Conclusões
Ao comparar dois coolers, queremos saber na prática qual deles tem a maior condutância térmica. Este valor vai depender de vários fatores, entre eles o material utilizado no dissipador, formato e massa do dissipador, área de contato das aletas com o ar, fluxo de ar entre as aletas, além de detalhes muito difíceis de serem tratados na teoria como turbulência no fluxo de ar entre as aletas, resistividade térmica entre as diferentes partes do cooler, presença e eficiência de heatpipes ou câmaras de vapor, pressão estática do ar, vórtices de ar, dentre outros.
Assim, a forma correta de comparar o desempenho de dois ou mais coolers é fazê-los trabalhar dissipando a mesma potência (o que é conseguido utilizando o mesmo processador, com o mesmo clock e tensão, rodando o mesmo programa) e medindo a diferença de temperatura entre o processador e o ar ambiente, após a estabilização das temperaturas: aquele que obtiver a menor diferença de temperatura é o cooler mais eficiente.
É exatamente por isso que não importa qual é o valor da temperatura ambiente: o que deve ser comparado não é a temperatura do processador, mas sim a diferença entre a temperatura do processador e a temperatura ambiente.
Se o mesmo cooler for testado em dias diferentes, com duas temperaturas ambientes distintas, o processador vai atingir temperaturas de equilíbrio diferentes, mas a diferença de temperatura será a mesma. Já fizemos testes práticos para comparar isso e os resultados foram precisos: se em um dia com temperatura ambiente de 15 graus Celsius o processador se estabilizava em 55 graus Celsius, em um dia com temperatura ambiente de 25 graus Celsius o processador se estabilizava em 65 graus Celsius. Como a diferença de temperatura era a mesma nos dois casos (55-15 = 65-25), o desempenho do cooler foi exatamente o mesmo.
Por isso, testes de coolers onde são comparadas as temperaturas finais de processadores ou chips gráficos podem estar incorretos: é necessário medir a temperatura ambiente e comparar a diferença de temperatura. Claro, se considerarmos a mesma temperatura ambiente (que deve ser medida, não adianta regular o ar condicionado para 20 graus Celsius e apenas supor que esta será a temperatura ambiente real), o teste até poderá ser relevante, mas não poderá ser comparado com outros resultados.
Um exemplo: um usuário posta em nosso Fórum que, utilizando o processador X, com clock padrão, e um cooler modelo Y, o processador trabalha a 60 graus Celsius rodando o Prime95. Outro usuário, rodando um processador igual com um cooler de mesmo modelo, descobre que seu processador está atingindo 75 graus Celsius e acha que o seu cooler está com defeito ou que há "algo errado". Mas se o primeiro usuário estiver com uma temperatura ambiente de 20 graus Celsius e o segundo a 35 graus Celsius, os dois coolers estão tendo exatamente o mesmo desempenho, já que a diferença de temperatura é a mesma. Por isso sempre devemos comparar a diferença de temperatura entre o processador e o ar ambiente, e nunca a temperatura atingida pelo processador.
Uma observação: em alguns casos, se a ventoinha do cooler estiver programada para ajustar sua velocidade em função da temperatura, o cooler poderá atingir um desempenho um pouco melhor quando a temperatura ambiente estiver mais alta, pois a ventoinha vai trabalhar em uma maior rotação. Sempre levamos em conta este fator em nossos testes, testando os coolers também em sua rotação máxima para verificar este efeito. Na prática, porém, este efeito é bem pequeno, pois na maioria dos casos as ventoinhas atingem a rotação máxima quando o processador é submetido a estresse. Isto só seria um problema em diferenças muito elevadas de temperatura ambiente.
- 16
- 1
- 3
Respostas recomendadas
Crie uma conta ou entre para comentar
Você precisa ser um usuário para fazer um comentário
Criar uma conta
Crie uma nova conta em nossa comunidade. É fácil!
Crie uma nova contaEntrar
Já tem uma conta? Faça o login.
Entrar agora