

Introdução
Chegou a hora da verdade. Nós já havíamos desmontado a Seventeam ST-420BKV, uma fonte de alimentação de 420 W sem PFC muito popular no mercado brasileiro e que concorre diretamente com a TR2-430W da Thermaltake, mas ainda não tínhamos testado para ver se ela realmente consegue fornecer os 420 W rotulados. Como será que ela se saiu em nossos testes de carga? Isto é o que veremos neste teste!
Apesar de seu desenho externo parecer com o de produtos topo de linha – utilização de uma ventoinha grande de 120 mm em sua parte inferior e uma grade em sua parte traseira –, a ST-420BKV não é uma fonte topo de linha, sendo uma fonte de baixo custo. Isto ficará bem mais claro quando mostrarmos a análise de como essa fonte funciona por dentro.
O modelo que desmontamos nós compramos no distribuidor oficial no final do ano passado e veio com carcaça de aço revestido de zinco, parecendo um produto de baixíssima qualidade. O distribuidor oficial passou a importar o modelo com pintura automotiva preta, que melhora sensivelmente a percepção de qualidade do produto. Portanto, apesar de nas nossas fotos você ver esta fonte com carcaça cinza, os modelos disponíveis nas lojas hoje são pretos.
Figura 1: Seventeam ST-420BKV.
Esta fonte de alimentação tem um recurso que nunca vimos antes: um conector de 12 V para a alimentação de dispositivos externos, tais como caixas acústicas e discos rígidos externos (veja na Figura 2).
Figura 2: Seventeam ST-420BKV.
Na Figura 2 você pode ver ainda que esta fonte de alimentação tem uma chave 110/220 V, indicando que ela não tem circuito de PFC (fonte de alimentação com PFC ativo não tem chave 110/220 V).
Apesar de se tratar de uma fonte de alimentação simples, o cabo de alimentação principal da placa-mãe (e somente ele) utiliza uma proteção plástica.
Na Figura 3 você pode ver uma grande falha de acabamento: os cabos saem de um grande buraco na carcaça da fonte e não existe um acabamento para preencher o espaço vazio.
Figura 3: Grande buraco por onde sai os cabos. Deveria haver um acabamento cobrindo o espaço vazio.
Esta fonte tem quatro cabos de alimentação para periféricos: um cabo de alimentação Serial ATA contendo dois conectores cada; dois cabos de alimentação para periféricos contendo dois conectores padrão e um conector de alimentação para unidade de disquete cada; e um cabo de alimentação para periférico contendo dois conectores padrão. Esta fonte de alimentação não tem nenhum conector de alimentação PCI Express auxiliar e portanto você precisará usar um adaptador para sua placa de vídeo PCI Express de alto desempenho.
O cabo de alimentação principal da placa-mãe tem um conector de 20 pinos com uma extensão de 4 pinos para que ele seja transformado em um conector de 24 pinos.
Figura 4: Conector de alimentação principal da placa-mãe.
A bitola dos fios usados em todos os cabos é de 18 AWG, mas a bitola dos fios dos conectores da unidade de disquete é de 22 AWG.
Apesar desta fonte de alimentação ter uma etiqueta da UL, nela não estava contido o número de registro. A Seventeam entrou em contato conosco nos enviando uma cópia completa dos seus registros na UL e informando que o seu número de registro é E141400, sendo que pudemos confirmar isso online.
Para turbinar as vendas deste produto, o distribuidor afirma que as fontes Seventeam são as únicas homologadas pelo Inmetro. Aqui vale uma explicação importante. Dizer a fonte é homologada pelo Inmetro ou qualquer outro instituto (como o próprio UL, o equivalente do Inmetro nos EUA) não quer dizer muita coisa. Significa apenas que a fonte corresponde às especificações técnicas usando a metodologia declarada pelo fabricante. Se o fabricante diz que a fonte é de 420 W a 25° C, o instituto vai testá-la esta temperatura. O problema é que nenhuma fonte opera a 25° C, a temperatura típica de uma fonte fica entre 35° C e 40° C. Quanto maior a temperatura, menor a potência que a fonte vai entregar. O mesmo vale para as demais características como, por exemplo, a eficiência. No caso dessa fonte o fabricante diz "eficiência típica de 65% em carga máxima". O instituto vai apemas averiguar se isso é verdade ou não. Mas veja que não há referência alguma para quando a carga é outra, e o instituto não vai medir a eficiência da fonte quando ela estiver entregando 250 W, por exemplo. Isso pode significar que a fonte quando não está operando em carga máxima entregue só 50%, por exemplo. a homologação por um intituto não é garantia que a fonte é boa; a homologação garante apenas que a fonte funciona dentro dos parâmetros declarados pelo fabricante em seu manual. Como agora nós temos todos os equipamentos necessários para testar fontes, nós vamos ver se esta fonte realmente é capaz de fornecer seus 420 W e qual é a sua eficiência.
Nós decidimos desmontar completamente esta fonte de alimentação para darmos uma olhada.
Respostas recomendadas