

Introdução
O Odysseyfoi um console de vídeo game fabricado no Brasil pela Philips. Ele foi lançado nos EUA em 1978 pela Magnavox (a Magnavox, uma empresa americana, pertencia à gigante holandesa Philips) como Odyssey2 e na Europa como Videopac G7000, mas que só chegou ao Brasil em 1983. Na estreia da nossa nova seção “Museu”, vamos dissecar o Odyssey e explicar em detalhes como ele funcionava.
O Odyssey foi desenvolvido nos EUA, mas teve sucesso mesmo por aqui. Isto porque até 1992, por conta da reserva de mercado, éramos proibidos de importar eletrônicos, e todos os produtos eletrônicos de consumo tinham que ser fabricados no Brasil (claro que algumas pessoas contrabandeavam produtos de outros países; mesmo após o fim da reserva de mercado, quem quiser comprar algum aparelho importado tem que arcar com um custo por volta de 100% do valor do produto no exterior). Esta barreira foi criada pelo governo militar com o intuito de fomentar o desenvolvimento de indústrias locais. Como a Philips, proprietária da Magnavox, tinha fábricas no Brasil, o Odyssey era um produto perfeito para o país, já que poderia ser fabricado localmente e não tinha muitos concorrentes. Na verdade os únicos concorrentes do Odyssey no Brasil eram os clones do Atari 2600 e o Intellivision (que foi fabricado no Brasil pela Sharp; um clone do Colecovision chamado Splicevision foi lançado, mas por causa do seu visual amador teve baixa participação de mercado). Com o governo brasileiro proibindo a competição externa, o Odyssey da Philips bateu recordes de vendas.
Figura 1: O Odyssey
Figura 2: O Odyssey (parte traseira)
O Odyssey vinha com dois joysticks permanentemente instalados ao console (uma versão do Odyssey com joysticks removíveis foi lançada depois nos EUA e na Europa, mas não foi lançado aqui). Esses joysticks pareciam analógicos, mas na verdade, eles eram digitais. Como eles estavam permanentemente instalados ao console, você não poderia substituí-los facilmente caso eles quebrassem ou por um par de controles do tipo “paddle”, opções disponíveis no Atari 2600. Um “paddle” é um controle analógico baseado em um potenciômetro, onde você pode girá-lo para a esquerda ou para a direita para indicar a direção que você quer mover.
Figura 3: Um dos joysticks
O destaque do Odyssey era o seu teclado alfanumérico de membrana, similar ao usado nos computadores Sinclair ZX81 e clones (Timex Sinclair 1000, Microdigital TK80, TK82 e TK83), o que fazia com que ele se parecesse com um computador, e certamente este foi um dos motivos pelo qual muita gente na época optou por comprá-lo em vez de um dos seus concorrentes. Os jogos eram disponíveis em cartuchos, onde o software era escrito dentro de um chip de memória ROM (normalmente PROM), igual aos de outros consoles de vídeo game da época. Um transformador externo e um interruptor de antena “TV/Game” (muitas vezes chamado erroneamente de “modulador de RF”) completava o pacote.
Figura 4: O teclado de membrana
Figura 5: O Odyssey com um cartucho instalado
O vídeo game era conectado à TV através da sua antena, e você tinha que sintonizar a TV no canal três ou quatro, dependendo de como o sistema foi configurado (na versão brasileira, esta configuração era feita através de uma chave localizada no painel inferior do console).
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