua rede. Com base nessa classificação, a operadora pode limitar a banda de acesso a um determinado percentual da banda total do cliente para certos serviços ou sites, de tal forma que o acesso a estes sites e serviços não conseguirão usar a capacidade disponível de sua banda, mesmo esta estando totalmente livre.
A ideia é a seguinte. Em vez de investir na expansão de sua infraestrutura, aumentando o link que elas têm com o restante da Internet, algumas operadoras criam bloqueios artificiais para diminuir o uso da conexão da operadora com o resto da Internet. Diminuindo o tráfego, as operadoras podem postergar investimentos em sua infraestrutura.
O problema é que nós não temos uma maneira 100% eficaz de descobrir se a operadora está aplicando o traffic shaping na nossa rede por que existem muitas formas diferentes de aplicar esses filtros e nenhuma forma totalmente segura de testar e descobrir se o traffic shaping está em ação, a não ser acessando as regras e logs dos equipamentos da operadora – algo que só é possível conseguir de forma judicial.
O traffic shaping pode, por exemplo, ser aplicado apenas para alguns usuários da rede. Digamos que você e seu vizinho tenham cada um, um link de 10 Mbit/s da mesma operadora. A operadora pode estar aplicando o traffic shaping apenas no seu endereço IP e deixar o do vizinho livre. Ou ela pode ainda estar usando regras diferentes na conexão dele.
Como todo o tráfego de dados do usuário corre inicialmente na rede de sua operadora, ela pode literalmente filtrar qualquer coisa.
Um filtro muito comum no passado era para o acesso ao Youtube e ao falecido Orkut. Como esses dois sites eram responsáveis pela maioria esmagadora do fluxo de dados no país, aplicar filtros de velocidade para esses endereços tornava a rede das operadoras muito menos sobrecarregadas.
Outra forma muito comum de limitação aplicada é sobre protocolos específicos como o P2P. Isso se refletia nos clientes de torrent que nunca conseguiam chegar na velocidade máxima da sua conexão em vários casos.
E esses são só dois dos tipos de filtros mais básicos que podemos exemplificar. Podemos partir para filtros mais inteligentes e automatizados como regras e filtros dinâmicos usando gatilhos de ativação, tais como horários de pico, saturação do link core da operadora, análise de fluxo de maior consumo do usuário, etc. A lista de possibilidades que a operadora pode empregar de forma sutil e automatizada é imensa.
As operadoras têm em suas mãos tantas possibilidades de opções de tipos de filtro que a própria Anatel poderia ter traffic shaping na rede dela e não perceber.
Nós mesmos só desconfiamos quando vemos que algo em especifico está mais lento do que deveria ser. É quando aquele vídeo no Youtube passa mais tempo carregando do que tocando, enquanto que o mesmo vídeo no Vimeo carrega sem parar, ou quando vamos baixar um driver de vídeo novo e o download leva uma eternidade que ficamos com a pulga atrás da orelha.
Mas a pior parte disso é que não tem como termos certeza, pois aquele vídeo do Youtube pode estar lento por que as conexões do Youtube estão saturadas ou instáveis, por exemplo, ou o site da fabricante da sua placa de vídeo pode ter posto um limitador de velocidade na rede para permitir que mais pessoas façam download simultâneo (ao custo da diminuição da velocidade individual de cada usuário).
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