Ir ao conteúdo

O “Causo” da Lâmpada Estroboscópica Encontrada na Rua.


Ir à solução Resolvido por Pincipi,

Posts recomendados

Postado

Essa história aconteceu comigo e achei que vale a pena reportar aqui.

 

     Eu estava sentado em um banco, olhando a paisagem, quando um reflexo do sol me chamou a atenção. Era uma lâmpada estroboscópica, daquelas com o bulbo com lentes Fresnel e um bocal comum, de rosca idêntica às das lâmpadas. 

 

Entendendo de eletrônica o suficiente para poder consertar, peguei e a trouxe para casa. Limpei cuidadosamente e rosqueei no suporte para lâmpada. Nada funcionou. Claro que já esperava por isso, afinal não se encontra nada funcionando na rua.

 

     Retirei do suporte e desrosquei a parte transparente com lente Fresnel. Levantei o circuito e comecei a ver se tinha algo “estranho”, que pudesse indicar o problema. Nada de estranho!

 

     O circuito consistia basicamente de uma fonte de tensão com capacitor limitador de corrente, um ou dois diodos retificadores, um eletrolítico e a carga.

 

     A carga tinha um circuito com uma lâmpada neon, que conduzia com cerca de 80v. Quando a tensão no eletrolítico alcançava a tensão de disparo da neon, ela conduzia e acionava um tiristor. Este descarregava a energia do eletrolítico em um pequeno trafinho elevador de tensão, que com o secundário conectado ao terminal de disparo da lâmpada flash, a fazia conduzir, gerando o flash.

 

    Coloquei um trafo isolador em meu osciloscópio, pois a lâmpada não tinha isolamento galvânico. Eu não queria queimar o osciloscópio e parti para as medições.

    De cara a tensão retificada no eletrolítico não passava de 50Vcc.

    Sem tensão suficiente no eletrolítico, o circuito não disparava, então não havia carga além do eletrolítico. O tiristor não deveria estar em curto, já que se estivesse, o eletrolítico estaria com 0V. Portanto desconfiei do eletrolítico, que poderia estar com fuga. Retirei e medi com o multímetro analógico, com a agulha mostrando o comportamento normal de eletrolítico bom.

     Com o eletrolítico bom, porém fora do circuito, medi a tensão nas ilhas onde o eletrolítico se conectava. Havia a tensão senoidal com semi-ciclo positivo, retificada pelo diodo, mas com apenas 50V de pico, quando deveria ter cerca de 150V de pico. Alguma coisa estava impedindo que a tensão subisse.

     Medi o fusível, mas estava bom. Todos os componentes estavam bons!!!

 

     Medi a tensão nos parafusos do soquete de lâmpada e vi a tensão da rede normal. Retirei a lâmpada do soquete e medi com um multímetro digital entre a rosca de alumínio e o fio que chegava à placa de circuito impresso.

CHABÚ TOTAL!!!

     O multímetro tinha ficado louco. Oscilava entre “aberto” e alguns K Ohms... E estes k Ohms não tinham valor aleatório, tinham valores bem próximos. Como um fio poderia ocasionar este comportamento??

 

   Decidi observar a conexão do fio na rosca de alumínio. Lentamente segui a borda da rosca com o plástico do bulbo, até que encontrei um ponto com menos de 1mm de zinabre. Seria isso?

 

     Passei uma lima bem fina sobre o zinabre e acabei vendo um pequeníssimo pontinho da cor do cobre, que agora estava certamente desconectado da rosca de alumínio.

Como refazer esta conexão? Tudo estava contra conseguir.

 

  • Soldar alumínio com cobre
  • O cobre exposto era um minúsculo pontinho
  • Para dificultar ainda mais o pontinho de cobre aparecia junto com o plástico da lâmpada. Ainda tinha o plástico para atrapalhar na solda já difícil.

 

     Me lembrei que tinha um líquido, já muito velho, usado em solda com alumínio, usado em refrigeração. Passei o tal líquido e tentei restabelecer a conexão. Depois de umas 10 tentativas, já estava pensando em ser derrotado por uma solda.

   Até tentei separar a rosca de alumínio da base plástica, para ter acesso ao bendito fio. Fiz tanta força, pois a essa altura se o plástico quebrasse seria um alívio para mim. Mas o plástico não quebrou!

 

     Tentei uma última vez soldar e o universo sorriu para mim.

 

Rosqueei a lâmpada no bocal e eis que o flash passou a funcionar. Rapidamente coloquei uma camada de esmalte sobre a solda para dificultar a retomada da oxidação.

Conclusão:

Se vocês encontrarem algum objeto na rua, pensem bem se vai valer a pena! Hehehe! 🤣🤣🤣🤣

MOR_AL

  • Haha 5
Postado
5 horas atrás, MOR_AL disse:

Se vocês encontrarem algum objeto na rua, pensem bem se vai valer a pena!

Olha, já encontrei várias coisas. 

Uns bem simples de arrumar, alguns que deu muito trabalho e outros que eram praticamente inviável, dado a ter que trocar uma coisa muito cara ou que não seja fácil de achar. 

  • Curtir 1

Crie uma conta ou entre para comentar

Você precisa ser um usuário para fazer um comentário

Criar uma conta

Crie uma nova conta em nossa comunidade. É fácil!

Crie uma nova conta

Entrar

Já tem uma conta? Faça o login.

Entrar agora

Sobre o Clube do Hardware

No ar desde 1996, o Clube do Hardware é uma das maiores, mais antigas e mais respeitadas comunidades sobre tecnologia do Brasil. Leia mais

Direitos autorais

Não permitimos a cópia ou reprodução do conteúdo do nosso site, fórum, newsletters e redes sociais, mesmo citando-se a fonte. Leia mais

×
×
  • Criar novo...

GRÁTIS: ebook Redes Wi-Fi – 2ª Edição

EBOOK GRÁTIS!

CLIQUE AQUI E BAIXE AGORA MESMO!