

Análise do Primário
Nós estávamos bastante curiosos para verificarmos quais componentes foram escolhidos para a seção de potência desta fonte de alimentação e também como eles foram interligados, ou seja, o projeto usado. Estávamos dispostos a ver se os componentes realmente forneceriam a potência anunciada pela BFG.
De todas as especificações técnicas descritas no databook de cada componente, estávamos mais interessados na corrente máxima em modo contínuo, dada em ampères (A). Para encontrar a potência máxima teórica do componente em watts podemos usar a fórmula P = V x I, onde P é a potência em watts, V é a tensão em volts e I é a corrente em ampères.
Nós precisamos saber também em que temperatura o fabricante do componente mediu a sua corrente máxima (esta informação também pode ser encontrada no databook do componente). Quanto maior a temperatura, menor é a corrente que semicondutores conseguem fornecer. Correntes dadas a temperaturas menores do que 50° C não são boas, já que temperaturas abaixo desta não refletem as reais condições de trabalho da fonte de alimentação.
Lembre-se que isto não significa que a fonte de alimentação fornecerá a corrente máxima de cada componente, já que a potência máxima que a fonte de alimentação pode fornecer depende de outros componentes usados – como o transformador, bobinas, capacitores, o layout da placa de circuito impresso e a bitola dos fios – não apenas das especificações principais dos componentes que iremos analisar.
Para uma melhor compreensão do que iremos falar aqui, sugerimos que você leia nosso tutorial Anatomia das Fontes de Alimentação Chaveadas.
Esta fonte de alimentação usa duas pontes de retificação GBU606 em seu estágio primário, que pode fornecer até 6 A (a 100° C) cada, portanto a corrente total que a seção de retificação desta fonte pode fornecer é de 12 A. Este estágio está mais do que adequado para uma fonte de 800 W. O motivo é que em 115 V esta unidade poderia puxar até 1.380 W da rede elétrica; assumindo uma eficiência típica de 80%, essa ponte permitiria esta fonte de alimentação entregar até 1.104 W sem a queima desse componente. É claro que estamos falando especificamente deste componente e o limite real vai depender de todos os demais componentes usados nesta fonte de alimentação.
No circuito PFC desta fonte são usados três transistores MOSFET em vez de apenas dois como acontece com a grande maioria das fontes de alimentação existentes no mercado (as únicas outras fontes que vimos usar três transistores em vez de dois foram a OCZ StealthXStream 600 W e a Zalman ZM600-HP). Os transistores usados são o 20N60C3, o mesmo usado por várias outras fontes que testamos, que são capazes de fornecer até 300 A a 25° C em modo pulsante (que é o caso) ou 45° C a 25° C ou 20 A a 110° C em modo contínuo.
Figura 9: Uma das pontes de retificação e transistores do PFC ativo.
Na seção de chaveamento dois outros transistores de potência MOSFET 20N60C3 são usados na configuração de chaveamento direto com dois transistores. Apesar de esses transistores terem as mesmas especificações dos transistores usados no circuito PFC ativo, eles possuem um encapsulamento maior, aumentando a dissipação térmica.
Figura 10: Diodo do PFC ativo, transistores chaveadores e a segunda ponte de retificação.
Esta fonte de alimentação usa um circuito integrado CM6800, que engloba um controlador de PFC ativo e um controlador PWM. Este circuito está localizado em uma pequena placa de circuito impresso mostrada na Figura 11.
Figura 11: Circuito integrado controlador do PFC ativo e PWM.
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