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Problemas com o Computer Protector Pro da Clamper?


milo

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Postado
  ML1 disse:
(...) É por estas e por outras que a Clamper se diferencia no mercado. Ela é especialista em DPS. É o unico tipo de produto que desenvolve e fabrica, apesar de serem inúmeros modelos para diversas aplicações. Tem sido reconhecida nacionalmente como a nº1 nesta área nos últimos 12 anos consecutivos. A relação custo x benefício é ótima.

Abraços.

Pois é, com a orientação do _rau_, estou comprando uma proteção da Clamper para linha telefônica.

E já que o usuário obviamente trabalha na Clamper, não custa deixar aqui uma sugestão: que tal começar a produzir proteções também para 110V?

Uma vez que a APC não vai mais distribuir suas proteções contra surtos no mercado nacional, eu diria que esse nicho está "caindo no colo" da primeira empresa séria que estiver disposta a ocupá-lo.

Postado

A Clamper produz produtos pra 110V sim.

VCL Slim de 175V, Clamper Computer Protector 127V, entre outros...

Não sei a que você se referiu a "usuario trabalha pra Clamper", mas se foi pra mim, não, eu não trabalho pra Clamper não.

Postado
  _rau_ disse:
A Clamper produz produtos pra 110V sim.

VCL Slim de 175V, Clamper Computer Protector 127V, entre outros...

Não sei a que você se referiu a "usuario trabalha pra Clamper", mas se foi pra mim, não, eu não trabalho pra Clamper não.

Poxa _rau_, desatenção sua... É só olhar quem eu citei (ML1) para saber a quem eu me referi. Mas eu compreendo que tenha dado margem para confusão, já que eu mencionei você.

No mais, trabalhar para uma empresa e "defender o seu peixe" não é nenhum crime, eu só aproveitei o "canal de comunicação" que ele abriu aqui (pois obviamente ele é funcionário da empresa.)

Por fim, dá pra confiar numa proteção que serve para 127V e também para 220V? Ou numa de 175V? Eu não entendo patavinas desse riscado, mas não é melhor ter uma proteção específica?

Postado

Sim, foi essa "margem pra confusão" que me deixou confuso! :)

Sim, não é pecado algum, mas nem todos pensam assim. Só que quis deixar claro que não tenho vínculo algum com eles.

Deixa eu tentar te explicar de uma maneira simples pra você entender a questão da tensão de serviço da proteção.

Bem, existe algumas (várias) coisas que você precisa saber de ante-mão, como sobretensão, pico de tensão, suportabilidade de um determinado equipamento (o quanto é necessário pra romper a isolação interna de um chip por exemplo), tensão de clamping ou tensão de grampeamento que está ligada diretamente à tensão residual.

- Sobretensão:

É uma elevação de tensão que se sustenta por tempo indeterminado. As causas são várias, mas basicamente se deve a uma falha na rede de elétrica. A sobretensão é notável na intensidade aumentada de uma lâmpada por exemplo.

Os valores podem variar bastante, mas geralmente ficam em torno de até 240V pra uma rede 127V ou até 380V pra uma rede 220V pros casos mais corriqueiros de sobretensão.

- Pico de tensão.

Elevação de tensão com tempo geralmente determinado e curtíssimo, falamos aqui de milisegundos. As causas básicas são os raios e chaveamentos (geralmente desligamentos) de certos tipos de cargas elétricas geralmente com motores. Os picos não se sustentam, eles vêm e vão de forma rápida, as vezes intermitente, mas se eleva e se abaixa em tempo curtíssimo. Um pico de tensão é imperceptível a olho nú, daí não se deve confundir pico como piscada de luz ou "pique" como alguns chamam.

Os valores de picos podem facilmente ultrapassar 1000V, podendo chegar a dezenas de vezes esse valor.

- Tensão de Clamping (tensão de grampeamento).

Aqui vou citar o exemplo de um dos componentes mais antigos e comuns na proteção de força - energia elétrica que alimenta equipamentos, o varistor.

O varistor é basicamente um resistor variável que quando trabalhando dentro da sua tensão de serviço que aqui citarei 275V (protetores 220V ou 110-127V) e 175V (protetores 110-127V), faz com que ele se comporte como um resistor com resistência "infinita" ou seja, não conduz nada de um lado ao outro - Fase ao Neutro por exemplo. Quando a tensão sobe além dos valores de serviço do varistor, ele começa a conduzir, mas isso não ocorre de forma linear por exemplo, um varistor de 275V geralmente só conduz 1mA de energia em torno de 430V, mas a partir desse valor em diante sua resistência começa a cair drasticamente e passa a conduzir energia pra outra linha paralela, no caso neutro ou terra. Essa condução faz com que a carga "veja" uma queda de tensão, que por si protegerá a carga. Mas aí vem os poréns:

Um varistor não sustenta por mais do que alguns milisegundos uma condução elétrica, ele se queima, é tando calor que gera que quando a tensão vai subindo chega a um ponto que culmina em curto-circuito pleno o que é chamado de tensão de clamping ou tensão de grampeamento, que tende a levar a tensão após o varistor a 0V e se nada for feito para conter esse curto-circuito, o varistor pega fogo, por isso existe os fusiveis, disjuntores e fusiveis térmicos dentro desses protetores.

O tempo de resposta do varistor é curtissimo. Em nanosegundos ele reduz sua resistência interna e permite condução e no mesmo tempo retorna ao estado anterior de alta resistência, mas se a condução se prolongar, ele já era, se consome.

Tá, mas qual é a tensão de clamping de um protetor 275V e um de 175V?

Um varistor de 275V tem tensão de clamping em torno de 710V @ 100A. O que significa que um pico de tensão que provoque uma descarga de 100 Amperes pelo varistor, a carga verá teoricamente 710V. Um varistor de 175V se não me falha a memória tem uma tensão de clamping de 550V @ 100A.

Quanto maior o surto, maior a corrente e maior a tensão residual. O varistor sempre "clampará" em 710V no caso citado acima, mas a tensão residual se eleva quanto maior a corrente de surto gerada e aqui entramos no próximo tópico.

- Suportabilidade do equipamento

Com o passar dos anos houve diversos estudos e se chegou a conclusão, que dura até hoje, é que equipamentos ditos sensíveis, informáticos por exemplo, suportam uma tensão residual de até 1500V na entrada da sua fonte de força. E aqui voltamos ao que é um pico de tensão e uma sobretensão, já que uma sobretensão de 1500V torraria uma fonte, mas um pico não, pela sua curta existência.

Daí agora chegamos ao ponto que você queria entender, se um protetor de 220V é suficiente pra proteger um equipamento 110-127V.

Independente da tensão do equipamento ser 110 ou 220V, os 1500V são suportados da mesma maneira, logo um varistor de 275V, que dá uma tensão residual de no mínimo 710V durante um pico de tensão, é o suficiente pra proteger tanto o equipamento 127 como 220V. Daí fica a questão, e pra que então um protetor específico pra 110-127V?

E queria fazer um texto pequeno e esse ja tá grande, mas vamos lá! :)

Um varistor pode conseguir em alguns casos proteger contra uma sobretensão, exatamente quando ele está "sintonizado" com o valor de tensão útil da rede. Vamos falar aqui dos 110-127V.

Os filtros APC por exemplo usam varistores de valores bem baixos, 130V, o que em si apresenta uma vantagem e outra desvantagem.

Vantagem:

Mantém a tensão de clamping bem baixa, em torno de 330V. Valor muito abaixo do suportado pelo equipamento para picos, mas em compensação num surto de corrente mais elevada a tensão residual tende a se manter dentro dos padrões de suportabilidade por mais tempo que num varistor de 275V.

Desvantagem:

Esse varistor se degrada muito mais depressa. Além dele ficar "clampando" "desnecessariamente" com pequenos picos de tensão, sobretensões breves o farão conduzir cedo e um varistor tem um limite de quantas vezes aguenta essas atuações. Quanto maior o tempo de condução, pior pro varistor e quanto mais surtos pequenos ele conter, ruim tb.

Voltando à vantagem de se usar um varistor de valor baixo, ele pode por exemplo conseguir proteger um equipamento contra sobretensão, mas um de 275V não, nem um de 175V justamente pelo fato dele conseguir conduzir mais cedo.

Daí eu te digo que para proteção contra picos, tanto faz um varistor de 275 como um de 175V no que tange a tensão de clamping e residual. A vantagem do de 275V seria a maior vida útil e a vantagem do de 175V seria a menor tensão residual em casos de surtos que gere correntes mais elevada passando pelo varistor. A vantagem do de 130v já foi explicada.

Já houve diversas discussõs ao longo da história no que tange a escolha da tensão de serviço do varistor e ainda hoje alguns fabricantes preferem usar valores baixos, outros já preferem valores mais elevados. Isso depende principalmente do valor do produto. Um produto que foi feito pra instalar num quadro elétrico deve ser durável e ao mesmo tempo oferecer um nivel de proteção considerável, já um filtro barato como os APC ( NOS EUA!!!) usam varistores de 130V, porque queimou compra outro. Mas nossa realidade no Brasil é outra...

E o que é mais comum de acontecer, sobretensões ou picos de tensão? Sem a menor dúvida os picos de tensão são os mais comuns e podem acontecer todos os dias. Um motor de elevador por exemplo pode ser uma fonte de picos. Uma moto-bomba d'agua também, uma queda de energia também costuma gerar picos em seguida e os danos gerados vão depender da localização da fonte geradora do surto e o equipamento. E ao contrário da crença comum, não é no retorno de energia que costuma ocorrer danos.

Enfim, pra finalizar digo que um varistor pode em alguns casos proteger contra sobretensões, mas não é nem será nunca sua função primordial. Contra os picos o varistor está exercendo sua função!

Aproveitando a oportunidade, comento aqui sobre a proteção em cascata.

A utilização de protetores em cascata ou seja, em diferentes pontos da instalação, tem como intuito reduzir a tensão residual. Por exemplo, um surto de raio pode antigir valores como 10kA, 10.000A ou mais e daí já dá pra perceber que o valor da tensão residual que antes era 710V em 100A pode passar dos 1500V em 10kA! A colocação de protetores específicos em pontos estratégicos da rede tem a função de compartilhar a ardua tarefa de conter um surto gerado por raios, cada um ficaria então com uma parcela de corrente, reduzindo assim a tensão residual vista pela carga.

Espero ter conseguindo explicar pra você sem complicar demais, mas já complicando um pouco... :)

Postado
  _rau_ disse:

Deixa eu tentar te explicar de uma maneira simples pra você entender a questão da tensão de serviço da proteção (...)

Uau... Depois de três leituras, deu para entender o principal. Superficialmente, mas deu. De qualquer modo, já imprimi o tópico em PDF para consultar depois.

A parte das proteções em cascata é muito interessante. DPS, filtros de linha, proteções para linha telefônica... e um bom aterramento, é isso que eu pretendo ter quando puder comprar minha casa.

Obrigado pela aula! :)

Postado
  _rau_ disse:
Se tiver algo que não entendeu, posta aí.

O texto está muito bom, deu pra entender. Eu tenho é que continuar estudando eletricidade para firmar os conceitos.

A grande dúvida que eu tenho é em relação ao DPS. Minha ideia era instalar o troço e esquecer que ele existe (o famoso "set and forget"). Descobri que existem DPS que usam um sistema chamado diodo de avalanche e que funcionam exatamente assim (vida útil muito longa).

Só que eu li que esse sistema tem uma menor capacidade de absorção de surtos. Mesmo assim, vale a pena? :confused:

Postado

Há uns 2 anos atrás eu liguei pra Clamper pra saber quando que custava um DPS desse tipo e sabe o preço de um só? R$ 930!!!! Não tem benefício algum pra uma residência. É mais caro que qualquer conserto de equipamento, prefiro que queime! Não sei como tão os preços hoje, mas custo x benefício é zero se tiver com preço semelhante.

O problema dos diodo de avalanche é que apesar da vida útil longa, o surto não pode ser maior do que sua capacidade máxima que geralmente não passa de 20kA. Um surto de 20kA pode detonar com o diodo. Então não daria bem pra esquecer que ele existe...

Ao contrário um protetor com varistores pode suportar até 60kA por meio de um único varistor e dura muito tempo. A não ser que haja uma descarga direta na sua rede elétrica, um dispositivo desse daí vai durar pelo menos uns 10 anos, o meu já tem quase 3 anos na entrada e uns 6 meses no quadro de disjuntores e uma descarga direta nunca ocorrer por aqui no meu tempo de vida, só indiretas que também gera danos, mas as correntes induzidas são mais baixas. Meus DPSs na entrada é de 40kA por fase e no quadro de disjuntores de 20kA por por fase e um de 45kA entre neutro-terra.

Voltando ao diodo avalanche, ele pode receber "infinitos" surtos abaixo da sua capacidade máxima, mas um só acima da sua capacidade máxima leva ele pro lixo. Eu pessoalmente usaria, se fosse de custo viável, DPS's desse tipo no quadro de disjuntores, mas na entrada eu usaria DPS de varistores mesmo.

Postado
  _rau_ disse:
Há uns 2 anos atrás eu liguei pra Clamper pra saber quando que custava um DPS desse tipo e sabe o preço de um só? R$ 930!!!! Não tem benefício algum pra uma residência. É mais caro que qualquer conserto de equipamento, prefiro que queime! Não sei como tão os preços hoje, mas custo x benefício é zero se tiver com preço semelhante.

O problema dos diodo de avalanche é que apesar da vida útil longa, o surto não pode ser maior do que sua capacidade máxima que geralmente não passa de 20kA. Um surto de 20kA pode detonar com o diodo. Então não daria bem pra esquecer que ele existe...

Ao contrário um protetor com varistores pode suportar até 60kA por meio de um único varistor e dura muito tempo. A não ser que haja uma descarga direta na sua rede elétrica, um dispositivo desse daí vai durar pelo menos uns 10 anos, o meu já tem quase 3 anos na entrada e uns 6 meses no quadro de disjuntores e uma descarga direta nunca ocorrer por aqui no meu tempo de vida, só indiretas que também gera danos, mas as correntes induzidas são mais baixas. Meus DPSs na entrada é de 40kA por fase e no quadro de disjuntores de 20kA por por fase e um de 45kA entre neutro-terra.

Voltando ao diodo avalanche, ele pode receber "infinitos" surtos abaixo da sua capacidade máxima, mas um só acima da sua capacidade máxima leva ele pro lixo. Eu pessoalmente usaria, se fosse de custo viável, DPS's desse tipo no quadro de disjuntores, mas na entrada eu usaria DPS de varistores mesmo.

R$ 930 cada um? Isso é uma avalanche no orçamento... Nem pensar.

Pelo que entendi (eu moro em apartamento), "entrada" é onde fica o medidor (aqui eles ficam no térreo), e quadro de luz é o que eu tenho aqui em casa (na cozinha).

Então sua instalação é assim?

Entrada - 60kA x 3

Quadro de luz - 20kA - 20kA - 45kA (neutro-terra)

É isso? E todos os DPS são "Classe II"? E porque esse reforço no neutro-terra do quadro? Me desculpe pela avalanche de perguntas...

Postado

Se você não tiver acesso ao medidor, eu sugiro que coloque só no quadro interno mesmo, se houver espaço. Mas a escolha do DPS envolve mais detalhes, veja aqui como escolher:

Entre Neutro-Terra só deve ser colocado se o neutro chegar separado do terra no quadro de disjuntor e pode ser igual ou maior a proteção de fase.

VCLSLim-1.jpg

Classe II são DPS's pra serem instalados em pontos de entrada ou médio da instalação, sendo que na entrada caso o nivel de incidencia de descarga seja médio e que as descargas nunca sejam diretas na edificação, caso contrário adota-se DPS Classe I - como os de 60kA da Clamper.

Postado
  _rau_ disse:
Se você não tiver acesso ao medidor, eu sugiro que coloque só no quadro interno mesmo, se houver espaço. Mas a escolha do DPS envolve mais detalhes, veja aqui como escolher:

Entre Neutro-Terra só deve ser colocado se o neutro chegar separado do terra no quadro de disjuntor e pode ser igual ou maior a proteção de fase.

VCLSLim-1.jpg

Classe II são DPS's pra serem instalados em pontos de entrada ou médio da instalação, sendo que na entrada caso o nivel de incidencia de descarga seja médio e que as descargas nunca sejam diretas na edificação, caso contrário adota-se DPS Classe I - como os de 60kA da Clamper.

Perfeito! Muito obrigado, _rau_. :)

Pena que o quadro aqui não comporta nada, teria que quebrar a parede da cozinha. Mas quando eu tiver minha casa...

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