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Tudo que Gabriel Torres postou
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A VIA Technologies, tradicional fabricante de chipsets e que recentemente comprou a S3, conhecido fabricante de processadores de vídeo, a Centaur e a Cyrix, fabricantes de processadores, está liderando a indústria na criação de um novo padrão de placas-mães, chamado ITX. Essa padrão é destinado a micros baratos, compactos e altamente integrados, seguindo a atual filosofia da empresa de oferecer não o computador mais rápido do mercado, mas sim o mais barato, já que a maioria das pessoas quer somente um micro para poder navegar na Internet e editar um texto. A ideia da placa-mãe ITX é ter tudo on-board (ou seja, vídeo, áudio, modem e rede na própria placa-mãe), dispensando a instalação de novos periféricos. Com isso, o seu tamanho é bastante reduzido, já que não há a necessidade de haver muitos slots de expansão. Tradicionalmente as placas-mães ITX possuem apenas 2 slots PCI, como você pode observar na Figura 1. Figura 1: Placa-mãe ITX. O formato ITX é baseado no formato ATX de placas-mães. A grande diferença é no tamanho, como mostramos na tabela abaixo. Padrão Comprimento Largura ATX 30,5 cm 24,4 cm Mini ATX 28,4 cm 20,8 cm Flex ATX 22,9 cm 19,1 cm microATX 24,4 cm 24,4 cm ITX 21,5 cm 19,1 cm Outra diferença dessa placa-mãe está na fonte de alimentação. Como possui menos periféricos e como os periféricos existentes não são de alto consumo (a ideia não é instalar uma placa de vídeo 3D de última geração nessa placa), a fonte de alimentação pode ser fisicamente menor, inclusive para fazer um computador mais compacto. O plugue que liga à fonte de alimentação à placa-mãe é também menor (mais fino) do que o plugue atualmente utilizado em placas-mães ATX. Na Figura 2 nós vemos uma placa-mãe ITX instalada dentro de um gabinete ITX. Repare que o gabinete é bem menor do que os gabinetes atuais, não possuindo qualquer espaço desperdiçado. Figura 2: Placa-mãe ITX instalada em um gabinete ITX.
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Pense rápido: quantos sites você conhece que existem há mais de 5 anos? O quê? Você nem acessa a Internet a tanto tempo? Pois é, ter um site há tanto tempo na Internet não é para qualquer um! Nosso sucesso foi obtido graças à você, que nos prestigia com a sua visita! Para comemorar essa importante data, vamos contar um pouco de nossa história! Tudo começou quando eu tive o meu primeiro contato com a Internet. Achei que essa nova mídia poderia ser muito importante para divulgar o meu trabalho e também para funcionar como um ponto de encontro de usuários que curtem o hardware de micros. No começo o site chamava-se simplesmente "Hardware por Gabriel Torres", indo ao ar em maio de 1996, no Geocities. O conteúdo era escasso era mais para divulgar o meu trabalho: o meu Curso de Hardware no Instituto de Tecnologia ORT (a escola ainda existe, o curso não) e, pouco tempo depois, os meus livros (o meu primeiro livro, a primeira edição do Hardware Curso Completo, foi lançado em julho de 1996) e a minha antiga loja (Planeta Byte, inaugurada em novembro de 1996 e que durou dois anos - ficava em Ipanema, no Rio de Janeiro). Em outubro de 1996 o jornal O Dia (o maior jornal do estado do Rio de Janeiro) me convidou para ser colunista do caderno de informática que eles estavam projetando e, desde então, todos os meus textos podem ser encontrados em meu site. No início o jeitão do site estava mais para um site pessoal do que para um site profissional, até por conta do endereço horrível: http://www.geocities.com/SiliconValley/Park/1022. Alguém se lembra disso? Se você chegou a acessar o meu site naquela época, parabéns! Você merece um diploma de fóssil do Instituto Brasileiro de Arqueologia! Se você não ganhou esse diploma, então veja a primeira versão do site na Figura 1. Como você pode reparar, as áreas existentes nesse site pré-histórico existem até hoje! Figura 1: Primeira versão do Clube do Hardware. Pouco tempo depois que eu coloquei o meu site no ar, o meu provedor de acesso, Netgate (que não existe mais e que não tem nada a ver com o fabricante de placas-mães) propôs uma parceria para a hospedagem do meu site com eles. O endereço passou, então, a ser http://www.netgate.com.br/hardware, o que tornou o acesso muito mais fácil. Tudo ia muito bem até que uma bela manhã um jovem aluno, então com 16 anos, ainda muito formal comigo (acredite, ele só me chamava de "senhor", "professor", etc -- e olha que na época eu só tinha 22 anos), entrou em meu laboratório no Instituto de Tecnologia ORT com a seguinte frase "Professor Gabriel, o senhor não gostaria que eu desenvolvesse uma versão mais profissional para o site do senhor? Eu estou trabalhando com isso e estou precisando praticar...". A resposta foi "De graça, ô Rick Martin, até ônibus errado" (ele estava com uma camisa de botão meio florida, parecia o Rick Martin). O nome desse aluno é Alberto Cozer. Hoje ele é um dos meus melhores amigos e profissionalmente é atualmente um excelente especialista em segurança de redes. Se não fosse por ele, muito possivelmente o Clube do Hardware continuaria sendo o da Figura 1 por muito tempo... Juntos também escrevemos um livro (Alavancando Negócios na Internet) e mantemos um outro site no ar, o Terremoto! (http://www.terremoto.com.br). A versão do site projetada pelo Alberto você pode ver na Figura 2. Decidimos trocar o nome do site para "Site de Hardware do Prof. Gabriel Torres". Entre outras frescuras, o site tocava o tema de Missão Impossível quando era carregado. Figura 2: Segunda versão do site, projetada por Alberto Cozer. Pouco tempo depois de colocar a segunda versão no ar, o tamanho do site passou 1 MB de espaço em disco, a cota que a Netgate havia me dado. Resolvi registrar o domínio gabrieltorres.com e hospedar o site em um serviço de hospedagem pago, que me oferecia inúmeras vantagens. O Alberto resolveu refazer o layout do site novamente. O site ficou com o mesmo conceito da versão anterior (botões e títulos com uma imagem escaneada de uma placa-mãe e mesma fonte), só que mais suave. Essa versão você pode ver na Figura 3. Há algumas curiosidades sobre esse layout. O Alberto queria usar um alicate como marcador de notícias da primeira página (ver Figura 3), só que não encontrava uma figura de alicate. Resolveu escanear um alicate para ver o que acontecia. Deu certo. A minha foto que aparecia na página inicial do site era a mesma foto da minha coluna no jornal O Dia. O original da foto eu emprestei para o Alberto escanear e nunca mais foi vista. Isto foi em 1997. Se você é amigo do Alberto, tome cuidado ao fazer empréstimos a ele. (Eu particularmente desconfio que o Alberto Cozer usou essa foto para algum "trabalho", entende?) Figura 3: Terceira versão do site, também projetada por Alberto Cozer. Outra curiosidade é que o Alberto inventou umas foto-montagens para serem colocadas na página inicial, que eu censurei. Elas podem ser vistas nas Figura 4 e 5. Achei que eram apelativas demais (a do FHC ainda por cima poderia fazer com que eu fosse odiado por alguns). Figura 4: Montagem feita por Alberto Cozer que não chegou a ir ao ar. Figura 5: Montagem feita por Alberto Cozer que não chegou a ir ao ar. Em 1998 eu tive a ideia de criar um serviço diferenciado para os visitantes do então Site de Hardware: um site onde as dúvidas dos leitores pudessem ser respondidas e textos exclusivos, mais aprofundados do que os existentes no Site de Hardware. Esse serviço teria de ser pago, de forma a compensar a trabalheira de responder e-mails contendo dúvidas técnicas. O modelo foi inspirado no site de um amigo, o Renato Degiovani, que possui um site especializado na criação de jogos para computador (http://www.tilt.net): uma área livre, grátis, contendo o maior número possível de textos (servindo como uma "amostra grátis" do serviço) e uma área paga, com atendimento diferenciado aos associados e serviço de consultoria. Assim surgiu a ideia do Clube do Hardware. Portanto, o nome Clube do Hardware no início designava um serviço "premium" do Site de Hardware. Os dois sites eram no início, separados. O Site de Hardware (www.gabrieltorres.com) todos podiam acessar, mas para ter mais do que o Site de Hardware oferecia, era necessário pagar para ter acesso ao Clube do Hardware (www.clubedohardware.com). Nenhum dos layouts que o Alberto me apresentou para o projeto do Clube do Hardware (serviço pago) havia me agradado. O primeiro layout criado para esse projeto você pode ver na Figura 6. Figura 6: Primeira versão do Clube do Hardware (serviço pago). Resolvi eu mesmo criar um layout para o Clube do Hardware, um layout que fosse igual tanto para o Site de Hardware quanto para o Clube do Hardware. Esse layout foi a quarta versão do Site de Hardware, que você pode ver na Figura 7. Na Figura 8 você vê o layout do Clube do Hardware, seguindo o mesmo conceito. Para fazer esse layout me inspirei nos quadrinhos europeus antigos (Tintim, por exemplo), onde na capa há um destaque para o rosto do herói, normalmente destacado dentro de um círculo. Esta versão continuava usando uma placa-mãe escaneada para o título e os botões continuavam usando a mesma fonte das versões anteriores. Figura 7: Quarta versão do Site de Hardware. Figura 8: Segunda versão do Clube do Hardware, serviço pago. Após uma consultoria com Hélcio Mário Noguchi, um diretor de arte das antigas e muito amigo nosso, ele sugeriu que eu alterasse o layout dos sites para o formato tablóide, como você pode ver nas Figuras 9 e 10. O site ficou então com o layout mais parecido com o atualmente usado. O site passou a se chamar Hardware Site e o Clube do Hardware continuava sendo um site separado para um serviço de consultoria pago. Nesta mesma época e usando o mesmo layout, lançamos a versão do site em inglês, em www.hardwaresite.net. Fomos o primeiro site de informações técnicas sobre informática do Brasil a lançar um site com versão em inglês. Figura 9: Quinta versão do Site de Hardware. Figura 10: Terceira versão do Clube do Hardware, serviço pago. Só que infelizmente, a ideia de um site pago na Internet não foi bem aceita pelo mercado. A maioria das pessoas tem a cultura do "tudo na Internet tem de ser de graça" e o serviço não foi adiante. Após um ano e meio depois de ter sido criado (outubro de 1999) resolvi acabar com esse serviço e fundir os dois sites em um só, gerando o atual layout do Clube do Hardware. Entre todos os nomes que já usamos para o nosso site, sem dúvida alguma Clube do Hardware foi o melhor, por isso resolvemos manter esse nome para o nosso site. Todos os endereços (www.gabrieltorres.com, www.clubedohardware.com, etc) passaram a apontar para um mesmo lugar (Clique aqui para ler mais sobre esse processo de fusão). A versão em inglês passou a se chamar HardwareSecrets. Figura 11: Sexta versão do site, fusão do antigo Hardware Site e do Clube do Hardware serviço pago. O que aconteceu foi que experienciamos uma explosão no aumento de acesso ao Clube do Hardware tão logo a notícia de que o conteúdo que antes era pago passou a estar disponível gratuitamente para todos. Para você ter uma ideia, no mês anterior da fusão tinhamos a visita de 100.000 usuários diferentes por mês. No mês posterior ao da fusão, esse número cresceu para 180.000 usuários, crescendo cada vez mais, até chegar ao número de visitantes diferentes que temos hoje (pouco mais de 300.000 -- esperamos crescer ainda mais). Nosso sucesso existe graças a você, que nos prestigia com a sua visita. Esperamos que você tenha gostado de ler um pouco mais sobre a nossa história. Em tempo: Para comemorar nossos cinco anos, sorteamos neste mês cinco placas-mães!
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Novos processadores. Novos chipsets. Novas placas-mães. Novas memórias. Novos discos rígidos. Será que isso nunca acaba? Aonde é que nós vamos chegar? É curioso vermos que a maioria dos usuários quer o "melhor" micro e, infelizmente, graças a uma visão equivocada da mídia, em geral o "melhor micro" é tido como o mais caro ou o que usa peças de última geração. Todos os bons técnicos sabem que isso é balela; o melhor micro é aquele que pode melhor suprir as necessidades de uso do usuário, e na maioria das vezes esse micro não é o mais caro (por exemplo, para que recomendar um Pentium 4 para um usuário que só usa processador de textos?). É justamente por causa dessa questão que nos perguntamos o seguinte: porque os fabricantes, principalmente os de processadores, retiram produtos do mercado, quando seus produtos mais simples poderiam estar custando hoje poucos reais? Pare para pensar: quanto estaria custando hoje um processador Pentium MMX-233 ou um Pentium II-300 se esses processadores ainda fossem fabricados? Tudo bem que ter disponível o quanto antes as peças de última tecnologia é muito importante para o avanço tecnológico da comunidade global, mas será que os fabricantes de hardware não forçam o mercado a tomar rumos que eles querem, só para continuarem a lançar novos produtos cada vez mais caros? Ou melhor dizendo, produtos que fazem que o preço do PC médio continue sempre no mesmo valor e não caia nunca? Será que não há uma massa da população mundial - a maioria da população global - que ainda não tem computador por causa do preço? Será que não dá para ter as duas idéias convivendo ao mesmo tempo, isto é, continuando o lançamento de produtos novos o quanto antes, para que o preço possa ir barateando o quanto antes, mas também mantendo a produção de produtos antigos para a construção de micros baratos? Pelo menos para nós isto está bastante claro. Parece que não interessa para um fabricante manter uma linha de produção de processadores de R$ 20, embora isso seja perfeitamente possível, já que os lucros para produzir um processador mais caro são um atrativo muito maior. Entre ter computadores baratíssimos porém de menor poder de processamento e de tecnologia anterior (para que um processador mais rápido do que um Pentium MMX-233 para bater textos?), mas que todos pudessem ter em casa, e computadores caros e para poucos, qual você acha que é a opção preferida dos fabricantes, de um modo geral? Em outras palavras, continuamos, mais uma vez, à mercê do capitalismo. Pensem nisso.
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Em micros antigos, o BIOS não suporta discos rígidos maiores do que 8 GB, apesar de o disco rígido ser corretamente reconhecido no setup do micro. Esse problema é a uma limitação do BIOS do micro e é um problema similar ao famoso limite de 504 MB que havia antigamente. Há duas soluções para esse problema: 1. Upgrade de BIOS: Essa é a melhor opção. Se a placa-mãe do micro em questão utilizar uma memória ROM do tipo Flash-ROM, então você pode reprogramá-la, de modo a acabar com essa limitação. Você pode aprender a fazer um upgrade de BIOS através de nossa dica Como fazer um upgrade de BIOS. 2. Se a memória ROM do micro não permitir um upgrade, então a solução é o uso de um programa formatador especial (Disk Manager), distribuído pelo fabricante do disco rígido. Esse programa formata o disco rígido e instala um driver no MBR/Setor de boot que é carregado toda a vez em que você der boot no micro, antes de carregar o sistema operacional, permitindo que você tenha acesso à total capacidade do disco rígido. Para facilitar, abaixo disponibilizamos para download esse programa formatador especial para as marcas mais comuns de discos rígidos. Programas Formatadores (Disk Manager) Disk Manager - Fujitsu. Disk Manager - Maxtor. Disk Manager - Quantum. Atenção: apesar de o software ser da Maxtor, ele suporta discos Quantum, já que a Maxtor comprou a Quantum. Disk Manager - Samsung. Disk Manager - Seagate. Disk Manager - Western Digital.
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Apesar de muitos pensarem que no Brasil só existem empresas que importam peças de hardware e simplesmente decalcam a sua marca sobre a peça, já há algum tempo várias empresas realmente produzem peças de hardware no Brasil. E muitas delas de boa qualidade. Nós visitamos algumas dessas fábricas que realmente fabricam peças de hardware no Brasil, em Ilhéus/BA e Manaus/AM. Infelizmente ainda não tivemos o tempo necessário para visitarmos todas as fábricas, como, por exemplo, a fábrica da FIC em Barueri/SP e a fábrica da ASUS, em Tatuapé/SP. À medida em que formos visitando mais fábricas, divulgaremos nossas visitas aqui no Clube do Hardware. Netgate (Ilhéus/BA) Os visitantes mais atentos do nosso site já conhecem a Netgate, pois já testamos algumas das placas-mães produzidas por essa fábrica (Clique aqui para ler os testes das placas-mães fabricadas pela Netgate). Instalada no pólo industrial de Ilhéus/BA, essa fábrica produz placas-mães com tecnologia comprada da Gigabyte. Com isso, a nomenclatura usada pelas placas da Netgate é a mesma da Gigabyte, com exceção do prefixo: nas placas fabricadas pela Netgate, o modelo da placa começa por NG (Ex: NG-5SMM), enquanto que nas placas-mães da Gigabyte o prefixo usado é GA (Ex: GA-5SMM). Essa fábrica realmente nos surpreendeu pelo seu altíssimo nível de controle de qualidade. A fábrica é extremamente organizada e limpa, muito limpa, especialmente a sala de inserção e soldagem de componentes SMD. Há vários funcionários responsáveis pelo controle de qualidade ao longo da linha de montagem, assim problemas durante a fabricação da placa são detectados antes de a placa chegar ao final de linha de montagem. Os funcionários também trabalham em rodízio, o que significa que todos têm a oportunidade de conhecer todas as etapas de fabricação do produto que estão produzindo. Figura 1: Em primeiro plano, máquina de inserção de componentes SMD. Ao fundo, máquina de soldagem SMD. Figura 2: Linha de montagem da Netgate. O altíssimo nível de limpeza e controle de qualidade nos chamou a atenção. Como dissemos nos testes que realizamos com as placas-mães da Netgate, elas vêm com manual em português e a Netgate possui uma linha 0800 para o esclarecimento de dúvidas com os seus produtos. Além de fabricar placas-mães, a Netgate também fabrica placas de rede e outras placas a pedido de outras fábricas da região, além de também montar PCs. PC-Micro (Manaus/AM) A PC-Micro nos supreendeu, e muito. Essa fábrica produz placas-mães com tecnologia da nossa conhecidíssima PCChips, que é a maior fábrica de placas-mães do mundo e produz as famosas placas-mães "xPro" e "VIA GRA" da vida, mundialmente conhecidas pelo baixo preço e baixa qualidade. Por causa da má fama da PCChips, ao entrarmos na PC-Micro esperávamos encontrar uma fábrica de péssima qualidade. Quebramos a cara. A fábrica é muito limpa e o controle de qualidade é alto. Para você ter uma ideia, o índice de placas produzidas com defeito é de apenas 0,9%, muito abaixo da média da indústria mundial (que é de cerca de 2%) e muito, mas muito abaixo do índice da PCChips de Taiwan (que, segundo más línguas, é de 6%). Segundo a PC-Micro, o índice de recuperação de placas defeituosas é de 95%, ou seja, além de quase não existirem placas fabricadas com defeito, quando dão defeito o fabricante consegue resolver 95% dos casos. Não é nem preciso dizer que essa taxa está anos-luz acima de qualquer outra estatística que a PCChips de Taiwan apresente. Figura 3: Visão da linha de inserção SMD. Em primeiro plano, vemos a máquina de soldagem. Em segundo plano, vemos as máquinas de inserção de componentes. Figura 4: Detalhe da máquina de inserção de componentes SMD instalando um chipset em uma placa-mãe. Com isso, nós aqui no Brasil temos finalmente uma opção às enfadonhas M598 de Taiwan: comprar o produto nacional. A placa é igual, na mesma faixa de preço, mas a qualidade é incomparável. Dificilmente uma placa produzida pela PC-Micro dará defeito, e, caso dê, o fabricante troca para você, ao contrário do que ocorre com as famosas PCChips de Taiwan... Importante notar que, como estratégia de marketing, a PC-Micro está adotando o nome comercial Alton, pois, além de o nome Alton não estar queimado no mercado, ajuda a diferenciar a placa-mãe que é produzida em Manaus da placa-mãe produzida em Taiwan. Ah, sim: o manual vem em português. A Pro Sys é uma empresa "irmã" da PC-Micro que monta micros, instalada no mesmo terreno. Digitron (Manaus/AM) A Digitron fabrica placas-mães com tecnologia da Shuttle e placas de vídeo com tecnologia da A-Open, além de outras peças de hardware de outros fabricantes. Nós não ficamos impressionados com a fábrica da Digitron, mas isso se deve possivelmente ao fato de a fábrica deles estar em reforma, o que dá à fábrica um certo clima de "acampamento": desorganizada e suja. Pretendemos visitar novamente a Digitron na nossa próxima ida à Manaus para desfazer essa má impressão. TCE (Manaus/AM) Ao contrário do que havíamos dito anteriormente em algum outro canto do Clube do Hardware, a TCE possui fábrica, sim. Por enquanto, a TCE está fabricando no Brasil somente monitores e aparelhos de fax, mas pretende ir expandindo a sua produção para outros aparelhos assim que houver demanda de mercado: segundo a TCE, no começo de 2001 eles já estarão fabricando scanners de mesa. Para aqueles que não sabem, aqui no Brasil nós temos a ridícula situação de o produto importado sair mais barato do que o produto nacional, dependendo do volume produzido. É só lembrar o caso do automóvel Tipo, da Fiat: o modelo nacional era mais caro do que o modelo importado da Itália. Os demais produtos que vemos sendo vendidos com a marca TCE, como scanners e placas de fax modem, são, na verdade, fabricados em Taiwan por outros fabricantes; a marca TCE é apenas decalcada. Ficamos muito impressionados com a linha de produção de monitores de vídeo. Para começar, os componentes são inseridos em uma fábrica "irmã" da TCE, chamada SDW, que fica no mesmo galpão. A SDW nos impressionou pela limpeza e pelo uso de máquinas de última geração. Todos os componentes das placas dos monitores (capacitores, resistores, etc) são inseridos pelas máquinas, enquanto que, na maioria das fábricas (especialmente nas de menor porte), ou os componentes são inseridos manualmente ou então as placas que compõem o monitor são simplesmente importadas de Taiwan. Na TCE os placas produzidas pela SDW são montadas e o monitor toma forma. O gabinete do monitor é também produzido no Brasil, em uma outra fábrica que terceiriza este serviço. A linha de montagem possui um nível de controle de qualidade muito alto, tudo é testado à medida em que o monitor é montado. Esperamos que em nossa próxima ida à Manaus a TCE já esteja produzindo outros produtos, especialmente scanners, para que possamos contar aos nossos leitores sobre o nível de qualidade. Ah, sim, não poderíamos de deixar de comentar essa curiosidade: a TCE pertence à CCE.
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A entrevista abaixo foi dada a Marcelo Gregatti, responsável pelo portal da EscelsaNet e traz diversas opiniões pessoais sobre o mercado de manutenção de micros, que acredito serem de interesse de todos os visitantes do Clube do Hardware. Você começou a escrever livros técnicos com qual intuito? Foi a convite de alguém ou iniciativa própria? Eu havia criado o meu próprio Curso de Hardware e sentia necessidade de um material didático de qualidade. Os livros existentes na época podiam ser classificados em três categorias: de autores nacionais ruins (isto é, superficiais demais), de autores estrangeiros traduzidos (que possuíam inúmeros erros de tradução e não estavam adaptados à realidade brasileira) e os livros importados (que, além de caros, não dava para todos lerem, já que estavam em inglês). Sim, comecei a escrever por iniciativa própria. Dos 13 livros que você possui hoje publicados, existe algum que você nos dias de hoje não escreveria? Porquê? Não, eu adoro todos os livros que escrevi, apesar de os mais antigos estarem totalmente obsoletos. Fazendo um panorama atual das assistências técnicas no Brasil, qual sua opinião geral? O que mais falta nas assistências técnicas é profissionalismo. Por causa do problema educacional do nosso país, as pessoas não investem em sua própria formação profissional. Querem aprender tudo "de graça", e sem qualquer tipo de esforço. Só que nada cai do céu. Para se tornar um bom profissional deve-se investir muito tempo e determinação em sua profissão. Você acredita que os técnicos de computadores de hoje, caso não se atualizem em novas tecnologias integradas do tipo telefonia móvel celular, web-tv entre outras estarão obsoletos? Sim e não. Muitas dessas tecnologias estão começando a surgir agora e não sabemos ainda se irão "pegar". É bom estar antenado com as novas tecnologias, mas estudar a fundo uma tecnologia que poderá ficar obsoleta (isto é, "não pegar") pode acabar sendo perda de tempo. Eu acho que os técnicos tem de se preocupar em estudar as tecnologias diretamente ligadas à área de informática (novos processadores, por exemplo) do que praticar "futorologia". É incrível a quantidade de técnicos que sabem tudo sobre as novidades e projetos para o futuro, mas são profissionalmente ruins por não terem o conhecimento adequado das atuais e antigas tecnologias. Eu sou particularmente mais favorável que se estude as tecnologias antigas e consagradas, pois o que temos hoje é uma evolução do passado. Entendendo o passado, entendemos o presente e podemos dar palpites mais acertados em relação ao futuro. Estamos observando hoje em dia, uma queda muito grande na valorização do serviço técnico de manutenção de micros. Na época do 386DX-40, um técnico cobrava R$50,00/hora e hoje vê-se técnicos cobrando R$10,00/hora. Porque isto está acontecendo? Falta de educação? Falta de profissionalismo. Somente técnicos ruins cobrarão R$ 10 por hora. Técnicos bons continuarão cobrando R$ 50 ou até mais. Essa coisa de se basear nos outros é furada. Isto é, você deve fazer o seu próprio preço baseado em seu grau de profissionalismo e know-how. Não desmereça o seu serviço só porque há "técnicos" que cobram R$ 10. Com certeza a qualidade do serviço de um técnico de R$ 10,00 é muito inferior ao de um de R$ 50. Os clientes com o tempo acabam aprendendo isso: atraídos pelo preço, chamam um desses "técnicos" que cobram barato. Só que eles não resolvem o problema. E chamam outro, e mais outro, e mais outro, até que ele decide contratar um técnico de verdade (de R$ 50), que consegue resolver o problema dele. No final das contas, o técnico de R$ 10 acabou saindo mais caro... Para um profissional que está em início de carreira, como ele deve proceder na hora de fazer um currículo? No início da carreira você deve estudar muito. Minha opinião pessoal nesse ponto é que o profissional estude bastante tecnologias antigas e consagradas e, aos poucos, vá se inteirando sobre o que há de novo. Na hora de fazer um currículo, o ideal é destacar os seus conhecimentos (já que ele não terá muita experiência profissional) e, na entrevista para um emprego, ele acaba "arrebentando" se estiver bem preparado. Muitas peças que compõem os computadores estão sendo falsificadas, principalmente chipsets e processadores, onde o usuário leigo não faz nem idéia do que está comprando. Caso seja constatado algum ítem falso, a quem o usuário deve recorrer? O problema da falsificação é que muitos lojistas, por não serem técnicos, também estão por fora. Caso o usuário constante uma memória cache ou um processador falsificado, o precedimento ético a ser tomado é entrar em contato imediatamente com o lojista, explicando CALMAMENTE o fato (nada de exaltações), até porque, como disse, o próprio lojista pode não estar a par da situação e não ser totalmente "culpado" (a única culpa dele nesse caso é a falta de profissionalismo de não querer estar atualizado). Na maioria das vezes o lojista acaba trocando o equipamento e ele mesmo acaba ficando chateado (para não usar outra palavra mais pesada) com o fornecedor dele, e resolve agir contra esse tipo de esquema. Mas se o camarada for irredutível, aí sim o usuário deve recorrer ao Procon/Decon, que resolve esse caso facilmente, marcando uma audiência de reconciliação. Computadores com memórias de video, som, modem e placa de rede on-board, possuem um rendimento e qualidade inferior aos outros? Sim. Como você pode constatar em nossos testes publicados no Clube do Hardware, placas-mães com dispositivos on-board possuem desempenho muito inferior. Mas, em contrapartida, o micro torna-se muito mais barato. Dessa forma, há de ser feita a escolha: um micro muito barato, com desempenho de 20 a 30% abaixo do ideal ou então um micro trabalhando no topo de seu desempenho, porém mais caro. Até que ponto uma boa placa-mãe e um bom disco rígido podem influenciar na performance de uma máquina? Há diferenças gritantes de desempenho entre placas-mães. Por exemplo, a placa-mãe FIC VA-503 chega a ser mais de 10% mais rápida que a PCChips M598. Muitas vezes acontece de o usuário comprar um micro com uma placa-mãe ruim e achar que o micro inteiro que é ruim. Todos os dias vemos pessoas reclamando que o K6-2 é ruim, que vive travando, mas estudando melhor o caso, descobrimos que a placa-mãe do sujeito é uma M598... Quanto ao disco rígido, o seu desempenho influi diretamente no desempenho geral da máquina. Como o sistema operacional está constantemente usando um recurso chamado memória virtual - que é a técnica de se gravar informações contidas na memória RAM no disco rígido do micro -, o disco rígido influi no desempenho da máquina, já que, se o processador precisar de alguma informação que foi colocada no disco rígido, é necessário primeiro carregá-la na memória RAM, e isso demora alguns milisegundos, já que o disco rígido é um sistema mecânico. Só para lembrar, a memória RAM trabalha na casa dos nanosegundos, ou seja, na ordem de 1.000 vezes mais rápida. Para terminarmos, como não poderia deixar de ser... Linux ou Windows? Comparar o Linux com Windows é como comparar bananas com maçãs. A única semelhança é que ambos são frutas, isto é, sistemas operacionais. O mercado do Linux não é o mesmo do Windows. O Linux é voltado para servidores de rede (mercado corporativo) e, no mercado SOHO, o máximo que pega é a fatia dos heavy-users. A esmagadora maioria dos usuários continuará usando o Windows, por causa do marketing da Microsoft e pela comodidade. Lembro um detalhe importante: apesar de o Linux ser um sistema "grátis", a sua manutenção é bem mais cara do que o Windows (técnicos especialistas em Linux são mais caros do que técnicos especialistas em Windows) e, daí, o grande argumento dos defensores do Linux - que o sistema é grátis - é um grande "furo". Estatísticas mostram que as empresas gastam mais dinheiro com a manutenção/suporte do que com a compra de equipamentos e de softwares. Essa "guerrinha" Windows vs. Linux lembra muito a mesma "guerrinha" Windows 95 vs. OS/2: milhões de usuários "xiitas" querendo provar que o "seu" sistema é melhor. E o que aconteceu? Eu, por escrever para a maioria e não para a minoria, tenho de usar Windows.
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Essa série de editoriais serviu para pensarmos a respeito da maior pergunta de todas: Afinal, Para que Conselho Regional? Em nossa última enquete, perguntamos a nossos visitantes "Você acha que deve haver um órgão que regulamente o trabalho dos técnicos em manutenção de hardware (Ex: CREA)? Isto é, você acha que esse tipo de regulamentação é benéfica para o mercado (clientes e técnicos de uma forma geral)?" Setecentas e vinte e seis pessoas participaram de nossa enquete. A esmagadora maioria (84,6%) respondeu que sim, que esse tipo de regulamentação é benéfica ao mercado de uma forma geral. Ou seja, a maioria concorda que é importante haver um conselho regional regulamentando a profissão de técnico em manutenção de PCs e que isso beneficia o mercado, tanto para os clientes (que terão ao menos um órgão a recorrer em caso de problemas com a empresa ou profissional contratado) quanto para os próprios técnicos (que podem se destacar dos falsos técnicos no mercado por ser registrado no conselho regional). O problema todo, e acredito que essa seja toda a questão: Mas o que o CREA tem feito de benéfico para o mercado? A princípio nada, a não ser cobrar anuidade dos técnicos e encher os próprios cofres. Não adianta nada ter um Conselho Regional que: 1. Não divulga para o mercado a importância de se procurar um técnico registrado e regulamentado no CREA; 2. Apesar do CONFEA (autarquia da esfera federal ao qual todos os CREAs estão subordinados) ter uma resolução que obriga todos os técnicos em manutenção de PCs serem registrados no CREA, o CREA não possui nenhum pré-requisito e nenhum currículo para a criação de cursos de manutenção de micros, nem possui nenhum teste ou prova que os técnicos possam fazer para serem registados junto ao órgão; 3. Os funcionários do CREA, em sua maioria, desconhecem essa resolução do CONFEA e não sabem informar nada sobre a situação dos técnicos em manutenção ou como eles podem se registrar no órgão; 4. Não fiscaliza o mercado de manutenção de PCs. Ou seja, ainda falta muita coisa para o CREA se tornar algo tão importante para os técnicos de manutenção quanto a OAB é para os advogados e o CRM é para os médicos. Nota: mudei de opinião 14 anos depois de publicar esta série de editoriais. Entenda. Para saber mais: CREA: Mais Opiniões CREA: Dúvidas de Nossos Visitantes A Importância do CREA para os Técnicos em Manutenção A irrelevância do CREA para os técnicos em manutenção
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No editorial A Importância do CREA Para os Técnicos em Manutenção cometi um equívoco que venho agora reparar. Está em trâmite no Congresso Nacional o projeto de lei que cria o CONIN, Conselho Nacional de Informática, que regula as atividades dos profissionais ligados à informática, como programadores, analistas, técnicos em informática, etc. Da mesma forma, já foi apresentada ao Congresso Nacional o projeto de lei que cria o CONFREI (Confederação Nacional de Informática) e o CREI (Conselho Regional de Informática), que é o equivalente ao sistema CONFEA e CREA para as profissões ligadas à informática (técnicos, analistas, programadores, etc). Lembro que a atividade de técnico em manutenção de computadores continua sendo regulamentada pelo CREA (no próximo editorial voltaremos ao assunto "CREA"). Gostaria de agradecer ao leitor Anderson G. Portella, que trabalha na Secretaria Municipal de Educação da Cidade do Rio de Janeiro por ter me passado essa informação. Abaixo apresento, na íntegra, o projeto de lei 815 de 1995 que cria o CONIN e o projeto de lei 981 de 1999, que cria o CONFEI e o CREI. Nota 1: Como tudo ainda é projeto de lei, esses órgãos ainda não existem. Nota 2: mudei de opinião 14 anos depois de publicar esta série de editoriais. Entenda. CÂMARA DOS DEPUTADOS PROPOSTA DE SUBSTITUTIVO DA FENADADOS AO PROJETO DE LEI No. 815/95 (Do Sr. Sílvio Abreu) Dispõe sobre a regulamentação do exercício das atividades profissionais de Informática e sua correlatas, cria o Conselho Nacional de Informática (CONIN) e dá outras providências. O Congresso Nacional decreta: TÍTULO I Do Exercício Profissional de Informática Art. 1º - É livre, em todo o território nacional, o exercício das atividades relacionadas com a Informática e o uso dos seus recursos técnicos, observadas as disposições legais. Art. 2º - A designação de Analista de Informática é privativa: I – dos possuidores de diploma de nível superior em Informática, tais como: Analista de Sistema, Ciência da Computação, Informática, Engenheiro de Computação, Tecnólogo de Informática, ou correlatos, expedido no Brasil por escolas oficiais ou reconhecidas pelo Governo federal; II – dos diplomados por escolas estrangeiras reconhecidas pelas leis de seu país e que revalidaram seus diplomas de acordo com a legislação em vigor. III – dos que, na data de entrada em vigor desta Lei, possuam diploma de pós graduação em Ciência da Computação, Engenharia de Computação, Análise de Sistemas, ou correlatos, expedido no Brasil, por escolas oficiais ou reconhecidas pelo Governo Federal; IV – dos que, na data de entrada em vigor desta lei, tenham exercido comprovadamente, através da carteira profissional, durante o períodode no mínimo 2 anos: as atividades de Analista de Informática, conforme o art. 4; ou desempenhado a função de Analista de Sistema ou Programador de Computador. Art. 3º - Poderão exercer a profissão de Técnico de Informática: I – os portadores de diploma de segundo grau ou equivalente, diplomados em Curso Técnico de Informática, reconhecido pelos órgãos competentes; II – os que, na data de entrada em vigor desta lei, tenham exercido, comprovadamente, através de carteira profissional, durante o período de, no mínimo, 1 ano, a função de Técnico de Informática e que requeiram o respectivo registro no Ministério do Trabalho. Art. 4º - As atividades e atribuições dos profissionais de que trata esta lei consistem em: I – planejamento, coordenação e execução de projetos de sistemas de informação, como tais entendimentos os que envolvam o informática ou a utilização de recursos de informática; II – elaboração de orçamentos e definições operacionais e funcionais de projetos e sistemas para processamento de dados, informática e automação; III – definição, estruturação, teste e simulação de programas e sistemas de informação; IV – Projetos de Hardware; V – Projetos de Software, elaboração e codificação de programas; VI – estudos de viabilidade técnica e financeira para implantação de projetos e sistemas de informação, assim como máquinas e aparelhos de informática e automação; VII – suporte técnico e consultoria especializada em informática e automação; VIII – estudos, análises, avaliações, vistorias, pareceres, perícias e auditorias de projetos e sistemas de informação; IX– ensino, pesquisa, experimentação e divulgação tecnológica; X – qualquer outra atividade que, por sua natureza, se insira no âmbito de suas profissões. Parágrafo Único – o Técnico de Informática desempenhará as atividades e atribuições previstas nos itens III, V e VIII, além de prestar auxílio ao trabalho do Analista de Informática. Art. 5º - É privativa do Analista de Informática a responsabilidade técnica por projetos e sistemas de informática, assim como a emissão de laudos, relatórios ou pareceres técnicos. Parágrafo 1º - Ao responsável por plano, projeto, sistema ou programa é assegurado o direito de acompanhar a sua execução e implantação, para garantir a sua realização conforme as condições, especificações e detalhes técnicos estabelecidos. Parágrafo 2º - As alterações de plano, projeto, sistema ou programa, quando realizados por outro profissional que não os tenha elaborado, passarão a ser de inteira responsabilidade deste. TÍTULO II Do Conselho Nacional de Informática Art. 6º - O Conselho Nacional de Informática (CONIN), entidade civil de caráter privado, é a instância da sociedade organizada responsável pelo exercício profissional dos trabalhadores e empresas que trata esta lei, em todo o território nacional. Art. 7º - Constituirão atribuições do Conselho Nacional de Informática: I – Criar normas e padrões para o exercício das atividades profissionais em Informática, atualizando-as constantemente; II – Definir nomenclatura e atribuições de outras funções em Informática; III – Zelar pela observância dos princípios da ética e disciplina profissionais, definindo um Código de Ética para a Informática; IV – Elaborar subsídios para definição da formação profissional em Informática; V – Emitir certificados de qualificação para os profissionais de informática que, opcionalmente, submeterem-se a exame específico. Art. 8º - A constituição do primeiro Conselho Nacional de Informática (CONIN), bem como a sua implantação, caberá a FENADADOS (Federação Nacional dos Empregados em Empresas de Informática, Serviços de Informática e Similares) e a SBC (Sociedade Brasileira de Computação). Parágrafo Único – Na constituição do Conselho Nacional de Informática (CONIN), será garantida processo de eleição direta dos seus membros. Art. 9º - Caberá ao Conselho Nacional de Informática a sua organização, bem como, sua auto-manutenção financeira. Art. 10 - As atribuições do CONIN poderão ser exercidas por Conselhos Regionais, com jurisdição sobre um ou mais estados, constituídos pelo Conselho Nacional. Parágrafo Único – a implantação dos Conselhos Regionais será de responsabilidade das entidades regionais representativas dos profissionais. CAPÍTULO II Do Registro e da Fiscalização Profissional Art. 11 - Todo Analista de Informática e Técnico de Informática, habilitado na forma da presente Lei, para o exercício da profissão, deverá registrar-se no Conselho Nacional de Informática. Parágrafo 1º – para a inscrição de que trata esse artigo, é necessário que o candidato: I – satisfaça as exigências de habilitação profissional previstas nesta lei; II – não esteja impedido, por outros fatores, de exercer a profissão; Parágrafo 2º – A fiscalização do exercício profissional deverá ser feita pelo Ministério Público, ou entidades sindicais que representem os profissionais atingidos na lei. Parágrafo 3º – O CONIN estabelecerá prazo para registro e enquadramento dos profissionais que atendam o previsto no art. Parágrafo. Art. 12 - qualquer pessoa ou entidade poderá representar ao Conselho Nacional de Informática (CONIN) contra a violação do Código de Ética. Art. 13 - O CONIN poderá representar junto ao Ministério Público com a violação desta Lei. Art. 14 - As pessoas jurídicas e as organizações estatais só poderão exercer as atividades enunciadas no art. 4 com a participação efetiva e autoria declarada de profissional habilitado e registrado no Conselho Nacional de Informática, assegurados os direitos que esta Lei lhe confere. Parágrafo Único – O CONIN estabelecerá prazo para regularização do funcional das pessoas jurídicas e organizações estatais citadas no caput deste artigo. CAPÍTULO III Das Infrações e Penalidades Art. 15 - Constituem infrações disciplinares, além de outras: I – transgredir preceito de Ética profissional; II – exercer a profissão quando impedido de fazê-lo, ou facilitar, por qualquer meio, o seu exercício não inscritos ou impedidos; III – praticar, no exercício da atividade profissional, ato que a lei defina como crime ou contravenção; IV – descumprir determinações do Conselho Nacional de Informática (CONIN), em matéria de competência destes, depois de regularmente notificado. Art. 16 – As infrações disciplinares estão sujeitas a aplicação pelo Conselho Nacional de Informática das seguintes penas: I – advertência; II – censura; III – pedido de cassação do exercício profissional da pessoa e/ou empresa, ao Ministério Público. Art. 17 – O Conselho Nacional de Informática constituirá uma Câmara de Ética, responsável pela análise das infrações previstas no inciso I e III do art. 15. Parágrafo único – Na constituição da Câmara de Ética, será garantida a participação de entidades nacionais representativas da sociedade civil organizada com um mínimo de 1/3 (um terço) de seus membros. PROJETO DE LEI N.º 981, DE 1999 (Do Sr. Edison Andrino) Dispõe sobre a regulamentação do exercício das profissões de Analista de Sistemas e suas correlatas e autoriza a criação do Conselho Federal e dos Conselhos Regionais de Informática. O Congresso Nacional decreta: Art. 1º. Esta lei regulamenta a profissão de Analista de Sistemas e suas correlatas e autoriza a criação do Conselho Federal de Informática – CONFEI e dos Conselhos Regionais de Informática – CREI. Art. 2º. É livre em todo o território nacional, o exercício das atividades de análise de sistemas e demais atividades relacionadas com a Informática, observadas as disposições desta lei. Art. 3º. Poderão exercer a profissão de Analista de Sistemas no Pais; I – os possuidores de diplomas de nível superior em Análise de Sistemas, Ciência da Computação, Informática ou Processamento de Dados, expedido no Brasil por escolas oficiais ou reconhecidas pelo Governo Federal; II – os diplomados por escolas estrangeiras reconhecidas pelas leis de seu país e que revalidaram seus diplomas de acordo com a legislação vigente; III – os que, na data de entrada em vigor desta Lei, possuam diploma de pós-graduação em Análise de Sistemas, expedido no Brasil, por escolas oficiais ou reconhecidas pelo Governo Federal, bem como os pós-graduados por escolas estrangeiras, com diplomas revalidados no Brasil, de acordo com a legislação vigente; IV – os que, na data de entrada em vigor desta lei, tenham exercido, comprovadamente, durante o período de, no mínimo, 5 (cinco) anos, a função de Analista de Sistemas e que requeiram o respectivo registro aos Conselhos Regionais de Informática. Art. 4º. Poderão exercer a profissão de Técnico de Informática: I – os portadores de diploma de segundo grau ou equivalente, diplomados em Curso Técnico de Informática ou de Programação de Computadores reconhecido pelos órgãos competentes. II – os que, na data de entrada em vigor desta lei, tenham exercido, comprovadamente, durante o período de, no mínimo 4 (quatro) anos, a função de Técnico de Informática, ou função equivalente, e que requeiram o respectivo registro aos Conselhos Regionais de Informática. Art. 5º - As atividades e atribuições dos profissionais de que trata esta lei consistem em: I – planejamento, coordenação e execução de projetos de sistemas que envolvam o processamento de dados ou a utilização de recursos de informática e automação; II – elaboração de orçamentos e definições operacionais e funcionais de projetos e sistemas para processamento de dados, informática e automação; III – definição, estruturação, teste e simulação de programas e sistemas; IV – elaboração e codificação de programas; V – estudos de viabilidade técnica e financeira para implantação de projetos e sistemas, assim como máquinas e aparelhos de informática e automação; VI – fiscalização, controle e operação de sistemas de processamento de dados que demandem acompanhamento especializado; VII – suporte técnico e consultoria especializada em informática e automação; VIII – estudos análises, avaliações, vistorias, pareceres, perícias e auditorias de projetos e sistemas de informação; IX – ensino, pesquisa, experimentação e divulgação tecnológica; X – qualquer outra atividade que, por sua natureza, se insira no âmbito de suas profissões. Parágrafo único – É privativa do Analista de Sistemas a responsabilidade técnica por projetos e sistemas para processamento de dados, informática e automação, assim como a emissão de laudos, relatórios ou pareceres técnicos. Art. 6º - Ao responsável por plano, projeto sistema ou programa é assegurado o direito de acompanhar a sua execução e implantação, para garantir a sua realização conforme as condições, especificações e detalhes técnicos estabelecidos. Art. 7º - A jornada de trabalho dos profissionais submetidos a atividades que demandam esforço repetitivo será de 20 (vinte) horas semanais, não excedendo a 5 (cinco) diárias, já computados períodos de 10 (dez) minutos para descanso, a cada 90 (noventa) minutos de trabalho. Art. 8º - Fica autorizada a criação do Conselho Federal de Informática – CONFEI – e dos Conselhos Regionais de Informática – CREI, dotados de personalidade jurídica de direito privado. Parágrafo Único – Os Conselhos a que se refere o caput deste artigo terão como objetivos precípuos orientar e fiscalizar, em caráter privado, o exercício dos profissionais de Informática, bem como as pessoas jurídicas que têm sua atividade principal relacionada à área de Informática, valendo-se, para isso, das normas regulamentadoras especificadas no art. 9º desta lei. Art. 9º - A organização, a estrutura e o funcionamento dos Conselhos Federal e Regionais de Informática serão disciplinados em seus estatutos e regimentos mediante decisão do plenário daquele Conselho Federal, garantindo-se que, na composição desse plenário, estejam representados todos os seus Conselhos Regionais de Informática. Parágrafo Único – Caberá à FENADADOS – Federação Nacional dos Empregados em Empresas de Processamento de Dados, Serviços de Informática e Similares, a coordenação dos trabalhos de instalação dos Conselhos referidos no caput deste artigo. Art. 10 – O Conselho Federal de Informática – CONFEI e os Conselhos Regionais de Informática – CREI, em seus respectivos âmbitos, são autorizados, dentro dos limites estabelecidos em lei, a fixar, cobrar e executar as contribuições anuais devidas por pessoas físicas ou jurídicas, bem como preços de serviços e multas que constituirão receitas próprias, considerando-se título executivo extrajudicial a certidão relativa aos créditos decorrentes. Art. 11 – O controle das atividades financeiras e administrativas dos Conselhos Federal e Regionais de Informática será realizado pelos seus órgãos internos, devendo os Conselhos Regionais prestar contas anualmente ao Conselho Federal e este, aos Conselhos Regionais. Art. 12 – Os profissionais de Informática terão 90 (noventa) dias a contar da data da vigência desta lei, para instalar os Conselhos Federal e Regionais de Informática, elaborar e registrar seus estatutos e regimentos. Parágrafo Único – Os profissionais de Informática, para o exercício de sua profissão, deverão, obrigatoriamente, inscrever-se nos Conselhos Regionais de Informática de sua região. JUSTIFICAÇÃO A regulamentação das profissões relacionadas à informática vem sendo discutida há longos anos nesta Casa, e configura-se hoje como lacuna a cada dia mais grave na legislação trabalhista brasileira. A Informática, de fato, permeia, cada vez mais, as atividades do setor produtivo e a vida do cidadão. Se, há alguns anos, o seu uso ficava restrito a procedimentos administrativos, a processos industriais especializados ou à pesquisa científica, hoje, a Informática é ferramenta amplamente utilizada em inúmeros campos. A informática ocupa, atualmente, lugar cativo em nossos lares, com o computador pessoal e os "chips" embarcados em eletrodomésticos, alarmes, sistemas de iluminação, aquecimentos e segurança. Esse é o lado visível da computação. Igualmente importante, porém, é a sua utilização em inúmeros equipamentos industriais, em instrumentos e equipamentos cirúrgicos, em tratamentos clínicos, centrais nucleares, aeronaves, controle de tráfego aéreo e centrais de computação telefônica, dentre outras. Tais aplicações são críticas, não admitindo falhas, sob pena de provocar prejuízos financeiros, operacionais, constituindo, também, riscos à saúde e à segurança da coletividade. A imprensa nos traz, eventualmente, o relato de incidentes provocados por falhas de programas de computador. Nos anos 80, por exemplo, um modelo de equipamento para radioterapia, de fabricação canadense, submeteu diversos pacientes a doses excessivas de radiação, causando a morte de um deles, devido a um erro em seu software. Em 1991, três instruções incorretas no programa de uma central telefônica deixou inoperantes, por algumas horas, 10 milhões de telefones nas cidades de Washington, Pittsburgh e Los Angeles. Mais recentemente, um aeroporto norte-americano já concluído teve sua inauguração atrasada em dezoito meses devido a falhas no software de seu sistema de distribuição de bagagens. Tais ocorrências nos trazem a preocupação quanto à garantia da qualidade de software, quanto à sua confiabilidade e segurança. A responsabilidade técnica pelos programas de computador é um aspecto essencial dessa questão e não existe, na legislação brasileira, norma que regulamente as atividades do profissional de informática suas necessidades de capacitação, seus direitos e responsabilidades. Há que se considerar, ainda que a disseminação da informática em todos os segmentos da sociedade, em sua variada aplicabilidade, tornou vulnerável o acesso, por pessoas inescrupulosas, às informações confidenciais das empresas. Mais uma razão, portanto, para justificar a regulamentação das atividades dos profissionais da área, na tentativa de assegurar a confiabilidade no referido profissional e a segurança da sociedade como um todo. A discussão da regulamentação profissional do Analista de Sistemas foi abordada no Projeto de Lei 2356 de 1981, de iniciativa do Deputado Victor Faccioni, aprovado por esta Casa em 1983 e em tramitação, até hoje, no Senado Federal. A Informática, porém, sofreu, nos últimos anos, transformações significativas Graças à tecnologia hoje disponível, o desenvolvimento de inúmeros programas administrativos vem sendo realizado pelo próprios usuários, pessoas sem especialização em Informática. A regulamentação da prática do desenvolvimento de pequenos sistemas de informação por pessoas das mais diversas áreas, cujo livre exercício é inevitável. Por outro lado, os programas de grande complexidade que exigem elevada qualificação técnica de seus projetistas e os programas críticos que controlam processo onde segurança e desempenho são fatores essenciais devem ser, com toda certeza, desenvolvidos por profissionais especializados, que sejam chamados a assumir a responsabilidade técnica por seu resultado e que, para tal, tenham a oportunidade de investir em formação apropriada e na garantia de poder associar o seu nome à autoria e à gestão de tais projetos. Este é o espírito do projeto de lei que ora apresentamos: ao par de tornar livres as atividades de Informática, espelhando a realidade tecnológica em que vivemos, que colocou na mãos do usuário do computador a possibilidade de desenvolver seus próprios programas, privilegia o profissional da área, por reconhecer que é seu direito e obrigação assumir a responsabilidade técnica pelos projetos desenvolvidos em bases profissionais. Esperamos, com a proposta, contribuir para um entendimento mais moderno do significado que a regulamentação profissional vem assumindo no Pais. Não podemos mais nos preocupar, apenas, com as necessidades específicas desta ou daquela categoria, mas precisamos, sobretudo, resolver as demandas que a sociedade impõe a cada profissional. São os aspectos de caráter ético, são as exigências de mais segurança e melhor qualidade nos produtos e serviços decorrentes de sua atuação profissional. No que concerne à criação dos Conselhos Federal e Regionais de Informática, esta proposição atende ao disposto na Lei n.º 9649, de 27 de Maio de 1998, que alterou a personalidade jurídica dos conselhos de fiscalização de profissões regulamentadas. O art. 58 da mencionada Lei reza que tais entidades, antes com natureza jurídica de autarquias especiais, passam a se constituir em entes dotados de personalidade jurídica de direito privado. Assim, compete a este Congresso Nacional apenas autorizar a sua criação, remetendo para uma entidade de direito privado a competência para coordenar os trabalhos de instalação de conselhos. Em conseqüência, a organização, a estrutura e o funcionamento desses órgãos passam a ser disciplinados exclusivamente pelos respectivos regimentos e estatutos. No caso em tela, estamos remetendo à FENADADOS a tarefa de coordenação dos trabalhos para tornar efetiva a instalação dos Conselhos Federal e Regional de Informática. Pelo exposto, pedimos o valioso apoio dos ilustres Pares para a aprovação deste projeto de lei, na certeza de que estaremos fazendo justiça à laboriosa classe dos profissionais de Informática e contribuindo para o aperfeiçoamento das relações democráticas e sociais neste País. Sala das Sessões, em 20 de Maio de 99
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O assunto continua despertando muita polêmica - e com razão. Um de nossos visitantes questiona: "Gabriel, se até os seus cursos não são registrados no CREA, você não está incentivando a prática ilegal da profissão?" Volto a repetir o que disse no editorial passado: ser simplesmente um engenheiro ou um técnico em eletrônica não transforma o profissional em um técnico em manutenção de micros. Atualmente a manutenção de micros não envolve somente a parte eletrônica. Por esse motivo, acredito que aqueles que puderem fazer um curso técnico em eletrônica que o façam, mas não acho que seja 100% necessário. É apenas um "plus" no currículo, um diferencial no mercado de trabalho. Ademais, o curso técnico em eletrônica é uma excelente pedida se você realmente curte o assunto. Resumindo, faça o curso somente se você quiser se aprofundar no assunto. Acho que todos o que quiserem realmente ser bons técnicos tem de pensar em outras questões, como ética e profissionalismo, que são pontos que a maioria dos cursos não aborda e que tentamos abordar aqui no Clube do Hardware. Leia a enquete que fizemos sobre a qualidade das assistências técnicas brasileiras para entender melhor essa questão. Em relação a cursos, o mais importante é procurar cursos que sejam ministrados por instituições idôneas. Gostaria de lembrar que a instituição onde ministro meus cursos (Instituto de Tecnologia ORT) é devidamente registrada no CREA e no MEC, além de ser a maior organização não governamental de ensino técnico profissionalizante do mundo. Recebemos o seguinte e-mail do nosso visitante Ronald, que analisa o outro lado da moeda: "Em relação à regulamentação de profissionais pelo CREA estou em desacordo, pois até hoje não vi nada de útil que o CREA tivesse feito a não ser política e cobrar dos já tão paupérrimos profissionais que esta entidade deveria regulamentar. Creio que o momento é de competência e já existem dois orgãos federais (Ministério da Educação e Ministério do Trabalho) para cuidarem do aspecto legal das profissões. O pessoal que normalmente administra o CREA é aquele mesmo pessoal que quando acadêmicos pertenciam a diretórios e coisa e tal.O Brasil precisa é de gente que sabe realmente das coisas! Papel não projeta ou conserta coisa alguma. Não vamos colocar mais uma dificuldade na vida do profissional de informática. Deixemos o CREA bem longe de nossa atividade. Desculpe o desabafo, mas imagino que muita gente pensa como eu. Não queremos ter de engolir goela abaixo o Sr. CREA. A melhor fiscalizaçao é feita pelo livre mercado, pela concorrência, pela competência técnica. Chega de papel, precisamos de profissionais que dominem a área, que resolvam problemas." Nota: mudei de opinião 14 anos depois de publicar esta série de editoriais. Entenda. Para saber mais: CREA: Dúvidas de Nossos Visitantes A Importância do CREA Para os Técnicos em Manutenção Afinal, Para que Conselho Regional? A irrelevância do CREA para os técnicos em manutenção
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Vários visitantes nos escreveram por causa do editorial da semana passada. A seguir discutiremos as questões mais comuns e que consideramos mais importantes. Sou formado em Ciencias da Computação, mesmo assim é necessário eu ter registro no CREA? Posso exercer a profissão de suporte técnico em uma empresa sem problemas? Apresentando o meu diploma eu consigo o registro no CREA? A resposta é "não" para todas as perguntas. O CREA só é responsável por profissionais de nível técnico ou superior das áreas de engenharia, arquitetura e agronomia. Logo, o CREA não é conselho regional para cursos superiores em informática (não existe conselho regional para cursos de informática). Você só precisará do registro se você pretende exercer a profissão de técnico em eletrônica (o que não é o seu caso). Trabalhar com suporte técnico em uma empresa presume-se que você irá fazer consultoria na área de informática, tarefa que todos aqueles que fizeram curso superior em informática em princípio estão capacitados a realizar. Fiz um curso de hardware em uma instituição idônea. Posso me registrar no CREA? Não. Nenhum curso de hardware permite que você obtenha registro no CREA. Você só obterá registro no CREA se cursar algum curso de formação em técnico em eletrônica reconhecido pelo MEC e pelo CREA. Afinal, tenho que me preocupar ou não em ter um registro no CREA? Já trabalho há anos consertando micros! Atualmente a manutenção de micros envolve tanto conhecimentos de hardware quanto de software. Por isso, não necessariamente um técnico em eletrônica ou um engenheiro sabe consertar um computador ao terminar o seu curso, da mesma forma que alguém que estuda informática não sabe consertar um micro ao terminar seu curso técnico ou sua faculdade. Dessa forma, minha opinião particular é que você não se preocupe tanto com essa questão caso você trabalhe consertando micros ou dando consultoria/suporte técnico. Considero mais importante que você se preocupe com outras questões, como o profissionalismo, o atendimento e o contínuo investimento em sua formação técnica (lendo livros, revistas, sites; freqüentando cursos, workshops, etc). Entretanto, se você trabalha fazendo consertos em peças que só envolva eletrônica - como é o caso de monitores de vídeo, por exemplo - recomendamos que você estude para ser um técnico em eletrônica. Em todos os casos, ser um técnico em eletrônica te dará um diferencial no mercado de trabalho, como comentamos no editorial passado. Nota: mudei de opinião 14 anos depois de publicar esta série de editoriais. Entenda. Para saber mais: CREA: Mais Opiniões A Importância do CREA Para os Técnicos em Manutenção Afinal, Para que Conselho Regional? A irrelevância do CREA para os técnicos em manutenção
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Recebemos o seguinte e-mail do nosso leitor Gilberto Brandão dos Santos e achamos oportuno desenvolver o assunto: "Gostaria de ter mais informações sobre o CREA. Tenho bom conhecimento em manutenção de impressoras e monitores de vídeo, só que sempre os amigos me alertam: 'Cuidado com o CREA!'. O que é isso? Como posso trabalhar em paz?" O CREA é o Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia e é ele quem regula as atividades profissionais dessas áreas, tanto em nível superior quanto em nível técnico. Toda a empresa de manutenção de equipamentos eletrônicos (inclusive empresas de manutenção de computadores) necessita que exista um técnico em eletrônica cadastrado como responsável técnico pela empresa. A prefeitura (pelo menos as das grandes cidades) só libera o alvará das empresas de manutenção caso seja apresentada a documentação comprobatória de que há um técnico em eletrônica assinando como responsável técnico pela empresa. Esse documento chama-se ART (Anotação de Responsabilidade Técnica) e é obtido no CREA. Obviamente somente técnicos registrados no CREA podem obter esse documento. Para registrar-se no CREA é necessário cursar um curso técnico em eletrônica reconhecido pelo MEC e pelo CREA. Após terminar o curso, basta apresentar o diploma ao CREA para o devido registro. A importância de ser um profissional registrado no CREA é enorme, pois comprova que você freqüentou um curso técnico reconhecido e está apto a exercer legalmente a sua profissão de técnico. Pessoas que exercem a profissão sem terem feito um curso técnico reconhecido - como parece ser o seu caso - estão exercendo a profissão ilegalmente e podem ter complicações legais no futuro caso haja denúncia ou caso você se envolva em algum problema envolvendo a sua profissão. Por exemplo, imagine que um monitor de vídeo exploda na casa de um cliente e a casa dele pegue fogo. Além de ser processado por danos materiais, caso você seja um técnico sem ter registro no CREA, você pode ser processado por exercício ilegal da profissão, o que é um agravante seríssimo. Além disso, ter sua empresa registrada no CREA e ser um técnico igualmente registrado são características que podem diferenciá-lo no mercado de trabalho junto aos seus clientes. Infelizmente todos nós sabemos que a maioria dos "técnicos" em manutenção existentes não freqüentaram qualquer tipo de curso. Ter o registro profissional é um diferencial que, se bem trabalhado em termos de marketing, poderá fazê-lo crescer enormemente no mercado. Muitos pensam, equivocadamente, que a profissão de técnico em manutenção de micros não é regulamentada. Legalmente, somente técnicos em eletrônica podem exercer essa profissão, pois envolve eletrônica (hardware). Somente ainda não estão totalmente regulamentadas as profissões da área de informática que envolva sistema (software), como os cursos superiores de análise de sistemas e informática e os cursos técnicos correlatos, como programação (Leia o editorial sobre a Criação do CONIN, CONFREI e CREI). Nota: mudei de opinião 14 anos depois de publicar esta série de editoriais. Entenda. Para saber mais: CREA: Mais Opiniões CREA: Dúvidas de Nossos Visitantes Afinal, Para que Conselho Regional? A irrelevância do CREA para os técnicos em manutenção
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Introdução Perguntamos a seguinte questão aos nossos visitantes: "Você acha que deve haver um órgão que regulamente o trabalho dos técnicos em manutenção de hardware (Ex: CREA)? Isto é, você acha que esse tipo de regulamentação é benéfica para o mercado (clientes e técnicos de uma forma geral)?" Setecentas e vinte e seis pessoas participaram de nossa enquete. A esmagadora maioria (84,6%) respondeu que sim, que esse tipo de regulamentação é benéfica ao mercado de uma forma geral. O que talvez seja contestado é a forma com que essa regulamentação deve ser feita. Exploraremos mais essa questão em nosso editorial Afinal, Para que Conselho Regional? Qual é a qualidade das assistências técnicas brasileiras? Realizamos uma enquete sobre esse tema com os nossos leitores. Pedimos para que fosse dada uma nota de 0 a 10 para a qualidade das assistências técnicas brasileiras, tanto empresas (autorizadas ou não) e técnicos autônomos. Além disso, pedimos para nossos entrevistados apontarem os principais pontos fracos das assistências técnicas brasileiras. Nosso objetivo é analisar os resultados e dar a você, leitor do Site de Hardware, dicas de como você pode melhorar profissionalmente, aumentando a taxa de satisfação de seus clientes e com isso, aumentando o número de clientes e a quantidade de dinheiro que você irá ganhar. O resultado foi bastante conclusivo e, de posse deles, você conseguirá melhorar (e muito!) a qualidade dos seus serviços. 222 leitores responderam à nossa enquete. Veja a seguir os resultados, comentários e conclusões. Resultados Nota (média): 4,85 Principais pontos fracos: Falta de conhecimento técnico: 66,22% Desonestidade: 37,84% Atendimento: 29,28% Demora no serviço: 27,48% Preço elevado: 12,61% Falta de profissionalismo: 9,01% Falta de qualidade: 6,76% Garantia: 3,60% Falta de experiência: 2,25% Falta de bons fornecedores: 1,35% Falta de ética: 1,35% Nota: A soma dos resultados ultrapassa 100% porque era permitido apontar mais de um ponto fraco. As respostas dadas foram espontâneas. Análise dos resultados Os resultados de nossa enquete estão bem claros: a maioria dos entrevistados acha que o grande problema dos profissionais brasileiros é a falta de formação e conhecimento técnico. Esse é um reflexo direto de nossa educação (ou melhor, falta dela). Infelizmente, a maioria das pessoas não considera o aprendizado uma forma de investimento. Muitos consideram que acessar Internet, ler livros e revistas e fazer cursos sai muito "caro". Posso dar um exemplo pessoal nesse ponto: muitos técnicos, que trabalham no mercado e têm a assistência técnica como fonte de renda, reclamam pessoalmente comigo do preço do meu livro Hardware Curso Completo e dos meus cursos, de uma forma geral. Ora, se você já trabalha no mercado, quanto mais conhecimento você tiver, um melhor profissional você será. É isso que a nossa pesquisa aponta: o profissional que tiver maior conhecimento técnico será aquele que mais se destacará. Dessa forma, não considere adquirir conhecimento como "gastar", mas sim "investir". Afinal, quanto melhor você for, mais clientes satisfeitos você terá, o que inevitavelmente atrairá mais novos clientes. Além disso, quanto maior o conhecimento e a experiência do profissional, mas ele poderá cobrar. Ou seja, no final das contas, você estará ganhando muito mais dinheiro, o suficiente para pagar todo o seu investimento e ainda sobrar muito. A segunda maior reclamação foi desonestidade. Sem comentários. Só um lembrete: aqueles que são desonestos abrem espaço para que outros sejam desonestos com eles. Quanto ao atendimento, as principais reclamações foram "má vontade", "arrogância", "falta de pontualidade", "falta de disponibilidade", "desorganização" etc. O atendimento é a porta de entrada para novos clientes! Se esforce para apresentar um atendimento nota 10! Outro ponto importante: muitos apontaram "Preços elevados" como um ponto negativo. Precisamos desenvolver um pouco mais esse ponto. O que é preço elevado? Consideramos preço elevado algo que seja muito mais caro do que a qualidade do serviço proporcionada. Se um técnico é bom, extremamente atualizado e investe muito em sua carreira (comprando livros, assinando revistas, acessando a Internet, fazendo cursos etc), é claro que ele terá obrigatoriamente de cobrar mais caro do que a média de mercado, afinal ele é um profissional mais bem preparado. Consideramos isso justo. Entretanto, a reclamação de nossos leitores têm fundamento no seguinte contexto: quando o serviço é executado por pessoas não qualificadas e, mesmo assim, o preço cobrado é o mesmo de um serviço nota 10. Já nesse ponto realmente concordamos com nossos leitores: serviços sem qualidade não podem custar a mesma coisa de serviços com boa qualidade. Conclusões Tome os resultados da nossa enquete como uma forma de melhorar a qualidade de seu trabalho. Com certeza, da maneira que esse mercado se apresenta, os bons técnicos se destacam e ganham mais. Tente não cometer os erros apontados por nossos entrevistados. Com certeza, se você (ou sua empresa) não cair em nenhum dos pontos fracos, você será um vencedor. Nossa principal conclusão: Invista em conhecimento técnico. Se você está lendo essa pesquisa e está acessando o Clube do Hardware, com certeza você está preocupado com esse ponto. Lembre-se que com o conhecimento adequado, você ganhará muito mais e terá dinheiro suficiente para pagar todos os seus investimentos (cursos, livros, etc) e ainda sobrará mais, tanto para novos investimentos quanto para rechear um pouco a sua conta bancária. E, finalmente: seja ético e honesto, ou seja, trabalhe com profissionalismo. Você se destacará e terá a sua clientela garantida. Boa sorte! Leia também: A prostituição do mercado brasileiro de informática A irrelevância do CREA para os técnicos em manutenção
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Fizemos, em 01/10/99, uma fusão entre os sites do Clube do Hardware (antigo www.clubedohardware.com) e do Hardware Site (antigo www.gabrieltorres.com) em um novo serviço, também chamado Clube do Hardware, e disponível através de um novo endereço - https://www.clubedohardware.com.br. Os antigos endereços continuarão válidos, porém passarão a ser simples redirecionadores para o nosso novo domínio. Por isso, pedimos a gentileza de atualizar os seus bookmarks e links para o nosso novo endereço. Essa mudança foi uma estratégia para melhorarmos o nosso serviço e atrair ainda mais visitantes. Com isso todos ganham. Para você ter uma ideia, antes da fusão tínhamos 260 páginas e cerca de 10 MB de dados. Agora, temos 356 páginas e mais de 25 MB de dados. Além disso, o acesso ao antigo site do Clube do Hardware era pago e agora esse acesso é gratuito, beneficiando os mais de 100.000 visitantes mensais que temos em nosso site. A melhor maneira de você descobrir as novidades é navegando no Clube do Hardware. Resumidamente, as principais novidades são: Novo endereço e novo layout. Sorteios: Acreditamos que essa seja a nossa melhor novidade. Mensalmente estaremos sorteando diversas peças de hardware. Para começar, estamos sorteando neste mês uma placa-mãe e um processador K6-2-400, só para esquentar. Nossa meta é fazermos sorteios semanais. Boletim de notícias reformulado: Temos agora um funcionário responsável por redigir os nossos boletins de notícias, que contém as últimas novidades da área de informática. Esses boletins são enviados por e-mail e não custa nada recebê-los. Enviamos dois boletins por semana. Hardware News: Na primeira página há uma seção chamada Hardware News onde constará os últimos lançamentos na área de hardware, tais como placas-mães, discos rígidos, placas de vídeo, etc. Essa área será atualizada semanalmente. Editorial: Estou me comprometendo a escrever, sempre que possível, editoriais comentando os rumos do mercado de informática e minhas opiniões pessoais sobre o mercado. Nessa área você poderá ler editoriais passados da época em que o Clube do Hardware era um site pago. Artigos: Essa área já existia, porém fizemos uma super atualização com os artigos que só existiam no antigo Clube do Hardware. Aulas: São artigos explicando passo-a-passo sobre um determinado assunto, por exemplo, instalação e configuração de redes e a manutenção de impressoras. Área de dúvidas: Nessa área, você encontrará um imenso banco de dados contendo perguntas e respostas de dúvidas sobre hardware, redes locais e muito mais. Caso do mês: Todo mês escolhemos uma dúvida muito comum para ser "esmiuçada", onde analisamos o caso detalhadamente, colocando figuras e ilustrações sempre que possível. Já estão disponíveis 10 casos, da época em que o Clube do Hardware era um site pago. Provas: Essa área terá testes de conhecimento sobre hardware, redes locais e informática de uma maneira geral, de modo que você possa avaliar os seus conhecimentos sobre determinados assuntos e, principalmente, verificar quais são os pontos que você precisa estudar mais. Esta área ainda não está disponível; pretendemos disponibilizá-la em breve. Fórum: Uma área interativa onde você poderá postar mensagens para outros visitantes. Essa área também ainda não está disponível, porém pretendemos disponibilizá-la em breve. Indicações: Sempre que possível iremos indicar livros para que você aprenda mais sobre um determinado assunto e lojas onde você poderá encontrar os produtos que nós testamos. Além disso, pretendemos ter atualizações mais freqüentes, especialmente na área de testes. Perguntas Mais Comuns Eu comprei o livro Hardware Curso Completo e ele me dava direito a acessar o Clube do Hardware gratuitamente durante 30 dias. E agora? O site, que antes era pago, agora é gratuito. Com isso não é necessário nenhum tipo de inscrição. Dessa forma, não é necessário enviar a ficha de inscrição presente no livro. Tenho o livro. Posso tirar dúvidas? Nós não temos mais o serviço de consultoria. Por que você resolveu tomar essa decisão? O antigo Clube do Hardware tinha, no dia em que tomei a decisão de fusão, 360 sócios. Em contrapartida, o número de visitantes do Hardware Site era de 100.000 pessoas por mês. Posso ter decepcionado 360 pessoas com certeza (e realmente estou ciente disso) com o término do serviço de consultoria mas, em contrapartida, estarei beneficiando 100.000 outras pessoas. Qual é o seu objetivo com isso? Nosso objetivo é nos fortalecermos e conseguirmos atrair mais visitantes, de modo a conseguir parcerias, patrocinadores (por exemplo, para ceder material de testes e para os sorteios) ou até mesmo anunciantes. Nosso objetivo final é nos fortalecermos como um dos maiores sites brasileiros sobre informática avançada. No que o "novo" Clube do Hardware é diferente do antigo? Apenas a ausência do serviço de consultoria. E o Hardware Site (www.gabrieltorres.com), deixou de existir? Sim. O domínio www.gabrieltorres.com passou a ser redirecionado para www.clubedohardware.com.br. O nome do serviço passará a ser chamado Clube do Hardware e usaremos o nome Hardware Site apenas para definir a versão em inglês do Clube.
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Nosso consultor Armando Wanderley nos contou a seguinte história nessa semana. A história já diz tudo por si só e, portanto, não vamos nem comentar nada. Nesta semana veio um cliente com um telão para ser consertado em minha empresa. A história contada pelo cliente eu já tinha ouvido antes. Verificando com o cliente, esse telão já havia sido encaminhado para nós para orçamento, porém através de uma outra empresa que terceiriza serviços de manutenção conosco. Avisei esse fato ao cliente e ele explicou que não havia feito o serviço porque achou o orçamento muito caro. Por curiosidade, o cliente perguntou de quanto tinha sido o orçamento. Respondi na lata: R$ 420,00 (foi o preço que havia cobrado para consertar esse telão anteriormente). O cliente ficou branco! A outra empresa, que havia me passado o serviço, cobrou do cliente R$ 6.220,00! Ou seja, essa empresa iria ganhar em minhas costas e sem fazer absolutamente NADA R$ 5.800,00. O cliente me apresentou o orçamento por escrito como prova (nesse orçamento havia descrito até a troca de peças que não existiam, como subwoofer). Mostrei ao cliente o documento com o orçamento que havia passado para a empresa. Obviamente o cliente ficou indignado. O pior não é isso: o cliente só desconfiou que havia algo de errado quando, ao reclamar do preço (esse modelo de telão custa, no máximo, US$ 5.000,00), a tal empresa baixou o preço para R$ 1.500,00. É óbvio que o cliente achou estranho um desconto desse tamanho e logo desconfiou que o pessoal era picareta. Ou seja, é por causa dessa mania em nosso país das pessoas quererem ganhar muito depressa em cima de um único cliente e, ainda por cima, sem trabalhar, é que acabamos não indo para frente. Ou pior, acabamos sendo nivelados por esse tipo de picaretas. Ao ter serviços terceirizados -- o que é muito comum de ocorrer, por exemplo, encaminhar um monitor ou uma impressora para um colega que conserta esse tipo de equipamento -- lembre-se dessa história. Pois não é preciso dizer que esse meu cliente irá espalhar essa história para todo mundo, acabando por "queimar" essa empresa no mercado. E o mais importante: são os seus serviços e o seu nome que acabarão em jogo. Pois, muito provavelmente, se o cliente reclamasse da lista (errada) de peças que teriam de ser trocadas, a tal empresa muito provavelmente iria alegar que a lista havia sido passada pelo técnico. E, aí, quem se queima é você. Por isso, é muito importante guardar todos os orçamentos dados aos clientes como prova.
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Após ler o editorial da semana passada, Cláudio Régis B. Vasconcelos nos enviou o seguinte e-mail: Qual seria a maneira mais segura de se trabalhar quando fazemos um serviço em que não estamos representando uma empresa, pois não temos a garantia de um contrato de prestação de serviços, nem nota fiscal? Pois já me aconteceu de realizar um serviço, até mesmo para empresas, e, ao termino do serviço, cobrar uma quantia x, e o contratante responder: "tá muito caro, vamos fechar o valor nisso e é só o que eu posso te pagar". Bem, acredito eu que todos os técnicos já passaram por situações deste tipo ou pelo menos parecida. Isso me revolta, pois procuro ser o mais profissional possível, sempre deixo bem claro o que o contratante terá que gastar para não ter perigo do serviço fugir ao seu orçamento. Queria saber se teria alguma maneira legal de fazer um contrato de prestação de serviço de pessoa física para pessoa jurídica, ou assinatura de uma nota promissória, ou alguma coisa deste tipo, que pudesse me dar garantia de recorrer aos meus direitos caso haja algum problema de pagamento ou coisa parecida. Pois é, eu mesmo já passei por situações parecidas. O mais importante de tudo é sempre deixar claro para o cliente o quanto custará o serviço, antes de concluí-lo. Assim não haverá problemas futuros. Uma forma de evitar que o cliente aceite o orçamento mas, depois, dê para trás, é o seguinte: faça um orçamento por escrito e, abaixo da descrição do serviço e o valor que custará, adicione uma linha escrito "De acordo", com local e data e faça o seu cliente assinar. Se depois ele encrecar, você terá uma prova concreta de que o valor acertado foi outro. Ao receber qualquer valor, passe a assinar um recibo (RPA, que é vendido em qualquer papelaria) e entregue ao seu cliente. Essa é a prova para ambos os lados do pagamento e recebimento pelo serviço prestado. Eu mesmo já tomei calote e cheques sem fundo de meus clientes. Muitas vezes ocorre de você consertar um micro e o cliente estar "deseperado", precisando do micro "com urgência". Mas, na hora do pagamento, ficam chorando, pedindo mais tempo, dizendo que não tem grana, etc. Eu particularmente adotei a seguinte filosofia: só entrego o micro de volta mediante pagamento, nada de cheques pré-datados nem do famoso "depois a gente acerta". Se o cliente está com pressa de ter o micro, terá de pagar o combinado, não interessa. A não ser, é calro, que na conversa inicial tenha ficado claro que o pagamento seria facilitado e não à vista. Ou seja: não tenho a menor pressa em devolver o micro para o cliente. Quanto ao contrato de manutenção, você poderá assiná-lo mesmo sendo pessoa física, pois entende-se que o contrato é um compromisso profissional sem vínculo empregatício. Você pode dar download do nosso modelo de contrato de manutenção clicando aqui. Em relação à garantia, o mesmo se aplica perfeitamente. Clique aqui para dar download de nosso modelo de certificado de garantia que você poderá usar. Quanto à nota promissória, ela é perfeitamente legal e você compra em qualquer papelaria. Trata-se de um compromisso de pagamento. O ideal é ter a assinatura do cliente reconhecida em cartório, assim você poderá acioná-lo sem problemas, em caso de não pagamento. Eu já operei com esse tipo de Nota e nunca tive problemas. Em todos esses casos, você poderá entrar com ação no Juizado Especial Cívil (JEC, mais conhecido como Tribunal de Pequenas Causas) de sua cidade no caso de discordância com seu cliente.
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Quanto e como cobrar? Recebemos a seguinte mensagem do Vanderlei Muller ([email protected]) e que gostaríamos de discutir com todos: "Há pouco tempo comecei a prestar serviços para clientes externos, mas ainda não consegui chegar a um valor definitivo sobre o quanto deve ser cobrado. Gostaria de saber qual é o preço que pode ser praticado, uma vez que os técnicos aqui em minha cidade não decidiram qual o padrão a ser adotado." Não existe isso de os técnicos decidirem o quanto cobrar, até porque cada pode adotar a filosofia de preços que julgar mais adequada. Muitos alunos me perguntam "Gabriel, quanto devo cobrar, pois há técnicos anunciando no jornal que cobram apenas R$ 10,00". Cá entre nós: alguém que cobre R$ 10,00 ou R$ 20,00 para fazer a manutenção de um micro pode ser chamado de técnico? Acho que não, que está mais para um reles "curioso". Todos os sócios do Clube do Hardware têm um objetivo em comum: o aperfeiçoamento profissional. E todos nós sabemos que isso não é barato, pois temos de gastar não só dinheiro para isso, mas principalmente tempo e energia. Infelizmente, por causa do problema educacional em nosso país, poucas pessoas valorizam o conhecimento e vemos mesmo no dia-a-dia técnicos sem a devida formação e sem qualquer preocupação em melhorar profissionalmente, em evoluir. Posso dizer com certeza para todos: os visitantes do Clube do Harwdare estão em uma grande vantagem sobre os demais técnicos que existem no mercado, pois mostra que você está preocupado com a sua própria formação, está preocupado com o futuro, e quer evoluir. E é nesse ponto que você é diferente da maioria dos "profissionais" existentes por aí. Dessa forma, nosso grande conselho: não se espelhe ou se oriente pelos demais profissionais do mercado; faça o seu próprio caminho! Eu particularmente acho que o mínimo que um profissional competente pode cobrar é R$ 40,00 para resolver um problema, mas a maneira com que isso pode ser cobrado varia muito de acordo com a situação: 1. Muitos técnicos cobram por hora. Apesar de em qualquer país de primeiro mundo ser essa a metodologia, no Brasil isso não funciona. Em países civilizados, todos assumem que você é honesto em primeiro lugar. Aqui, todos assumem que prestadores de serviço são picaretas. Dessa forma, tome cuidado, pois muitos clientes ficam desconfiados que o técnico enrola só porque está cobrando por hora. 2. Preço fixo. Cobrar um preço fixo para resolver qualquer problema é uma armadilha. Às vezes, pelo telefone, você passa um orçamento do tipo "custará R$ 40,00 para resolver". Aí, chegando ao cliente, o problema era completamente diferente do que você havia imaginado e, em vez de demorar uma hora, demorará o dia inteiro. Onde ficará a sua cara para dizer que não custará mais o preço combinado? Nossa experiência mostra que a melhor maneira de se cobrar é a seguinte: orçamento sem compromisso. Não dê orçamento pelo telefone. Visite o cliente (sem compromisso) e diga quanto custará para resolver o problema, incluindo em um só preço a mão de obra e as peças que porventura sejam necessárias trocar. Dessa forma, você estará cobrando indiretamente por hora, pois você provavelmente irá cobrar mais se o problema for demorar mais tempo para ser resolvido. Tome cuidado no caso de peças queimadas: se você disser exatamente o problema tim-tim por tim-tim ao cliente ANTES dele acertar que irá fazer o serviço, muito provavelmente ele irá chamar o "primo que entende tudo de informática" para trocar as peças que VOCÊ identificou defeituosas. Outro problema comum: se você disser algo do tipo: "Olha é a placa de vídeo. Uma placa de vídeo Diamond 2000 nova custa R$ 70,00 e a minha mão-de-obra, R$ 70,00, total R$ 140,00", muitas vezes o cliente responderá "tudo isso SÓ para trocar uma placa de vídeo?". Pois é, como dissemos: é difícil por aqui valorizarem o conhecimento... Dá vontade de responder "Se é tão fácil, porque você não trocou?". Mas calma lá: em casos como esse, lembre ao cliente que ele não está pagando ao técnico para trocar placas ou apertar parafusos, mas pelo conhecimento, por saber qual peça trocar e qual parafuso apertar. Lembrei agora de algo que o nosso colaborador Mário Castro ([email protected]) costumava comentar comigo: "Gabriel, não entendo uma coisa: o pessoal é capaz de pagar R$ 30,00 ou R$ 40,00 para o biscateiro da esquina, que muitas vezes sequer tem o 1º grau completo, para consertar qualquer bobagem dentro de casa, mas chia quando um técnico, que tem de ter um estudo super aprimorado e tem de investir bastante para se manter atualizado cobra um pouco mais do que isso". Pois é, dureza... Pessoal, o assunto é de extrema importância para todos. Se você quiser tecer comentários ou discutir mais, fique à vontade, pois pretendemos explorar mais esse assunto (e outros correlatos, como profissionalismo e ética) daqui para frente.
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