Há, no mercado, algumas placas sendo vendidas como sendo de teste e de diagnóstico de problemas de hardware (as marcas mais conhecidas são a Trinitech e a Ultra-X), e nossos leitores freqüentemente pedem para que a gente teste esse tipo de placa, para saberem se esse tipo de placa realmente funciona.
A questão toda é a seguinte: existem basicamente dois tipos de placas de diagnóstico. As mais baratas são as placas que fazem leitura do código emitido pelo BIOS do micro durante o POST (Power On Self Test), que é o autoteste que é efetuado pela máquina toda a vez em que o micro é ligado, mostrando esse código através de um display localizado na placa. Durante o POST vários circuitos são testados (como a memória) e durante cada teste o display mostra o código referente ao teste que está sendo executado no momento. Caso haja alguma falha no teste, o código do teste que falhou fica sendo apresentado no display. Basta consultar o manual da placa para saber o que aquele código representa e você terá um diagnóstico do que há de errado com o micro.
Só que essas placas de POST acabam não tendo muita utilidade para a maioria dos técnicos. A razão é muito simples: quem efetua o teste não é a placa, mas sim o próprio BIOS do micro. A placa apenas lê as mensagens emitidas pelo BIOS do micro durante o autoteste (POST) do micro. Assim, se o micro estiver com um problema em que o POST não consiga ser executado, a placa simplesmente não funcionará, e você terá de identificar o problema do micro na mão, através da velha técnica de substituição de peças.
Da mesma forma, não adianta muito saber, por exemplo, que o problema é do temporizador da placa-mãe (um exemplo de um dos códigos de erro possíveis dessa placa), porque será necessário trocar a placa-mãe inteira, e você pode identificar facilmente peças defeituosas por substituição, sem a necessidade de investir em uma placa de teste desse tipo.
Dessa forma, as placas de POST são testes passivos. Inclusive, algumas placas-mães da MSI, especialmente a K7T, trazem consigo um pequeno conjunto de LEDs que faz a mesma coisa que a placa de POST: apresentam os resultados do autoteste e caso o micro não ligue, fica indicado o provável defeito.
As placas de diagnóstico mais caras possuem um programa de diagnóstico embutido. Basta espetar uma placa dessas e ligar o micro para o programa de diagnóstico ser executado imediatamente, sem a necessidade de dar boot com nenhum programa de diagnóstico. Aí a história já é outra. Essas placas funcionam de maneira ativa (e não passiva), executando um programa que realmente testa cada peça do micro, como placa-mãe, memórias, placa de vídeo, etc - ao contrário das placas de POST, que não testam nada, apenas mostram os resultados do autoteste do micro.
O único problema dessas placas é o preço, salgado para os padrões brasileiros, ainda mais agora com a alta do dólar. A solução que acaba valendo mais a pena é o uso de programas profissionais para diagnóstico de hardware, como o Troubleshooter e o ExpertCheck. Esses programas são os melhores que conhecemos para o teste de hardware, testando efetivamente todas as peças de seu micro. Outra vantagem é que esses programas são vendidos em um único disquete, facilitando a carga do programa em micros defeituosos (já que em muitas situações de manutenção o sistema operacional não consegue ser carregado - por exemplo, um micro com uma placa de vídeo defeituosa pode travar durante o carregamento do sistema operacional, impedindo que programas de diagnóstico vendidos em CD possam ser instalados).
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