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Como Conversores Analógico/Digital Funcionam


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Como Conversores Analógico/Digital Funcionam

Projetos Baseados em Integrador

Existem algumas maneiras de projetar conversores A/D usando um integrador. Vamos dar uma olhada em dois deles, o conversor A/D por inclinação única e o conversor A/D Delta-Sigma.

Conversor A/D por Inclinação Única

Na Figura 10 você pode ver um conversor A/D por inclinação única. Se você prestar atenção, verá que ele é muito parecido com o conversor A/D contador de rampa, já que utiliza um contador, mas em vez de usar um conversor D/A para gerar a tensão de comparação, ele utiliza um circuito chamado integrador, que é basicamente formado por um capacitor, um resistor e um amplificador operacional. O transistor MOSFET faz o circuito de controle necessário.


Figura 10: Conversor A/D por inclinação única.

O integrador produz uma forma de onda triangular em sua saída, de zero a até a tensão analógica máxima possível para ser amostrada, configurada pela entrada –Vref. No momento em que a forma de onda é iniciada, o contador começa a contagem de 0 até 2^n-1, onde n é o número de bits implementado pelo conversor A/D. Quando a tensão em Vin (o sinal analógico) é igual à tensão obtida pela forma de onda triangular gerada pelo integrador, o circuito de controle captura o último valor produzido pelo contador (ativando o pino de clock do buffer de saída), que será o valor digital correspondente à amostra analógica sendo convertida. Ao mesmo tempo, ele reinicia o contador e o integrador, dando início à conversão da próxima amostra.

Assim como acontece com o conversor A/D de aproximação sucessiva, este circuito usa um buffer de saída, o que significa que o último valor convertido pode ser lido enquanto que o conversor A/D está convertendo o valor atual.

Apesar desta implementação ser mais simples do que o contador de rampa, ela ainda é baseada em um contador e sofre dos mesmos problemas básicos encontrados no contador de rampa: velocidade. Ele requer até 2^n-1 pulsos de clock para converter cada amostra. Para um conversor A/D de oito bits, seriam necessários até 255 pulsos de clock para converter uma única amostra. Para um conversor A/D de 16 bits seriam necessários até 65.535 pulsos de clock para converter uma amostra.

Conversor A/D por Dupla inclinação

Uma outra implementação popular usando um integrador é a chamada conversor A/D por dupla inclinação, que resolve um problema inerente da implementação por inclinação única: o circuito sai de calibração ao longo do tempo, que leva à perda de precisão porque o integrador não está ligado ao sinal de clock (isto é, a forma de onda triangular não está sincronizada com o clock do contador).

Um conversor A/D por dupla inclinação clássico pode ser visto na Figura 11.


Figura 11: Conversor A/D por dupla inclinação.

A primeira chave analógica conecta o Vin ao integrador. Com isto, o integrador começa a gerar a forma de onda triangular e a posição da chave permanecerá em Vin durante um número fixo de pulsos de clock. Quando este número de pulsos de clock é atingido, a chave analógica move sua posição para permitir o sinal –Vref entrar no integrador. Como –Vref é uma tensão negativa, a forma de onda começa a ir em direção a zero, usando um número de pulsos de clock proporcional ao valor de Vin.

Para uma melhor compreensão, veja a Figura 12, onde mostramos a forma de onda na saída do integrador. T1 é fixo, enquanto a duração T2 é proporcional ao valor de Vin. Vin configura o ângulo do sinal: quanto maior o valor de Vin, maior o ângulo.


Figura 12: Forma de onda encontrada na saída do integrador.

T2 = T1 x Vin / Vref.

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Comentários de usuários

Respostas recomendadas

Na atualização desse artigo, de 08/12/2006, encontra-se um erro referente à explicação dos gráficos na página 2.

Para nossas explicações, considere o sinal analógico mostrado na Figura 1. Vamos assumir que este é um sinal de áudio, já que esta aplicação é a mais comum para conversões analógico/digital e digital/analógico. O eixo “x” representa a tensão enquanto que o eixo “y” representa o tempo.

Na verdade, o eixo "y" representa a tensão enquanto que o eixo “x” representa o tempo.

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Noosa!

Excelente artigo!

Me lembrou perfeitamente da minha segunda aula de Sistemas de Programação I que tive!

Se a aula não tivesse sido há 4 meses, poderia jurar que o professor usou o artigo como base para a aula!

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Muito bom artigo, dá para entender melhor a lógica usada nestes sistemas moduladores de sinal.

Tenho um comentário para o amigo leandrolnh:

Na atualização desse artigo, de 08/12/2006, encontra-se um erro referente à explicação dos gráficos na página 2.

Na verdade, o eixo "y" representa a tensão enquanto que o eixo “x” representa o tempo.

Pois é, isso pode confundir um pouco, mas não é propriamente um erro, apenas por convenção é considerado o eixo horizontal como o eixo X e o eixo vertical como o eixo Y. Se você reparar bem, não erro nas interpretações sobre os eixos X e Y que o Cassio Lima e o Gabriel Torres fazem sobre o gráfico.

Se não me engano o pessoal do sul do Brasil tem um jeito de escrever as notações diferentes do usual em relação ao resto do Brasil sobre os eixos X e Y ou mais eixos (tenho um professor de SC que escreve assim).

Se tiver alguém de SC ou RS, me diga se isso acontece ou não nas escolas e ou faculdades.

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Sr Gabriel preciso tirar uma duvida referente a conversores ADC/DAC

no trecho

"Informações digitais não são apenas restritas aos computadores. Quando você fala ao telefone, por exemplo, sua voz é convertida em um sinal digital (esta conversão pode ser feita na central da operadora de telefonia, caso sua linha seja analógica, ou na sua casa, caso você esteja usando uma linha ISDN ou DSL), já que sua voz é um sinal analógico e a comunicação entre as comutadoras de telefonia é feita digitalmente."

No caso DSL me parece haver um erro, pois acho que não ha conversão analogico digital da voz na minha casa ,pois o canal telefonico continua separado do canal de dados, tanto é que usamos um filtro de linha que vai conectado ao aparelho telefonico e também quando desligamos o computador o modem DSL também é desligado como poderia haver tal conversão? Os dados saem do modem DLS de forma digital e vão até o DSLAM na central enquanto a voz sai do aparelho de forma análogica e somente é transformada em digital nos circuitos ADC da central de comutação.

Poderia sim haver conversão analogico digital caso eu estivesse usando voz sobre IP,onde ai sim a voz se

transformaria em dados no meu computador que seria passado ao modem DSL que a transmitira de forma digital.

Espero ansioso pela resposta .

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Onde encontro uma descrição mais detalhada do conversor AD do tipo SAR? Imagino que o tal de Controle possa estar composto de um registrador de deslocamento e portas AND e que a própria unidade SAR possa estar formada por um latch e um registro de deslocamento, bem como o tal de Buffer por um latch.

Agradeço desde já a resposta, já que a implementação circuital detalhada possa contribuir em muito para a melhor compreensão do assunto!

No caso do conversor A/D por inclinação única faltou dizer uma coisa muito importante qual seja que a constante de tempo RC deve ser igual ao período do clock multiplicado por 2^n - 1, onde n é a quantidade de bits com que se quer codificar a amostra. Outra coisa importante a comentar seria a velocidade que precisa ter o clock para amostrar um sinal com máximo conteúdo harmônico de X KHz.

Abraço

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Também, no caso do conversor A/D por dupla inclinação, deveria ser dito que o tempo T1 fixo para carga do capacitor com a chave analógica comutada para Vin deve ser 2^n - 1 multiplicado pelo período do clock. Desta feita, também, os valores dos componentes do conjunto RC podem ser escolhidos com maior flexibilidade.

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Mais uma observação com relação ao artigo em referência.

Na página 9 onde se trata do conversor Sigma-Delta, no segundo parágrafo após a figura 14, onde diz:

A saída do flip-flop é usada para realimentar o circuito através de um conversor D/A de um bit. Este conversor D/A de um bit converterá basicamente o “0” ou o “1” armazenado no flip-flop em uma tensão de referência positiva ou negativa para ser somado na saída de um integrador somador,

corrigir para : a entrada de um integrador somador. (Ver no original em Inglês em: http://www.hardwaresecrets.com/article/How-Analog-to-Digital-Converter-ADC-Works/317/9)

Outrossim, recomendo a leitura do artigo: Delta-sigma modulation na Wikipedia em: http://en.wikipedia.org/wiki/Delta-sigma_modulation

para maiores esclarecimentos.

Abraço a todos

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  • Administrador
Mais uma observação com relação ao artigo em referência.

Na página 9 onde se trata do conversor Sigma-Delta, no segundo parágrafo após a figura 14, onde diz:

A saída do flip-flop é usada para realimentar o circuito através de um conversor D/A de um bit. Este conversor D/A de um bit converterá basicamente o “0” ou o “1” armazenado no flip-flop em uma tensão de referência positiva ou negativa para ser somado na saída de um integrador somador,

corrigir para : a entrada de um integrador somador. (Ver no original em Inglês em: http://www.hardwaresecrets.com/article/How-Analog-to-Digital-Converter-ADC-Works/317/9)

Outrossim, recomendo a leitura do artigo: Delta-sigma modulation na Wikipedia em: http://en.wikipedia.org/wiki/Delta-sigma_modulation

para maiores esclarecimentos.

Abraço a todos

Obrigado, corrigido! :)

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