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Teste da Fonte de Alimentação Mtek PSH-650V
Gabriel Torres respondeu ao tópico de Gabriel Torres em Comentários de artigos
Oi pessoal, Essa fonte da Mtek é apenas o primeiro de uma série de testes que estaremos fazendo nas próximas semanas com fontes mais "populares". Não se preocupem, das fontes "nacionais" a Huntkey será a próxima vítima! Só peço um pouco de paciência pois antes disso tenho ainda que postar alguns outros testes de fontes de primeira linha. Dêem uma lida no seguinte texto do blog para uma explicação mais completa: https://www.clubedohardware.com.br/artigos/blog/180 Quanto à explosão esclareço que ela não explodiu com carga máxima, mas sim quando tentei puxar muito mais do que ela agüentava (leiam o texto com atenção). Visualmente falando a única coisa que ficou diferente foram as manchas pretas em volta dos transistores do PFC ativo, de resto a fonte ficou como se estivesse nova. Provavelmente se testássemos 3 unidades as 3 explodiriam, o motivo é o transistor usado no PFC ativo, leia a parte "Análise do Primário" para uma explicação mais completa, mas em resumo fontes de primeira linha usam transistores que aguentam seis vezes mais corrente. Abraços, Gabriel Torres. -
A Mtek é uma marca bastante popular no Brasil há séculos – quem nunca teve um teclado ou um par de caixas de som Mtek? A qualidade dos produtos Mtek sempre foi no mínimo questionável, mas agora eles aparecem com uma linha completa de fontes de alimentação “de potência real”. Nosso primeiro teste de fontes da Mtek será com o modelo de 650 W, PSH-650V. Será que ela sobreviverá aos nossos testes? Veremos. Para quem não sabe, Mtek não é um fabricante, mas um grupo de distribuidores que atua desde 1988 em alguns países – em particular na América do Sul – comprando produtos de fabricantes da China e Taiwan e mandando estampar a sua própria marca. Portanto nós estávamos muito curiosos para saber quem era o verdadeiro fabricante das fontes de alto desempenho da Mtek. Para nossa surpresa descobrimos que o fabricante é a CWT, e o modelo PSH-650V da Mtek é, na realidade, o modelo PSH650 da CWT. Para quem não está ligando o nome à pessoa, a CWT é a mesma empresa que fabrica as fontes de algumas outras marcas famosas de primeira linha, tais como Corsair e Thermaltake, só para citarmos algumas. Mas note que no caso dessas marcas a CWT fabrica as fontes sob encomenda usando projeto fornecido pela marca, o que não é o caso deste modelo da Mtek, onde a Mtek apenas escolheu um modelo já “pronto” que a CWT tinha disponível. De qualquer forma isto já é um bom começo e estávamos bastante otimistas em relação ao projeto e desempenho desta fonte; pelo menos neste momento inicial já poderíamos garantir que não estávamos diante de uma fonte “genérica” de quinta categoria. Se ela realmente consegue entregar 650 W ou não é outra história, mas é justamente para isso que estamos aqui. Figura 1: Mtek PSH-650V. Figura 2: Mtek PSH-650V. Como você pode ver nas Figuras 1 e 2 esta fonte usa uma ventoinha de 140 mm em sua parte inferior (a fonte de alimentação está de cabeça para baixo nas Figuras 1 e 2) e uma grade em sua parte traseira, onde tradicionalmente há uma ventoinha de 80 mm. Esta solução de refrigeração oferece um melhor fluxo de ar e um baixo nível de ruído, já que ventoinhas maiores podem girar a uma velocidade de rotação menor para gerar o mesmo fluxo de ar do que as ventoinhas menores. A Mtek PSH-650V também tem duas características que estão se tornando padrão em fontes de boa qualidade, PFC ativo e alta eficiência (80%). Quanto maior a eficiência melhor – uma eficiência de 80% significa que 80% da potência extraída da rede elétrica é convertida em potência nas saídas da fonte de alimentação e apenas 20% é desperdiçada, o que significa uma conta de luz mais baixa – só para você ter uma ideia, fontes de alimentação convencionais possuem uma eficiência abaixo de 70%. O PFC ativo (Fator de Correção de Potência), por outro lado, oferece uma melhor utilização da rede elétrica e permite que esta fonte de alimentação esteja de acordo com leis européias, o que permite à CWT vendê-la neste continente (você pode ler mais sobre PFC em nosso tutorial Fontes de Alimentação). Na Figura 1 você pode ver que esta fonte de alimentação não tem uma chave 110V/220V, característica esta presente em fontes de alimentação com PFC ativo. Esta fonte de alimentação vem com apenas quatro cabos de alimentação para periféricos: um o cabo de alimentação auxiliar PCI Express para placas de vídeo com conectores de 6 pinos, um cabo contendo quatro conectores de alimentação para periféricos padrão e um conector de alimentação para unidade de disquetes, um cabo contendo três conectores de alimentação para periféricos padrão e um conector de alimentação para unidade de disquetes e um cabo contendo dois conectores de alimentação Serial ATA. Como você pode ver, esta fonte apresenta menos cabos do que o necessário. Ela só tem um cabo para placas de vídeo, significando que você não tem como usá-la diretamente sem adaptadores se você tiver um sistema SLI ou CrossFire, algo imperdoável em uma fonte de 650 W. O segundo e mais grave problema é a existência de apenas dois conectores de alimentação SATA. Se você tiver mais de duas unidades SATA no seu micro você terá de usar um adaptador para converter os plugues convencionais em SATA, o que é simplesmente ridículo em se tratando de uma fonte de alimentação de 650 W, que é voltada para usuários que têm arranjos RAID. Todos os fios dessa fonte são 18 AWG, o que é adequado para uma fonte desta faixa de potência. Além de economizar nos conectores e cabos, a CWT cortou custos no acabamento. Como você pode ver na Figura 2 essa fonte não tem um acabamento de nylon cobrindo os seus cabos, como ocorre em fontes de boa qualidade. Nós decidimos desmontar esta fonte de alimentação para vermos qual projeto e componentes foram utilizados. Leia nosso tutorial Anatomia das Fontes de Alimentação Chaveadas para entender como uma fonte de alimentação trabalha internamente e para comparar esta fonte de alimentação com outras. Nesta página teremos uma visão geral, enquanto que nas páginas seguintes discutiremos em detalhes a qualidade e as características dos componentes usados. Nós podemos apontar várias diferenças entre esta fonte de alimentação e uma fonte genérica: a qualidade da construção da placa de circuito impresso; o uso de mais componentes no estágio de filtragem de transientes; o circuito PFC ativo; a potência de todos os componentes; o projeto; etc. Figura 3: Visão geral. Figura 4: Visão geral. Figura 5: Visão geral. Como mencionamos em outros artigos e testes, a primeira coisa que gostamos de ver quando abrimos uma fonte de alimentação para termos uma ideia da sua qualidade é o estágio de filtragem de transientes. Os componentes recomendados para esse estágio são duas bobinas de ferrite, dois capacitores cerâmicos (capacitores Y, normalmente azuis), um capacitor de poliéster metalizado (capacitor X) e um varistor (MOV). Em fontes de alimentação genéricas são usados menos componentes do que o recomendado, normalmente removendo o varistor, que é essencial para eliminar picos de energia provenientes da rede elétrica, e a primeira bobina. Nesta seção a Mtek PSH-650V é impecável, já que ela tem mais componentes do que o necessário – um capacitor X extra, dois capacitores Y extras e uma bobina extra. Esta fonte tem ainda um capacitor X localizado após a ponte de retificação. Figura 6: Estágio de filtragem de transientes (parte 1). Figura 7: Estágio de filtragem de transientes (parte 2). Uma característica muito interessante desta fonte de alimentação é que seu fusível está acondicionado dentro de uma proteção de borracha à prova de fogo. Portanto, esta proteção evitará que a faísca produzida na hora que o fusível queima de provocar um incêndio. Como você pode ver nas Figuras 4 e 5 todas as bobinas usadas nesta fonte de alimentação são também protegidas pelo mesmo material. Vamos agora discutir em detalhes os componentes usados na Mtek PSH-650V. Nós estávamos bastante curiosos para verificarmos quais componentes foram escolhidos para a seção de potência desta fonte de alimentação e também como eles foram interligados, ou seja, o projeto usado. Estávamos dispostos a ver se os componentes realmente forneceriam a potência anunciada pela Mtek. De todas as especificações técnicas descritas no databook de cada componente, estávamos mais interessados na corrente máxima em modo contínuo, dada em ampères (A). Para encontrar a potência máxima teórica do componente em watts podemos usar a fórmula P = V x I, onde P é a potência em watts, V é a tensão em volts e I é a corrente em ampères. Nós precisamos saber também em que temperatura o fabricante do componente mediu a sua corrente máxima (esta informação também pode ser encontrada no databook do componente). Quanto maior a temperatura, menor é a corrente que semicondutores conseguem fornecer. Correntes dadas a temperaturas menores do que 50° C não são boas, já que temperaturas abaixo desta não refletem as reais condições de trabalho da fonte de alimentação. Lembre-se que isto não significa que a fonte de alimentação fornecerá a corrente máxima de cada componente, já que a potência máxima que a fonte de alimentação pode fornecer depende de outros componentes usados – como o transformador, bobinas, capacitores, o layout da placa de circuito impresso e a bitola dos fios – não apenas das especificações principais dos componentes que iremos analisar. Para uma melhor compreensão do que iremos falar aqui, sugerimos que você leia nosso tutorial Anatomia das Fontes de Alimentação Chaveadas. Esta fonte de alimentação usa uma ponte de retificação KBJ10J em seu estágio primário, que pode fornecer até 10 A de corrente em modo contínuo (a 110° C). Este estágio está mais do que adequado para uma fonte de 650 W. O motivo é que em 115 V esta unidade poderia puxar até 1.150 W da rede elétrica; assumindo uma eficiência típica de 80%, essa ponte permitiria esta fonte de alimentação entregar até 920 W sem a queima desse componente. É claro que estamos falando especificamente deste componente e o limite real vai depender de todos os demais componentes usados nesta fonte de alimentação. No circuito PFC desta fonte são usados dois transistores MOSFET STP14NK50ZFP, que suportam uma corrente máxima de até 14 A a 25° C ou 7,6 A a 100° C em modo contínuo ou até 48 A em modo pulsante, cada. Durante os nossos testes nós conseguimos queimar estes transistores (note o “pretinho” em volta deles na Figura 8; não se preocupe com isso por enquanto). A maioria das fontes de alimentação de alto desempenho encontradas no mercado utilizam transistores 20N60C3, que suportam uma corrente máxima de até 45 A a 25º ou 20 A a 100° C em modo contínuo ou até 300 A a 25° C em modo pulsante, cada. Compare as especificações e veja que a maioria das fontes de alto desempenho de marcas conhecidas usam transistores com um limite de corrente muito maior do que os transistores usados nesta fonte. Figura 8: Ponte de retificação e transistores do PFC ativo. Na seção de chaveamento dois transistores de potência MOSFET STK14NK50Z são usados na configuração de chaveamento direto com dois transistores. Esses transistores possuem as mesmas especificações dos transistores usados no circuito do PFC ativo, porém capazes de dissipar mais calor (150 W contra 35 W). Mais uma vez a maioria das fontes de alto desempenho que temos visto de fabricantes de primeira linha também usam transistores 20N60C3 aqui que, como falamos, possuem especificações muito superiores. Figura 9: Transistores chaveadores (o diodo do PFC ativo está do outro lado desse dissipador). Esta fonte de alimentação usa o popular circuito integrado CM6800 em seu primário, que é ao mesmo tempo um controlador de PFC ativo e controlador PWM. Ele está localizado em uma pequena placa de circuito impresso, mostrada na Figura 10. Figura 10: Controlador de PFC ativo e PWM. Esta fonte usa quatro retificadores Schottky STPS3045CW em seu secundário, cada um capaz de fornecer até 30 A a 155° C (15 A por diodo interno). A corrente máxima teórica que cada linha de alimentação pode fornecer é dada pela fórmula I / (1 – D), onde D é o ciclo de trabalho usado e I é a corrente máxima suportada pelo diodo responsável pela retificação. Apenas como um exercício teórico podemos assumir um ciclo de carga de 30%. A saída de +12 V usa dois retificadores, portanto ela tem uma corrente máxima teórica de 43 A [(15 A x 2)/(1 - 0.30)], o que equivale a 514 W. Já as saídas de +5 V e +3,3 V usam um retificador cada, dando uma corrente máxima teórica de 21 A ou 107 W para a saída de +5 V e 71 W para a saída de +3,3 V. Figura 11: Três dos quatro retificadores Schottky usados no secundário. Figura 12: O outro retificador e o sensor de temperatura. Como você pode ver na Figura 12, esta fonte possui um sensor de temperatura preso ao dissipador de calor do secundário. A proposta deste sensor é controlar a velocidade de rotação da ventoinha de acordo com a temperatura interna da fonte. O capacitor eletrolítico do PFC ativo é japonês da Rubycon, rotulado a 85° C, enquanto os capacitores eletrolíticos do secundário são chineses da Samxon, rotulados a 105° C. Na Figura 13 você pode ver a etiqueta contendo todas as especificações de alimentação da PSH-650V. A Mtek não diz a que temperatura a fonte foi rotulada (mas não se preocupe, nós iremos testar isso). Figura 13: Etiqueta da fonte de alimentação. Como você pode esta fonte tem quatro barramentos virtuais de +12 V, cada um rotulado a 18 A. Esses barramentos estão distribuidos da seguinte forma: +12V1 (fio amarelo sólido): PCI Express (placa de vídeo), metade do EPS12V. +12V2 (fio amarelo com listra preta): ATX12V, metade do EPS12V. +12V3 (fio amarelo com listra azul): Cabo principal da placa-mãe. +12V4 (fio amarelo com listra laranja): Todos os conectores para periféricos. Uma coisa muito interessante que o fabricante fez foi discriminar na etiqueta as cores dos fios de 12 V, assim você tem como saber a qual barramento cada cabo está conectado sem a necessidade de se abrir a fonte. Nós achamos esta distribuição interessante. Vamos ver agora como esta fonte se comporta no mundo real. Nós fizemos vários testes com esta fonte de alimentação, conforme descrito em nosso artigo Nossa Metodologia de Testes de Fontes de Alimentação. Todos os testes descritos abaixo foram feitos com uma temperatura ambiente entre 46°C e 50°C. Durante nossos testes a temperatura da fonte de alimentação ficou entre 46°C e 53°C. Primeiro nós testamos esta fonte com cinco diferentes padrões de carga, tentando extrair em torno de 20%, 40%, 60%, 80% e 100% da sua capacidade máxima rotulada (na linha “% Carga Máx” nós listamos a porcentagem usada), observando como a fonte testada se comportava em cada carga. Na tabela abaixo nós listamos os padrões de carga usados e os resultados para cada carga. +12V2 é a segunda entrada de +12V do nosso testador de carga e neste teste ela foi ligada ao conector EPS12V da fonte de alimentação. Entrada Teste 1 Teste 2 Teste 3 Teste 4 Teste 5 +12V1 5 A (60 W) 10 A (120 W) 16 A (192 W) 20 A (240 W) 25 A (300 W) +12V2 4.5 A (54 W) 10 A (120 W) 13 A (156 W) 18 A (216 W) 23 A (276 W) +5V 1 A (5 W) 2 A (10 W) 4 A (20 W) 5 A (25 W) 6 A (30 W) +3,3 V 1 A (3.3 W) 2 A (6.6 W) 4 A (13.2 W) 5 A (16.5 W) 6 A (19.8 W) +5VSB 1 A (5 W) 1 A (5 W) 2 A (10 W) 2.5 A (12.5 W) 3 A (15 W) -12 V 0.5 A (6 W) 0.5 A (6 W) 0.5 A (6 W) 0.5 A (6 W) 0.8 A (9.6 W) Total 133 W 268 W 397 W 517 W 650 W % Carga Máx 20,5% 41,2% 61,1% 79,4% 100% Resultado Aprovada Aprovada Aprovada Aprovada Aprovada Estabilidade das Tensões Aprovada Aprovada Aprovada Aprovada Aprovada Ripple e Ruído Aprovada Aprovada Aprovada Aprovada Aprovada Potência CA 163 W 317 W 474 W 624 W 820 W Eficiência 81,6% 84,5% 83,7% 82,8% 79,3% A boa notícia é que conseguimos puxar a potência rotulada (650 W) da fonte com uma temperatura ambiente de 50° C. Infelizmente a eficiência caiu um pouco neste teste, mas bem próximo aos 80%, que é o mínimo que queremos ver em fontes de alimentação hoje em dia. Nós ficamos muito impressionados com a estabilidade das tensões desta fonte, todas as saídas ficaram dentro de um limite de 3% da tensão nominal, o que excelente – as tensões têm de estar dentro de um limite de 5% para cima ou para baixo, logo se elas estavam abaixo de 3% significa que esta fonte possui uma excelente regulação de tensão. O nível de ruído elétrico desta fonte ficou bem abaixo do máximo permitido, o que também é muito bom. Outras fontes topo de linha apresentam um nível de ruído menor, mas isso não significa que este quesito desta fonte seja ruim, pelo contrário. Quando estava entregando os seus 650 W o nível de ruído na entrada +12V1 era de 59 mV, na entrada +12V2 era de 64,8 mV, na entrada +5 V era de 7,6 mV e na entrada +3,3 V era de 11,8 mV. Todos esses números são valores pico-a-pico e o limite máximo permitido dentro da especificação ATX é de 120 mV para as saídas +12 V e 50 mV para as saídas +5 V e +3,3 V. Nas figuras abaixo você confere o ripple e ruído verificado quando a fonte estava entregando 650 W (teste 5). Figura 14: Nível de ruído na entrada +12V1 do testador de carga. Figura 15: Nível de ruído na entrada +12V2 do testador de carga. Figura 16: Nível de ruído na entrada +5 V do testador de carga. Figura 17: Nível de ruído na entrada +3,3 V do testador de carga. Após os testes de carga básicos nós tentamos extrair ainda mais potência da PSH-650V para ver qual era o máximo que esta fonte podera fornecer mantendo as suas saídas dentro das especificações. Nosso procedimento aqui é reconfigurarmos o testador a partir do teste 5 aumentando a corrente das entradas +12V1 e +12V2 do testador, ligando a fonte diretamente nesta nova configuração. Se ela ligar e se suas saídas estiverem dentro das suas especificações de tensão e ruído, desligamos a fonte e aumentamos mais um pouco as correntes. Continuamos assim até descobrirmos o limite máximo da fonte. Após testarmos algumas configurações a fonte explodiu! Tomamos um baita susto, pois inclusive pudemos ver um foguinho dentro da fonte. Neste momento estávamos puxando 33 A em cada entrada de 12 V do testador (as demais configurações eram as mesmas do teste 5). Bem, se você parar para fazer as contas vai ver que estávamos forçando a barra tentando puxar 866 W da fonte a 50° C, mas é para isso mesmo que estamos aqui, não é mesmo? O grande problema não foi a fonte ter explodido, mas as suas proteções de sobrecarga de corrente (OCP) e sobrecarga de potência (OPP) não terem entrado em ação, desligando a fonte e evitando este problema. Após termos aberto a fonte descobrimos que foram os transistores do PFC ativo que explodiram (ver Figura 8). Como comentamos durante a nossa análise do primário desta fonte, a Mtek PSH-650V usa transistores com limites de corrente muito inferiores aos usados por fontes de alta potência de marcas de primeira linha. Não que os transistores usados nesta fonte estejam subdimensionados, os transistores usados pela fontes de primeira linha é que estão superdimensionados. Como dissemos, não haveria problema algum usar estes transistores, desde que a proteção da fonte desarmasse a mesma em caso de sobrecarga. Outra coisa que nos chamou a atenção foi o fato que os retificadores da saída de +12 V terem um limite máximo de 60 A. Como nesta condição extrema nós estávamos puxando 66 A das saídas de 12 V, só isso já teria de ser mais do que suficiente para a proteção da fonte desligar a mesma. Ou seja, se não tivéssemos queimado os transistores do PFC ativo com certeza teríamos queimado os retificadores da linha de 12 V (nós os testamos e eles estavam intactos). As proteções contra curto-circuito das linhas de 12 V e 5 V, por outro lado, funcionaram corretamente, como pudemos ver efetuando este teste através do nosso testador de carga. Durante nossos testes pudemos ver a velocidade da ventoinha da fonte aumentando de acordo com o aumento da temperatura interna da fonte. Com a temperatura da fonte abaixo de 30 graus a ventoinha gira lentamente e a fonte é bem silenciosa. A partir desta temperatura a velocidade da ventoinha começa a aumentar, bem com o nível de ruído. Mas mesmo com a ventoinha girando em sua velocidade máxima o nível de ruído da fonte é relativamente baixo. Um recurso muito bom desta fonte é que caso a fonte esteja muito quente quando você desliga o micro a ventoinha continua girando para resfriar a fonte e aumentar a sua vida útil. As principais especificações técnicas da fonte de alimentação Mtek PSH-650V são: ATX12V 2.2. Potência nominal rotulada: 650 W. Eficiência rotulada: 80%. Eficiência medida: 79,3% a 84,5% a 115 V. PFC ativo: Sim. Conectores da placa-mãe: Um conector 20/24 pinos, um conector ATX12V e um conector EPS12V. Conectores dos periféricos: Um cabo de alimentação para placas de vídeo (6 pinos), um cabo contendo quatro conectores de alimentação para periféricos padrão e um conector de alimentação para a unidade de disquete, um cabo contendo três conectores de alimentação para periféricos padrão e um conector de alimentação para a unidade de disquete e um cabo contendo dois conectores de alimentação SATA. Proteções: Informação não disponível. Garantia: A confirmar. Mais informações: http://www.mtek.com.br Verdadeiro modelo: CWT PSH650. Preço médio no Brasil: A confirmar. Esta fonte de alimentação consegue realmente fornecer 650 W de potência a 50° C – o que é excelente –, suas saídas possuem uma excelente estabilidade e um ótimo nível de ruído elétrico e a ventoinha usada é excelente (silenciosa, velocidade aumenta com a temperatura e continua girando após o micro estar desligado para resfriar a fonte). Seu principal problema é a sua ridícula quantidade de cabos e conectores: apenas um conector para placa de vídeo e apenas dois conectores para unidades SATA. É claro que você conseguirá instalar mais do que dois discos rígidos ou mais do que uma placa de vídeo, mas você precisará instalar adaptadores para converter plugues para periféricos nos plugues que você precisa. Outro problema, este mais grave, é a falta de proteções contra sobrecarga de corrente e sobrecarga de potência. Nós conseguimos explodir esta fonte quando tentamos puxar mais de 850 W dela (não é um erro de grafia, ela explodiu quando tentamos puxar 866 W). Por um lado sabemos que a probabilidade de alguém tentar puxar tal potência desta fonte é muito baixa, por outro se alguém tentar há um evidente risco de incêndio. Algumas pessoas podem argumentar que desde que a fonte trabalhe dentro das especificações propostas pelo fabricante ela é um bom bom produto, mas discordamos. Se você está procurando por uma fonte de 650 W reais ou é porque você quer tirar onda com os seus amigos (e ainda por cima não tem dinheiro para comprar uma fonte de 1,000 W) ou é porque você realmente precisa. E quem precisa de uma fonte de 650 W? Somente pessoas com vários discos rígidos e duas placas de vídeo em SLI ou CrossFire... Usuários deste calibre infelizmente não ficarão satisfeitos com a Mtek PSH-650V por conta do baixo número de conectores que ela oferece. A propósito, você pode saber qual é a potência de fonte recomendada para o seu PC usando esta calculadora. Por outro lado, a Mtek PSH-650V é um bom produto se você tiver somente uma placa de vídeo e até dois discos rígidos e não se incomodar em usar adaptadores ao fazer um upgrade no micro e usá-la como se ela fosse um produto de potência inferior – já que você estará puxando bem menos do que 650 W. Até porque ela oferece sua melhor eficiência quando está entregando por volta de 40% da sua potência rotulada. E não tentar puxar mais do que 650 W dela! Mas infelizmente não temos como recomendar esta fonte visto que modelos de 650 W de marcas de primeira linha oferecem as proteções e os conectores que precisamos. Ao nosso ver esta fonte está superespecificada visto que, apesar de ela realmente conseguir entregar 650 W, seus recursos se assemelham mais ao de produtos na faixa de 420-500 W de fabricantes de primeira linha.
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Teste da Fonte de Alimentação Mtek PSH-650V
Gabriel Torres postou um tópico em Comentários de artigos
Tópico para a discussão do seguinte conteúdo publicado no Clube do Hardware: Teste da Fonte de Alimentação Mtek PSH-650V "Nós dissecamos a fonte PSH-650V da Mtek – uma marca muito popular no Brasil – e testamos para ver se ela consegue realmente entregar 650 W. Confira. " Comentários são bem-vindos. Atenciosamente, Equipe Clube do Hardware https://www.clubedohardware.com.br -
Teste da Fonte de Alimentação Antec NeoPower 550
Gabriel Torres postou um tópico em Comentários de artigos
Tópico para a discussão do seguinte conteúdo publicado no Clube do Hardware: Teste da Fonte de Alimentação Antec NeoPower 550 "Nosso teste da NeoPower 550 (Neo HE550), uma fonte de alimentação de 550 W da Antec com cabeamento modular, onde nós a desmontamos completamente e a testamos para ver se ela é capaz de fornecer a sua potência rotulada." Comentários são bem-vindos. Atenciosamente, Equipe Clube do Hardware https://www.clubedohardware.com.br -
A NeoPower é uma série de fontes de alimentação de alta eficiência da Antec, sendo vendida no passado com o nome “HE” (High Efficiency, Alta Eficiência). De acordo com a Antec, as fontes de alimentação desta série têm uma eficiência de até 85% (em comparação a eficiência de menos de 75% das fontes de alimentação comuns), o que significa menor perda de potência – uma eficiência de 85% significa que 85% da potência extraída da rede elétrica é convertida em potência nas saídas da fonte de alimentação e apenas 15% é desperdiçada, ou melhor, transformada em outro tipo de energia, como calor. Isto é traduzido em menor consumo da rede elétrica (já que menos potência é consumida de modo a gerar a mesma quantidade de potência em suas saídas), o que significa uma conta de luz mais baixa. As fontes de alimentação desta série – atualmente disponíveis em modelos de 380 W, 430 W, 500 W, 550 W e 650 W – têm sistema de cabeamento modular e uma ventoinha padrão de 80 mm na parte traseira. Nós demos uma olhada no modelo de 550 W e testamos para ver se ele realmente pode fornecer os 550 W rotulados. Figura 1: Antec NeoPower 550. Figura 2: Antec NeoPower 550. Esta fonte de alimentação tem PFC ativo (Fator de Correção de Potência), que oferece uma melhor utilização da rede elétrica e permite que esta fonte de alimentação esteja de acordo com leis européias, o que permite a Antec vendê-la neste continente (você pode ler mais sobre PFC em nosso tutorial Fontes de Alimentação). Na Figura 1 você pode ver que esta fonte de alimentação não tem uma chave 110V/220V, característica esta presente em fontes de alimentação com PFC ativo. Na verdade, um truque para verificar se uma fonte de alimentação tem ou não PFC ativo é verificar a existência ou não desta chave. No que diz respeito à refrigeração, esta fonte de alimentação usa o sistema de refrigeração padrão usado há séculos: uma ventoinha traseira de 80 mm que puxa o ar quente de dentro para fora do micro. A parte frontal desta fonte – que fica localizada dentro do gabinete e por onde o ar quente passa – possui uma enorme grade, permitindo um melhor fluxo de ar. Fontes de alimentação mais simples normalmente têm apenas algumas ranhuras, oferecendo um baixo fluxo de ar. Você pode ver esta grade na Figura 2. Na Figura 2 você pode ver que esta fonte de alimentação utiliza um sistema de cabeamento modular para os cabos de periféricos, o que é fantástico por duas razões: primeiro porque você precisa encaixar apenas os cabos para periféricos que realmente irá usar, evitando assim que cabos desnecessários ocupem espaço dentro do micro, o que ajuda a melhorar o fluxo de ar; segundo, se no futuro você precisar de cabos diferentes você poderá adquiri-los com o fabricante em vez de ter que comprar uma nova fonte de alimentação só porque a sua não tem os cabos que você precisa. Um acabamento plástico também é usado nos cabos para protegê-los, ajudando na organização dentro do micro e oferecendo um melhor fluxo de ar interno, o que evita o superaquecimento devido ao número reduzido de cabos bloqueando o fluxo de ar. Figura 3: Cabos para periféricos. A NeoPower 550 vem com dois cabos de alimentação auxiliar PCI Express, dois cabos para periféricos com três conectores de alimentação cada, dois cabos de alimentação Serial ATA com dois conectores cada e um adaptador para unidade de disquete que converte um conector para periférico em dois conectores para a unidade de disquete. Os cabos de alimentação principais – que não fazem parte do sistema de cabeamento modular – incluem um cabo principal de 20/24 pinos, um conector ATX12V e um conector EPS12V. Esta fonte de alimentação utiliza um mecanismo muito simples para converter seu conector principal de 24 pinos em 20 pinos, como você pode ver na Figura 4. Figura 4: Seu conector de alimentação de 24 pinos pode ser facilmente transformado em um de 20 pinos. Nós achamos alguns detalhes de acabamento que poderiam ter sido mais trabalhado pela Antec. Apesar de nós termos colocado “pontos negativos” no subtítulo, o que estamos descrevendo aqui não são realmente problemas, mas sim questões de caráter estético. Primeiro, o acabamento plástico em volta dos fios principais não vem de dentro da fonte de alimentação, como você pode ver na Figura 5. Por isso os fios ficam expostos quando eles saem da carcaça da fonte. Figura 5: O acabamento plástico não vem da fonte de alimentação. Além disso, o acabamento plástico não cobre totalmente os fios até os conectores, veja na Figura 6. Figura 6: Acabamento plástico desta fonte não cobre totalmente os fios até o conector. Decidimos desmontar esta fonte de alimentação para darmos uma olhada. Nós decidimos desmontar esta fonte de alimentação para vermos o que a difere de uma fonte de alimentação genérica. Leia nosso tutorial Anatomia das Fontes de Alimentação Chaveadas para entender como uma fonte de alimentação trabalha internamente e para comparar esta fonte de alimentação a uma genérica. Nesta página teremos uma visão geral, enquanto que na página seguinte discutiremos em detalhes a qualidade e as características dos componentes usados. Nós podemos apontar várias diferenças entre esta fonte de alimentação e uma fonte genérica: a qualidade da construção da placa de circuito impresso; o uso de mais componentes no estágio de filtragem de transientes; o circuito de PFC ativo; o uso de um sensor térmico no dissipador de calor dos diodos de potência para controlar a velocidade da ventoinha e para desligar a fonte de alimentação em caso de superaquecimento; a potência de todos os componentes; o projeto; etc. Na Figura 7 você tem uma visão geral do interior desta fonte de alimentação. Figura 7: Por dentro da Antec NeoPower 550. A primeira coisa que gostamos de ver quando abrimos uma fonte de alimentação para termos uma ideia da sua qualidade é o estágio de filtragem de transientes. Em fontes de alimentação genéricas este estágio tem apenas uma bobina, dois capacitores cerâmicos, um ou dois capacitores de poliéster metalizados e, se tivermos sorte, um varistor (MOV). Esta fonte de alimentação da Antec usa um varistor (localizado atrás da bobina de ferrite do lado direito da Figura 9 e por isso não aparece na figura), dois capacitores cerâmicos, dois capacitores de poliéster metalizados, três bobinas de ferrite, além de um núcleo de ferrite no cabo de alimentação principal. Além disso, os componentes do primeiro estágio do filtro de transientes normalmente ficam soldados diretamente no conector de alimentação principal, mas nesta fonte de alimentação eles estão localizados em uma pequena placa de circuito impresso presa no conector de alimentação principal, o que é muito melhor do que ter componentes diretamente soldados no conector de alimentação principal. Figura 8: Estágio de filtragem de transientes (parte 1). Figura 9: Estágio de filtragem de transientes (parte 2). Na Figura 9 você pode ver ainda uma bobina de ferrite, um capacitor cerâmico e um capacitor de poliéster que são usados no circuito PFC ativo. Agora falaremos em mais profundidade sobre os componentes usados na NeoPower 550. Nós estávamos bastante curiosos para verificarmos quais componentes foram escolhidos para a seção de potência desta fonte de alimentação e também como eles foram interligados, ou seja, o projeto usado. Estávamos dispostos a ver se os componentes realmente forneceriam a potência anunciada pela Antec. De todas as especificações técnicas descritas no databook de cada componente, estávamos mais interessados na corrente máxima em modo contínuo, dada em ampères (A). Para encontrar a potência máxima teórica do componente em watts podemos usar a fórmula P = V x I, onde P é a potência em watts, V é a tensão em volts e I é a corrente em ampères. Lembre-se que isto não significa que a fonte de alimentação fornecerá a corrente máxima de cada componente, já que a potência máxima que a fonte de alimentação pode fornecer depende de outros componentes usados – como o transformador, bobinas, o layout da placa de circuito impresso e a bitola dos fios – não apenas das especificações principais dos componentes que iremos analisar. Para uma melhor compreensão do que iremos falar aqui, sugerimos que você leia nosso tutorial Anatomia das Fontes de Alimentação Chaveadas. Esta fonte de alimentação usa uma ponte de retificação GBU1006 em seu estágio primário, que pode fornecer até 10 A de corrente contínua. Este componente está claramente superdimensionado: a 115 V ele seria capaz de puxar até 1.150 W da rede elétrica. Supondo uma eficiência típica de 80%, isso significa que essa fonte poderia entregar até 920 W sem que este componente queimasse. É claro que estamos falando especificamente do limite da ponte de retificação, e a potência máxima que uma fonte é capaz de fornecer depende dos demais componentes usados. Figura 10: Ponte de retificação desta fonte de alimentação. Em seu estágio primário, quatro transistores de potência MOSFET são usados, dois 20N60C3 para o circuito PFC ativo (máximo de 20 A a 110° C cada) e dois FQA18N50V2 (máximo de 12.7 A a 100° C cada) para a seção de chaveamento, usando a configuração de chaveamento direto com dois transistores (two-transistor forward). Para um melhor entendimento sobre a relação entre esses transistores, desenhamos um diagrama simplificado desta seção da fonte de alimentação NeoPower 550, como você pode ver na Figura 11. Figura 11: Diagrama simplificado desta fonte de alimentação mostrando a localização dos quatro transistores MOSFET. Figura 12: Transistores MOSFET usados nesta fonte de alimentação. O primário desta fonte é controlado por um circuito integrado CM6800, que engloba um controlador de PFC ativo e um controlador PWM. Este circuito está localizado em uma pequena placa de circuito impresso mostrada na Figura 13. Figura 13: Circuito integrado controlador do PFC ativo e PWM. Mas estávamos mesmo interessados no secundário desta fonte de alimentação. Sua saída de +12 V é produzida por dois retificadores Schottky MBR4060WT instalados em paralelo, cada um suportando até 40 A de corrente contínua (20 A por diodo interno a 108° C). A corrente máxima teórica que a linha de +12 V pode fornecer é dada pela fórmula I / (1 – D), onde D é o ciclo de trabalho usado e I é a corrente máxima suportada pelo diodo responsável pela retificação (neste caso, formado por dois diodos de 20 A em paralelo). Apenas como um exercício teórico podemos assumir um ciclo de carga de 30%. Isto nos daria uma corrente máxima teórica de 57 A ou 684 W para a saída de +12 V. A corrente máxima que esta linha pode realmente fornecer depende dos demais componentes usados, em particular da bobina. Sua saída de + 5V é produzida por um retificador Schottky STPS30L45CW, que pode suportar até 30 A de corrente contínua (15 A por diodo interno a 135° C). A corrente máxima teórica que a linha de +5 V pode fornecer é dada pela fórmula I / (1 – D), onde D é o ciclo de trabalho usado e I é a corrente máxima suportada pelo diodo responsável pela retificação (um diodo de 15 A). Apenas como um exercício teórico podemos assumir um ciclo de carga de 30%. Isto nos daria uma corrente máxima teórica de 21 A ou 107 W para a saída de +5 V. A corrente máxima que esta linha pode realmente fornecer depende dos demais componentes usados, em particular da bobina. O retificador usado na saída de +3,3 V é um STPS30L40CW, que pode suportar até 30 A (15 A por diodo interno a 135° C). Usando os mesmos cálculos apresentados acima, esta saída poderia entregar até 21 A ou 71 W. Figura 14: Retificadores usados nesta fonte de alimentação. Figura 15: Segundo retificador para a saída de + 12V. A Antec também escolheu adicionar um regulador de tensão 7805 conectando as saídas de +12 V e + 5 V, provavelmente para simular uma carga e permitir que a fonte de alimentação ligue. Figura 16: Regulador de tensão 7805 conectado entre as saídas de +12 V e +5 V. O capacitor eletrolítico usado no circuito PFC ativo é da japonesa Chemi-Com, enquanto que todos os outros capacitores eletrolíticos são da taiwanesa OST. Esta fonte de alimentação tem ainda um verdadeiro sensor de temperatura preso no dissipador de calor usado pelos retificadores secundários, responsável por desligar a fonte em caso de superaquecimento e também para controlar a velocidade de rotação da ventoinha de acordo com a temperatura da fonte, o que é muito interessante, já que a ventoinha girará em sua velocidade de rotação máxima apenas quando necessário. Na Figura 17 você pode ver a etiqueta contendo todas as especificações de alimentação da NeoPower 550. Figura 17: Etiqueta da fonte de alimentação. Como você pode ver na etiqueta desta fonte de alimentação ela tem três barramentos de +12V. Esses barramentos são “virtuais”, já que todos eles são conectados ao único barramento real de +12V proveniente dos retificadores de +12 V através de uma série de jumpers (fios). Você pode ver isto nas Figuras 18 e 19. Figura 18: Fios de +12 V separados em seis grupos e conectados na placa de circuito impresso como se houvesse três barramentos separados. Figura 19: No entanto, estão interconectados na placa de circuito impresso. Cada barramento virtual, no entanto, tem sua própria proteção contra sobrecarga de corrente (OCP) e é por isso que eles são listados como sendo barramentos individuais apesar de eles estarem todos conectados no mesmo lugar dentro da fonte de alimentação. Com base no que foi dito na etiqueta da fonte, a proteção contra sobrecarga de corrente está configurada para desligar a fonte caso você extraia mais do que 18 A em qualquer um dos três barramentos virtuais (normalmente o circuito de proteção contra sobrecarga de corrente é configurado com um valor um pouco acima do que está escrito na etiqueta). Pelo menos em teoria, já que durante nossos testes nós extraímos muito mais do que 18 A no barramento de +12V1 e a fonte de alimentação não desligou (falaremos mais sobre isto na próxima página). Em fontes de alimentação com múltiplos barramentos é muito importante ver como os conectores da fonte estão distribuídos entre os barramentos disponíveis. Na NeoPower 550 a Antec distribuiu os conectores da seguinte forma: +12V1: ATX12V, metade do EPS12V. +12V2: Todos os plugues do sistema de cabeamento modular. +12V3: Conector de alimentação principal da placa-mãe, metade do EPS12V. Uma coisa curiosa é o fato de a metade do plugue EPS12V estar conectado no barramento +12V1 (fio amarelo com listra azul) e a outra metade no barramento de +12V3 (fio amarelo com listra preta), como você pode ver na Figura 20. Figura 20: O plugue EPS12V está conectado ao mesmo tempo nos barramentos +12V1 e +12V3. Colocar todos os conectores do sistema de cabeamento modular no mesmo barramento é algo que nós não recomendaríamos, pois os conectores da placa de vídeo (cabos de alimentação auxiliar PCI Express), puxam muita corrente (e consequentemente potência). Esta configuração, no entanto, não tem qualquer impacto no desempenho da fonte, como mostraremos na próxima página. Outra curiosidade é que os plugues do sistema de cabeamento modular são conectados no barramento +12V2 através de dois conjuntos de dois fios. O primeiro conjunto é conectado nos dois primeiros conectores e o segundo conjunto é conectado no restante dos conectores, como mostramos na Figura 21. Figura 21: Como os plugues do sistema de cabeamento modular são conectados no barramento +12V2. Como cada fio tem seu próprio limite de corrente (que é um limite físico) se você não for usar todos os cabos do sistema de cabeamento modular – o que é bem provável – você terá uma melhor distribuição de potência/corrente se você equilibrar os dois grupos de conectores. Por exemplo, se você for usar apenas dois cabos, prenda o primeiro no primeiro plugue e o segundo no último plugue (em vez de usar o segundo plugue). Nós fizemos vários testes com esta fonte de alimentação, conforme descrito em nosso artigo Nossa Metodologia de Testes de Fontes de Alimentação. Todos os testes descritos abaixo foram feitos com uma temperatura ambiente entre 47°C e 50°C. Durante nossos testes a temperatura da fonte de alimentação ficou entre 48°C e 49°C. Primeiro nós testamos esta fonte com cinco padrões diferentes de carga, tentando extrair em torno de 20%, 40%, 60%, 80% e 100% da sua capacidade máxima rotulada (na linha “% Carga Máx” nós listamos a porcentagem usada), observando como a fonte testada se comportava em cada carga. Na tabela abaixo nós listamos os padrões de carga usados e os resultados para cada carga. +12V2 é a segunda entrada de +12V do nosso testador de carga e neste teste ela foi ligada ao conector EPS12V da fonte de alimentação. Lembre-se que esta fonte de alimentação usa um projeto com três barramentos virtuais e esses barramentos foram divididos entre as entradas +12V1 e +12V2 do nosso testador de carga. Entrada Teste 1 Teste 2 Teste 3 Teste 4 Teste 5 +12V1 4 A (48 W) 8 A (96 W) 12 A (144 W) 16 A (192 W) 20 A (240 W) +12V2 4 A (48 W) 8 A (96 W) 12 A (144 W) 16 A (192 W) 20 A (240 W) +5V 1 A (5 W) 2 A (10 W) 4 A (20 W) 5 A (25 W) 6 A (30 W) +3,3 V 1 A (3,3 W) 2 A (6,6 W) 4 A (13,2 W) 5 A (16,5 W) 6 A (19,8 W) +5VSB 1 A (5 W) 1 A (5 W) 1,5 A (7,5 W) 2 A (10 W) 2,5 A (12,5 W) -12 V 0,5 A (6 W) 0,5 A (6 W) 0,5 A (6 W) 0,5 A (6 W) 0,8 A (9,6 W) Total 115 W 220 W 335 W 442 W 552 W % Carga Máx 21% 40% 61% 80% 100% Resultado Aprovada Aprovada Aprovada Aprovada Aprovada Estabilidade da Tensão Aprovada Aprovada Aprovada Aprovada Aprovada Ripple Ruído Aprovada Aprovada Aprovada Aprovada Aprovada Eficiência 86,5% 88% 87% 85,5% 83,3% Como você pode ver esta fonte de alimentação não só conseguiu fornecer sua potência rotulada a 50°C como também manteve uma eficiência de pelo menos 83%, indo além de 88% quando extraímos cerca de 220 W ou 40% da sua capacidade. No que diz respeito ao ruído elétrico, o nível máximo que vimos foi de 44 mV pico-a-pico na entrada +12V2 durante o teste de número cinco, que é bem abaixo dos 120 mV máximo permitido. Após ficarmos satisfeitos com esses resultados, nós tentamos extrair mais potência da NeoPower 550 e a boa notícia é que ela foi capaz de fazer isto, mesmo com uma temperatura ambiente de 50°C! Abaixo você pode ver a quantidade máxima de potência que conseguimos extrair desta fonte mantendo-a funcionando com suas tensões e nível de ruído dentro da faixa de operação normal. Como você pode ver o que fizemos foi extrair 8 A a mais da entrada de +12V1 do nosso testador de carga. Nós tentamos outras configurações (como tentar extrair mais de +5 V, +3,3 V e +12V2) mas esta foi a que ofereceu mais carga com a fonte de alimentação funcionando dentro de suas especificações. Acima disto as tensões ficaram fora da faixa de operação e o ripple foi para as alturas. Entrada Máximo de Pico +12V1 28 A (336 W) +12V2 20 A (240 W) +5V 6 A (30 W) +3,3 V 6 A (19,8 W) +5VSB 2,5 A (12,5 W) -12 V 0,8 A (9,6 W) Total 647,9 W % Carga Máx 117,80% Eficiência 81% Trabalhando nesta configuração, no entanto, o nível de ruído na entrada de +12V2 dobrou, pulando para 80 mV. Apesar de este valor ainda estar dentro das especificações de funcionamento (120 mV) está claro para nós que esta fonte de alimentação não foi projetada para trabalhar acima de 550 W. Mas, como nós podemos ver, esta fonte funcionará muito bem até 650 W a 50°C – o que é extraordinário. Nós não conseguimos extrair mais do que isto desta fonte, mesmo quando tentamos aumentar as correntes gradativamente começando dos valores mostrados acima com a fonte já ligada. Parece, no entanto, que esta fonte não tem proteções contra sobrecarga de corrente (OCP) e sobrecarga de potência (OPP) ou eles estão configurados com valores muito acima dos que usamos em nossos testes – pelo menos conosco esta fonte foi reprovada nesses testes. Em fontes de alimentação com proteção contra sobrecarga de potência quando tentamos ligá-la com uma carga maior do que ela é capaz de suportar, a fonte simplesmente não liga. Além disso, se começarmos a aumentar a potência com a fonte já ligada, ele desligará toda vez que alcançar um ponto em que ela não consegue trabalhar mais dentro de suas especificações. A NeoPower 550, no entanto, não desligou nessas duas circunstâncias. Ela permaneceu ligada, mas com as tensões baixo da faixa de operação (+12 V caiu para +7 V, por exemplo) e o ripple foi para a estratosfera. No que diz respeito a proteção contra sobrecarga de corrente nós fizemos um teste simples. Nós conectamos o conector ATX12V da fonte de alimentação na entrada +12V2 do testador de carga. Como explicamos na página anterior, este plugue está conectado ao barramento +12V1 e como nós deixamos o plugue EPS12V desconectado este plugue foi a única coisa conectada ao barramento +12V1 da fonte de alimentação. Nós ligamos o testador de carga com o nosso teste número um e aumentamos a corrente no ATX12V para 18 A, então para 20 A, 22 A, 24 A e a fonte não desligou como deveria (na etiqueta da fonte ele deveria desligar em 18 A ou uma pouco acima disto). Isto não é necessariamente uma coisa ruim. Provavelmente nós só conseguimos extrair apenas 650 W desta fonte porque as proteções contra sobrecarga de corrente e potência não estavam funcionando. Um recurso que pudemos ver em ação foi a velocidade de rotação da ventoinha mudando dependendo da temperatura da fonte. Este recurso é excelente porque ele reduz o ruído produzido pela fonte quando não estamos puxando muita potência, já que a ventoinha girará mais lentamente.As principais especificações técnicas da fonte de alimentação Antec NeoPower 550 são: ATX12V 2.2. Potência nominal rotulada: 550 W a 50° C. Potência máxima medida: 650 W a 50° C. Eficiência medida: Entre 83% e 88% a 115 V. PFC ativo: Sim Conectores da placa-mãe: conector 20/24 pinos, conector ATX12V e conector EPS12V. Conectores dos periféricos: Sistema de cabeamento modular permitindo que até cinco grupos sejam conectados. Esta fonte de alimentação vem com os seguintes cabos: dois cabos auxiliares PCI Express, dois cabos para periféricos com três conectores de alimentação cada, dois cabos de alimentação Serial ATA com dois conectores cada, e um adaptador para a unidade de disquete, que converte um conector de alimentação para periférico em dois conectores de alimentação para a unidade de disquete. Proteções: curto-circuito, sub tensão, sobrecarga de potência, sobre corrente e sobre tensão. Mais informações: http://www.antec.com Garantia: Cinco anos, nos EUA. No Brasil a garantia dependerá do distribuidor. Preço médio nos EUA*: USD 114.50. * Pesquisado no Shopping.com no dia da publicação desta Primeiras Impressões Esta fonte de alimentação é simplesmente inacreditável: apesar de ela ser rotulada como sendo uma fonte 550 W ela pode fornecer 650 W a 50° C. Impressionante. Muitas fontes de alimentação no mercado não são capazes de fornecer a potência rotulada em condições do mundo real – principalmente em uma temperatura ambiente acima de 40° C – e esta fonte de alimentação conseguiu não apenas fazer isto, mas também foi capaz de fornecer 100 W a mais de potência! Custando nos EUA cerca de US$ 110 este produto apresenta uma das melhores relações custo/benefício do mercado, já que você pagará por uma fonte de 550 W e na verdade terá um produto de 650 W. Por isso é que este produto merece nosso selo de “Produto Recomendado”. Durante nossos testes esta fonte apresentou uma eficiência entre 83% e 88%, o que é extraordinário, já que com ela será possível economizar algum dinheiro em sua conta de energia se comparado com outras fontes com eficiência inferior a 80%. Esta fonte tem sistema de cabeamento modular. Nós gostamos de sistemas de cabeamento como o usado nesta fonte, já que você pode remover todos os cabos que não usará, ajudando no fluxo de ar dentro do micro. Apesar de esta fonte usar uma ventoinha de 80 mm em sua parte traseira, esta ventoinha mostrou-se muito silenciosa quando a fonte de alimentação estava funcionando com uma carga leve. Como mencionamos, a velocidade de rotação da ventoinha muda dependendo da temperatura interna da fonte. Outro grande atrativo desta fonte é a sua garantia: cinco anos, nos EUA. No Brasil a garantia dependerá do distribuidor. Com dois conectores de alimentação auxiliar PCI Express para seu sistema SLI ou CrossFire e um conector EPS12V, que é usado por algumas placas-mães topo de linha, esta fonte de alimentação deve agradar até mesmos alguns usuários entusiastas. Claro que se você pensa em usar sistemas SLI ou CrossFire com as placas de vídeo mais topo de linha disponíveis no mercado hoje você precisará de uma fonte de alimentação mais potente, como os modelos de 850 W.
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Nossa Metodologia de Testes de Fontes de Alimentação
Gabriel Torres postou um tópico em Comentários de artigos
Tópico para a discussão do seguinte conteúdo publicado no Clube do Hardware: Nossa Metodologia de Testes de Fontes de Alimentação "Uma descrição completa da metodologia usada nos testes de fontes de alimentação do Clube do Hardware. Atualizado." Comentários são bem-vindos. Atenciosamente, Equipe Clube do Hardware https://www.clubedohardware.com.br -
Nós fomos uns dos primeiros sites especializados em hardware a alertar aos usuários que a grande maioria dos testes de fontes de alimentação publicados na Internet e em revistas ditas “especializadas” estavam errados. Se você quer entender o porque, leia nosso tutorial Porque 99% dos Testes de Fontes de Alimentação Estão Errados. Esta leitura é recomendada para entender porque adotamos a metodologia descrita neste artigo. Nós cobrimos os seguintes aspectos em nossos testes de fontes de alimentação: Nós desmontamos completamente a fonte de alimentação para uma análise aprofundada da sua arquitetura; Testes de carga para ver se a fonte de alimentação é capaz de fornecer sua potência rotulada e se ela pode fornecer mais potência do que a rotulada; Testes das proteções da fonte para ver se as proteções tais como sobre corrente, sobre potência e curto-circuito estão funcionando corretamente; Teste de ruído elétrico para ver quão limpa está a tensão de cada saída da fonte de alimentação; Teste de eficiência para ver a quantidade de energia que é desperdiçada pela fonte de alimentação; Teste de estabilidade para ver se existe alguma flutuação de tensão na fonte de alimentação; Medidas do fator de potência para testar a eficiência do circuito PFC (correção do fator de potência) da fonte (válido somente para testes publicados após 23/06/2009); Medição de temperatura. Nós explicaremos em detalhes cada um desses testes, a metodologia que estaremos usando com cada um deles, nosso critério para rotular se uma fonte é “boa” ou “ruim” e os equipamentos que usaremos. A ideia deste artigo é ser uma referência para todos os testes de fontes de alimentação e, dessa forma, não precisarmos explicar novamente nossa metodologia a cada novo teste. O coração do nossos testes é o testador de carga, também conhecido como ATE (Automatic Test Equipment ou, em português, Equipamento de Teste Automático), um SunMoon SM-268, que pode ser visto nas Figuras 1, 2 e 3. A função básica deste equipamento é extrair a potência máxima possível da fonte de alimentação testada, mas esta máquina faz muito mais do que isto, como explicaremos. Figura 1: SunMoon SM-268. Figura 2: SunMoon SM-268. Figura 3: SunMoon SM-268. Este testador de carga nos permite programar cinco padrões diferentes de carga, chamado l1 a l5 (veja esses botões na Figura 3). Para cada padrão de carga nós podemos configurar a corrente que o testador extrairá de cada saída individual da fonte de alimentação (+12V, +5V, +5VSB, +3,3 V e -12 V, que na máquina são chamados VA até VF; VG e VH não são usadas – veja no visor da Figura 1). Aqui é importante explicarmos algo antes que alguém fique confuso em relação a nossos testes. Este equipamento tem duas entradas separadas de +12 V, rotuladas como +12V1 e +12V2, que não necessariamente se referem aos múltiplos barramentos virtuais da fonte de alimentação (+12V1, +12V2, +12V3, etc). Todos os plugues que fornecem +12V (principalmente o conector de alimentação principal da placa-mãe, conectores de alimentação dos periféricos, conector de alimentação da placa de vídeo e conector EPS12V/ATX12V) são conectados na entrada +12V1 da máquina. A segunda entrada é conectada apenas ao segundo conector ESP12V/ATX12V disponível. Ao testarmos fontes de alimentação com um único barramento não precisamos nos preocupar muito como iremos conectar todos os plugues. Nas fontes de alimentação com múltiplos barramentos, no entanto, nós precisamos pensar sobre a distribuição da carga, já que a máquina tem apenas duas entradas de +12V e a fonte de alimentação pode ter mais de dois barramentos de +12V. O que basicamente faremos é conectarmos o plugue EPS12V ou ATX12V que estiver conectado em um barramento individual na entrada +12V2 e todo o resto na entrada +12V1, colocando esta entrada para puxar mais corrente. Isto deverá funcionar bem já que a corrente seria dividida totalmente entre os vários conectores (segunda lei de Kirchoff). Em testes de fontes de alimentação com múltiplos barramentos nós teremos que explicar como a fonte foi conectada ao testador de carga. Portanto o primeiro passo é programar o testador de carga com a corrente (e consequentemente a potência, já que a potência é dada multiplicando a corrente pela tensão de cada saída) que nós queremos extrair de cada saída. Isto dependerá de cada fonte de alimentação, já que cada fonte tem suas próprias especificações. Em nossa metodologia nós decidimos fazer seis testes de carga. Primeiro testaremos a fonte de alimentação com 20%, 40%, 60%, 80% e 100% da sua potência rotulada. Então nós tentaremos ver qual é a potência máxima que a fonte é capaz de fornecer, já que boas fontes de alimentação podem fornecer mais potência do que a rotulada. Todas as seis cargas serão extraídas da fonte imediatamente, o que significa que em nossa metodologia a fonte de alimentação tem de ser capaz de fornecer essas cargas logo em que for ligada. Vamos dar um exemplo para esclarecer. Suponhamos que estamos testando uma fonte de alimentação de 500 W. Nós conduziremos os testes completos com 20% da carga (100 W), 40% da carga (200 W), 60% da carga (300 W), 80% da carga (400 W) e 100% da carga (500 W). Então verificaremos qual é a potência máxima que esta fonte de alimentação pode fornecer assim que é ligada. Em nossos testes vamos concentrar a carga na linha de 12 V, especialmente nas fontes de alta potência (acima de 500 W), de modo a refletir o uso típico de uma fonte de alimentação hoje, pois os conectores ATX12V e EPS12V e os conectores para placas de vídeo possuem somente alimentação de 12 V. Desta forma, em um PC de alto desempenho a maior parte da potência estará sendo puxada pelas saídas de 12 V. Todos os nossos testes de carga serão conduzidos em uma temperatura ambiente entre 45°C e 50°C. Este é um aspecto muito importante de nossos testes. A capacidade dos semicondutores de fornecerem corrente (e consequentemente potência) diminui com a temperatura, um fenômeno em inglês chamado de-rating (clique aqui para aprender mais sobre este assunto). Muitas fontes de alimentação são rotulada a 25°C, uma temperatura que é muito baixa e impossível de ser obtida dentro do computador. Por causa disto muitas fontes que são rotuladas a 25°C não conseguem fornecer a potência rotulada quando usada no mundo real. Nós falaremos mais sobre temperatura adiante. Por causa da diferença entre nossa metodologia e a metodologia usada por alguns fabricantes caso uma dada fonte de alimentação não passe em nossos testes de carga isso não significa necessariamente que ela seja ruim. Por exemplo, se descobrirmos que uma dada fonte de alimentação de 600 W pode fornecer apenas 520 W, isto não significa necessariamente que esta fonte seja ruim; dependendo de outros fatores ela pode ser considerada um bom modelo de 520 W – desde que o usuário saiba que ele está comprando uma fonte que no mundo real fornece menos potência do que a rotulada. Claro que se a fonte está rotulada como 600 W e ela pode fornecer apenas 200 W então a história é completamente diferente... O testador de carga testa muito mais coisas além de verificar se a fonte de alimentação pode fornecer sua potência rotulada. Ao pressionar um botão em seu painel nós podemos ver imediatamente se as tensões estão dentro da faixa correta, ou seja, se as saída estão estáveis. O equipamento não apenas mostra a tensão atual para cada saída, mas também mostra um alerta toda vez que alguma saída está fora da faixa programada. Em nossos testes em vez de listarmos as tensões de cada saída durante cada teste de carga, nós simplesmente falaremos se a fonte de alimentação passou ou não no teste de estabilidade de tensão; se a fonte de alimentação falhar, então nós reportaremos os valores e falaremos sobre eles. Durante nossos testes nós usaremos uma margem de tolerância de 3% para cada saída, discriminada na tabela abaixo. Esta margem é menor que a tolerância padrão de 5% (ver segunda tabela abaixo), ou seja, estaremos usando uma tolerância menor do que o normal. Isso nos ajudará a qualificar a estabilidade da fonte: se todas as saídas estiverem dentro de uma margem de 3% da tensão nominal, isto significa que estamos diante de uma excelente fonte. Se elas estiverem acima de 3% mas abaixo de 5%, isso significa que a fonte é uma boa fonte, mas poderia ter uma estabilidade ainda melhor. E se estiver fora da margem de 5% estamos obviamente diante de uma fonte muito ruim, que pode inclusive danificar o seu equipamento. Saída Tensão Mínima (3%) Tensão Máxima (3%) +12 V 11,64 V 12,36 V +5 V e +5VSB 4,85 V 5,15 V +3,3 V 3,20 V 3,40 V -12 V -12,36 V -11,64 V Saída Tensão Mínima (5%) Tensão Máxima (5%) +12 V 11,4 V 12,6 V +5 V e +5VSB 4,75 V 5,25 V +3,3 V 3,135 V 3,465 V -12 V -12,6 V -11,4 V Com o testador de carga nós podemos ainda testar algumas proteções da fonte de alimentação. Durante nossos testes nós automaticamente testamos duas delas: sobrecarga de corrente e sobrecarga de potência. O testador de carga também oferece testes de curto-circuito para as saídas de +12V e +5V simplesmente pressionando um botão. Claro que também testaremos este recurso. Há um "problema" com o nosso testador de carga e que precisamos explicar. Cada uma de suas entradas de +12 V está limitada a 33 A, significando que o máximo que podemos puxar das saídas de +12 V com este testador de carga é 792 W (33 A x 2 x 12). Isto faz com que a nossa configuração não seja adequada para o teste de fontes acima de 900 W. Fontes entre 900 W e 1.000 W podem ser testadas, puxando mais potência das saídas de +5 V e +3,3 V, condição que não gostamos pois tentamos concentrar a potência sendo puxada na fonte nas saídas de +12 V, conforme explicado anteriormente. As saídas da fonte de alimentação não são perfeitamente contínuas: há pequenas oscilações chamadas ripple e no topo dessas oscilações nós temos alguns picos, chamado ruído. Nós precisamos ver se o ripple e o ruído estão dentro das especificações: 120 mV para as saídas de 12 V e 50 mV para as saídas de 5 V e 3,3 V. Esses números são tensões de pico-a-pico e quanto menor o valor, melhor. Isto é algo que os multímetros não detectam e esta é uma das muitas razões pelas quais testes baseados apenas em multímetros não são confiáveis. Para medir o ripple e o ruído nós usaremos um osciloscópio. Como o ripple e o ruído não estão na faixa dos MHz nós podemos usar um osciloscópio barato baseado em PC e em nosso caso nós compramos um Stingray DS1M12 da USB Instruments. Este equipamento é simplesmente um conversor de analógico/digital com um programa que coleta os dados enviados pelo conversor e coloca os dados em gráfico na tela. Figura 4: Osciloscópio baseado em PC Stingray. Nosso testador de carga tem um conector BNC para a instalação de um osciloscópio, permitindo-nos monitorar qualquer uma das saídas da fonte de alimentação (existe uma chave onde podemos escolher qual saída queremos monitorar). Durante nossos testes monitoraremos cada saída da fonte de alimentação para cada padrão de carga. Se elas estiverem dentro da faixa apropriada (120 mVpp para 12 V e 50 mVpp para 5V e 3,3V) nós falaremos apenas que a fonte de alimentação passou nos testes de ruído elétrico e ripple, mas se a fonte de alimentação falhar ou se o ruído estiver muito próximo do limite, nós então apresentaremos os valores e uma tela capturada do osciloscópio. Sempre que possível tentaremos discutir em detalhes como ficou o ruído com a fonte em sua carga máxima, pois é neste cenário que normalmente encontramos o maior nível de ruído. Na Figura 5 você pode ver um exemplo da saída apresentada pelo osciloscópio Stingray. Aqui nós estávamos monitorando o ruído da saída de +12V de uma fonte de alimentação e como nós estávamos usando a escala 0,01V/div (ou seja, a distância entre cada linha horizontal representa 0,01 V ou 10 mV) a tensão de pico-a-pico está um mouco acima de 20 mV, bem abaixo do ruído máximo admissível – o que é excelente, diga-se de passagem. Para maior praticidade o programa diz de forma numérica a tensão de pico-a-pico, a tensão RMS e a frequência do ruído (Figura 6). Figura 5: Saída do osciloscópio. Figura 6: Medição dos dados pelo programa do osciloscópio. Uma nota final. A especificação ATX12V diz que o ripple e o ruído devem ser medidos com um capacitor cerâmico de 0,1 µF e um capacitor eletrolítico de 10 µF presos na ponta de provas do osciloscópio. Nosso testador de carga tem esses capacitores atrás do seu painel, portanto nós não precisamos adicioná-los. Esta é outra vantagem de se ter um testador de carga profissional. Para cada teste de carga nós mediremos a eficiência. Eficiência é a quantidade de energia que a fonte de alimentação gasta no processo de converter a corrente alternada em corrente contínua. Por exemplo, se uma dada fonte de alimentação está fornecendo 500 W em suas saídas mas está extraindo 650 W da rede elétrica, isto significa que a fonte de alimentação está desperdiçando 150 W. O problema com esta energia desperdiçada é que você está pagando por ela, apesar de ela não está sendo utilizada! Neste exemplo, esta fonte de alimentação teria uma eficiência de 77% (500 W/650W). Boas fontes de alimentação têm uma eficiência de pelo menos 80%. Quando maior este número, melhor, já que menor será sua conta de energia. Medir a eficiência é fácil. Para cada teste de carga nós sabemos a potência que a fonte de alimentação está fornecendo, pois este número é mostrado em nosso testador de carga (este valor é publicado em nossos testes na linha "Total"). Nós também sabemos o quanto a fonte está puxando da rede elétrica, valor publicado como "potência AC" em nossos testes. A eficiência é calculada dividindo-se o valor da potência CC pelo valor da potência AC. A potência AC é medida por um wattímetro digital de precisão GWInstek GPM-8212. Este é um instrumento extremamente caro, pois apresenta uma precisão de 0,2%, valor impossível de ser encontrado em produtos mais baratos. É importante notar que compramos este equipamento em junho de 2009 e antes nós usávamos um wattímetro da Brand Electronics modelo 4-1850, que não é tão preciso. A potência medida pelo modelo da Brand Electronics dá valores maiores, fazendo com que os valores de eficiência sejam mais elevados do que deveriam ser. Em outras palavras, os valores de eficiência publicados antes de 23/06/2009 são um pouco maiores do que deveriam e você deve ter isto em mente ao comparar novos testes aos testes já publicados. Nós estamos re-testando várias fontes, mas não vai ser possível corrigir todos os testes. Figura 7: Wattímetro digital de precisão GWInstek GPM-8212. Outra vantagem deste equipamento comparado a soluções mais baratas é que ele permite ser calibrado através do PC, portanto de tempos em tempos nós podemos recalibrá-lo para termos certeza que ele continua preciso. Este instrumento também mede a tensão CA e o fator de potência e nós estamos adicionando estas informações aos testes publicados após a sua aquisição. Fator de potência é igual a energia ativa dividida pela energia aparente e é um número entre 0 e 1. Quanto mais próximo este número estiver de 1, melhor. Este resultado mede a eficiência do circuito de correção do fator de potência (PFC) da fonte. Clique aqui para entender mais sobre este assunto. Como já explicamos, a temperatura é um aspecto muito importante em verdadeiros testes de fontes de alimentação, já que semicondutores perdem sua capacidade de fornecer corrente (e consequentemente potência) à medida que a temperatura aumenta. Vários fabricantes de fontes de alimentação rotulam seus produtos a 25° C, que é uma temperatura irreal. Dentro do computador a temperatura é muito maior do que isto. Por isso nós conduziremos nossos testes com uma temperatura ambiente entre 45° C e 50° C. Nós medimos temperatura com o auxílio de um termômetro digital de precisão Fluke 52 II, que possui precisão de 0,05% + 0,3° C. Nós compramos este instrumento em maio de 2009 e em testes publicados antes desta data nós usamos um termômetro CompuNurse, que não é tão preciso (e é por isso que o termômetro da Fluke custa mais do que US$ 200 e o CompuNurse custa menos de US$ 20). Este termômetro possui dois sensores. Um é usado para medir a temperatura dentro da nossa câmara térmica, enquanto que o outro é usado para medir a temperatura na superfície da fonte sendo testada, sendo instalado no lado superior da fonte. Figura 8: Termômetro digital de precisão Fluke 50 II. Em vez de comprarmos uma câmara térmica (também conhecida como “incubadora” ) - que nos permitira configurar a temperatura exata em que queremos que a fonte de alimentação trabalhe - nós decidimos criar a nossa própria câmara térmica. O objetivo desta câmara térmica é manter a temperatura ao redor da fonte de alimentação entre 45° C e 50° C. Para aumentar a temperatura dentro da nossa câmara térmica nós instalamos um duto conectando a saída do sistema de exaustão do nosso testador de carga (que expulsa ar quente do aparelho) à nossa câmara. Nós construímos esta câmara em MDF em 23/06/2009. Em testes publicados antes desta data nós usamos uma caixa de papelão (caixa do nosso receiver de home theater da Sony) que, apesar da aparência amadora, funcionava muito bem. Figura 9: Nossa câmara térmica. Figura 10: Duto conectando o sistema de exaustão do testador de carga à câmara térmica. Figura 11: Localização do sensor do termômetro. Perto da nossa câmara térmica nós mantemos um extintor de incêndio classe ABC de 2 Kg (não mostrado na foto) para qualquer eventualidade. Antes de nossos testes nós deixamos a fonte de alimentação trabalhando até que a temperatura interna da câmara chegue a pelo menos 45°C. Nós podemos aumentar ou diminuir a temperatura dentro da câmara abrindo ou fechando a sua porta frontal de acrílico. Nós também instalamos uma ventoinha de 110 V conectada a um dimmer para ajudar no controle da temperatura interna da caixa. Figura 12: Ventoinha e dimmer. Algumas pessoas podem argumentar que poderíamos instalar a fonte dentro de um gabinete. Na verdade esta não é uma boa opção por vários motivos. Primeiro, a comprimento dos cabos da fonte de alimentação não nos permite fazer isto. Segundo, nós precisaríamos manter o gabinete aberto para instalarmos os cabos da fonte de alimentação no testador de carga. Terceiro, nós precisaríamos ter um computador trabalhando dentro do gabinete de modo a gerar uma quantidade de calor compatível com o produzido por um micro real, e isto seria impossível de se obter já que precisaríamos de outra fonte de alimentação para alimentar o micro – e onde deveríamos instalá-la? Portanto nós precisaríamos manter o gabinete aberto para usar esta segunda fonte e como o gabinete está aberto, toda a ideia de usar o gabinete de um micro iria por água a baixo (nós precisaríamos do gabinete fechado para realmente simular um PC típico). Na verdade mesmo usando uma câmara térmica comercial nós enfrentaríamos alguns dos desafios expostos acima: o comprimento dos cabos da fonte e também precisaríamos abrir um buraco na câmara para passarmos os cabos da fonte para o testador de carga. Abaixo postamos duas fotos da nossa bancada de testes de fontes de alimentação com todos os equipamentos prontos para iniciarmos um teste. Figura 13: Bancada de testes. Figura 14: Bancada de testes. Aqui estão algumas coisas que as pessoas podem criticar em nossa metodologia, mas mesmo com essas críticas nós estamos muito confiantes que estamos usando uma boa metodologia: Nosso testador de carga é limitado em 33 A em cada entrada de +12 V, significando que só conseguimos puxar até 792 W das saídas de +12 V da fonte. Isso faz com que sejamos capazes de testar fontes de até 900 W, somente. Fontes acima de 900 W podem ser testadas, porém puxando mais corrente de +5 V e +3,3 V em vez de +12 V. Nós não testaremos a fonte de alimentação instalada em um PC típico. Nós testaremos ela exclusivamente com nosso testador de carga. Nós achamos que esta é a melhor abordagem. Nós não medimos o nível de ruído acústico, mas provavelmente mudaremos isso no futuro, pois compramos um decibelímetro. O principal desafio é que anular o ruído gerado pelos equipamentos de teste, especialmente do testador de carga. Nós não estamos usando qualquer tipo de condicionador ou simulador de rede CA. Nós já vimos um site chegar ao extremo de simular picos em uma rede elétrica para ver como a fonte de alimentação reage. Nós achamos que isto já é demais. A propósito se você quiser comparar nossa metodologia com a usada por outros sites, aqui está uma lista de suas metodologias: AnandTech (EUA) CanardPC (Canada) HardwareHeaven (Reino Unido) Extreme Overclocking (EUA) HardOCP (EUA) HardwareLogic (EUA) Hardware Secrets (EUA) JonnyGURU (EUA) Overclock3D (Reino Unido) PC-Experience (Alemanha) PC-Max (Alemanha) PC Perspective (EUA) Planet3dnow (Alemanha) SPCR (Canadá) Sweclockers (Suécia) Technic3D (Alemanha) TheLab.gr (Grécia) The Tech Report (EUA) Tom’s Hardware Guide (eles não publicaram novos testes de fontes de alimentação nos últimos 3 anos) (Sede na França) VR-Zone (Singapura) X-bit labs (EUA) Se você souber de qualquer outro site que usa um testador de carga para testar fontes de alimentação por favor nos avise para que possamos incluí-lo em nossa lista. Esta é pequena porque, como sempre dizemos, 99% dos testes de fontes de alimentação estão errados. A maioria das publicações não possui uma metodologia decente para testes de fontes por dois motivos. O primeiro é a falta de conhecimento técnico. E o segundo é não quererem investir dinheiro para a montagem de um laboratório decente. Nós decidimos publicar o quanto nós já investimos até o momento de forma detalhada, para que você tenha ideia do comprometimento que nós temos em testar fontes de alimentação para trazer a você informações verdadeiras do desempenho desses componentes. Os custos abaixo estão em dólares porque o nosso laboratório está localizado nos Estados Unidos. Eu (Gabriel Torres) me mudei para os EUA em 2007 e um dos principais motivos foi fugir do famigerado "custo Brasil" e impostos de importação, que estavam inviabilizando testes de equipamentos e a aquisição dos instrumentos abaixo. Se ainda estivesse no Brasil, além da burocracia que faria ser quase impossível importarmos os equipamentos abaixo (especialmente o testador de carga), os equipamentos abaixo custariam pelo menos o dobro devido aos impostos e demais custos. Nós não estamos incluindo o custo de itens como solda, ferramentas como chaves de fendas, o computador necessário para usar o osciloscópio, etc. Esperamos que esta lista também ajude outras publicações a montarem seus próprios laboratórios. Só não se esqueçam de mencionar quem ajudou! Equipamento Custo Obs Testador de carga SunMoon SM-268 US$ 2.500,00 Wattímetro GWInstek GPM-8212R US$ 761,37 Termômetro Fluke 52 II US$ 228,65 Osciloscópio Stingray DS1M12 US$ 226,91 Osciloscópio Stingray DS1M12 US$ 226,91 Backup Pistola de Dessolda Hakko 808 US$ 201,38 Wattímetro Brand Electronics 4-1850 US$ 149,42 Aposentado Decibelímetro US$ 99,90 Ainda não usado Manta anti-estática US$ 89,59 Câmara térmica US$ 96,20 Extintor de incêndio ABC de 2 kg US$ 53,63 Ferro Weller SPG40 + estação WLC100 US$ 44,95 Wattímetro Kill-a-Watt P4400 US$ 41,41 Backup Termômetro CompuNurse US$ 14,99 Quebrou Total US$ 4.735,31
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K.I.T.T., DeLorean, Batmóvel e Mach 5 (do desenho animado Speed Racer) são carros emblemáticos para nerds acima de 30 anos como eu (santa confissão, Batman!). Neste fim-de-semana eu pude ver em pessoa um De Lorean banhado a ouro 24 quilates e o Batmóvel original do seriado Pow! Smack! Wham! dos anos 60. Estes dois carros clássicos são apenas dois dos mais de 200 carros expostos no Museu Nacional do Automóvel (National Automobile Museum) localizado na “maior pequena cidade do mundo”, Reno, no estado do Nevada, EUA. Se um dia você for para aquelas bandas não deixe de visitar o museu, ele fica a apenas duas quadras da rua principal (Virginia Street) onde os principais cassinos estão localizados. O Delorean 1981 banhado a ouro 24 quilates exposto foi um dos dois fabricados para promover o cartão de crédito American Express Gold. O Batmóvel é um ícone atemporal, fazendo sucesso até mesmo com a molecada da geração Pokémon: botões, botões e mais botões. Para mim o impagável no Batmóvel é o radar (“Detect-a-scope”) localizado no painel no lado do passageiro. O museu é ótimo, mas poderia ser melhor se eles tivessem o K.I.T.T. (clique aqui para ler a minha cobertura do K.I.T.T.)!
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Tópico para a discussão do seguinte conteúdo publicado no Clube do Hardware: Tabela comparativa dos codecs de áudio "Uma série de tabelas de referência rápida contendo as principais especificações técnicas dos codecs de áudio mais populares que você pode encontrar em placas-mãe." Comentários são bem-vindos. Atenciosamente, Equipe Clube do Hardware https://www.clubedohardware.com.br
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O codec de áudio é um pequeno chip localizado na placa-mãe que é responsável pelo funcionamento do áudio analógico. Conhecer as especificações técnicas de um codec permitirá a você comparar a qualidade de áudio de diferentes placas-mães, ajudando você a escolher o produto certo para atender às suas necessidades. Para informações mais detalhadas sobre o funcionamento dos codecs de áudio, incluindo uma explicação sobre as especificações contidas nas tabelas deste tutorial, sugerimos a leitura do nosso tutorial “Tudo o que você precisa saber sobre a seção de áudio da placa-mãe”. Nós separamos os codecs de acordo com o fabricante. Analog Devices (ADI/SoundMax) A Analog Devices é também conhecida como ADI ou SoundMax e seus codecs começam com as letras “AD”. Na Figura 1 você pode ver um exemplo de um codec da Analog Devices. Figura 1: Codec AD1988B da Analog Devices Modelo Canais Resolução de entrada Resolução de saída Taxa de amostragem máx. de entrada Taxa de amostragem máx. de saída Relação sinal/ruído de entrada Relação sinal/ruído de saída AD1819B 2 16 bits 16 bits 48 kHz 48 kHz 87 dB 90 dB AD1881A 2 16 bits 16 bits 48 kHz 48 kHz 87 dB 90 dB AD1882 5.1 24 bits 24 bits 96 kHz 96 kHz 90 dB 95 dB AD1884 4 24 bits 24 bits 192 kHz 192 kHz 85 dB 90 dB AD1885 2 16 bits 16 bits 48 kHz 48 kHz 87 dB 90 dB AD1886A 2 16 bits 16 bits 48 kHz 48 kHz 87 dB 90 dB AD1887 2 16 bits 16 bits 48 kHz 48 kHz 87 dB 90 dB AD1888 5.1 16 bits 20 bits 96 kHz 96 kHz 80 dB 90 dB AD1980 5.1 16 bits 20 bits 96 kHz 96 kHz 82 dB 90 dB AD1981A 2 16 bits 20 bits 48 kHz 48 kHz 85 dB 90 dB AD1981B 2 16 bits 20 bits 48 kHz 48 kHz 85 dB 90 dB AD1981BL 2 16 bits 20 bits 48 kHz 48 kHz 83 dB 90 dB AD1981BW 2 16 bits 20 bits 48 kHz 48 kHz 85 dB 90 dB AD1981HD 2 20 bits 24 bits 48 kHz 48 kHz 85 dB 80 a 85 dB AD1983 2 20 bits 24 bits 48 kHz 48 kHz 85 dB 80 a 85 dB AD1984 4 24 bits 24 bits 192 kHz 192 kHz 90 dB 96 dB AD1985 5.1 20 bits 20 bits 96 kHz 96 kHz 85 dB 80 a 90 dB AD1986 5.1 20 bits 20 bits 96 kHz 96 kHz 85 dB 80 a 90 dB AD1986A 5.1 20 bits 20 bits 96 kHz 96 kHz 85 dB 80 a 90 dB AD1987 7.1 24 bits 24 bits 96 kHz 192 kHz 90 dB 95 dB AD1988A 7.1 24 bits 24 bits 192 kHz 192 kHz 90 dB 95 dB AD1988B 7.1 24 bits 24 bits 192 kHz 192 kHz 92 dB 101 dB A Realtek é provavelmente o fabricante mais popular de codecs. Os codecs antigos da Realtek podem ser encontrados como sendo da “Avance Logic” e tanto os codecs antigos quanto os novos começam com as letras “ALC”. Na Figura 2 você pode ver um exemplo de um codec da Realtek. Figura 2: Codec ALC888S da Realtek Modelo Canais Resolução de entrada Resolução de saída Taxa de amostragem máx. de entrada Taxa de amostragem máx. de saída Relação sinal/ruído de entrada Relação sinal/ruído de saída ALC101 2 16 bits 16 bits 48 kHz 48 kHz 70 dB 75 dB ALC202 2 18 bits 20 bits 48 kHz 96 kHz 85 dB 90 dB ALC203 2 18 bits 20 bits 48 kHz 96 kHz 90 dB 100 dB ALC250 2 18 bits 20 bits 48 kHz 96 kHz 92 dB 100 dB ALC260 2 20 bits 24 bits 96 kHz 192 kHz 90 dB 95 dB ALC262 4 20 bits 24 bits 96 kHz 192 kHz 90 dB 100 dB ALC268 4 20 bits 24 bits 96 kHz 192 kHz 90 dB 95 dB ALC269 4 24 bits 24 bits 96 kHz 192 kHz 98 dB 98 dB ALC272 2+2 24 bits 24 bits 192 kHz 192 kHz 90 dB 95 dB ALC650 5.1 18 bits 20 bits 48 kHz 96 kHz 85 dB 90 dB ALC655 5.1 16 bits 16 bits 48 kHz 48 kHz 86 dB 86 dB ALC658 5.1 18 bits 20 bits 48 kHz 96 kHz 92 dB 96 dB ALC662 5.1 20 bits 24 bits 96 kHz 96 kHz 90 dB 98 dB ALC850 7.1 16 bits 16 bits 48 kHz 48 kHz 86 dB 92 dB ALC861 7.1 16 bits 24 bits 96 kHz 96 kHz 82 dB 90 dB ALC861-VD-GR 7.1 24 bits 24 bits 96 kHz 96 kHz 85 dB 95 dB ALC880 7.1 20 bits 24 bits 96 kHz 192 kHz 85 dB 100 dB ALC880D 7.1 20 bits 24 bits 96 kHz 192 kHz 85 dB 100 dB ALC882 7.1+2 20 bits 24 bits 96 kHz 192 kHz 90 dB 101 dB ALC883 7.1+2 24 bits 24 bits 96 kHz 192 kHz 85 dB 95 dB ALC885 7.1+2 24 bits 24 bits 192 kHz 192 kHz 101 dB 106 dB ALC888 7.1+2 24 bits 24 bits 192 kHz 192 kHz 90 dB 97 dB ALC888S 7.1+2 20 bits 24 bits 96 kHz 192 kHz 90 dB 97 dB ALC888DD 7.1+2 24 bits 24 bits 96 kHz 192 kHz 90 dB 97 dB ALC888S-você 7.1+2 24 bits 24 bits 192 KHz 192 KHz 90 dB 97 dB ALC888-VC2-GR 7.1+2 24 bits 24 bits 96 KHz 192 KHz 90 dB 97 dB ALC888S-VD 7.1+2 24 bits 24 bits 192 KHz 192 KHz 90 dB 97 dB ALC889 7.1+2 24 bits 24 bits 192 kHz 192 kHz 104 dB 108 dB ALC892 7.1+2 24 bits 24 bits 192 KHz 192 KHz 90 dB 97 dB ALC898 7.1+2 24 bits 24 bits 192 kHz 192 kHz 104 dB 110 dB ALC1150 7.1+2 24 bits 24 bits 192 kHz 192 kHz 104 dB 115 dB A C-Media costumava ser muito popular especialmente em placas-mães de baixo custo e eles fabricavam tanto codecs quanto controladores de áudio completos. Os controladores de áudio normalmente precisam de um codec externo para fazer as conversões analógico/digital e digital/analógico, mas os controladores de baixo custo da C-Media tinham um codec embutido no chip e é por isto que os incluímos na tabela abaixo. Por este motivo nós incluímos uma coluna chamada “Tipo” para indicar se o chip é apenas um codec necessitando de um controlador externo (por exemplo, conectado ao chip ponte sul) ou se é um controlador completo com um codec integrado (normalmente conectado ao barramento PCI). Chips da C-Media usam nomes começando com as letras “CMI”, como você pode ver no exemplo mostrado na Figura 3. Figura 3: Codec CMI9739A da C-Media Modelo Tipo Canais Res. de entrada Res. de saída Taxa de am. Máx. de entrada Taxa de am. máx. de saída Relação sinal ruído de entrada Relação sinal ruído de saída CMI8330A Controlador 2 16 bits 16 bits 48 kHz 48 kHz ND ND CMI8338 Controlador 2 16 bits 16 bits 48 kHz 48 kHz ND ND CMI8338-4S Controlador 4 16 bits 16 bits 48 kHz 48 kHz ND ND CMI8738LX, CMI8738MX Controlador 5.1 16 bits 16 bits 48 kHz 48 kHz 80 dB 80 dB CMI8738SX Controlador 4 16 bits 16 bits 48 kHz 48 kHz 80 dB 80 dB CMI8768 Controlador 7.1 16 bits 24 bits 48 kHz 96 kHz 86 dB 101 dB CMI9738 Codec 4 20 bits 20 bits 48 kHz 48 kHz 72 dB 82 dB CMI9739 Codec 5.1 20 bits 20 bits 48 kHz 48 kHz ND ND CMI9761 Codec 5.1 20 bits 24 bits 48 kHz 96 kHz 90 dB 92 dB A VIA fabrica tanto codecs quanto controladores de áudio completo. Seus controladores (série Envy24 e Tremor) necessitam de um codec externo e normalmente o fabricante da placa-mãe que opta por usar um controlador externo da VIA também escolhe um codec deste fabricante. Como os controladores de áudio da VIA tiveram alguma popularidade no passado, nós incluímos suas principais especificações técnica em uma tabela separada. A VIA usa nomes começando com “VT” para seus codecs. Figura 4: Controlador VIA Envy24PT (direita) usando um codec VIA VT1618 (esquerda) Modelo Canais Resolução de entrada Resolução de saída Taxa de amostragem máx. de entrada Taxa de amostragem máx. de saída Relação sinal/ruído de entrada Relação sinal/ruído de saída VT1612A 2 20 bits 20 bits 48 kHz 48 kHz 93 dB 88 dB VT1613 2 18 bits 18 bits 48 kHz 96 kHz 85 dB 82 dB VT1616 5.1 20 bits 20 bits 48 kHz 48 kHz 85 dB 85 dB VT1617 5.1 20 bits 20 bits 48 kHz 96 kHz 85 dB 95 dB VT1618 7.1 20 bits 20 bits 48 kHz 96 kHz 86 dB 83 dB VT1702S 4 24 bits 24 bits 192 kHz 192 kHz 98 dB 100 dB VT1705 5.1 24 bits 24 bits 192 kHz 192 kHz 93 dB 100 dB VT1705CE 5.1 24 bits 24 bits 192 kHz 192 kHz 93 dB 100 dB VT1708 7.1 24 bits 24 bits 192 kHz 192 kHz 97 dB 93 dB VT1708A 7.1 24 bits 24 bits 192 kHz 192 kHz 97 dB 93 dB VT1708B 7.1 24 bits 24 bits 192 kHz 192 kHz 98 dB 95 dB VT1708S 7.1 24 bits 24 bits 192 KHz 192 KHz 90 dB 100 dB VT1718S 7.1+2 24 bits 24 bits 192 kHz 192 kHz 90 dB 100 dB VT1802P 4 24 bits 24 bits 192 kHz 192 kHz 98 dB 100 dB VT1812S 4 24 bits 24 bits 192 kHz 192 kHz 98 dB 100 dB VT1818S 7.1 24 bits 24 bits 192 KHz 192 KHz 98 dB 100 dB VT1819S 7.1 24 bits 24 bits 192 KHz 192 KHz 98 dB 100 dB VT1828S 7.1+2 24 bits 24 bits 192 KHz 192 KHz 100 dB 110 dB VT2020 7.1+2 24 bits 24 bits 192 KHz 192 KHz ND 110 dB VT2021 7.1+2 24 bits 24 bits 192 KHz 192 KHz 100 dB 110 dB Modelo Canais Resolução de Entrada Resolução de Saída Taxa de Amostragem Máx. de Entrada Taxa de Amostragem Máx. de Saída Envy24 7.1 24 bits 24 bits 96 kHz 96 kHz Envy24HT 7.1 24 bits 24 bits 192 kHz 192 kHz Envy24HT-S 7.1 16 bits (AC97) 24 bits (I2S) 16 bits (AC97) 24 bits (I2S) 48 kHz (AC97) 192 kHz (I2S) 48 kHz (AC97) 192 kHz (I2S) Envy24GT 5.1 16 bits (AC97) 24 bits (I2S) 16 bits (AC97) 24 bits (I2S) 96 kHz 96 kHz Envy24MT 2 24 bits 24 bits 192 kHz 192 kHz Envy24PT 7.1 16 bits (AC97) 24 bits (I2S) 16 bits (AC97) 24 bits (I2S) 48 kHz (AC97) 192 kHz (I2S) 48 kHz (AC97) 192 kHz (I2S) Tremor 5.1 16 bits (AC97) 24 bits (I2S) 16 bits (AC97) 24 bits (I2S) 48 kHz (AC97) 192 kHz (I2S) 48 kHz (AC97) 192 kHz (I2S) Existem alguns outros fabricantes de codec de áudio, mas os codecs deles são raros de serem encontrados em placas-mães. Um bom exemplo é a Cirrus Logic, uma empresa que fabrica codecs topo de linha usados principalmente em receivers de home theater. Um de seus codecs, o CS4382, foi usado em algumas placas-mães topo de linha da MSI (K8N Diamond Plus e K9N Diamond Plus, por exemplo), oferecendo uma qualidade de áudio extraordinária para seus produtos (relação sinal/ruído de 114 dB). No passado eles também ofereceram codecs de áudio de baixo custo e controladores usando a marca “Crystal”. Os produtos da Cirrus Logic e Crystal começam com as letras “CS”. Figura 5: Codec CS4382 da Cirrus Logic e controlador da Creative Labs na placa-mãe MSI K9N Diamond Plus Outro fabricante de controlador/codec popular do passado era a ESS, que tinha chips começando com as letras “ES”. Outra marca que você pode encontrar é IDT.
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Custo Brasil e Ganância
Gabriel Torres respondeu ao tópico de Gabriel Torres em Comentários de artigos
Então me diz uma coisa: só porque tem gente passado fome no Brasil isso significa que eu não possa ter o direito de comprar produtos eletrônicos baratos ou, melhor, a preços "honestos"? Se o alto valor dos impostos de importação fosse REALMENTE usado para combater a fome e a miséria eu concordaria com cada palavra sua, mas infelizmente não é o caso. O dinheiro se perde no emaranhado de burocracia e corrupção deste nosso país. Acho que em vez de você defender ou não o que eu escrevi você deveria se perguntar porque ainda temos fome e miséria no país, porque as verbas destinadas a obras públicas para resolver problemas como a seca do nordeste nunca chegam ao seu destino, porque obras públicas custam pelo menos três vezes o que foi orçado etc etc etc. O problema é que no Brasil nós temos uma carga tributária quase similar à da Suécia mas um serviço público de Uganda. Eu não importaria nem um pouco em pagar altos impostos se o governo oferecesse saúde, educação e segurança pública, que são itens básicos que um governo deve oferecer à sua população. Como o nosso governo é incapaz de fornecer esses três itens, todos nós pagamos tudo dobrado: altos impostos para pagar um serviço que não é prestado e pagamos de novo para contratar os mesmos serviços novamente do setor privado (planos de saúde, escolas particulares e segurança de uma forma ou de outra). Pense nisso. Abraços, Gabriel Torres. -
Como Importar Eletrônicos Legalmente
Gabriel Torres respondeu ao tópico de Gabriel Torres em Comentários de artigos
Infelizmente o Brasil é o país do "dois pesos, duas medidas". A regra para quem morou no exterior ou para o turista é absolutamente a mesma. Ou melhor, quase a mesma. A única diferença é que quem morou por mais de um ano ininterruptos no exterior (o que não é o seu caso) pode trazer isento de imposto de importação móveis. Infelizmente o que a Receita Federal está em cima é de produtos eletrônicos. Infelizmente mesmo sendo usado e mesmo tendo morado no exterior você terá de pagar 50% de imposto de importação sobre o que exceder US$ 500. A base legal é a Instrução Normativa 117 da Receita Federal. A melhor maneira de você ter um monte de produtos eletrônicos sem pagar imposto de importação é continuar morando no exterior. Sim, todos os aeroportos na área internacional possuem duas filas de saída, uma verde (nada a declarar) e uma vermelha (bens a declarar). Este é um padrão usado no mundo inteiro. Abraços, Gabriel Torres -
Como Importar Eletrônicos Legalmente
Gabriel Torres respondeu ao tópico de Gabriel Torres em Comentários de artigos
COMENTÁRIOS POSTADOS EM NOSSO FÓRUM INFORMANDO OU PERGUNTANDO SOBRE MÉTODOS ILEGAIS DE SE EFETUAR IMPORTAÇÃO DE PRODUTOS ELETRÔNICOS SERÃO APAGADOS POR SE ENQUADRAR NO ART. 286 DO CÓDIGO PENAL (INCITAÇÃO AO CRIME) E O USUÁRIO, ADVERTIDO. -
Tópico para a discussão do seguinte conteúdo publicado no Clube do Hardware: Como Importar Eletrônicos Legalmente "Conheça as opções que o usuário comum tem para importar legalmente eletrônicos e peças de informática, os impostos envolvidos e como fazê-lo." Comentários são bem-vindos. Atenciosamente, Equipe Clube do Hardware https://www.clubedohardware.com.br
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Por conta dos preços extorsivos cobrados no Brasil, muitos usuários nos perguntam como é possível importar legalmente produtos eletrônicos. Esta questão, no entanto, não é tão simples e muitas informações presentes em fóruns da Internet (inclusive o nosso) estão equivocadas. Sites oficiais, em particular o da Receita Federal, não apresentam esse assunto de uma maneira didática e estruturada. Neste artigo, tentaremos dar o máximo possível de informações sobre esse assunto baseado em nossa experiência, apresentando as opções disponíveis para o usuário bem como dicas de como de fato efetuar a sua compra. Para início de conversa, é preciso que você entenda que existem dois tipos de importação: a importação simplificada, que pode ser usada por consumidores finais e empresas somente caso a mercadoria não seja para fim de revenda, e a importação convencional, que deve ser usada por empresas com o intuito de revender a mercadoria. O processo de importação convencional é bastante burocrático e complicado. Por este motivo, neste artigo apenas comentaremos por alto sobre esta modalidade, pois o processo exato e o custo dependerão de inúmeros fatores. Este artigo, portanto, é basicamente voltado a pessoas físicas que pretendem comprar produtos eletrônicos e peças de informática para uso pessoal, ou empresas que pretendem comprar produtos para uso interno na empresa, sem a intenção de revenda. A compra de peças para revenda através das modalidades que explicaremos é ilegal. Se você tem uma empresa e está pensando em importar produtos para revender, terá de marcar uma reunião com um despachante aduaneiro e contratar uma consultoria com eles para que eles lhe expliquem como é o processo e efetuem o cálculo de custos, que varia caso a caso (ex: tipo do produto, porto de entrada, modalidade de frete, etc). Caso você não conheça algum despachante aduaneiro, entre no Google e digite “despachante aduaneiro”. Outra opção para empresas pensando em revenda é contratar uma empresa de “trading”, isto é, em vez de a empresa importar diretamente, ela contrata uma outra empresa para importar os produtos para ela, sob encomenda. A empresa importadora (a “trading”) revende o produto para a sua, no mercado interno, e assim você não precisaria aprender nem passar pelo complicado processo de importação. Mas, é claro, este método não é o mais barato, pois a importadora comprará os produtos por um preço e te venderá por outro preço, incluindo todos os custos, impostos e a margem de lucro deles. No entanto, é uma dor de cabeça a menos. As opções que a pessoa física e a pessoa jurídica têm para importação sem fins de revenda são basicamente as seguintes: Importação como bagagem acompanhada: você, algum parente ou amigo viaja para o exterior e traz o produto para você; Importação pelos correios: você compra o produto pela internet, telefone ou fax, ou ainda algum amigo ou parente compra o produto para você em alguma loja localizada no exterior e envia pelo correio; Importação por empresa de courier (Fedex, UPS, DHL, TNT e similares): idem acima, só que o envio é feito por uma empresa de encomenda expressa como as citadas. É importantíssimo notar que apesar de essas empresas prestarem um serviço similar ao dos correios, o modo com que a mercadoria é tributada (isto é, os impostos são calculados) pode ser diferente; esta modalidade é a mais cara, como veremos. Tome cuidado. Vamos falar sobre cada uma dessas opções com várias dicas práticas e, depois, falaremos sobre como, de fato, comprar produtos do exterior pela Internet e os cuidados a serem tomados. A importação como bagagem acompanhada pode ser feita até um determinado limite (chamado “cota”) sem o pagamento de imposto de importação, que atualmente é de US$ 500 para viagens aéreas e marítimas e de US$ 300 para viagens por outros meios. Acima deste valor, você terá de pagar 50% de imposto de importação sobre o valor que exceder os US$ 500 ou US$ 300. É importante notar que o limite dessa isenção é mensal, portanto você não terá direito à isenção a partir da sua segunda viagem ao exterior dentro de um mesmo mês. Nessa modalidade, você, um parente ou um amigo comprou mercadorias no exterior e está trazendo-as juntamente consigo na bagagem. Aqui vale uma preciosa dica: alguns aparelhos eletrônicos considerados de uso pessoal são isentos de imposto e não entram no cálculo da cota. Pela tabela atual da Receita Federal, você pode trazer uma câmera fotográfica, um relógio de pulso, um smartphone e um reprodutor de áudio/vídeo (DVD player portátil e MP3 player), porém eles precisam ser de uso pessoal e usados, e você não pode voltar do exterior com mais de um desses itens (ou melhor dizendo, pode, porém o segundo item será taxado ou entrará no cálculo da cota). De acordo com a própria Receita Federal, “não existe um período mínimo de tempo para que um bem seja considerado usado. Se o bem for usado uma única vez deixará de ser novo”. Ou seja, para comprar um smartphone no exterior e não ser tributado ou usar sua cota, você terá de sair do Brasil sem carregar o seu smartphone antigo, pois se ao voltar você estiver carregando dois smartphones (um antigo e um novo), o novo será tributado e/ou usado no cálculo da sua cota. Logo, se você pretende comprar algum desses itens no exterior, ele terá de estar fora da embalagem e sendo visivelmente usados por você durante a sua viagem. Esta é uma boa notícia. Notebooks e tablets, porém, são uma área cinza, pois esse tipo de equipamento não está discriminado na lista de equipamentos de uso pessoal da Receita Federal, sendo que a Instrução Normativa RFB 1.059 indica que computadores pessoais entram no cálculo da cota e deverão ser taxados, caso o viajante ultrapasse a sua cota. Porém, por experiência própria, temos visto que, desde que eles sejam usados (isto é, fora da caixa e fora de qualquer embalagem protetora e com seus programas e arquivos pessoais instalados) e o viajante esteja carregando apenas um deles, a fiscalização tem atualmente entendido tratar-se de equipamento de uso pessoal e, portanto, isentado de taxação e do cálculo da cota. Mas, enfatizamos, trata-se de uma boa vontade do fiscal, não sendo o que a legislação diz. Vamos a alguns pormenores se você não cair nos casos acima. Note que o procedimento mudou em 2013 e não há mais formulários em papel. Agora, se o valor das mercadorias exceder US$ 500, você deverá preencher um formulário eletrônico chamado e-DBV (Declaração Eletrônica de Bens do Viajante) antes de embarcar de volta ao Brasil ou, caso você não tenha acesso à Internet no exterior, você pode preenchê-lo em computadores colocados a disposição no aeroporto de chegada. A vantagem do novo sistema é que ele já emite a guia de pagamento do imposto devido (DARF) e você pode pagá-la pela Internet, antes mesmo de embarcar, para não precisar perder tempo em fila no aeroporto. Outra vantagem do novo sistema é que, como é possível agora pagar o DARF pela Internet com antecedência, você não precisa carregar dinheiro consigo para o pagamento do imposto no aeroporto. Se você não tiver acesso à Internet ou não quiser pagar o DARF antecipadamente, você pode pagá-lo no aeroporto e a Receita Federal agora aceita cartões de débito. Ao desembarcar no Brasil, o viajante deverá entrar na fila vermelha, bens a declarar, e apresentar o formulário (não precisa ser impresso; o fiscal precisa apenas do código de barras e ele pode ser mostrado na tela do seu smartphone, tablet ou notebook), o DARF pago, os recibos de compra e os equipamentos para conferência. A fila verde, nada a declarar, deve ser usada apenas por pessoas carregando menos de US$ 500 em produtos. Se você entrar na fila verde tendo em seu poder mais de US$ 500 em produtos, terá de pagar uma multa de 50% sobre o valor acima de US$ 500, fazendo com que o total a ser pago de imposto de importação seja de 100% sobre o que exceder US$ 500. Essa multa também é aplicada àqueles que tentarem dar uma de “esperto” e declararem um valor inferior ao verdadeiro custo do produto, caso o custo total dos produtos carregados seja superior a US$ 500. É importante notar que, dependendo da política institucional na época, a Receita Federal pode passar todas as malas no raio X, logo após as malas saírem do avião e antes de elas irem para a esteira na área de desembarque. As malas que contêm produtos eletrônicos são então separadas para serem abertas na presença do viajante. Quando essa medida não está em vigor, a fiscalização das malas é feita por amostragem (um sorteador eletrônico que indica vermelho quando você é selecionado para passar pela fiscalização), mas não é bom contar que a sua mala não será aberta. Portanto, não vale a pena arriscar tentar entrar na fila verde (nada a declarar) tendo mais de US$ 500 em produtos em seu poder (salvo você cair no caso dos bens de uso pessoal) ou entrando na fila vermelha (bens a declarar) declarando um valor inferior ao verdadeiro custo dos produtos; preencha o formulário com o valor correto dos produtos, entre na fila vermelha, pague o imposto e evite pagar mais 50% de multa. O limite de isenção (mais popularmente conhecido como “cota”) não pode ser somado. Se um casal estiver viajando junto, isto não significa que o limite de isenção seja de US$ 1.000: o limite é de US$ 500 por pessoa. Logo se um casal estiver trazendo uma filmadora HD de US$ 700 e nada mais, ele terá de pagar 50% sobre o valor que excede US$ 500 (ou seja, US$ 100) de imposto de importação e declarar este produto, entrando na fila vermelha (bens a declarar). Como explicamos, se você entrar na fila verde (nada a declarar) com essa filmadora, você terá de pagar uma multa de US$ 100 além do imposto de importação de US$ 100. No entanto, se forem vários produtos que somem mais de US$ 500, então a melhor estratégia é separar as peças antes de viajar de volta ao Brasil de modo que cada pessoa carregue em sua mala pessoal até US$ 500 para evitar o pagamento de imposto. Veja que estamos aqui informando uma maneira legal de se evitar o pagamento do imposto de importação. Não estamos falando de esconder peças nem nada parecido, o que caracterizaria descaminho (incorretamente chamado “contrabando” – contrabando é o ato de importar produtos proibidos, enquanto descaminho é o ato de importar produtos permitidos porém sem o pagamento dos impostos que são devidos). É importante ter os recibos. Se você não tiver os recibos da sua mercadoria, o fiscal consultará o preço do produto na Internet ou então consultará uma tabela da Receita Federal contendo valores típicos para várias categorias de produtos. Em ambos os casos, o valor que o fiscal arbitrará para a sua mercadoria poderá ser maior que o seu verdadeiro valor, pois o fiscal não procurará pelo lugar mais barato na Internet (como você pesquisou antes de comprar o produto) e a tabela usada pelo fiscal normalmente está desatualizada e trata produtos de forma genérica (você traz uma placa-mãe baratinha e o fiscal consulta na tabela “placa-mãe” e tasca o preço que está lá). Portanto, não vale a pena tentar dar uma de “João Sem Braço” dizendo que não guardou o recibo e que a sua placa de US$ 150 custou apenas US$ 50. Como dissemos, o fiscal consultará o preço, colocará um valor maior e você será prejudicado. Infelizmente, se você ganhou algum produto eletrônico de graça (em algum sorteio ou é uma amostra grátis, por exemplo) e, portanto, não tem o recibo, prepare-se para gastar uma saliva com o fiscal da receita. Uma dica é imprimir a página de algum site contendo o produto e o seu preço e mostrar ao fiscal, explicando que o produto você ganhou de graça mas que custa “x”. Anexe, ainda, documentação que comprove que você ganhou o produto de graça (propaganda do sorteio, etc). Isso evitará discussões e mostrará ao fiscal que você veio preparado, sem a intenção de tentar “passar a perna” na fiscalização. Muita gente acha que, só porque ganhou o produto de graça e, portanto, o custo foi zero, que ele conta como US$ 0 para o cálculo da sua cota e pagamento de imposto. Não é assim que a aduana brasileira funciona. O fato de você ter ganhado o produto de graça não lhe dá direito de entrar no país com ele sem o pagamento do imposto de importação, e ele conta para o cálculo da cota tal qual qualquer outro produto (desde que não caia no conceito de bem de uso pessoal e você esteja transportando apenas uma unidade). Por fim, nem pense em perguntar para o fiscal “dá para dar um jeitinho?”. Os funcionários da Receita Federal são, em sua esmagadora maioria, pessoas sérias (lembre-se sempre: eles estão somente cumprindo a lei; não foram eles quem criaram as leis absurdas de importação existentes no Brasil). Além de possivelmente ficarem ofendidíssimos, oferecer suborno a funcionário federal é crime, e eles podem te dar voz de prisão. Outro problema que você pode enfrentar é em relação à quantidade de produtos. Como já explicado, essa modalidade de importação só está disponível para produtos sem fins de revenda (ou seja, trazer produtos do exterior na mala para revender no Brasil é ilegal). A Receita Federal especifica, na Instrução Normativa RFB 1.059, que viajantes só podem trazer até dez produtos eletrônicos comprados no exterior em sua bagagem (além dos bens de uso pessoal) e que mais de três unidades idênticas de um mesmo produto caracteriza intenção de revenda. Você deve prestar bastante atenção em relação a isso para não ter seus produtos confiscados. Outro detalhe técnico importante. A importação por bagagem acompanhada só pode ser feita para produtos de uso pessoal do viajante. Sendo assim, trazer produtos para outras pessoas na mala é, tecnicamente, ilegal. Esta modalidade pode ser usada se você quiser comprar um produto pela internet, telefone ou fax, ou ainda algum caso algum amigo ou parente que more no exterior compre o produto para você e mande pelos correios. Note que aqui estamos falando dos Correios “comuns”, aquele do carteiro de amarelo e azul, chamado nos EUA de USPS (United States Postal Service). O processo de importação usando empresas de encomenda expressa (“courier”) tais como Fedex, UPS, DHL e TNT será abordado na próxima página. A história é a seguinte: encomendas expressas usando empresas de courier sempre pagam ICMS (além do frete ser mais caro), enquanto que, nas importação via correio comum, nem todos os estados cobram o ICMS (além do frete ser mais barato). Portanto, normalmente é mais vantagem usar os correios comuns. Porém, tome cuidado, pois a maioria das lojas virtuais norte-americanas não possui opção para envio via correio tradicional, só via encomenda expressa. Por outro lado, vendedores do eBay geralmente aceitam envio via correio comum (USPS, nos EUA; China Post na China; Royal Mail no Reino Unido; etc), o que certamente facilita. Nós discutiremos no final deste artigo dicas de como comprar pela Internet; por enquanto, vamos nos concentrar na parte do pagamento dos impostos e do recebimento da mercadoria. Uma das vantagens da importação via correios é que mercadorias de até US$ 50 são isentas de imposto, desde que o remetente e o destinatário sejam pessoas físicas. Esta é, portanto, uma boa opção se você quiser comprar alguma peça usada no eBay que custe menos de US$ 50, por exemplo, deixando claro para o vendedor que o envio deve ser feito via USPS (correios) e que ele deve colocar o nome pessoal dele no formulário CP-72 (formulário obrigatório que contém os dados do remetente, destinatário e conteúdo discriminado do pacote) e não colocar o nome da empresa nem o nome do apelido dele no eBay. Não se esqueça de pedir para o remetente colocar que a peça é usada no formulário dos correios (ex: “Used Motherboard” ou “Motherboard – used”, se você estiver comprando uma placa-mãe usada) para o fiscal entender porque uma placa-mãe está sendo enviada como sendo um produto de US$ 20. É muito importante também pedir que o vendedor imprima e anexe o comprovante da compra do lado de fora da caixa em um envelope plástico transparente, isso ajuda a fiscalização no Brasil. Há duas ressalvas aqui. Se o produto que você comprou for novo, o fiscal da Receita Federal pode taxá-lo, mesmo quando enviado por remetente pessoa física e for declarado um valor abaixo de US$ 50, pois ele entenderá que o remetente usou nome de pessoa física apenas para evitar a taxação. A segunda ressalva é que os fiscais não são bobos e, se você comprar um produto acima de US$ 50 e pedir para o remetente declarar menos que US$ 50 para não pagar impostos, o fiscal pode detectar isso e taxá-lo sobre o valor de mercado do produto. É importante notar que, devido ao alto fluxo de encomendas vindas do exterior, a fiscalização é feita por amostragem, ou seja, só porque você conseguiu que sua encomenda não fosse taxada usando um desses dois expedientes, isso não significa que você terá a mesma sorte em sua próxima encomenda. Nota: Existe um decreto-lei de 1980 que diz que a isenção de importação pelos correios é de US$ 100, limite que não é respeitado pela Receita Federal. Um artigo publicado na Internet mostra como você deve fazer para contestar tributações de produtos entre US$ 50 e US$ 100. É necessário entrar na justiça e pode ser que para muitas pessoas o tempo perdido com esse processo não valha a pena. É importante notar que esse artigo foi publicado com um título chamativo (e incorreto): “A JUSTIÇA DECIDIU: compras internacionais abaixo de 100 Dólares NÃO PODEM ser tributadas!” A justiça não decidiu nada. Cada pessoa tem que correr atrás dessa isenção na justiça individualmente. Só poderia-se usar “a justiça decidiu” caso fosse baixado algum tipo de norma ou instrução que modificasse as Instruções Normativas da Receita Federal, o que não foi o caso. A Receita Federal rebateu esse artigo em uma nota técnica. Outra coisa: temos visto várias pessoas dizendo em fóruns da Internet que a importação de produtos usados é proibida. Isto é um grande equívoco. Não há problema algum em se importar produtos usados pelo sistema de importação simplificada. O que é proibido é a importação para fins de revenda (isto é, usando o sistema convencional) de determinados tipos de produtos usados – por exemplo, pneus. Se você estiver pensando em importar produtos usados para fins de revenda, você terá de conversar com o seu despachante aduaneiro de qualquer forma e ele lhe orientará se o produto que você pretende importar é ou não permitido. No caso de valores acima de U$ 50 ou caso o remetente seja uma empresa, você terá de pagar imposto de importação, mesmo que o produto seja amostra grátis, doação, presente da sua mãe ou equivalente. Este é uma das desvantagens da lei de importação simplificada (para doações de uma quantidade significativa de produtos, o caminho a ser usado é a importação convencional; se este for o seu caso, consulte um despachante aduaneiro. Amostras podem ser enviadas de graça desde que não sejam de produtos acabados – pedaços de tecido, por exemplo – o que absolutamente não é o caso de produtos eletrônicos). Nesses casos, mesmo recebendo a mercadoria “de graça” você terá de pagar os impostos (nós sabemos disso com conhecimento de causa). Nesse caso, peça para o remetente preencher o formulário CP-72 com o valor correto do produto no mercado hoje, caso contrário o fiscal pode arbitrar um valor muito maior do que o produto realmente vale (mais sobre isso adiante). A importação com entrega via Correios é limitada a mercadorias de valores até US$ 500 e, mais uma vez, você não pode importar produtos para revenda; a importação tem de ser para uso pessoal (pessoa física) ou para uso interno dentro da empresa (pessoa jurídica). Se ao abrir a caixa para fiscalizá-la o fiscal perceber que a quantidade de produtos caracteriza um envio para revenda, o desembaraço da encomenda só poderá ser feita através de um despachante aduaneiro. Em casos como esse, a fiscalização entrará em contato com você (normalmente via carta) explicando a situação. Se isso ocorrer, o melhor a fazer é pedir para eles enviarem a encomenda de volta ao remetente, visto que só o custo de contratar um despachante aduaneiro normalmente não faz com que o recebimento da encomenda valha a pena. No site da Receita Federal, você verá que o limite para importação via regime simplificado é de US$ 3.000, mas esta é uma informação incompleta. O limite é de US$ 500. Entre US$ 500 e US$ 3.000, é necessário fazer um desembaraço aduaneiro parecido ao de uma importação tradicional, porém os Correios podem efetuar o desembaraço para você usando um formulário chamado DSI (Declaração Simplificada de Importação), que está disponível dentro do Siscomex, que é um programa da Receita Federal. Para usá-lo, você precisa se cadastrar em uma agência da Receita Federal e ter um certificado digital. Neste caso, é sempre cobrado o ICMS e uma tarifa de desembaraço alfandegário de R$ 150. Na importação via Correios, o imposto de importação é calculado da seguinte forma: Imposto de importação = 60% * (custo da mercadoria + custo do frete) Alguns estados (mas não todos) cobram ainda ICMS de importações via correio. E a base de cáculo é o valor do produto adicionado do custo do frete, do imposto de importação e do próprio ICMS (sim, você paga imposto sobre imposto sobre imposto – viva o Brasil). Se você tiver a infelicidade de morar em um estado que cobre o ICMS, o cálculo é feito da seguinte forma: Base de cálculo = (custo da mercadoria + custo do frete + valor do imposto de importação) / (1 – alíquota) ICMS = base de cálculo x alíquota A alíquota varia entre 17% e 19%, dependendo do estado. Clique aqui para saber a alíquota do seu estado. Nota: Não publicamos uma lista dos estados que cobram e dos que não cobram o ICMS pois isso varia com frequência e não temos experiência suficiente para compilar uma tabela (afinal, são 26 estados mais o Distrito Federal). Você pode verificar se o seu estado cobra ou não o ICMS nos comentários deste artigo. Tem muita gente que não entende como esses impostos são calculados e pensa que o custo de importação é de 60% do valor do produto ou de 60% + ICMS do valor do produto (por exemplo, 78% em um estado que tenha um ICMS de 18%). Esta linha de pensamento está completamente equivocada, pois a base de cálculo dos impostos não é composta apenas do valor do produto. No imposto de importação, paga-se imposto sobre o valor do frete e, no ICMS, paga-se imposto sobre dois impostos. Por exemplo, se você comprou uma placa-mãe de US$ 150 e o custo do envio (comprovado pelo carimbo dos Correios na caixa e/ou através do recibo dos Correios anexado à caixa) foi de US$ 40, você terá de pagar US$ 114 de Imposto de Importação para o governo brasileiro. Se você morar em um estado que cobre ICMS e este for de 18%, você terá de pagar US$ 66,73 de ICMS, para um total de US$ 180,73 de impostos. Neste caso específico, você pagará 120,5% de impostos (e não 60% como muita gente equivocadamente supõe) – acima, portanto, do valor do próprio produto, o que é um absurdo. O pagamento dos impostos é feito em reais, é claro (mais abaixo explicamos detalhadamente o processo de pagamento). A mercadoria, após passar pela fiscalização da Receita Federal, é encaminhada para a agência de Correios “central” mais próxima da sua casa – normalmente a maior e mais movimentada agência perto da sua casa (e geralmente onde há as filas mais quilométricas do seu bairro). Após a mercadoria chegar nessa agência, você receberá em casa um aviso dos Correios para ir nessa agência retirar a mercadoria mediante o pagamento dos impostos, sendo que normalmente os funcionários já discriminam o valor no aviso, para você já ir preparado. Obviamente, você deve fazer todos os cálculos mostrados acima para saber os custos envolvidos antes de importar a mercadoria. É óbvio que há uma pequena margem de diferença, por conta do câmbio do dólar. Porém, se ao chegar aos Correios para retirar a encomenda você achar que o valor calculado está incorreto, deverá levar para os Correios o recibo da sua compra (a página ou e-mail de confirmação de compra do site onde você comprou a mercadoria) e informar ao atendente que o valor está errado e que você quer que a encomenda seja enviada de volta para o fiscal da Receita Federal para uma reavaliação. Importante notar que os Correios não têm absolutamente nada a ver com o processo de fiscalização: eles são responsáveis apenas por entregar a caixa e coletar os impostos em nome da Receita Federal. Portanto não adianta reclamar, xingar ou espernear com o atendente ou gerente da agência caso algo esteja errado. Seja educado e diga apenas que você quer uma reavaliação. Sem documentação comprobatória do valor do produto, a reavaliação não pode ser efetuada, por isso é sempre importante imprimir a página de confirmação de compra do site onde você comprar o produto ou, caso o produto seja uma amostra grátis, doação ou similar, a página de alguma loja virtual mostrando as características do produto e o seu preço. Este processo demora uns quinze dias, mais ou menos. Dependendo do bom humor do fiscal, ele pode entrar em contato com você através de carta antes de enviar a encomenda para a agência dos Correios caso o produto tenha vindo com um recibo com valor muito diferente do pesquisado na Internet ou do constante da tabela interna da Receita Federal, pedindo uma comprovação de valor. Imprimir a página ou e-mail de confirmação de compra e/ou o preço do produto em alguns sites e enviá-lo para a fiscalização por fax (o número vem na carta) normalmente resolve (não se esqueça de enviar uma folha de rosto dizendo todos os dados da encomenda – seu nome, endereço, nome do remetente, número de identificação ou rastreamento dos Correios, enfim, o máximo possível de dados que identifique a sua encomenda; se você não fizer isso, o fiscal não saberá nunca que o fax é referente à sua encomenda). Como dissemos, grande parte das lojas virtuais só trabalha com envio via courier, que são empresas particulares de encomenda expressa, tais como a Fedex, a UPS, a DHL, a TNT e similares. Há três vantagens em se usar uma empresa deste tipo para comprar produtos eletrônicos: a rapidez, a segurança (há muitos relatos de encomendas furtadas usando-se o serviço de correio normal, muito embora nós já tenhamos tido uma encomenda furtada via DHL) e a entrega do produto na sua porta. O resto é só desvantagem: o custo do frete é maior, não há isenção de imposto para produtos enviados de pessoa física para pessoa física até US$ 50, o ICMS é sempre cobrado, a transportadora pode, a critério dela, cobrar uma tarifa de desembaraço aduaneiro e, ainda, caso o valor presente na AWB (“Air Way Bill” ou “conhecimento aéreo”, que é o recibo de postagem preenchido pelo remetente) seja muito diferente do valor de mercado do produto pesquisado pelo fiscal na Internet ou na tabela de valores da Receita Federal, há cobrança de uma pesada multa. Outro problema frequente das empresas de courier é o fato de muitas vezes elas pagarem os impostos sem consultarem o cliente para ver antes se os valores estão corretos, e o cliente fica responsável pelo valor incorreto, pois empresa já pagou os valores em nome do cliente (eles anexam as guias comprovando o pagamento). A importação via courier é limitada a US$ 500. É possível importar produtos entre US$ 500 e US$ 3.000 via courier, mas não é possível efetuar a importação simplificada e você terá de contratar um despachante aduaneiro, o que por si só aumenta o custo de importação de tal forma que torna a importação proibitiva. Os cálculos dos impostos são feitos como apresentado na página anterior, sendo que o ICMS é sempre cobrado. Além disso, a empresa de courier cobra uma tarifa de desembaraço aduaneiro, normalmente entre US$ 10 e US$ 20. Como o custo do frete de empresas de courier é muito superior ao dos Correios e há a tarifa de desembaraço, o custo de importação via courier é sempre muito maior do que o de importação usando os Correios. Se você estiver recebendo um produto de graça, terá de pedir ao remetente para colocar na AWB o valor real do produto. Como explicamos anteriormente, mesmo que você receba um produto de graça, o pagamento dos tributos referentes à importação continua sendo devido ao governo. Não há cláusula na lei de importação simplificada que favoreça o envio de presentes, doações, amostras grátis e similares (para doações de uma quantidade grande de produtos o caminho adequado é a importação convencional; consulte um despachante aduaneiro. Amostras podem ser enviadas de graça desde que não sejam de produtos acabados – pedaços de tecido, por exemplo – o que absolutamente não é o caso de produtos eletrônicos). Como explicamos, se o remetente colocar um valor muito diferente do verdadeiro valor do produto, ainda por cima há cobrança de uma pesada multa. Se o fiscal da Receita Federal achar que o valor presente na AWB é muito diferente do valor que ele acha que a mercadoria custa (por consulta na Internet ou consulta na tal tabela da Receita Federal) você normalmente recebe uma ligação ou carta da empresa de courier explicando que o fiscal está pedindo uma comprovação de valor. Isso resolve-se enviando um fax para a unidade da Receita Federal no aeroporto de Viracopos, em Campinas/SP, que é a unidade usada para a fiscalização de todas as encomendas via courier, contendo a página ou e-mail de confirmação da sua compra ou, ainda, páginas de sites contendo a descrição do produto e o seu preço de mercado. Não se esqueça de preparar uma folha de rosto contendo seus dados, em particular o nome da transportadora e o número da AWB (“conhecimento aéreo”). O número do fax você obtém com a transportadora. A empresa de courier desembaraça a encomenda na alfândega, paga todos os impostos do bolso dela e cobra os custos (impostos e serviços prestados) ao entregar a mercadoria. Um problema que tivemos com frequência foi o fiscal reavaliar o produto e a empresa de courier, em vez de ligar para saber se concordávamos com a reavaliação ou se iriamos contestar e apresentar documentos que comprovassem o real valor do produto, simplesmente pagou os impostos com o valor muito acima do correto e depois cobrou da gente. Esse é outro motivo de não recomendarmos o uso de empresas de courier, pois na ânsia de quererem agilizar o processo, muitas vezes elas arrebentam com o bolso do cliente. A multa para caso exista uma diferença muito grande entre o valor declarado do produto e o seu valor real é o valor dessa diferença (isto é, multa de 100%). Por exemplo, você pediu para o remetente declarar que a sua placa-mãe de US$ 150 na realidade custava US$ 20 ou ele fez isso por engano (isso é muito comum de ocorrer, mas não é por desonestidade; pessoas que moram em países onde não há imposto de importação para pessoas físicas, como os EUA, costumam enviar produtos com um valor baixo “somente para propósitos alfandegários” e acabam usando este mesmo procedimento ao enviar produtos para o Brasil, o que não deve ser feito), você terá de pagar uma multa de US$ 130 (US$ 150 - US$ 20). E as lojas e as transportadoras que oferecem serviço de entrega porta-a-porta dos EUA para o Brasil sem qualquer tipo de pagamento ao receber o produto? Trata-se de descaminho (nome correto do popular “contrabando”), sendo uma prática ilegal. Ao comprar de lojas que ofereçam esse serviço juntamente com o custo do “frete”, o custo do descaminho está embutido. Lembre-se, ao efetuar este tipo de compra, você está cometendo crime. Entretanto, há empresas que oferecem esse tipo de serviço, porém cobram e recolhem os impostos corretamente (o cidadão consciente sempre pede comprovantes dos impostos pagos). Agora que você já conhece as opções legais de se importar peças do exterior para uso pessoal, vamos falar de como você pode, de fato, efetuar as suas compras. Vamos ainda apresentar inúmeras dicas baseadas em nossa experiência. Lembramos mais uma vez que as modalidades expostas não podem ser usadas para revenda, somente para uso pessoal. A melhor maneira de comprar e ter produtos eletrônicos baratos legalmente é morar no exterior. Infelizmente, como esta não é uma opção para 99,99% dos brasileiros aficcionados por tecnologia, vamos relembrar as opções que nos sobram. A opção menos pior é viajar, comprar os produtos no exterior e trazê-los na bagagem. Aqui você (ou um parente ou amigo) compra os produtos pessoalmente em lojas no exterior, pagando em dólares (ou outra moeda, dependendo do país), PayPal ou cartão de crédito internacional. Para compras no exterior com cartão de crédito, débito ou pré-pago emitido no Brasil, há o pagamento de 6,38% de IOF (Imposto sobre Operações Financeiras), tenha isso em mente sempre (nota: também há cobrança de 6,38% de IOF em pagamentos via PayPal se o dinheiro para custear a compra sair do seu cartão de crédito; o IOF é cobrado na fatura do cartão). Também é importantíssimo lembrar que nos EUA o preço anunciado em anúncios ou na caixa do produto é sem o imposto de venda (“sales tax”). Esse imposto fica tipicamente entre 7,35% e 8,5%, dependendo da cidade em que você for visitar, e não há como pedir reembolso. Na Europa você pode pedir um reembolso dos impostos em um guichê no aeroporto de saída, desde que você atinja um determinado valor mínimo, que depende do país (o processo, no entanto, pode ser burocrático e pode haver uma fila muito longa, e muita gente acaba desistindo dessa possibilidade). Além disso, para fins de importação, o valor a ser considerado para o cáculo da cota e do imposto de importação é o valor total, ou seja, o valor dos produtos mais o valor do imposto de venda. As formas de pagamento mais básicas são as seguintes: Você é quem está viajando, então você comprou dólares antes de viajar e pagará suas compras em papel moeda. Lembre-se de que se você transportar mais do que R$ 10.000 ou o equivalente em moeda estrangeira para fora do Brasil, precisará fazer uma declaração à Receita Federal antes de viajar (usando o e-DBV). Note que, ao contrário do que a muita gente pensa, não é ilegal transportar mais do que R$ 10.000 em dinheiro; o que é ilegal é transportar e não declarar o dinheiro. Na volta você deverá igualmente fazer a declaração eletrônica caso esteja trazendo mais de R$ 10.000 ou equivalente em moeda estrangeira. Você é quem está viajando, então você está levando seu cartão de crédito, débito ou pré-pago internacional e fará compras com ele. Inclusive, esta modalidade é excelente para comprovar o valor da compra junto ao fiscal da Receita Federal, serve como um segundo comprovante de valor. O ruim é que paga-se 6,38% de IOF. O PayPal é outra maneira de pagar por compras no exterior, porém você terá de ter um cartão de crédito internacional cadastrado em sua conta no PayPal. Com isso, há cobrança de 6,38% de IOF na sua fatura do cartão caso a origem do dinheiro para custear a compra seja o seu cartão. Você deverá comprar online em uma loja virtual que aceite PayPal e mandar entregar no endereço onde ficará hospedado. Recomendamos inclusive que você faça isso antes de sair do Brasil para ter certeza de que sua encomenda chegará dentro do prazo. Daremos mais dicas sobre isso abaixo. Você tem um parente ou amigo que mora no exterior e que está vindo para o Brasil, e pede para ele comprar o produto para você, pagando em dinheiro ou com o cartão dele e você reembolsa do seu parente ou amigo aqui no Brasil. Ou então você paga com PayPal e manda entregar na casa dele. Esta modalidade apresenta duas vantagens. Se o seu amigo pagar com cartão emitido no exterior ou conta do PayPal que tenha um cartão que não seja brasileiro vinculado, ele não precisará pagar o IOF. A segunda vantagem é que você poderá comprar on-line. Importante: se o produto for “de uso pessoal”, o seu parente ou amigo só pode trazer um; o segundo será obrigatoriamente entrará no cálculo da cota e poderá ser taxado. Por exemplo, se um amigo está trazendo um smartphone para você e ele já tem um smartphone próprio com ele, o seu smartphone entrará no cálculo da cota do seu amigo e poderá ser taxado. Por favor, releia a página “Importação como bagagem acompanhada” para mais informações. Um problema para a maioria dos micreiros que acompanha preços pela Internet é que os preços de grande lojas virtuais nunca é o mesmo das lojas físicas. Isso ocorre por inúmeros fatores, tais como localização, aluguel e nível de especialização dos funcionários (uma loja virtual pode estar localizada em um galpão no meio do nada enquanto lojas precisam estar em um local de fácil acesso, com funcionários treinados, etc). Então nunca espere encontrar nas lojas o mesmo preço encontrado em grandes lojas virtuais tais como Newegg.com, Zipzoomfly.com, Tigerdirect.com, etc. Outra vantagem das lojas virtuais é que as compras, na maioria das vezes, são isentas do imposto de venda. Uma coisa que você pode fazer é comprar em uma loja virtual com o PayPal ou com o seu cartão de crédito, débito ou pré-pago internacional enquanto ainda estiver aqui no Brasil e mandar entregar no hotel em que ficará hospedado ou na casa de algum amigo ou parente que for visitar. É bastante cômodo chegar no exterior e sua encomenda já estar lá te esperando, porém você pagará 6,38% de IOF no cartão. Outro problema é que a maioria das lojas virtuais não permite a entrega da mercadoria para um endereço diferente do endereço de cobrança do cartão (há exceções e, se você encontrar alguma loja virtual que faça isso, é a maneira mais barata de se comprar produtos no exterior legalmente; lojas virtuais que aceitem isso normalmente lhe pedirão uma cópia escaneada ou por fax da frente e verso do seu cartão, uma cópia do seu passaporte e, em alguns casos, uma autorização por escrito). Esta é uma limitação de cartões emitidos no Brasil, que não permitem que você cadastre um endereço alternativo apenas para entrega de compras pela Internet. O PayPal não tem esta restrição. Aliás, se você tentar comprar em uma loja virtual estrangeira, cadastrar um endereço de entrega diferente do de cobrança e ela informar que você precisa entrar em contato com a administradora do cartão para cadastrar o endereço de entrega como um endereço alternativo, esqueça essa loja e parta para outra. Nem perca o seu tempo ligando para a administradora, pois essa opção não existe no Brasil. Uma dica importante. Se você conseguiu uma loja virtual que entregue em um endereço diferente do de cobrança (ou usou o PayPal) e for mandar entregar no hotel em que for ficar hospedado, é sempre bom avisá-los através de e-mail,fax ou telefone que você está esperando uma encomenda e que é para eles a guardarem caso ela chegue antes do seu período de estadia (você deverá fazer as contas direitinho dos prazos de entrega para que a encomenda não chegue depois que já tiver ido embora). Normalmente, os hotéis norte-americanos cobram uma taxa de US$ 10 ou US$ 20 por cada pacote que você receber. Tenha isso em mente, pois é mais um custo. Ao longo do nosso artigo, nós já falamos várias coisas que você precisa saber para comprar em uma loja virtual localizada no exterior pela Internet com entrega da mercadoria no Brasil, mas vamos resumir e dar mais dicas: Você precisa saber inglês ou pedir para alguém que saiba inglês lhe ajudar, visto as melhores lojas virtuais estarem nos Estados Unidos. Você precisa procurar uma loja virtual que entregue a sua encomenda via correio normal (USPS). Infelizmente a maioria das lojas virtuais só opera com empresas de courier (Fedex, UPS, DHL , TNT, etc), que é mais caro e pode lhe trazer dor de cabeça, como explicamos antes. Algumas lojas (especialmente as menores) enviam via correios (USPS) se você pedir. A maioria dos vendedores no eBay despacha via correio normal. Se você não encontrar “USPS” na opção de envio, vale a pena entrar em contato com o setor de atendimento ao cliente para perguntar se eles podem quebrar este galho para você. Recomendamos não comprar com entrega via courier. A maioria das lojas virtuais estrangeiras não faz entrega para fora de seu país. Isso ocorre justamente por conta dos inúmeros “desavisados” ao redor do mundo que compram produtos pela Internet para só descobrirem depois que têm de pagar imposto de importação. Algumas lojas liberam para países onde eles sabem que não há problemas com a alfândega, o que não é o caso do Brasil, é óbvio. Uma solução é mandar entregar na casa de um amigo que more no exterior e pedir para ele trazer consigo em viagem ao Brasil (não se esqueça de rever o que falamos na página “Importação como bagagem acompanhada”), ou então pedir para ele despachar pelo correio para você (vocês só terão de combinar como você fará para reembolsá-lo). Não se esqueça de pedir que seu amigo preencha completamente o formulário de alfândega (CP-72) e enviar tanto o remetente quanto o destinatário como pessoa física, discriminar corretamente o conteúdo e os valores do pacote, e colocar no lado de fora do pacote, em um envelope plástico transparente (que é fornecido nas agências de correio) o recibo de compra e pagamento (que você pode enviar ao seu amigo em PDF para ele imprimir). Muitas lojas virtuais estrangeiras não aceitam cartões de crédito emitidos fora do país onde a loja está localizada. Na maioria das vezes, eles aceitarão o seu cartão caso você envie uma cópia escaneada ou fax (cópia escaneada é melhor) da frente e verso do cartão, e de um documento de identificação. Recomendamos o uso do seu passaporte, visto que o passaporte é um documento internacional e está em português e inglês, dando mais credibilidade. A melhor forma de pagamento é via PayPal (inclusive é a forma de pagamento padrão do eBay), logo, dê preferência a essa forma de pagamento. Porém, você terá de ter um cartão de crédito internacional vinculado à sua conta no PayPal para poder efetuar pagamentos usando o PayPal brasileiro em lojas virtuais localizadas no exterior. Será cobrado 6,38% de IOF em seu cartão. Algumas lojas virtuais aceitam o pagamento através de transferência eletrônica (“wire transfer”). O problema dessa modalidade é que a loja virtual cobrará US$ 10 ou US$ 20 a título de despesas administrativas e o seu banco aqui no Brasil cobrará entre US$ 40 e US$ 80 para efetuar essa transferência. Se você quiser usar essa opção, precisará dos seguintes dados da loja: nome da empresa, endereço, código SWIFT (código internacional que identifica cada banco existente no mundo), nome do banco, endereço do banco e número da conta corrente. Este artigo ficou bastante longo, mas esperamos que tenha ficado o mais completo possível. Infelizmente, por motivos éticos ,não temos como indicar lojas. Se você acha que esquecemos de algum detalhe, não deixe de publicá-lo nos comentários desse artigo. Como dissemos no início, tome cuidado onde você busca informações, pois o que mais há na Internet são informações desencontradas. As informações presentes neste artigo foram coletadas através da nossa experiência pessoal em todas as modalidades descritas. Esclarecemos ainda que comentários publicados em nosso Fórum informando ou perguntando sobre métodos ilegais de se efetuar importação de produtos eletrônicos serão apagados por se enquadrarem no Art. 286 do Código Penal (Incitação ao Crime).
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Produtos de Refrigeração Líquida da CoolIT
Gabriel Torres postou um tópico em Comentários de artigos
Tópico para a discussão do seguinte conteúdo publicado no Clube do Hardware: Produtos de Refrigeração Líquida da CoolIT "Uma rápida olhada nos atuais e futuros produtos de refrigeração líquida da CoolIT: Pure, Freezone, Elite, Reference Series, Boreas e um protótipo para rack de servidores." Comentários são bem-vindos. Atenciosamente, Equipe Clube do Hardware https://www.clubedohardware.com.br -
Na CES 2008 nós vimos a linha completa dos atuais e futuros produtos de refrigeração líquida da CoolIT, incluindo o protótipo de uma solução de refrigeração líquida para rack de servidores. Confira. O produto mais simples da CoolIT é chamado Pure. Esta solução de refrigeração líquida é vendida pré-montada, não necessitando nenhum tipo de manutenção ou montagem por parte do usuário, sendo voltado para usuários que querem um micro silencioso e até mesmo para os aficionados em overclock que não queiram ter o trabalho de montar o seu próprio sistema de refrigeração líquida e /ou querem uma solução barata. De acordo com a CoolIT o preço sugerido para este produto é de US$ 125, nos EUA, mas nós o encontramos sendo vendido na Internet por US$ 105, que é um preço bastante acessível para um sistema de refrigeração líquida. Como você pode ver nas Figuras de 1 a 3, este cooler vem com tudo já montado: radiador, ventoinha de 120 mm, bomba com tanque d’água, bloco do processador, mangueiras e líquido refrigerante já instalado. Como você pode ver este sistema é conectado na fonte de alimentação através de um conector de alimentação para periféricos padrão. Este produto pode ser utilizado tanto nos processadores da AMD quanto nos da Intel. Figura 1: Sistema de refrigeração líquida Pure da CoolIT. Figura 2: Sistema de refrigeração líquida Pure da CoolIT. Figure 3: Bloco do processador que vem com o Pure. Se você quer a comodidade de um sistema de refrigeração líquida pré-montado mas o desempenho de um sistema de refrigeração líquida topo de linha, então o Freezone Elite é o produto certo para você. Ele vem com a Central de Controle MTEC, permitindo a você monitorar e controlar o sistema de refrigeração líquida através do Windows, usando o programa da CoolIT ou o da NVIDIA, já que este sistema é compatível com a tecnologia ESA (clique aqui para aprender mais sobre esta tecnologia). O Freezone Elite tem seis coolers termoelétricos (TEC), também conhecidos como “Peltier”, no seu radiador. Se você prestar atenção na Figura 5 você verá que este cooler tem dois blocos d’água presos no radiador (partes azuis), um em cada lado, e três Peltiers estão disponíveis entre cada bloco e o radiador, fazendo com que este cooler obtenha um alto desempenho. Lembre-se que esses dispositivos são os mesmos usados em alguns bebedouros e geladeiras portáteis, portanto ele faz com que seus dois blocos de água funcionem como duas pequenas geladeiras. Este cooler também é compatível com os processadores da Intel e da AMD. O único problema com este cooler é o seu preço: de acordo com a CoolIT ele é cotado nos EUA custando US$ 450 – quase quatro vezes mais caro do que o Pure. Figura 4: Sistema de refrigeração líquida Freezone Elite da CoolIT. Figura 5: Sistema de refrigeração líquida Freezone Elite da CoolIT. Figura 6: Central de Controle MTEC. Figura 7: Bloco do processador que vem com o Freezone Elite. O Reference Series é a solução de refrigeração líquida da CoolIT para placas de vídeo, disponível para as séries Radeon HD 2900 e 3800 da ATI (chamada versão AT) e para a série GeForce 8800 da NVIDIA (chamada versão NV). Assim como outros produtos da CoolIT este vem pré-montado, não necessitando de nenhum tipo de manutenção. Claro que você terá que remover o cooler original da placa de vídeo e instalar as placas que vêm com o produto. Ambas as versões vem com duas placas para refrigerar duas placas de vídeo trabalhando nos modos CrossFire ou SLI. De acordo com a CoolIT este produto terá um preço sugerido de US$ 299 nos EUA. O cooler propriamente dito é uma caixa que usa duas baias de 5,25” do gabinete, com duas mangueiras que saem desta caixa e que são conectadas nas placas de refrigeração. Figura 8: Reference Series da CoolIT. Figura 9: Reference Series da CoolIT. As placas de refrigeração para cada série são completamente diferentes. Na versão AT as placas são feitos de aço, enquanto que na versão NV elas são feitas com a base de cobre e coolers termoelétricos (TEC, também conhecidos como “Peltier”) entre o bloco d’água e a base de cobre, fazendo com que o bloco de água funcione como uma pequena geladeira. Se você prestar atenção nas figuras abaixo verá que as placas tocam nos chips de memória, refrigerando-os. Figura 10: Placas de refrigeração da versão AT. Figura 11: Placas de refrigeração da versão AT. Figura 12: Placas de refrigeração da versão NV. Figura 13: Placas de refrigeração da versão NV. Boreas é um gabinete Silverstone TJ07 personalizado contendo um cooler de refrigeração líquida Boreas da CoolIT, um bloco do processador, duas placas de refrigeração para placas de vídeo (idênticas às usados no Reference Series, veja na página anterior) e a central de controle MTEC (veja na Figura 6). Esta é a solução de refrigeração líquida da CoolIT que oferece o maior desempenho, oferecendo o desempenho extra exigido pelos aficionados em overclock. Este sistema vem também pré-montado, não necessitando de nenhuma montagem por parte do usuário além da instalação das placas de refrigeração nas placas de vídeo. Na Figura 14 você pode ver o Silverstone TJ07 personalizado. Figura 14: Silverstone TJ07 personalizado. Na Figura 15 você pode ver o cooler Boreas instalado dentro do gabinete e nas Figuras 16 e 17 como ele se parece fora do gabinete. Este cooler tem 12 coolers termoelétricos (TECs ou “Peltier”), três sob cada bloco d’água. As duas ventoinhas puxam o ar quente de dentro do radiador para fora, portando o fluxo de ar é de dentro do cooler para fora. Figura 15: Cooler Boreas. Figura 16: Cooler Boreas. Figura 17: Cooler Boreas. Como mencionamos anteriormente a CoolIT apresentou o protótipo de uma sistema de refrigeração líquida para rack de servidores. Os data centers usam poderosos sistemas de ar condicionado para refrigerar a sala e assim controlar indiretamente a temperatura dos servidores. A ideia é usar um sistema de refrigeração líquida para diminuir a temperatura dos servidores ao ponto de que a necessidade do ar condicionado seja drasticamente reduzida, fazendo com que os data centers economizem na conta de energia. A CoolIT estima um redução na conta de energia entre 20% a 30% no data centers se a solução de refrigeração líquida for usada. Na Figura 18 você pode ver o protótipo fechado. O sistema pode ser controlado e monitorado através de uma porta Ethernet, portanto você pode monitorar e controlar o sistema de refrigeração líquida a partir de qualquer lugar da sua rede (o notebook em cima do protótipo está fazendo isto). Figura 18: Refrigeração líquida para rack de servidores. Com o rack aberto (Figura 19) você pode ver que sua porta esta é na verdade um grande radiador com duas grandes ventoinhas. Figura 19: Rack aberto; o radiador está na porta. Figura 20: Detalhe das ventoinhas. Na Figura 21 você pode ver o painel traseiro do rack. As mangueiras e os conectores usados são industriais, usados durante anos em aplicações hidráulicas. Figura 21: Painel traseiro do rack. Figura 22: Detalhe dos conectores do sistema de refrigeração líquida.
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Monitor à Prova de Porrada da ASUS
Gabriel Torres respondeu ao tópico de Gabriel Torres em Comentários de artigos
Eu bem que queria ter um para tentar usar uma furadeira nele para ver o que acontece. Vocês viram o que aconteceu com a ponta da flecha de ferro? Impressionante. Gabriel. -
Tópico para a discussão do seguinte conteúdo publicado no Clube do Hardware: Monitor à Prova de Porrada da ASUS "Dizem que uma imagem vale mais do que mil palavras. " Comentários são bem-vindos. Atenciosamente, Equipe Clube do Hardware https://www.clubedohardware.com.br
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Dizem que uma imagem vale mais do que mil palavras. Ainda mais quando não entendo lhunfas de Russo. Mas o vídeo é realmente impressionante, o cara martela o monitor e muito mais e o bicho nem arranha: http://www.abum.com/61948/New-flat-panel-monitor-can-take-a-crossbow-shot-and-survive.html
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Tópico para a discussão do seguinte conteúdo publicado no Clube do Hardware: Custo Brasil e Ganância "Tudo mundo que trabalha com informática ou eletrônicos conhece o problema do "Custo Brasil"." Comentários são bem-vindos. Atenciosamente, Equipe Clube do Hardware https://www.clubedohardware.com.br
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Tudo mundo que trabalha com peças de informática ou com eletrônicos de forma geral tá careca de conhecer o problema do "Custo Brasil": importar eletrônicos legalmente no Brasil dobra o custo do produto. Só que essa semana não consegui parar de pensar no caso do aparelho de Blu-Ray. O preço desses aparelhos no EUA despencou em dezembro por conta do Natal. As unidades mais baratas hoje são as da Samsung como a BD-P1400 e a Sony BDP-S300, custando US$ 300 (sem impostos; com impostos sai por US$ 325) em qualquer loja da cadeia Best Buy (tem praticamente uma em cada esquina nos EUA). Ou seja, no máximo R$ 650. Mesmo se a gente pensar no preço de tabela dessas unidades nos EUA (US$ 500 ou R$ 1.000) ainda está longe, muito longe, do preço de tabela no Brasil: R$ 3.000. Tudo bem que o custo de importação é de 100%, mas cobrar entre R$ 1.000 a R$ 1.700 acima do custo é pura ganância. Pois se a Best Buy está vendendo por US$ 300 é pouco provável que eles estejam tendo prejuízo. O custo do produto para importadores oficiais é menor que o preço encontrado nas lojas americanas, o que aumenta ainda mais esta disparidade. Sem contar que nos EUA a Blu-Ray Association dá 5 discos Blu-Ray de graça (de uma seleção limitada, é verdade) para quem comprar esses aparelhos, o que torna a diferença de preço ainda maior. É por essa mentalidade de exploração que o Brasil não vai para frente. Infelizmente a cultura brasileira ainda é centrada na "esperteza" e "querer levar vantagem", sem a idéia usada pelos americanos e chineses de em vez de colocar uma margem de lucro alta e vender meia dúzia de unidades, coloca-se uma margem pequena e vendem-se milhares de unidades e ganha-se no volume, sem contar na verdadeira popularização da tecnologia, na criação de um mercado consumidor para outros produtos correlacionados (como filmes em Blu-Ray). Aí o que ocorre no Brasil: como pouca gente tem esses aparelhos, o custo dos filmes vai para a casa do chapéu, por falta de volume de vendas. O pessoal no Brasil em geral só pensa no seu e pronto, que se dane o resto. Fala-se muito em inclusão digital no Brasil, mas com essa mentalidade tudo não passa de pura demagogia. Verdadeira inclusão digital ocorre em todos os demais países onde qualquer pessoa pode comprar a última tecnologia de ponta sem ser explorado por isso. Sempre é bom lembrar que por conta da diferença nos salários US$ 300 nos EUA equivale a R$ 300 no Brasil. A solução? A que eu venho defendendo há mais de 10 anos: um processo de importação sem burocracia (hoje em dia para importar produtos oficialmente o empresário precisa ter doutorado em sânscrito) e um custo total de importação mais baixo. Com um custo total de 20% o contrabando praticamente acabaria, o governo arrecadaria mais, visto que o contrabando não faria mais sentido, isto é, a quantidade de gente pagando impostos seria maior, e teríamos finalmente uma inclusão digital no Brasil. Ou você não compraria hoje um Blu-Ray nas Lojas Americanas se você visse um aparelho a R$ 780, discos a R$ 40 e pudesse comprar uma TV LCD de 47 polegadas de alta definição 1080p por um preço acessível? A única contra-argumentação seria que isso "quebraria" a indústria nacional. Que indústria nacional? As indústrias nacionais só sobrevivem porque há essa política arcaica contra importados no Brasil. O que a indústria nacional precisa é menos burocracia e um ambiente propício para o empreendimento e não de falsas proteções. Mas aí, é claro, teríamos de revolucionar o sistema tributário brasileiro e fazer o que governo não quer de jeito nenhum: cortar custos, demitir funcionários, enfim, colocar a "casa em ordem" e acabar com a "mamata". Afinal é assim que fazemos na nossa vida pessoal. Mas infelizmente não vai ser nesta administração que isso vai ocorrer, já que o pensamento socialista é de que o governo tem que bancar tudo e dar dinheiro para os pobres a troco de nada (dar o peixe em vez de ensinar a pescar). E quem paga a conta somos todos nós, com coisas como a falta de acesso à tecnologia e pagando os olhos da cara para qualquer produto de quinta categoria que aparece por aqui. Pensando bem, no fundo, no fundo nada mudou no Brasil nos últimos 40 anos.
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Com os preços dos monitores LCD ficando cada vez mais baixos até mesmo usuários comuns podem cogitar a possibilidade de instalar um segundo monitor no micro. Com dois monitores você não apenas aumenta sua área de trabalho, mas também aumenta sua produtividade, já que pode ter dois programas maximizados ao mesmo tempo (por exemplo, uma planilha do Excel sendo mostrada em um monitor e um documento do Word sendo mostrado em outro monitor), não perdendo tempo minimizando e maximizando janelas para ler e copiar informação como corre em um ambiente de trabalho típico com apenas um monitor instalado. Depois que você se acostuma a trabalhar com dois monitores dificilmente voltará a ter apenas um monitor instalado no micro! Neste tutorial ensinaremos a você como verificar se o seu micro aceita um segundo monitor sem a necessidade da instalação de hardware adicional, como instalar fisicamente um segundo monitor no micro e como fazer todas as configurações necessárias no Windows. Confira. A primeira coisa que você precisa verificar é se o seu micro aceita um segundo monitor. Para saber isso tudo o que você precisa fazer é olhar para o painel traseiro do micro. Siga o cabo que conecta o seu monitor ao micro e você encontrará a parte traseira da sua placa de vídeo. Atualmente todas as placas de vídeo têm duas saídas de vídeo permitindo a você conectar diretamente dois monitores no micro sem a necessidade de nenhum hardware adicional. No entanto, se o seu micro tem vídeo on-board – ou seja, seu computador não tem uma placa de vídeo de verdade e o vídeo é produzido pela placa-mãe – você só pode ter apenas um monitor instalado no micro. Vídeo on-board também é conhecido por outros nomes como vídeo integrado ou chip gráfico integrado. Se este for o seu caso, você precisará comprar uma placa de vídeo de “verdade” para instalar no micro, assegurando que sua placa-mãe tenha um slot disponível para a instalação de uma placa de vídeo avulsa (algumas placas-mães com vídeo on-board não têm um slot para instalação de um placa de vídeo, impossibilitando você de ter dois monitores de vídeo instalados no micro). Beleza, mas como você pode dizer qual é o tipo de configuração que o seu micro tem? Isto é exatamente o que iremos explicar a você. Nas Figuras 1 e 2 você pode ver a parte traseira dos dois tipos de placas de vídeo mais populares que podem ser encontrados no mercado. Siga o cabo que conecta o seu monitor ao micro para ver quais tipos de conectores você tem disponível no seu PC. A placa de vídeo mostrada na Figura 1 tem dois conectores DVI, que tem vários pinos e são normalmente brancos, enquanto a placa de vídeo mostrada na Figura 2 tem um conector DVI e um conector VGA, que tem 15 pinos e é normalmente azul. Figura 1: Placa de vídeo com dois conectores DVI. Figura 2: Placa de vídeo com um conector DVI e um conector VGA. Como você provavelmente já tem um monitor instalado no micro, o que você verá ao seguir o cabo que conecta seu monitor ao micro é algo parecido com o mostrado na Figura 3: um conector DVI está disponível. Este é o local onde você conectará o segundo monitor de vídeo. Figura 3: Em um PC típico normalmente há um conector DVI disponível. Se você não encontrar um conector VGA ou DVI ou se ele estiver localizado em uma posição diferente da mostrada na Figura 3, provavelmente significa que o seu micro tem vídeo on-board. Na próxima página explicaremos este cenário. Se o seu micro tem vídeo on-board, você precisa verificar cuidadosamente se ele tem uma segunda saída de vídeo. A maioria dos micros com vídeo integrado não suporta dois monitores de vídeo sem a instalação de uma placa de vídeo de “verdade”, mas se você for muito sortudo seu micro terá uma segunda saída de vídeo. Na Figura 4 você pode ver o painel traseiro de uma placa-mãe típica com vídeo on-board. Como você pode ver, existe apenas um conector de vídeo (um conector VGA), que provavelmente já está sendo usado pelo seu monitor de vídeo atual. Se o seu micro é como esse então você não pode adicionar um segundo monitor de vídeo diretamente: você precisará comprar uma placa de vídeo avulsa. Nós falaremos mais sobre isso adiante. Figura 4: Placa-mãe típica com vídeo on-board. Esta placa-mãe (uma ECS GeForce6100SM-M) tem apenas uma saída de vídeo. Se o seu micro é igual a esse você precisará comprar uma placa de vídeo e instalá-la em seu micro. Com uma placa de vídeo de “verdade” instalada você poderá ter até três monitores conectados no micro (um no conector VGA da placa-mãe e dois na nova placa de vídeo que você irá instalar) – você precisa comprar uma placa de vídeo que tenha duas saídas de vídeo, é claro. Note que algumas placas-mães com vídeo on-board não têm um slot para a instalação de uma placa de vídeo avulsa. Nos computadores atuais este slot é chamado “slot PCI Express x16” e você deve verificar se o seu micro tem este tipo de slot olhando no manual da placa-mãe ou olhando diretamente na placa-mãe. Na Figura 5 nós mostramos a mesma placa-mãe da Figura 4 apontando a localização do slot PCI Express x16. Note que a cor do slot é irrelevante: você pode encontrá-lo na cor preta, azul, amarela, laranja, vermelha, etc. Figura 5: O slot PCI Express x16. Na Figura 6 você pode ver o painel traseiro de uma placa-mãe com vídeo on-board que tem duas saídas de vídeo. Com esta placa-mãe você pode instalar um segundo monitor de vídeo sem a necessidade de hardware extra. Como seu atual monitor de vídeo provavelmente estará conectado no conector VGA da placa-mãe, você terá o mesmo cenário mostrado na Figura 3, ou seja, tudo o que você precisa fazer é instalar seu novo monitor no conector DVI disponível. Figura 6: Placa-mãe com vídeo on-board e duas saídas de vídeo (ASUS M2A-VM). Conectar o segundo monitor de vídeo não tem muito segredo, apesar de ter algumas coisas que você precisa saber antes de proceder com a instalação. Todos os passos descritos abaixo precisam ser feitos com o micro desligado. Nós estamos assumindo que o conector de vídeo disponível em seu micro é um conector DVI. Monitores de vídeo, no entanto, podem vir com um conector VGA, com um conector DVI ou com ambos. Claro que a melhor opção é comprar um monitor que tenha um conector DVI. Após comprar o seu segundo monitor, você precisa dar uma olhada no tipo de conector que ele usa. Na Figura 7 você pode ver como os conectores VGA e DVI, porém você deve dar uma olhada na parte traseira do seu monitor para ver qual é o tipo de conector que ele tem. Vários monitores atualmente vêm com ambas as conexões (veja na Figura 8). Se você tem um monitor de vídeo como este você deve usar apenas o cabo DVI e não usar o cabo VGA que vem com o produto. Figura 7: Conectores VGA e DVI. Figura 8: Este monitor de vídeo (Samsung SyncMaster 932BW) tem conectores VGA e DVI. Use o conector DVI. Se o seu monitor de vídeo não tem um conector DVI, você precisará usar um adaptador para converter seu conector VGA em DVI (veja as Figuras 9 e 10). Este adaptador vem com a placa de vídeo. Figura 9: Dois adaptadores VGA-para-DVI (você precisará de apenas um, é claro). Figura 10: Cabo VGA convertido em DVI. Agora tudo o que você precisa fazer é conectar o cabo do monitor de vídeo no conector DVI disponível na parte traseira do seu micro, como mostrado na Figura 11. Note que existe apenas uma posição que o plugue presente no cabo do monitor poderá ser encaixado no conector disponível na placa de vídeo. Portanto se você tentar encaixar e não conseguir não adianta forçar; gire o conector 180° e tente novamente. Figura 11: Instalando um segundo monitor no micro. Após conectar o plugue do monitor no conector da placa de vídeo, gire os parafusos de dedo no sentido horário, veja na Figura 12. Figura 12: Gire os dois parafusos de dedo disponíveis. Na Figura 13 você pode ver os cabos dos dois monitores de vídeo corretamente instalados. Figura 13: Segundo monitor corretamente instalado. Agora que os dois monitores de vídeo estão instalados, você precisa ligar o micro. O Windows detectará automaticamente o segundo monitor e aumentará a sua área de trabalho. Algumas configurações extras podem ser necessárias. Mesmo se os dois monitores de vídeo estiverem funcionando bem nós recomendamos que você siga os passos mostrados na próxima página de modo a assegurar que seus monitores estão configurados para a melhor qualidade de vídeo possível. Duas coisas básicas que precisam ser feitas no Windows: definir as configurações de vídeo e instalar o driver do mionoinitor. Primeiro você precisa verificar se o driver do monitor de vídeo está instalado. Clique com o botão direito do mouse em uma área vazia da sua área de trabalho e escolha a opção “Propriedades” (ou Personalizar no Windows Vista) do menu que aparecerá. Feito isso, na janela que aparecerá clique na guia Configurações (no Windows Vista clique em Configurações de Vídeo). Nesta guia clique na lista “Monitores” para ver se ambos os monitores de vídeo foram detectados corretamente. O Windows deve mostrar o nome do fabricante e o modelo para cada monitor que você tiver (veja na Figura 15). Se isto não acontecer – ou seja, se o Windows listar o seu monitor como “Monitor Plug and Play”, veja na Figura 14 – você precisa instalar o driver do monitor, que pode ser encontrado no CD-ROM que acompanha o monitor. Insira o CD-ROM em sua unidade óptica e siga as instruções apresentadas pelo CD de instalação. Feito isso, repita o processo descrito acima para certificar-se que os monitores de vídeo foram reconhecidos corretamente. Figura 14: Os drivers dos monitores de vídeo não estão instalados. Figura 15: Monitor com seus drivers corretamente instalados. Na mesma janela você precisa configurar a resolução de vídeo para cada monitor. Se você está usando monitores LCD, você deve configurá-los com a máxima resolução possível (1440x900 no caso dos monitores que estávamos usando). Monitores LCD apresentam a melhor qualidade apenas quando eles são configurados para rodar em sua resolução nativa, que é normalmente a resolução máxima suportada pelo monitor. Se você configurá-los com uma resolução mais baixa você notará que a imagem ficará um pouco borrada. Após configurar a resolução você precisa configurar a taxa de atualização da tela para cada monitor. Na mesma janela clique no botão Avançado (“Configurações Avançadas” no Windows Vista) e, na tela que aparecerá, clique na guia Monitor. Lá selecione o valor máximo possível na opção “Frequência de atualização da tela” e clique em Ok, veja na Figura 16. Repita este processo para o segundo monitor, ou seja, selecione o outro monitor na lista apresentada na Figura 15 e repita o processo. Figura 16: Configurando a taxa de atualização da tela. Existem outras configurações que podem ser feitas usando o painel de controle do driver de vídeo, ou seja, o painel de controle oferecido pela NVIDIA ou pela ATI/AMD. Dentro deste painel de controle você pode configurar, por exemplo, se você quer uma área de trabalho grande ou que o segundo monitor repita a mesma imagem que está sendo mostrada no primeiro monitor. Você pode ainda configurar se você quer seus monitores lado-a-lado (ou seja, um na esquerda e outro na direita) ou se você quer que eles sejam configurados um em cima e outro embaixo. A quantidade de configurações extras presentes no painel de controle do driver de vídeo depende do fabricante (NVIDIA ou ATI) e da versão do driver, portanto não cobriremos essas opções neste tutorial. No entanto nós aconselhamos a você explorar o painel de controle do driver pelo menos para você ter uma ideia das opções extras disponíveis. O painel de controle do driver é normalmente acessado por uma opção adicionada ao clicar com o botão direito do mouse na área de trabalho e/ou através de um pequeno ícone localizado na barra de tarefas (ao lado relógio do Windows).
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Tópico para a discussão do seguinte conteúdo publicado no Clube do Hardware: Como Instalar um Segundo Monitor no Micro "Aprenda a verificar se o seu micro aceita um segundo monitor de vídeo e a como instalar fisicamente um segundo monitor em seu micro." Comentários são bem-vindos. Atenciosamente, Equipe Clube do Hardware https://www.clubedohardware.com.br
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É impressionante como o pessoal tá confundindo alhos com bugalhos no Brasil. TV Digital e TV de alta definição (HDTV) são duas coisas completamente diferentes. O que foi lançado pelo governo recentemente foi o método de transmissão digital para TV aberta, ou seja, via antena convencional. TV digital já existe no Brasil já tem tempo – Net Digital, TVA Digital e Sky são alguns exemplos. Tem gente achando que comprando um “set-top box” vai passar a receber imagem em alta definição na sua TV normal. Eu inclusive vi esta semana um anúncio de uma empresa vendendo “set-top box” prometendo isso. Não é bem assim. Para assistir TV em alta definição você precisa de uma TV de alta definição e conteúdo de alta definição (“HD”). Mesmo que você tenha transmissão digital e uma TV de alta definição, se o conteúdo do programa estiver sendo transmitido em resolução normal (chamada 480i ou SDTV) não adianta nada: você pagou os olhos da cara para ter uma TV que vai passar imagens com a mesma qualidade da sua TV antiga (ou pior, porque no caso de TVs de LCD existe o problema da resolução nativa da tela, isto é, se a imagem não estiver na mesma resolução da tela há perda de qualidade – é a mesma coisa quando você tem um monitor LCD e o configura com uma resolução menor que a sua resolução nativa; ainda vou escrever um tutorial explicando tim-tim por tim-tim esse negócio). Existem dois tipos de set-top boxes, um para TVs normais e outro para TVs de alta definição. Mesmo que você tenha o segundo modelo e uma TV de alta definição, se o programa não estiver transmitindo conteúdo em alta definição não adianta nada. Em teoria este novo método de transmissão é voltado à população de baixa renda, que só assiste aos canais abertos e possui uma TV de tubo comum, de resolução padrão. Mas aí há uma controvérsia. A não ser que o “set-top box” custe uma mixaria – o que não é o caso – vale muito mais à pena simplesmente assinar uma TV por assinatura. A qualidade para TVs abertas vai ser tão boa quanto e você ainda leva uma porção de canais adicionais. Até onde eu sei pobre não tem TV de alta definição e gastar entre R$ 500 e R$ 1.100 em um set-top box é simplesmente ridículo (e, mais uma vez, viva o “custo Brasil”: os pobres do Brasil devem ter muito mais grana que os pobres dos EUA e Europa, já que tudo aqui custa pelo menos o dobro do preço). Mesmo que o preço seja tabelado em R$ 250 como quer o governo, ainda está muito longe de ser um aparelho acessível àqueles que ainda assistem TV via antena. Com um detalhe. O governo quer tabelar em R$ 250 mas o governo pagando a diferença para os fabricantes via BNDES, ou seja, no final todos nós é que pagamos a conta, via impostos e mais impostos. Coisas de Brasil. Para aqueles que possuem TVs de alta definição a TV digital aberta é, no longo prazo, no mínimo questionável. Embora atualmente o “grosso” do conteúdo em alta definição no Brasil esteja disponível somente pela TV digital aberta (atualmente só existe um canal HD em TVs por assinatura no Brasil: Globosat HD), não vai demorar muito para as operadoras de TV por assinatura oferecerem canais e programas em alta definição, além de muito possivelmente retransmistirem o conteúdo HD das TVs abertas. Ou seja, a não ser que você esteja fissurado para ver o conteúdo em alta definição que existe hoje nas TVs abertas, vale muito mais a pena esperar até as TVs por assinatura oferecerem conteúdo HD, pois você economiza no custo do set-top box de alta definição (muito embora as TVs por assinatura pelo menos no início muito provavelmente vão cobrar pelo decodificador HD; se você comprar o set-top box você terá gasto grana no box e no decodificador... E aja grana!). Minha opinião é de que comprar um televisor de alta definição no Brasil hoje só vale à pena se você tiver um aparelho de HD-DVD ou Blu-Ray. E mesmo assim há vários outros detalhes, como a disponibilidade de filmes nesses formatos no Brasil e, mais uma vez, o custo do televisor, pois você precisará de uma TV com resolução de 1080p (1080 linhas em modo não-entrelaçado) para poder usar todo o potencial do seu tocador HD-DVD ou Blu-Ray.
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