Testes de Carga
Nós fizemos vários testes com esta fonte de alimentação, conforme descrito em nosso artigo Nossa Metodologia de Testes de Fontes de Alimentação.
Primeiro nós testamos esta fonte com cinco padrões diferentes de carga, tentando extrair em torno de 20%, 40%, 60%, 80% e 100% da sua capacidade máxima rotulada (na linha “% Carga Máx” nós listamos a porcentagem usada), observando como a fonte testada se comportava em cada carga. Na tabela abaixo nós listamos os padrões de carga e os respectivos resultados.
Como a etiqueta da fonte diz que ela está limitada a um total de 600 W nas saídas de +5 V, +3,3 V e +12 V, nós decidimos testá-la como se fosse um produto de 600 W. Para o teste cinco nós puxamos menos corrente das saídas de +12 V e mais corrente das saídas +5 V e +3,3 V do que gostaríamos para respeitarmos os limites impressos na etiqueta da fonte. Como você já deve saber, nós gostamos de puxar mais corrente das saídas de +12 V, onde a placa de vídeo e o processador estão conectados.
Se você somar todas as potências listadas para cada teste você pode encontrar um valor diferente do que publicamos na linha “Total” abaixo. Como cada saída pode ter uma pequena variação (por exemplo, a saída de +5V trabalhando a 5,10 V) a quantidade total de potência sendo fornecida é um pouco diferente do valor calculado. Na linha “Total” estamos usando a quantidade real de potência sendo fornecida, medida pelo nosso testador de carga.
+12V1 e +12V2 são as entradas independentes de +12 V do nosso testador de carga e como esta fonte não possui circuito de proteção contra sobrecarga de corrente (OCP), ela só possui um único barramento. A entrada +12V2 foi ligada ao conector ATX12V enquanto todos os demais conectores foram ligados à entrada +12V1 do nosso testador.
Entrada |
Teste 1 |
Teste 2 |
Teste 3 |
Teste 4 |
Teste 5 |
+12V1 |
4 A (48 W) |
9 A (108 W) |
13 A (156 W) |
17 A (174 W) |
17 A (174 W) |
+12V2 |
4 A (48 W) |
9 A (108 W) |
13 A (156 W) |
17,5 A (210 W) |
21 A (252 W) |
+5 V |
1 A (5 W) |
2 A (10 W) |
4 A (20 W) |
5 A (25 W) |
15 A (75 W) |
+3,3 V |
1 A (5 W) |
2 A (6,6 W) |
4 A (13,2 W) |
5 A (16,5 W) |
15 A (49,5 W) |
+5VSB |
1 A (5 W) |
1 A (5 W) |
1,5 A (7,5 W) |
2 A (10 W) |
2 A (12,5 W) |
-12 V |
0,5 A (6 W) |
0,5 A (6 W) |
0,5 A (6 W) |
0,5 A (6 W) |
0,5 A (6 W) |
Total |
114,5 W |
238,6 W |
348,2 W |
464,8 W |
Reprovada |
% Carga Máx. |
19,1% |
39,8% |
58,0% |
77,5% |
Reprovada |
Temp. Ambiente |
45,7° C |
46,4° C |
47,2° C |
46,1° C |
Reprovada |
Temp. Fonte |
49,6° C |
49,2° C |
49,1° C |
- |
Reprovada |
Estabilidade da Tensão |
Aprovada |
Aprovada |
Aprovada |
Aprovada |
Reprovada |
Oscilação e Ruído |
Aprovada |
Aprovada |
Aprovada |
Reprovada em +3,3 V |
Reprovada |
Potência CA |
151,4 W |
307,8 W |
461,0 W |
649,0 W |
Reprovada |
Eficiência |
75,6% |
77,5% |
75,5% |
71,6% |
Reprovada |
Tensão CA |
112,5 V |
111,3 V |
108,3 V |
106,6 V |
Reprovada |
Fator de Potência |
0,629 |
0,672 |
0,689 |
0,702 |
Reprovada |
Resultado Final |
Aprovada |
Aprovada |
Aprovada |
Reprovada |
Reprovada |
A partir do teste quatro, esta fonte começou a gerar uma interferência eletromagnética tão violenta que deixou o nosso termômetro digital “maluco”, com valores pulando para baixo e para cima (por exemplo, em um instante estar marcando 30° C e um segundo depois pular para 80° C e em seguida pular para 27° C). Isso só foi resolvido tirando o sensor de dentro da câmara térmica (no teste quatro medimos a temperatura dentro da câmara colocando o sensor do lado de fora perto da saída de ar; com isso não pudemos ler a temperatura da carcaça da fonte). Este comportamento sozinho já é o suficiente para classificarmos esta fonte como sendo um “produto bomba”. Se ela fez isso com o nosso termômetro, imagina o que ela fará com os componentes do seu computador e equipamentos eletrônicos localizados nas proximidades do seu micro.
Ela não conseguiu entregar 500 W. Com a fonte operando no teste quatro após alguns minutos, a oscilação da saída +12 V da fonte foi para a casa do chapéu, com 844 mV, mostrando que a fonte deixou de operar corretamente. Além disso, durante o teste quatro a saída “power good” da fonte não estava operando corretamente de acordo com o nosso testador de carga. Normalmente esta saída falha quando estamos sobrecarregando a fonte. É a primeira vez que vimos uma fonte falhar nesta saída teoricamente operando dentro de sua faixa de trabalho “correta”.
Figura 16: Saída +12 V durante o teste quatro (464,8 W) após alguns minutos.
Por conta da saída de +12 V ter falhado após poucos minutos, nós decidimos diminuir as correntes até descobrirmos o máximo que a fonte passasse a trabalhar corretamente. O máximo que conseguimos extrair continuamente da Clone de “700 W” está na tabela abaixo. Nesta condição a saída “power good” também apresentou problemas, de acordo com o nosso testador de carga.
Entrada |
Teste 6 |
+12V1 |
16 A (192 W) |
+12V2 |
16 A (192 W) |
+5 V |
7 A (35 W) |
+3,3 V |
6 A (19,8 W) |
+5VSB |
2 A (10 W) |
-12 V |
0,5 A (6 W) |
Total |
448,6 W |
% Carga Máx. |
74,8% |
Temp. Ambiente |
47,5° C |
Temp. Fonte |
- |
Estabilidade da Tensão |
Aprovada |
Oscilação e Ruído |
Aprovada |
Potência CA |
621,0 W |
Eficiência |
72,2% |
Tensão CA |
106,3 |
Fator de Potência |
0,703 |
Resultado Final |
Aprovada |
A eficiência esteve abaixo de 80% o tempo todo, variando entre 71,6% e 77,5%. As tensões estiveram sempre dentro de seus limites corretos, com exceção do problema da linha “power good” nos testes quatro e seis. Os níveis de oscilação e ruído estiveram dentro dos limites, exceto no teste quatro, onde a linha de +3,3 V estava apresentando uma oscilação de 56,8 mV e onde a linha de +12 V ficou com uma oscilação altíssima após alguns minutos de funcionamento, conforme já explicado. Durante o teste seis a saída +12 V estava com uma oscilação na faixa dos 60 mV, a saída +5 V estava com uma oscilação na faixa dos 24 mV e a saída +3,3 V estava com uma oscilação na faixa dos 42 mV. Os limites são de 120 mV para as saídas de 12 V e 50 mV para as saídas de +5 V e +3,3 V. Todos os valores são de pico-a-pico.
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