Introdução
A Intel e a Micron vêm desenvolvendo nos últimos anos uma nova tecnologia de memória não-volátil, chamada 3D XPoint (lê-se "crosspoint"), com utilização similar a das memórias flash, porém com maior desempenho e maior durabilidade. A promessa é que, no futuro, as memórias 3D XPoint possam também ser utilizadas como RAM em determinados sistemas, e em breve, em SSDs de alto desempenho.
Por ser uma tecnologia de memória emergente e ainda mais cara do que memórias flash, o primeiro produto comercial baseado nessa tecnologia é a "Memória Optane", um cache de dados de 16 GiB ou 32 GiB para acelerar o desempenho de um disco rígido convencional.
Utilizar uma memória não-volátil para acelerar o desempenho do disco rígido não é novidade: a própria Intel já oferece a tecnologia Rapid Start em seus chipsets topo de linha desde 2011 (leia nosso artigo da época sobre esta tecnologia, que se chamava inicialmente Smart Response), que permite utilizar um SSD de pequeno porte (até 64 GiB) como cache de disco. Inclusive, na época, a Intel lançou modelos de SSD de 20 GiB específicos para este fim.
Alguns fabricantes de discos rígidos oferecem modelos denominados "híbridos" que utilizam a mesma ideia, como o Seagate FireCuda que testamos recentemente: eles trazem uma pequena (normalmente 8 GiB) quantidade de armazenamento em memória flash que serve como cache de dados, acelerando a leitura dos dados mais importantes.
Assim, podemos dizer que a tecnologia Intel Optane é uma evolução deste recurso, só que agora usando memórias 3D XPoint, que são mais rápidas do que memórias flash.
Para habilitar esta tecnologia, é necessário utilizar uma placa-mãe com chipset Intel série 200 com a BIOS atualizada e um processador Intel Core i de sétima geração, bem como o sistema operacional Windows 10 de 64 bits. A tecnologia Intel Optane, uma vez configurada, funciona de forma semelhante a um arranjo RAID, tanto que o sistema operacional enxerga o disco rígido e a memória Optane como se fossem um único dispositivo de armazenamento.
Por causa deste detalhe, habilitar uma memória Optane como cache de disco exige algumas opções específicas na BIOS, como as portas SATA estarem configuradas como RAID e não como AHCI, dentre outras opções que variam de acordo com o modelo de placa-mãe. Em muitos casos é necessário mudar estas opções e reinstalar o Windows para poder habilitar a tecnologia.
A memória Optane em si é um SSD no formato M.2 2280, que utiliza o padrão NVMe e interface PCI Express 3.0 x2, disponível nas capacidades de 16 GiB e 32 GiB. Caso seu hardware não se enquadre nos requisitos, é possível ainda utilizá-la como um SSD normal, com alto desempenho, embora na prática atualmente não haja muita utilidade para um SSD de tão pouca capacidade.
Além do desempenho, outra característica interessante das memórias Optane é a sua durabilidade, maior do que a tipicamente encontrada em um SSD atual de baixo custo baseado em memórias flash TLC. Por exemplo, na Optane de 32 GiB, o TBW (Total Bytes Written, que é o volume de dados que você pode escrever na unidade antes que ela possa ter problemas por desgaste) é de 182,5 TiB, enquanto o valor típico de um SSD com memórias TLC de mesma capacidade é em torno de 10 TiB.
Aliás, este é um fator que desaconselha a utilização de um SSD comum como cache de disco; alguns modelos voltados exclusivamente para uso como cache de disco utilizam memórias SLC, que têm uma durabilidade mais alta.
Desta forma, o produto testado é feito para ser instalado juntamente com um disco rígido SATA, de forma a acelerar o carregamento do sistema operacional e de aplicativos e jogos instalados neste.
Na próxima página, mostraremos a memória Optane de 32 GiB testada. Seu preço nos EUA é de US$ 80 e, no Brasil, pode ser encontrada por R$ 460. Já o modelo de 16 GiB custa nos EUA US$ 49 e, no Brasil, em torno de R$ 250. Clique aqui para acessar o site do fabricante.
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