

Overclock, aquecimento e consumo
Primeiramente, é preciso prestar atenção na forma como o clock deste processador funciona. Seu clock base é de 4,0 GHz, o que significa que este é o clock mínimo garantido que o processador trabalhará quando rodando programas. Já seu clock máximo é de 5,0 GHz, alcançado mesmo quando todos os núcleos estão ativos. A questão é que, nas placas-mãe soquete LGA1151, há dois limites de potência consumida pelo processador, um de curta duração e outro de longa duração, chamados PL1 e PL2 (PL significa Power Limit, ou limite de potência). O firmware (UEFI/BIOS) da placa-mãe é quem diz qual o potência máxima consumida pelo processador e por quanto tempo ela é aceita e há um determinado valor configurado por padrão, mas estes valores normalmente podem ser modificados pelo usuário no setup da placa-mãe.
Só que a potência consumida pelo processador varia de acordo com o clock e o TDP anunciado pelo fabricante é, grosso modo, igual à potência consumida quando o processador está trabalhando no clock base. Assim, o Core i9-9900KS consumiria os 127 W quando trabalhando a 4,0 GHz. Já segundo o HWmonitor, o processador que testamos consumia 149 W quando trabalhando a 5,0 GHz.
Desta forma, quando rodamos os primeiros testes com o Core i9-9900KS, notamos que ele fez uma pontuação mais baixa do que a do Core i9-9900K em alguns testes mais demorados, como o Blender. Daí descobrimos que o processador, embora rodasse inicialmente a 5,0 GHz, reduzia o seu clock a 4,6 GHz depois de alguns segundos rodando a plena carga. Esta redução é causada pelo limite de potência de longa duração, que baixa o clock do processador para adequar a potência consumida ao valor estipulado pelo firmware da placa-mãe.
Então, acessamos o setup da placa-mãe e configuramos o valor do limite de potência de longa duração para um valor bem mais alto (no caso, colocamos 300 W). Com isso, o processador passou a trabalhar continuamente a 5,0 GHz, mesmo depois de várias horas de funcionamento. Foi assim que rodamos os nossos testes.
Com o clock de 5,0 GHz, o Core i9-9900KS chegou a uma temperatura máxima de 76 graus Celsius, com uma temperatura ambiente de 22 graus Celsius. Lembre-se que utilizamos um sistema de resfriamento líquido de entrada, com radiador de 120 mm.
Com isso, deduzimos que a placa-mãe que utilizamos (ASRock Z390 Extreme4), na versão de BIOS utilizada (4.20), suporta o Core i9-9900KS, mas limita a potência de longa duração em um valor abaixo do necessário para manter o processador funcionando em 5,0 GHz. Assim, se você for utilizar este processador, deve verificar se ele se mantém em 5,0 GHz após alguns minutos trabalhando a plena carga. Caso ele reduza o clock, você precisará configurar o limite de potência de longa duração para um valor mais alto (a opção específica para fazer isso vai depender da marca e do modelo de sua placa-mãe). Lembre-se, porém, que para fazer isso, você deve ter certeza de ter uma boa fonte de alimentação e de um bom sistema de refrigeração do processador, além de utilizar uma boa placa-mãe que ofereça um circuito regulador de tensão de alta qualidade. Uma boa ventilação no interior do gabinete também é necessária, para impedir que ocorra um superaquecimento do circuito regulador de tensão da placa-mãe.
Note que esta limitação aconteceu especificamente no modelo da placa-mãe que utilizamos, e na versão de BIOS que estava instalada. Isto pode ocorrer ou não, dependendo da placa-mãe utilizada. Como o Core i9-9900KS é o primeiro processador de sua plataforma com um TDP acima de 95 W, é possível que vários modelos de placas-mãe tragam por padrão este tipo de limitação, principalmente aquelas que não tenham o foco em overclock.
Por falar em overclock, o processador Core i9-9900KS tem multiplicador de clock destravado, significando que é possível fazer overclock neles modificando apenas este parâmetro.
Em nossos testes de overclock, conseguimos atingir com estabilidade o máximo de 5,1 GHz (100 MHz x 51) em todos os núcleos, sem mexer nos ajustes de tensão. Em 5,2 GHz, o sistema travou depois de cerca de uma hora de funcionamento.
Lembre-se, porém, que a capacidade de overclock de um processador depende da placa-mãe, do sistema de refrigeração, e também da sorte, pois dois processadores de mesmo modelo podem alcançar diferentes taxas de clock máximas.
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