Estudos de caso
Abaixo analisamos dois casos gritantes na área de produtos eletrônicos. Existem casos similares ao montes, e você pode contribuir postando outros casos nos comentários deste editorial.
Estudo de caso 1: câmera GoPro Hero 3+ Black Edition
No final de novembro de 2014, a GoPro anunciou que passaria a fabricar a suas câmeras no Brasil, começando pelo modelo Hero 3+ Black Edition. Só se esqueceu de informar ao público dois detalhes. Primeiro, no exterior esse modelo tinha preço de tabela de US$ 400, e no Brasil ele tinha preço de tabela de R$ 1.700, ou seja, 70% mais caro (ao câmbio de R$ 2,50), mesmo sendo fabricado no Brasil. Pensei que fabricar no Brasil era para baixar o custo...
O segundo detalhe é que esse modelo de câmera saiu de linha no exterior em novembro de 2013. Ou seja, fabricam um produto que já saiu de linha no exterior há um ano custando 70% mais.
Estudo de caso 2: PlayStation 3
Em maio de 2013 a Sony anunciou que fabricaria o PlayStation 3 no Brasil, e que o modelo de 250 GB seria vendido a R$ 1.100.
Os detalhes desse anúncio deixam qualquer brasileiro revoltado. Vamos lá. O PlayStation 4 foi anunciado em fevereiro de 2013. Portanto, a Sony anunciou a fabricação do PlayStation 3 no Brasil após o anúncio oficial que lançaria no mesmo ano o PlayStation 4, deixando bem claro que estaria fabricando um produto defasado – afinal, o PS3 foi anunciado em maio de 2005 e lançado em novembro de 2006 e, portanto, já estava com sete anos de vida. O grande mistério para nós é porque a Sony não decidiu fabricar o PS4 em vez do PS3. Inclusive, minha teoria conspiratória baseada nesses acontecimentos é que a Sony colocou o preço do PS4 na estratosfera justamente para não canabalizar as vendas do PS3 “made in Brazil”. Burrice ao quadrado. Mas para o fabricante, aparentemente os brasileiros não precisam de um PS4: um PS3 está de bom tamanho.
Se passar a fabricar um produto defasado no mesmo ano de lançamento de seu sucessor não fosse o bastante, o PS3 brasileiro foi anunciado por um preço de tabela 83% superior ao preço de tabela do mesmo produto nos EUA (US$ 300 ou R$ 600 ao câmbio de R$ 2 da época). Dessa forma, é de se perguntar como um produto, mesmo fabricado no Brasil (afinal, não é esse o objetivo final do imposto de importação?), continuava custando quase o dobro.
Mas afinal, de quem é a culpa? Quais são as soluções?
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