Introdução e Nossos Testes
Aparelhos de alta definição começam a aparecer lentamente no mercado brasileiro. Os discos, no entanto, ainda são difíceis de serem encontrados por aqui, um cenário completamente diferente do que acontece nos EUA, onde discos podem ser facilmente encontrados em qualquer supermercado e você pode alugar os mais novos lançamentos em qualquer videolocadora. A boa notícia é que, pelo menos nos EUA, os aparelhos Blu-Ray estão caindo de preço rapidamente, podendo ser encontrados na rede de lojas Best Buy custando US$ 300, como é o caso do Samsung BD-P1400 (o modelos que falaremos neste teste) e do Sony BDP-S300. Neste pequeno teste veremos porque nós não recomendamos este modelo da Samsung.
Conectar o Samsung BD-P1400 em nosso home theater – que consistia de uma HDTV de 47” 1080p da LG (47LC7DF) e de um receiver Sony STR-DG510 – foi uma tarefa muito simples.
Um dos recursos do DB-P1400 é a detecção automática da resolução máxima que sua TV pode suportar e a configuração automática do aparelho para usar tal resolução. A ideia por trás deste recurso é evitar que o usuário comum configure o aparelho em uma resolução que a tela não suporte, o que poderia resultar no travamento do aparelho, já que ele enviaria um sinal não suportado pela TV e você não teria como voltar para a última configuração, já que você não pode mais ver o menu na tela. Se este aparelho não tivesse esta função você precisaria dar um “reset” no aparelho caso isso ocorresse, que no Samsung BP-P1400 é uma tarefa muito simples: basta pressionar a tecla de avanço de capítulos durante 5 segundos.
O aparelho reconheceu a resolução total de nossa TV, portanto o processo de instalação foi realmente simples e direto.
Além disso, este aparelho envia sinal de áudio através do conector HDMI, o que é realmente conveniente se o seu receiver tem um chaveador de vídeo embutido. Este recurso, presente em vários receivers de home theater, permite a você chavear simultaneamente seu áudio e vídeo ao pressionar um botão. Por exemplo, quando você pressiona “DVD” no reciever ele automaticamente tocará o áudio que está sendo enviado pelo seu aparelho de DVD (em nosso caso, o aparelho Blu-Ray) e envia o sinal de vídeo do DVD (Blu-Ray, em nosso caso) para sua TV, ao mesmo tempo. Ao selecionar “Vídeo 2”, por exemplo, ele chaveará o áudio e o vídeo para qualquer equipamento que estiver conectado naquela entrada (seu decodificador de TV a cabo, por exemplo). Em receivers sem este recurso você pode selecionar apenas a entrada de áudio, não a de vídeo, portanto você tem que chavear a entrada de áudio no receiver e a entrada de vídeo na sua TV.
Se você não tem um receiver com um chaveador de vídeo então você precisará de um cabo de áudio extra, já que você precisará conectar o tocador Blu-Ray à sua TV usando um cabo HDMI e usar um cabo de áudio para conectar o aparelho ao receiver, preferencialmente um cabo SPDIF óptico (também conhecido como cabo Toslink), se o seu receiver tiver uma entrada SPDIF óptica disponível. De outra forma você precisará usar um cabo SPDIF coaxial (também conhecido como cabo RCA mono).
Falando em cabos, você precisará comprá-los já que este aparelho não vem com nenhum cabo. Se o seu receiver tem um chaveador de vídeo embutido você precisará comprar dois cabos HDMI, um para conectar o seu aparelho Blu-Ray ao receiver e outro para conectar o seu receiver à TV. Caso o seu receiver não tenha um chaveador você precisará comprar um cabo HDMI para conectar o seu aparelho à sua TV e um cabo de áudio (SPDIF óptico ou coaxial, dependendo do que você tiver disponível em seu receiver) para conectar seu aparelho ao receiver.
Pelo o que vimos no mercado, os comprimentos mais comuns para cabos HDMI são 90 cm, 1,8 m e 3,5 m. Nós testamos todos eles e o de 90 cm mostrou ser muito curto para conectar o aparelho à TV, mas se você estiver usando um receiver com um chaveador de vídeo embutido e você for colocar o aparelho em cima dele, este comprimento é adequado. Para conectar o seu aparelho ou receiver à sua TV você precisará de um cabo de 1,8 m se o aparelho ou o receiver estiver imediatamente abaixo ou acima do sua TV. Se eles estiverem mais distantes do que isso, então você precisará comprar um cabo de 3,5 m.
Uma dica final na hora de comprar cabos: pesquise cuidadosamente os preços, pois eles variam absurdamente. Nos EUA, por exemplo, você encontra cabos HDMI sendo vendidos por US$ 40 ou mais nas lojas e cabos HDMI “genéricos” sendo vendidos por menos de US$ 10 nas lojas on-line. Mesmo com imposto de importação e tudo mais o preço justo para um cabo HDMI no Brasil é entre R$ 50 e R$ 150, mais do que isso já é ganância de mais.
Antes de rodarmos um disco Blu-Ray nós decidimos rodar um DVD. Mesmo que você não tenha uma coleção grande de DVDs o número de filmes disponíveis nos formatos de alta definição é ainda muito pequeno, portanto você provavelmente ainda tocará muitos DVDs. Aqui nós encontramos o maior ponto negativo deste produto. Como você pode ver claramente na Figura 1, discos de DVD não preenchem a tela toda. Nós não estamos falando das tradicionais tarjas pretas que aparecem em cima e embaixo nos filmes widescreen, mas um quadrado preto em volta do filme, fazendo com que o filme fosse rodado dentro de uma janela, por assim dizer.
Ao pressionarmos a tecla pause nós pudemos ver claramente que o aparelho estava enviando sinal 1080p para a TV, preenchendo toda a tela, porque a barra de status na parte superior da tela estava perfeitamente preenchendo toda a porção superior da tela, como você pode ver na Figura 1. Isto também não foi uma questão envolvendo a configuração da TV e do aparelho, já que tentamos todas as configurações possíveis tanto no aparelho quanto na TV. Ao usar a função zoom da TV nós conseguimos ter um aspecto melhor, mas ainda tínhamos um pouco de borda preta e o menu do aparelho não podia ser visto (isto é, “sumia” para cima). É também importante dizer que com outros aparelhos nossos DVDs rodaram muito bem ocupando toda a tela.
Figura 1: Este aparelho roda filmes DVD dentro de um quadrado preto, não preenchendo toda a tela.
Aparentemente este problema foi causado pela falta de uma função para configurar manualmente o modo 4:3. Nós tivemos o mesmo problema com o Sony BDP-S300, mas este aparelho da Sony tinha uma opção chamada “4:3 Video Out” que após ter sido modificada de “normal” para “full” resolveu nosso problema. Infelizmente não conseguimos resolver este problema neste aparelho da Samsung.
Nós paramos nosso teste aqui. Não valia a pena ver como esta unidade roda discos Blu-Ray. Se um aparelho novo não pode rodar nossa coleção de DVD apropriadamente, então esse aparelho não vale a pena.
Outro problema com este aparelho é que você pode precisar fazer um upgrade de firmware para rodar os filmes Blu-Ray mais novos. Nos discos Blu-Ray os menus são escritos em Java e os filmes mais novos estão usando uma versão que é mais nova do que a usada pelo o aparelho, causando esta incompatibilidade. Este mesmo problema também acontece com aparelhos de outras marcas.
O processo de upgrade de firmware neste aparelho é muito simples de ser executar. Você pode fazer o download da imagem do CD no site da Samsung, gravar um CD e colocar este CD para rodar no aparelho ou pode simplesmente conectar o seu aparelho à sua conexão de Internet banda larga (o aparelho tem uma porta Ethernet) e escolher a opção upgrade de firmware no menu do aparelho. Esta porta Ethernet é realmente útil e este recurso não é encontrado em seu principal concorrente, o Sony BDP-S300.
Sem falar do preço deste aparelho aqui no Brasil. Como dissemos anteriormente, o Samsung BD-P1400 pode ser encontrado, nos EUA, no local mais barato, custando US$ 300. O preço máximo para este produto que conseguimos encontrar, também nos EUA, foi de US$ 500. No Brasil o preço sugerido (ou seja, o preço máximo) para este produto é de R$ 2.999,00, um absurdo, mesmo se considerarmos os tradicionais 100% de custo de importação. Sem falar que nos EUA a compra do aparelho dá ainda direito a cinco filmes em Blu-Ray, um presente da Blu-Ray Disc Association para promover as vendas do formato.
Infelizmente nós não podemos recomendar um aparelho que tem tantas falhas. Resumindo: não compre este aparelho.
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