

Qualidade do Áudio
Como o codec é o responsável pelas conversões digital/analógico e analógico/digital, a qualidade do áudio analógico depende primariamente da qualidade do codec usado na placa-mãe (na próxima página falaremos de outros fatores que contribuem para a qualidade de áudio). Existem vários parâmetros que podem ser usados para julgar a qualidade de um codec de áudio. Abaixo nós listamos os principais parâmetros que você deve usar para comparar codecs (e consequentemente a qualidade do áudio on-board de uma placa-mãe) e os valores mais comuns para cada parâmetro. Quanto maior o número, melhor.
- Canais: Dois, quatro, seis (5.1), oito (7.1) ou dez (8+2)
- Resolução: 16 bits, 18 bits, 20 bits ou 24 bits
- Taxa de amostragem: 44,1 kHz, 48 kHz, 96 kHz ou 192 kHz
- Relação sinal/ruído (SNR): 90 dB a 115 dB
Você pode obter os valores usados pelo codec usado em sua placa-mãe no tutorial “Tabela Comparativa dos Codecs de Áudio”.
Vamos agora explicar em detalhe cada item da lista acima.
O número de canais é a quantidade de saídas de som independentes que a placa de som possui. Antigamente as placas de som tinham somente dois canais – esquerdo e direito, isto é, som estéreo. Então veio o som surround básico com quatro canais, com duas caixas (esquerda e direita) na frente e duas caixas (esquerda e direita) atrás. Atualmente essas duas opções são encontradas apenas ou em placas-mães muito antigas ou em placas-mães muito simples.
O número mínimo de canais que você encontrará atualmente é seis, também conhecido como 5.1. Este é o mesmo padrão de áudio usado pelos DVDs. Aqui nós temos duas caixas frontais, duas caixas traseiras, uma caixa central (principalmente usada para voz; por exemplo, em canais de notícias ou em filmes quando o narrador ou personagem está falando, o som sairá desta caixa) e um canal subwoofer – também chamado LFE (Low Frequency Effects, Efeitos de Baixa Frequência) –, que é responsável por criar uma experiência mais realista reforçando sons de baixa frequência (graves).
O áudio de oito canais, também chamado 7.1, oferece as mesmas especificações do áudio 5.1, mas com a adição de duas caixas entre a caixa frontal e a caixa traseira, uma em cada lado (esquerda e direita). Essas caixas também são conhecidas como caixas laterais. Este é o mesmo padrão usado por filmes em alta definição, como aqueles em Blu-Ray.
E, finalmente, a mais nova adição é o áudio de dez canais, que é um nome inapropriado, já que ele não adiciona mais dois canais ao sistema surround, mas oferece dois canais independentes (esquerdo e direito) para os fones de ouvido. Este sistema é melhor descrito como 8+2. Em todos os outros sistemas, o conector para fones de ouvido localizado no painel frontal do gabinete é conectado em paralelo com a saída de linha (caixas frontais) e consequentemente oferece o mesmo som que é enviado para as caixas frontais. No sistema 8+2, o conector para fones de ouvido frontal é independente das caixas de som frontais e programas podem enviar um sinal de áudio diferente para os fones de ouvido enquanto estiver tocando outro som nas caixas frontais. Pense em jogos que usam tecnologia de voz sobre IP (VoIP), onde os usuários podem conversar entre si através de fones de ouvido e microfones, e você rapidamente verá os benefícios desse sistema: usuários não ouvirão no fones de ouvido os sons do jogo como explosões e tiros, apenas as conversas com outros usuários, enquanto mantém os sons dos jogos tocando ao mesmo tempo em todas as caixas.
A resolução ou taxa de amostragem são dois parâmetros que tomariam muito tempo para explicarmos exatamente o que são. Nós já escrevemos um tutorial chamado “Como Conversores Analógico/Digital Funcionam”, onde explicamos esses parâmetros em detalhes. Se você não quiser ler esse tutorial, basta saber que, quanto maiores esses números, melhor é a qualidade de áudio.
E, por fim, nós temos a relação sinal/ruído, também chamada SNR (Signal-to-Noise Ratio), que mede o nível de ruído produzido pelo codec. Em nossa opinião, esse é o parâmetro no qual o usuário médio deveria prestar mais atenção.
Lembre-se que estamos falando aqui do ruído produzido pelo codec, não do ruído que já está embutido na fonte de áudio. Esse parâmetro não tem nada a ver com o ruído que já está dentro de um arquivo de vídeo ou um arquivo MP3 que você tenha.
Para entender o que estamos falando, faça uma experiência simples. Em casa, encontre um aparelho de som que ainda tenha um toca-fitas. Coloque uma fita para tocar, pressione a tecla “pause” e aumente o volume. Você ouvirá muito ruído (tecnicamente chamado ruído branco) que está sendo produzido pelo toca fitas e não está dentro da fita que você está tocando (já que ela está parada). Esse é o ruído do qual estamos falando. Claro que você não quer uma placa-mãe que insira ruído em seu som.
A relação sinal/ruído é medida em decibéis (dB) e quanto maior o seu valor, melhor. Idealmente, você deveria ter uma placa-mãe com um codec que tenha uma relação sinal/ruído de pelo menos 100 dB para a melhor qualidade de áudio possível. Codecs mais simples oferecem uma relação sinal/ruído de 96 dB ou 97 dB, que é “quase lá” e oferecerá uma qualidade de áudio muito boa para o usuário comum.
O problema, no entanto, é a relação sinal/ruído para as entradas de áudio. A relação sinal/ruído divulgada pelo fabricante da placa-mãe ou do codec é para as saídas analógicas do codec. Se você planeja trabalhar com captura e edição de áudio analógico – converter fitas VHS para DVD, converter fitas e LPs para MP3 ou CD e tarefas similares –, então deve comprar uma placa-mãe (ou uma placa de som avulsa) que use um codec que ofereça uma relação sinal/ruído de pelo menos 95 dB em sua entrada. Abaixo disso, você ouvirá ruído em seu trabalho. Infelizmente codecs simples oferecem uma relação sinal/ruído de entrada de 90 dB ou de até mesmo 85 dB, o que é um valor muito ruim. Claro que você apenas precisa se preocupar com esta questão se for trabalhar com captura e edição de áudio analógico. Se este não é o seu caso – como não é o caso da maioria dos usuários –, você não deve se preocupar com isso.
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