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A ideia deste tópico é trocarmos ideias e informações sobre eletricidade estática e como lidar com ela a fim de evitar estragos nos componentes eletrônicos mais sensíveis. O que não faltam no mercado são produtos que prometem ser anti-estáticos mas, com um mínimo de informação e conhecimento, você percebe logo de cara que não são anti-ESD coisa alguma! O que não falta e nunca faltará no mundo é gente "vendendo gato por lebre", tentando fazer as outras pessoas de bestas.

Após uma longa e exaustiva pesquisa, e comprando e testando pessoalmente alguns materiais anti-ESD e muito, muito tempo estudando o assunto, resolvi criar este PDF (em anexo) reunindo tudo o que aprendi a fim de poder consultar no futuro e também para auxiliar na explicação do tema para algum conhecido meu. A ideia foi fazer um material 100% prático, sem aprofundar demais em teorias, mas sim para ser facilmente compreendido e usado no dia a dia por qualquer pessoa. Fiquem a vontade para corrigir alguma coisa errada que eu possa ter escrito, afinal de contas, por mais que estudemos, estamos sempre aprendendo e muita coisa foram conclusões que cheguei por conta própria (mas baseadas em estudos), já que nenhum material, sozinho, conseguia responder todas as minhas dúvidas...

 


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Aproveito para deixar aqui uma dúvida que tenho: Alguém aí já comprou, testou e comprovou a eficiência de uma luva anti-estática? Estou procurando uma luva que seja de fato anti-estática, ou seja, que ao ser usada em conjunto com minha pulseira anti-estática e manta anti-estática (ambas devidamente aterradas) promova a equipotencialização das peças manuseadas com o Terra da minha tomada de maneira segura e controlada, ou seja, a luva precisa ter uma resistência elétrica entre 1MΩ e 1GΩ para de fato funcionar como anti-ESD e garantir uma corrente de descarga a mais baixa possível. Do contrário é só mais um material "engana trouxa", que o mercado está cheio.

O que me deixa indignado é que todos os anúncios que vi (exceto um europeu, que informava resistência de 7MΩ, mas o produto estava fora de estoque e eu também não pagaria em Euros por uma simples luva) todos não informam a resistência elétrica da luva, nem sequer há o símbolo de ESD em sua embalagem, o que leva a crer que a informação de serem anti-estáticas seja completamente falsa. Por que raios, as luvas ditas anti-estáticas fogem desse padrão dos demais materiais anti-ESD, que é informar a resistência elétrica do mesmo? Poxa, essa é a única informação que realmente importa nesses materiais... Ainda não tenho nenhuma luva anti-ESD e não me sinto seguro em comprar de algum fabricante que não se dá ao trabalho de informar coisas tão básicas e essenciais sobre seus produtos. Duvido e muito que essas luvas realmente foram testadas quanto à sua capacidade contra ESD. Pois quem seria o louco de testar o produto, ter resultados positivos e não destacar isso de forma técnica na descrição do seu produto?!! Não faz sentido! A impressão que dá é que os fabricantes dessas luvas nem conhecem direito o produto que estão vendendo e escrevem qualquer coisa na descrição dos mesmos.

- Tudo que você precisa saber sobre eletricidade estática (e ESD).pdf

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3 horas atrás, Rodrigo RDA disse:

que informava resistência de 7MΩ

Já que estás a fazer testes práticos, compre uma luva supostamente antiestática, meça sua resistência e nos conte, claro.

3 horas atrás, Rodrigo RDA disse:

Duvido e muito que essas luvas realmente foram testadas quanto à sua capacidade contra ESD

O conceito de um teste diy é simples: coloque na maior escala de resistência e meça entre alguns cm.

3 horas atrás, Rodrigo RDA disse:

com um mínimo de informação e conhecimento

 

Os demais desdobramentos sobre a estática penso que o google pode somar muito mais do que esta micropersonalização/ponto de vista prático sobre: o controle extremo da estática é útil em ambientes laboratoriais e produtivos. No quesito diy penso que é menos exigente não deixando de ser eficiente uma simples lembrada da questão com atitudes simples... que já tem material aqui sobre (não procuro).

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@Rodrigo RDA Recomendo que assista o vídeo abaixo. Nos diga o que acha do teste prático:

Citação

 

 

Muito antes de ver esse vídeo, bem dizer uma década antes, eu já tinha abandonado parte, senão toda, da minha paranoia com eletricidade estática. Hoje componentes são fabricados com proteções, com materiais de qualidade superior à do tempo em que esta era uma preocupação real. No geral o risco é mínimo e manter cuidados do tipo, ao meu ver, é um preciosismo válido, mas ainda sim um preciosismo. 

 

Existem outros artigos sobre o assunto espalhados pelas revistas virtuais, comparando inclusive questões técnicas. 

Só lamento não fornecê-los, pois li do meu feed de notícias e não achei ao procurar.

Bem da verdade ao procurar só achei artigos com informações tradicionais, dizendo que é perigoso etc.

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5 horas atrás, WOZ Dods disse:

@Rodrigo RDA Recomendo que assista o vídeo abaixo. Nos diga o que acha do teste prático:

 

Muito antes de ver esse vídeo, bem dizer uma década antes, eu já tinha abandonado parte, senão toda, da minha paranoia com eletricidade estática. Hoje componentes são fabricados com proteções, com materiais de qualidade superior à do tempo em que esta era uma preocupação real. No geral o risco é mínimo e manter cuidados do tipo, ao meu ver, é um preciosismo válido, mas ainda sim um preciosismo. 

 

Existem outros artigos sobre o assunto espalhados pelas revistas virtuais, comparando inclusive questões técnicas. 

Só lamento não fornecê-los, pois li do meu feed de notícias e não achei ao procurar.

Bem da verdade ao procurar só achei artigos com informações tradicionais, dizendo que é perigoso etc.

 

Não, definitivamente não é paranoia! Você pode ignorá-la e viver em paz, como quase tudo na vida, mas ela ainda estará lá, você só não consegue percebê-la e decidiu ignorá-la. Como eu disse no meu PDF em anexo, geralmente ela diminuirá a vida útil de seus componentes CMOS, que são os mais sensíveis e aí, pessoas comuns como nós, jamais desconfiaremos que o componente falhou após 3 anos de uso (quando deveria durar 10 anos) por causa de eletricidade estática, devido nosso descuido. Já vi alguns relatos de empresários, fabricantes de equipamentos eletrônicos que relataram que conseguiram diminuir drasticamente problemas de devoluções de seus produtos que apresentaram falhas após algum tempo, simplesmente adotando medidas para prevenir e eliminar a ESD em suas linha de fabricação. Se fosse paranoia, os chineses não gastariam tanto dinheiro em suas fábricas com soluções anti-estáticas. Já visitou uma fábrica de componentes microeletrônicos? No Google está cheio de fotos delas e a galera sempre está usando proteções contra ESD. No canal do Youtube chamado Bobsien P&D tem uma série a respeito, onde ele visita a fábrica da CEITEC, no Brasil, onde eram fabricados microchips. Vale a muito a pena conferir e vai perceber que a coisa do "componentes mais fortes hoje em dia" é o extremo oposto na vida real: os componentes ficam cada vez mais sensíveis a medida que se diminuem a litografia. O cuidado com cada detalhe é tanto que pouquíssimos países têm a capacidade de fabricar microchips (lá é mostrado todos os detalhes, inclusive a 'sala limpa').

 

Essa história de "componentes são mais resistentes e projetados com proteções hoje em dia" é a mais pura balela! Alguém (leigo, que provavelmente nunca estudou o assunto a fundo) disse isso em algum fórum da internet e parece que a ideia pegou... Essa é uma ideia errônea Já cansei de ouvir isso. A real é que as pessoas ignoram a parte física da coisa (princípios físicos e elétricos) e de como as coisas funcionam, como e quais são exatamente os componentes de proteção ESD disponíveis hoje em dia e seus princípios de funcionamento. Não existe "componentes mais robustos", o que existe são as propriedades física e química dos materiais e os princípios da física e da eletricidade (que nunca mudam), o restante é história para boi dormir e conversa fiada de youtuber... O Google está cheio de informações mas, a medida que você se aprofunda nos estudos, percebe que a grande maioria dos materiais disponíveis no Google contém erros gigantescos e absurdos, é preciso saber filtrar muito bem o que consome e isso só vem a medida que você avança nos estudos teóricos e práticos. A intenção desta postagem é partirmos para a parte técnica e analisarmos os fenômenos físicos da coisa e compreendermos como exatamente funcionam as proteções ESD (e todos aprendermos juntos). Se você ainda está em dúvida sobre se a ESD é real ou paranoia, essa postagem definitivamente não é para você (aqui é para quem já superou essa fase e quer aprender mais a respeito ou contribuir com testes práticos e/ou conhecimento técnico/físico). A ideia é que projetistas de placas eletrônicas (como eu) discutam suas experiências e conhecimentos e que mesmo pessoas leigas (mas interessadas no assunto) também contribuam com conhecimento ou mesmo com suas dúvidas, pois ninguém sabe tudo sobre nenhum assunto. 

 


O que realmente protege os circuitos hoje em dia são os diodos de supressão e algum componente do tipo. Quase todo circuito sério hoje em dia os usa, mas é importantíssimo destacar uma coisa fundamental: eles só protegem alguns trechos específicos dos circuitos, caso essa descarga ocorra ANTES deles no circuito. E é óbvio: se você toca em um componente que se localiza após o circuito de proteção, obviamente tal componente se danificará sem que a proteção possa ser acionada. É a mesma coisa que querer aplicar uma Tensão mais alta diretamente no pino do microcontrolador e esperar que o regulador de tensão do circuito, que está muito antes do microcontrolador, consiga regular essa Tensão: não faz o menor sentido, e seu microcontrolador queimará. Não conheço nenhum circuito integrado CMOS atual que incorpore proteções ESD dentro deles (se você tiver o link do datasheet de algum que o tenha, por favor compartilhe).

Até mesmo um simples Arduino UNO tem esses diodos de supressão em seu circuito (basta ver seu esquemático elétrico em seu datasheet), localizados próximo à porta USB mas, como eu disse, eles protegem apenas na situação pensada e projetada pelo projetista da placa: no caso protegem somente de descargas estáticas oriundas da porta USB. Se você pegar diretamente em cima de algum componente CMOS (exemplo de CMOS: os transistores MOS-FETs, que são a base da microeletrônica atual), não há circuito ou material no mundo que consiga protegê-lo. Já os componentes TTL (que usam transístores bipolares de junção) costumam ser mais robustos por natureza, mas são pouco usados em placas-mãe de computadores. Falando em placa-mãe, pegue uma placa-mãe da ASUS recente e leia sua embalagem: eles deixam claro que suas placas atuais têm proteções contra ESD em todas as portas de seu painel traseiro, e só. E você vê facilmente esses diodos de supressão próximos às portas traseiras, se tiver o conhecimento de tais componentes eletrônicos. Todo o restante da placa não está protegido, e faz sentido pois o usuário comum (usuário final) não ficará tocando nos componentes internos do PC. Isso é trabalho esperado para os técnicos (essa é a ideia dos fabricantes).

 


Sobre o vídeo em questão, apesar de eu não falar/entender outro idioma senão o português (mas me virar com artigos em outras línguas), percebi que aplicam descargas eletrostáticas altíssimas em cima dos pentes de memória e, aparentemente, o PC ainda liga. Esse teste não quer dizer absolutamente nada! Como fica claro em meu PDF, a maioria dos danos não queimarão o componente sensível de imediato, mas causarão "machucados" que diminuirão severamente sua vida útil. Um teste realmente honesto seria, após aplicadas tais ESD, dissolver o material protetor do chip (tipo essa imagem que anexei) e analisar em um microscópio de laboratório o antes e depois nas finíssimas trilhas internas do chip (com certeza encontrará partes que foram fragilizadas, que perderam material). Mas esse tipo de teste é inviável para a maioria dos mortais. O teste do vídeo é extremamente simplório e a ideia é atrair visualizações para o vídeo (interesse midiático), não aprofundar seriamente no tema.

 

5 horas atrás, .if disse:

Já que estás a fazer testes práticos, compre uma luva supostamente antiestática, meça sua resistência e nos conte, claro.

O conceito de um teste diy é simples: coloque na maior escala de resistência e meça entre alguns cm.

 

 

Não é tão simples assim, meu jovem. Como eu deixo claro em meu PDF, multímetros convencionais conseguem medir resistências de até algumas dezenas de MΩ, quando algumas proteções anti-ESD podem chegar até 1GΩ de resistência. Multímetro é útil para testar pulseira e pincéis anti-estáticos, já materiais como a manta e outros com resistência mais altas seria necessário um megômetro, que eu não possuo nem pretendo comprar.

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Postado

Desculpem, a foto acima ficou fora da posição do texto em que eu queria colocar e não consegui editar mais minha postagem nem excluí-la para refazê-la.
A posição correta seria aqui:

Sobre o vídeo em questão, apesar de eu não falar/entender outro idioma senão o português (mas me virar com artigos em outras línguas), percebi que aplicam descargas eletrostáticas altíssimas em cima dos pentes de memória e, aparentemente, o PC ainda liga. Esse teste não quer dizer absolutamente nada! Como fica claro em meu PDF, a maioria dos danos não queimarão o componente sensível de imediato, mas causarão "machucados" que diminuirão severamente sua vida útil. Um teste realmente honesto seria, após aplicadas tais ESD, dissolver o material protetor do chip (tipo essa imagem que anexei) e analisar em um microscópio de laboratório o antes e depois nas finíssimas trilhas internas do chip (com certeza encontrará partes que foram fragilizadas, que perderam material). Mas esse tipo de teste é inviável para a maioria dos mortais. O teste do vídeo é extremamente simplório e a ideia é atrair visualizações para o vídeo (interesse midiático), não aprofundar seriamente no tema.

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Note como são extremamente finos e sensíveis os fios de ouro que interligam os terminais externos do chip com seus circuitos interiores. Uma alta corrente oriunda da alta tensão de uma ESD (já que a resistência elétrica do fio é fixa e de baixíssimo valor) pode facilmente romper ou fragilizar um fiozinho desses. Isso porque estamos olhando um chip bem grande, imagina em um CMOS com litografia de 7nm ou em partes infinitamente menores (e sensíveis) dentro do chip... Ao analisar as coisas mais a fundo percebemos que não existem soluções "mágicas" da tecnologia e que tudo tem, e sempre terá, seus pontos fracos. O mundo real ("baixo nível") é bem distante da "sensação de segurança e estabilidade" que temos (quem trabalha programando sensores em baixo nível que o diga). No "microscópio" as coisas são bem menos bonitas e estáveis do que gostamos de imaginar.
 

 

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2 horas atrás, Rodrigo RDA disse:

é tão simples assim,

Mas a ideia é simplificar tudo meu querido. Se seu multímetro que mede 20M medir algo, sua manta tá bem boa. Se maior que isso, sim ela pode estar boa mas não consegue medir, né? Não contava com minha astúcia: um circuitinho simples com ampop pode lhe dar altíssimas impedâncias a qual aplicada uma tensão com corrente de n ou pA's lhe dá um resultado na saída sem precisar furar a manta. Apesar de eu possuí-lo, prefiro deixar apenas como semente pois ele faz parte de p.i.

Uma ideota que me ocorre agora pro caso se ser muuuuito importante verificar a eficácia da manta a ponto de não conseguir viver sem isso é uma simples lâmpada neon. Esta acende com frações de uA o que lhe confere um acendimento com R na casa dos 100M

 

E de novo.. a paranoia da estática é válida pra ambientes produtivos e afins. Também numa oficina de conserto pode ser um diferencial. Mas pro nosso dia a dia...

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27 minutos atrás, .if disse:

Mas a ideia é simplificar tudo meu querido. Se seu multímetro que mede 20M medir algo, sua manta tá bem boa. Se maior que isso, sim ela pode estar boa mas não consegue medir, né? Não contava com minha astúcia: um circuitinho simples com ampop pode lhe dar altíssimas impedâncias a qual aplicada uma tensão com corrente de n ou pA's lhe dá um resultado na saída sem precisar furar a manta. Apesar de eu possuí-lo, prefiro deixar apenas como semente pois ele faz parte de p.i.

Uma ideota que me ocorre agora pro caso se ser muuuuito importante verificar a eficácia da manta a ponto de não conseguir viver sem isso é uma simples lâmpada neon. Esta acende com frações de uA o que lhe confere um acendimento com R na casa dos 100M

 

E de novo.. a paranoia da estática é válida pra ambientes produtivos e afins. Também numa oficina de conserto pode ser um diferencial. Mas pro nosso dia a dia...

 

A minha dúvida não é sobre a manta (que eu já testei e comprovei ser anti-estática), mas sim sobre as tais luvas "anti-estáticas", se alguém já comprou e conseguiu medir sua resistência elétrica (do contrário, se fosse para eu comprar a luva só para testar, eu nem teria criado este tópico). E repito, não é nenhuma paranoia se preocupar com eletricidade estática ao manusear peças de PC. Eu acredito ter queimado meu PC há um mês atrás justamente por causa de ESD (então não venha me dizer que é paranoia pois eu sei muito bem o prejuízo que tive). Além disso quero trabalhar de maneira mais confiável em minha bancada eletrônica, quando manusear componentes mais sensíveis à ESD (pois projeto e monto placas de circuito impresso para os projetos que crio). Penso que se for para comprar qualquer material anti-ESD o mais sensato é saber se aquele material é de fato o que estão vendendo, pois hoje em dia há uma enxurrada de produtos enganosos no mercado e nesse caso seria jogar dinheiro no lixo comprá-los. E, no outro post, eu não disse em furar a manta (que aliás não teria problema algum), mas sim apertar as pontas de prova do multímetro sobre ela, sem a danificar.

Eis alguns materiais que são vendidos como anti-estáticos mas claramente não o são:

→ Manta de silicone (aquela azul, com divisórias, que virou mania nos vídeos do Youtube e a galera de reparo de celulares ama). É feita de material isolante, logo não pode ser anti-estática.
→ Pulseira anti-estática sem fio. Se não tem fio para ser ligado ao terra, não passa de enganação.

→ Colocar uma folha de cobre embaixo da manta de silicone. De onde tiraram essa ideia maluca? Não faz o menor sentido, parece simpatia...
→ Luvas anti-estáticas que sequer informam sua resistência elétrica.
→ E mais um monte de mitos e "simpatias" que vemos na internet (a galera é bem criativa, kkkk).

Por falar em luvas, enviei ontem alguns e-mails para alguns fabricantes dessas luvas que teriam propriedades "anti-estáticas", questionando o porque de não informarem a resistência elétrica da luva e nem colocarem o selo de ESD no produto e/ou embalagem. Hoje um deles (um dos maiores no Brasil) me respondeu com um laudo técnico de 13 páginas da Falcão Bauer e, de fato a luva é testada e certificada diante de inúmeros testes, menos o que me interessa: o teste de ESD. Os testes são todos mecânicos e químicos, nenhum elétrico, como eu já imaginava. Não me responderam de onde se basearam para afirmar que o produto é de fato eficiente contra ESD. Não procuro nenhuma informação de alto nível, apenas a simples confirmação de que o produto possua resistência inferior a 1GΩ. Do contrário, não acho certo informarem que é ESD só como marketing, sem nenhuma explicação ou comprovação. Se as pulseiras, mantas, pincéis e tantos outros informam sua resistência elétrica, porque só com as luvas seria diferente?

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Fiz um ctrl-f 'manta' e vi que a 1ª menção foi sua... fui no embalo e acabei conjecturando sobre ela também. Como o assunto é antiestática, ok.. foi pequena mas foi uma soma. Falando em pequenas somas: acabo de medir a minha manta: 2 moedas de 25 (tudo que tenho no bolso) a 20cm com uns 1kg de força = 33MOhms.. a 10cm 24M,..  manta surrada, moeda enferrujada... instável. Pode ser alguma referência pra sua medição (caso algum dia sinta vontade fazer)

18 minutos atrás, Rodrigo RDA disse:

Luvas anti-estáticas que sequer informam sua resistência elétrica.

18 minutos atrás, Rodrigo RDA disse:

apenas a simples confirmação de que o produto possua resistência inferior a 1GΩ.

Meça e nos conte ok? No entanto penso que a proposta da luva não é remover a estática. Isso cabe à pulseira antiestática & cia

 

 

Postado
48 minutos atrás, .if disse:

Penso que a proposta da luva não é remover a estática. Isso cabe à pulseira antiestática.

 

 

 

Estou a procura de uma luva que faça a dissipação da eletricidade estática. Pois se a luva for isolante elétrica ela simplesmente anulará por completo a função da pulseira, pois cargas elétricas podem se acumular na superfície externa da luva e, ao tocar com a luva no componente sendo manuseado, mesmo eu estando com a pulseira anti-estática devidamente aterrada, o componente sofrerá a descarga ESD da luva. Entendeu o problema? O corpo humano é um bom condutor elétrico, por isso a pulseira aterrada funciona bem. Mas, a luva feita de material isolante, não! 

A função da luva que procuro é a seguinte:

→ Já tenho a manta ESD e a pulseira ESD, ambas aterradas. Só aí eu já não precisaria de luva pois isso já oferece a proteção completa contra ESD.
→ Preciso da luva pois minha mão soa muito e não quero passar suor e gordura para os componente que manipulo pois atrapalham na hora de soldar e vários outros motivos (então a luva é indispensável para mim). Mas não pode ser uma luva isolante.
→ Imagine que minha luva seja feita de um material com 10MΩ de resistência (que é o que procuro): o que aconteceria se eu tivesse um componente sensível que estivesse carregado com 15 mil Volts de eletricidade estática e minha mão, que está aterrada com 0V e eu usando a luva ESD, o pegasse? Respondo: Ele sofreria uma corrente de 1,5mA (limitada pela resistência da luva), a qual dificilmente danificaria o componente. E logo, tanto eu quando o componente estaríamos no mesmo potencial elétrico. A função da luva dissipativa "condutiva, mas nem tanto" (com resistência na ordem dos MΩ) é justamente promover um caminho seguro para descarregar a eletricidade estática sem gerar uma ESD. Entende?! É exatamente assim que materiais dissipativos, como a manta, funcionam.

Não existe material que faça a "mágica de sumir com a eletricidade estática", o que existe é a Resistência elétrica que controla a intensidade da Corrente (toda energia precisa ir para algum lugar, afinal nada se cria, tudo se transforma). Mesmo que um material tenha a propriedade de não acumular cargas, não significa que ele não sofrerá uma ESD ao aproximar algo carregado dele. Está tudo no meu PDF, ainda que de maneira simplificada. A minha proposta com o PDF é essa: de "ensinar" como a coisa funciona, para então as pessoas pensarem por conta própria se uma solução é de fato anti-estática (como estão vendendo) ou não. E, de quebra aproveitei para perguntar se alguém já testou alguma luva ESD (eu não vou comprar nem testar, já fiz minha parte compartilhando muita informação aqui).

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Bom saber que eu diminuo a vida util dos cmos so de encostar nele.

Mas tambem em regiões onde tem mais umidade o ar a estatica tem tendencia a não se acumular ?

Depois dou uma lida no pdf, realmente é difícil garimpar informaçoes completas e veridicas sobre assuntos minunciosos, complexos e que você ainda tem um conhecimento superficial sobre.

Ja testou os pinceis anti estática tambem ?

Postado
15 horas atrás, K.e.V. T.a.G disse:

Bom saber que eu diminuo a vida util dos cmos so de encostar nele.

Mas tambem em regiões onde tem mais umidade o ar a estatica tem tendencia a não se acumular ?

Depois dou uma lida no pdf, realmente é difícil garimpar informaçoes completas e veridicas sobre assuntos minunciosos, complexos e que você ainda tem um conhecimento superficial sobre.

Ja testou os pinceis anti estática tambem ?

 

Sim, testei a manta (igual a da foto no PDF), a pulseira com fio e os pincéis que têm a escrita de ESD em alto relevo em seus cabos. Eis os resultados que encontrei:


Manta de um lado preta e do outro azul: do lado preto a resistência varia bastante, mas fica sempre acima de 1MΩ e abaixo de 50MΩ, mesmo medindo em pontos bem distantes, tipo 60cm uma ponteira da outra. O lado azul não consigo medir pois meu melhor multímetro mede só até 200MΩ. O fio da manta, que a conecta na garrinha jacaré, tem 1MΩ de resistência.
Pulseira anti-estática Hikari: Ela possui um quadradinho de metal, que vai encostado no seu pulso. Também possui fios condutivos no lado interno do seu tecido, mas é bem difícil conseguir achar eles com o multímetro; quando acha a resistência é de alguns kΩ. O cabo da pulseira tem resistência de 1MΩ.
Pincéis anti-estáticos de verdade: o cabo deles têm resistência até uns 15kΩ, a depender do ponto onde você mede. As cerdas têm uma resistência mais alta, sendo bem difícil conseguir medir com o multímetro. Além de servirem para limpeza, são ótimos para colocarem sua mão no mesmo potencial elétrico da placa a ser manuseada, sem gerar uma ESD (além de não acumularem cargas com a ficção na superfície da placa, desde que sua mão esteja conectada ao Terra, para o escoamento das cargas). Se você estiver conectado ao Terra e passar o pincel ESD por toda a superfície da mesa, você descarrega toda a estática da mesa também, a tornando segura para receber a placa com com componentes sensíveis (mas qualquer fricção na mesa geraria cargas novamente, caso não esteja usando a manta).

Quanto à questão da umidade, eu não boto muita fé não. Apesar de fazer sentido, prefiro testar tudo na prática e, nesse caso, meu PC queimou (e acredito ter sido por ESD) justo em uma semana que não parava de chover. Essas questões são muito complexas para se analisar à fundo, sempre tem bem mais variáveis do que conhecemos ou conseguimos controlar. Pode ser que, com muita umidade, seja difícil de gerar estática, mas não significa que as superfícies que já estavam carregadas com estática se descarregarão sozinhas, afinal, a resistência elétrica do ar é muito maior do que poucos GΩ. O certo mesmo seria algum aparelho que medisse essa eletricidade estática, mas eu não tenho e deve ser caro pacas. Mas penso o seguinte: se for para comprar qualquer item anti-ESD, mesmo que seja um pincel de R$7,00, é melhor conhecer pelo menos o básico do assunto, pois senão a pessoa pensa estar protegida de ESD e não passa de ilusão. Se a superfície onde você colocará a placa não estiver descarregada de eletricidade estática, de nada valerá o pincel e a luva, mesmo que aterrada. No meu PDF procuro explicar o caminho completo.

 

 

 

Aqui termina a resposta ao usuário K.e.V. T.a.G.

 

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O fórum mesclou minhas respostas, que chato, não tem como desativar isso não?

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Galera, resolvi comprar uma Luva que diz ser anti-estática (diz ser dissipativa) pois um dos fabricantes que questionei me enviou este PDF com as supostas propriedades antiéstáticas de suas luvas (ver em anexo).

Diante disso, resolvi adquirir uma unidade do modelo GrapeAir, o qual o PDF diz possuir uma resistência de apenas 1,2MΩ entre o lado interno e o externo, o que seria perfeito se fosse verdade. Não é um modelo barato, paguei R$26,39 e visualmente não aparentam ser muito mais resistentes do que as luvas Kalipso EN388 que costumo usar no dia a dia e que para mim duram menos de um mês, pois furam nos dedos e/ou começam a esfarelar (mas pelo menos custam menos de R$5,00 o par). Mas essa questão de durabilidade, só o uso e o tempo quem dirá. 

 

FAQ - LUVA COM PROTEÇÃO ANTIESTÁTICA.pdf

 

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IMG_20220225_122753548.thumb.jpg.9da9cb676ac33b9c9a94e9bbbedc6230.jpg

Detalhe: feitas na China e em nenhum local da luva, etiqueta ou embalagem menciona qualquer coisa sobre propriedades anti-estáticas ou ESD. Apenas diz de grafeno, que é a palavra da moda no momento (mas não comprei por isso, pois sei que é só marketing).

 

_____________________________________________________
RESULTADO:


Medi a resistências em vários pontos dela, de várias maneiras diferentes, usando meu multímetro Aneng AN870, que pode medir até 200MΩ e o multímetro não conseguiu medir nada, ou seja, os 1,2MΩ declarados no PDF passaram beeem longe. Se de fato ela possui alguma característica anti ESD, essa é muito superior a 200MΩ. Mas duvido muito que possua, diante dessa discrepância logo de cara. É bem capaz de ser isolante elétrica. Enviei novo e-mail ao fabricante questionando e, dependendo da resposta (ou da falta dela), vou tentar devolver e abrir reclamação no Procon.

Sinceramente, acho pouco provável que de fato exista alguma luva que de fato seja anti-ESD de verdade...
 

  • Amei 1
  • 5 meses depois...
Postado
Em 22/02/2022 às 16:30, Rodrigo RDA disse:

→ Colocar uma folha de cobre embaixo da manta de silicone. De onde tiraram essa ideia maluca? Não faz o menor sentido, parece simpatia...

Olá, Rodrigo! Vi um comentário seu no Youtube sobre Eletricidade Estática e resolvi vir aqui atrás do seu post. rss

Li seu PDF e achei muito esclarecedor, realmente aprendi muito, principalmente sobre aquela parte de drenar a estática lentamente a fim de não provocar nenhum curto circuito (mesmo que minúsculo).

 

A minha grande dúvida que queria discutir com você era sobre o uso da Folha de Cobre como material de absorção da estática. Visto que a resistência do cobre é baixíssima não seria válido/interessante usá-la como uma maneira "portátil" para quem não tem acesso a um fio terra convencional ? (com a haste de cobre cravada na terra). Eu não sei dizer se a folha de cobre funcionaria como uma "bateria" para armazenar a energia estática, mas me parece interessante o uso, em vez de não usar nada. A minha ideia era usar as placas de cobre e quando eu quisesse descarregar a estática eu iria me deslocar até uma área de terra com o fio cravado na terra e "despejaria" a energia estática no solo.  Desculpe a viagem aqui kkk, mas realmente estou considerando montar isso.

 

Como eu disse, isso seria por uma questão de infraestrutura mesmo. Pois ter acesso ao fio terra convencional, no momento, é inviável para o meu local de trabalho. 

 

Obrigado pela atenção e parabéns por suas pesquisas. (ao contrário do que alguns pensam, não é bobagem e etc. já queimei tela de celular por achar que não "dava nada" kkk

TMJ

 

 

Postado
27 minutos atrás, Mr. Math disse:

Olá, Rodrigo! Vi um comentário seu no Youtube sobre Eletricidade Estática e resolvi vir aqui atrás do seu post. rss

Li seu PDF e achei muito esclarecedor, realmente aprendi muito, principalmente sobre aquela parte de drenar a estática lentamente a fim de não provocar nenhum curto circuito (mesmo que minúsculo).

 

A minha grande dúvida que queria discutir com você era sobre o uso da Folha de Cobre como material de absorção da estática. Visto que a resistência do cobre é baixíssima não seria válido/interessante usá-la como uma maneira "portátil" para quem não tem acesso a um fio terra convencional ? (com a haste de cobre cravada na terra). Eu não sei dizer se a folha de cobre funcionaria como uma "bateria" para armazenar a energia estática, mas me parece interessante o uso, em vez de não usar nada. A minha ideia era usar as placas de cobre e quando eu quisesse descarregar a estática eu iria me deslocar até uma área de terra com o fio cravado na terra e "despejaria" a energia estática no solo.  Desculpe a viagem aqui kkk, mas realmente estou considerando montar isso.

 

Como eu disse, isso seria por uma questão de infraestrutura mesmo. Pois ter acesso ao fio terra convencional, no momento, é inviável para o meu local de trabalho. 

 

Obrigado pela atenção e parabéns por suas pesquisas. (ao contrário do que alguns pensam, não é bobagem e etc. já queimei tela de celular por achar que não "dava nada" kkk

TMJ

 

 

 

Que bom que meu texto te ajudou de alguma maneira (essa é a intenção)! Confesso que não conheço direito a questão de se utilizar a folha de cobre para esse fim (eu apenas vi um trecho de um vídeo onde uma pessoa mostra sua utilização mas não explica a física da coisa...), mas não vejo nenhum sentido pois, por não estar conectada ao terra, ela pode estar com qualquer potencial (qualquer valor de tensão), assim como qualquer outra superfície condutiva ou não condutiva. Enfim, terá a descarga eletrostática (ESD) do mesmo jeito. O cobre não faz nenhum "milagre" quanto à ESD; as hastes de aterramento só são de cobre pois este é um bom condutor de eletricidade, mas poderiam ser de qualquer outro metal (porém aí oxidariam facilmente e deixariam de ser úteis). Não são nada além de um simples condutor!


Na minha opinião, ou você providencia um aterramento de verdade ou então desencana dessa questão de eletricidade estática e passa a apenas tomar alguns cuidados para minimizá-la (evitar roupas sintéticas e evitar tirar/colocar peças de roupa enquanto estiver manipulando peças sensíveis, evitar tapetes e carpetes, tocar com a palma das mão na parede, evitar atritos, e coisas do tipo - não são 100% mas podem ajudar). Usar saquinhos antiestéticos para fazer o primeiro contato (entre sua mão e a peça e entre a peça e a mesa) também pode ajudar muito, mesmo sem ter o aterramento. Esses saquinhos anti-ESD são condutivos na medida certa (possuem uma alta resistência elétrica, o suficiente para permitirem um descarregamento seguro e adequado): não vai estar com 0V, como estaria se tivesse aterrado, mas não terá nenhuma ESD, pois estará tudo com o mesmo potencial (mesma tensão).
 

Mas é muito difícil saber se algo queimou por ESD ou por algum outro motivo. Meu computador, que pensei ter queimado por ESD (que citei nas postagens mais acima) na verdade apenas teve seu BIOS corrompido, por isso nada ligava nem dava sinal de vida. Meses depois o técnico descobriu que foi minha placa de vídeo que entrou em curto e causou esse problema, então não foi nada de ESD como eu pensei no início. Inclusive o técnico que o consertou não usa proteções antiestéticas (olha a ironia, kkkk). Então esse é um tema que sempre será polêmico e que sempre dividirá opiniões (até que ponto as coisas realmente queimam por ESD). Eu sigo usando minha manta aterrada, junto com pulseira e pincéis anti-ESD mas, se eu não tivesse aterramento já disponível, não gastaria dinheiro com "soluções antiestéticas" (apenas usaria os saquinhos antiestéticos, aqueles quem vem em placas-mãe de computador e em algumas outras peças eletrônicas).

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Postado

@Rodrigo RDA

1 hora atrás, Rodrigo RDA disse:

Na minha opinião, ou você providencia um aterramento de verdade ou então desencana dessa questão de eletricidade estática e passa a apenas tomar alguns cuidados para minimizá-la (evitar roupas sintéticas e evitar tirar/colocar peças de roupa enquanto estiver manipulando peças sensíveis, evitar tapetes e carpetes, tocar com a palma das mão na parede, evitar atritos, e coisas do tipo - não são 100% mas podem ajudar).

Tá beleza então! vou ver o que posso fazer pra tentar puxar um fio aterrado aqui, mas me surgiu uma dúvida MUITO boba: Eu simplesmente finco a barra de cobre no solo, puxo o fio direto e plugo na manta?

Não precisa usar nenhum outro equipamento intermediando isso? Tipo, um disjuntor, sei lá kkk (sou leigo ainda) Eu fico com medo de ter um super choque 🌩️,por exemplo, do lado da área onde está aterrado e essa tensão vim pelo cabo 😅

Sei lá, pode acontecer... Finco a barra de cobre no chão próximo de uma árvore, aí a coitada da árvore toma um pipoco e depois eu... 

Postado
6 horas atrás, Mr. Math disse:

@Rodrigo RDA

Tá beleza então! vou ver o que posso fazer pra tentar puxar um fio aterrado aqui, mas me surgiu uma dúvida MUITO boba: Eu simplesmente finco a barra de cobre no solo, puxo o fio direto e plugo na manta?

Não precisa usar nenhum outro equipamento intermediando isso? Tipo, um disjuntor, sei lá kkk (sou leigo ainda) Eu fico com medo de ter um super choque 🌩️,por exemplo, do lado da área onde está aterrado e essa tensão vim pelo cabo 😅

Sei lá, pode acontecer... Finco a barra de cobre no chão próximo de uma árvore, aí a coitada da árvore toma um pipoco e depois eu... 

 

Olha, se você for usar esse aterramento só para essa finalidade (descarregar eletricidade eletrostática da sua bancada) pode ser sim com apenas uma única haste fincada no solo, pois não se trata de um aterramento crítico. Já um aterramento para se usar em todas as tomadas e chuveiros aí o ideal seria contratar um eletricista para fazer, pois aí pode ser necessário melhorar o solo onde as hastes serão fincadas, geralmente utilizar várias hastes espalhadas pelo terreno (interligadas entre si) até conseguir uma resistência bem baixa, enfim, teria muitos detalhes a serem observados e medições a se fazer com o terrômetro (seria um trabalho para um profissional, pois não é nada simples). De toda forma, não tem (nem pode ter) nenhum equipamento entre a haste de aterramento e a tomada final onde você conectará seus equipamentos, é tudo ligado diretamente (mas há os conectores certos para se conectar na haste e os cuidados para garantir uma boa conexão, pois o cobre oxida superficialmente e, se a conexão não tiver muito bem feita, com o passar do tempo o aterramento deixará de funcionar).

Quanto a choques elétricos, acredito não haver muitos problemas se você usar o aterramento somente para essa finalidade anti-ESD (há menos que você tenha a infelicidade de acertar alguma fiação subterrânea). Geralmente a haste fica bem próxima do alicerce da casa e bem longe de árvores. Alguns técnicos fincam a haste até mesmo dentro de casa, ao lado da bancada (furam o chão e mandam ver...). O risco de você levar um choque pelo aterramento seria praticamente o mesmo de você levar um choque por estar descalço, pisando na terra, ou seja, não é recomendável ficar descalço quando há uma tempestade (e o mesmo vale para sua pulseira e manta, não é aconselhável tocar nelas durante tempestades).

Só que fincar a haste parece ser uma tarefa bem difícil, pois são 2,4m de haste a ser fincada no solo. Se eu fosse você, procuraria um eletricista para fazer isso ou pelo menos pegar algumas dicas com eles. Procure por vídeos sobre como fazer um aterramento, para você ter uma noção da coisa. No final do serviço, você pode medir, com um multímetro na escala de Tensão AC, a Tensão entre o fio Neutro da sua tomada e esse fio Terra que você puxou: o ideal é que dê abaixo de uns 3V. De toda forma, se não tiver certeza do que estiver fazendo (e o conhecimento necessário) não faça! Eletricidade é coisa séria e perigosa, chame um profissional!

  • Amei 1
Postado

@Rodrigo RDA Na minha casa possui aterramento para chuveiro e tomadas normal. Eu só não estou confiante em usar esse pino do aterramento da tomada para utilizar na minha bancada (manta e pulseira) para descarregar a estática (por questões de segurança, ouvi que não se deve misturar os aterramentos, mas não sei...) Por isso estou querendo saber como se dá o processo para fazer o aterramento dedicado somente para descarregar a estática do corpo.

Porque no multímetro testei a fase e o neutro e deu 127V, na fase e aterramento deu 0 Volts, aterramento e neutro deu 0 Volts. O que me levou a crer que na minha rede o aterramento esteja junto do Neutro no quadro. 

 

Eu queria saber se era somente fincar a barra de cobre no solo e puxar o fio direto para minha bancada e usar? Não precisa usar nenhum disjuntor entre o fio só pra proteger o fio de uma sobrecarga que eventualmente possa ocorrer caso um raio atinja o solo? (probabilidade rara de acontecer eu sei)

Basicamente é isso mesmo...

 

Encerro aqui minhas perguntas kkk

TMJ

  • 2 meses depois...
Postado
Em 25/02/2022 às 12:22, Rodrigo RDA disse:

 

Sim, testei a manta (igual a da foto no PDF), a pulseira com fio e os pincéis que têm a escrita de ESD em alto relevo em seus cabos. Eis os resultados que encontrei:


Manta de um lado preta e do outro azul: do lado preto a resistência varia bastante, mas fica sempre acima de 1MΩ e abaixo de 50MΩ, mesmo medindo em pontos bem distantes, tipo 60cm uma ponteira da outra. O lado azul não consigo medir pois meu melhor multímetro mede só até 200MΩ. O fio da manta, que a conecta na garrinha jacaré, tem 1MΩ de resistência.
Pulseira anti-estática Hikari: Ela possui um quadradinho de metal, que vai encostado no seu pulso. Também possui fios condutivos no lado interno do seu tecido, mas é bem difícil conseguir achar eles com o multímetro; quando acha a resistência é de alguns kΩ. O cabo da pulseira tem resistência de 1MΩ.
Pincéis anti-estáticos de verdade: o cabo deles têm resistência até uns 15kΩ, a depender do ponto onde você mede. As cerdas têm uma resistência mais alta, sendo bem difícil conseguir medir com o multímetro. Além de servirem para limpeza, são ótimos para colocarem sua mão no mesmo potencial elétrico da placa a ser manuseada, sem gerar uma ESD (além de não acumularem cargas com a ficção na superfície da placa, desde que sua mão esteja conectada ao Terra, para o escoamento das cargas). Se você estiver conectado ao Terra e passar o pincel ESD por toda a superfície da mesa, você descarrega toda a estática da mesa também, a tornando segura para receber a placa com com componentes sensíveis (mas qualquer fricção na mesa geraria cargas novamente, caso não esteja usando a manta).

Quanto à questão da umidade, eu não boto muita fé não. Apesar de fazer sentido, prefiro testar tudo na prática e, nesse caso, meu PC queimou (e acredito ter sido por ESD) justo em uma semana que não parava de chover. Essas questões são muito complexas para se analisar à fundo, sempre tem bem mais variáveis do que conhecemos ou conseguimos controlar. Pode ser que, com muita umidade, seja difícil de gerar estática, mas não significa que as superfícies que já estavam carregadas com estática se descarregarão sozinhas, afinal, a resistência elétrica do ar é muito maior do que poucos GΩ. O certo mesmo seria algum aparelho que medisse essa eletricidade estática, mas eu não tenho e deve ser caro pacas. Mas penso o seguinte: se for para comprar qualquer item anti-ESD, mesmo que seja um pincel de R$7,00, é melhor conhecer pelo menos o básico do assunto, pois senão a pessoa pensa estar protegida de ESD e não passa de ilusão. Se a superfície onde você colocará a placa não estiver descarregada de eletricidade estática, de nada valerá o pincel e a luva, mesmo que aterrada. No meu PDF procuro explicar o caminho completo.

 

 

 

Aqui termina a resposta ao usuário K.e.V. T.a.G.

 

___________________________________________________________________________________________________________________________

 

O fórum mesclou minhas respostas, que chato, não tem como desativar isso não?

___________________________________________________________________________________________________________________________

 

 

 

 

 

Galera, resolvi comprar uma Luva que diz ser anti-estática (diz ser dissipativa) pois um dos fabricantes que questionei me enviou este PDF com as supostas propriedades antiéstáticas de suas luvas (ver em anexo).

Diante disso, resolvi adquirir uma unidade do modelo GrapeAir, o qual o PDF diz possuir uma resistência de apenas 1,2MΩ entre o lado interno e o externo, o que seria perfeito se fosse verdade. Não é um modelo barato, paguei R$26,39 e visualmente não aparentam ser muito mais resistentes do que as luvas Kalipso EN388 que costumo usar no dia a dia e que para mim duram menos de um mês, pois furam nos dedos e/ou começam a esfarelar (mas pelo menos custam menos de R$5,00 o par). Mas essa questão de durabilidade, só o uso e o tempo quem dirá. 

 

FAQ - LUVA COM PROTEÇÃO ANTIESTÁTICA.pdf 318 kB · 16 downloads

 

IMG_20220225_122836899.thumb.jpg.a93fcbfe8127cf94e48ce4f04b2d7874.jpg

 

IMG_20220225_122753548.thumb.jpg.9da9cb676ac33b9c9a94e9bbbedc6230.jpg

Detalhe: feitas na China e em nenhum local da luva, etiqueta ou embalagem menciona qualquer coisa sobre propriedades anti-estáticas ou ESD. Apenas diz de grafeno, que é a palavra da moda no momento (mas não comprei por isso, pois sei que é só marketing).

 

_____________________________________________________
RESULTADO:


Medi a resistências em vários pontos dela, de várias maneiras diferentes, usando meu multímetro Aneng AN870, que pode medir até 200MΩ e o multímetro não conseguiu medir nada, ou seja, os 1,2MΩ declarados no PDF passaram beeem longe. Se de fato ela possui alguma característica anti ESD, essa é muito superior a 200MΩ. Mas duvido muito que possua, diante dessa discrepância logo de cara. É bem capaz de ser isolante elétrica. Enviei novo e-mail ao fabricante questionando e, dependendo da resposta (ou da falta dela), vou tentar devolver e abrir reclamação no Procon.

Sinceramente, acho pouco provável que de fato exista alguma luva que de fato seja anti-ESD de verdade...
 

 

 

 

Atualizando sobre a questão desta luva modelo GrapheAir, da marca Danny:
 

A descrição do fabricante diz que esta luva é confeccionada em grafeno (mentira!), porém ontem saiu um vídeo do Manual do Mundo onde é deixado bem claro que grafeno é um "material do futuro", que ainda não dominamos todas as técnicas para conseguir manipulá-lo a ponto de conseguir utilizá-lo em um produto final. Eis o excelente vídeo do Manual do Mundo:  

 

 

 

Eis o link da propaganda (enganosa) do "fabricante" da luva:

https://www.danny.com.br/grapheair-luva-de-grafeno-poliuretano-punho-elastico/

 

 

Enfim, além de mentirem que a luva tem apenas 1,2MΩ de resistência elétrica e que, portanto, seria antiestática, mentiram também sobre a mesma ser confeccionada com fios de grafeno, coisa que nem existe ainda. Não passa de uma luva comum e de qualidade mediana, igual as demais que compro por menos de R$5,00 e que duram no máximo uns 3 meses se você fizer uso diário das mesmas. 🤡🤡🤡😖

 

 

 

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