AMD: análise de 2012 a 2015
No período de 2012 a 2015, a AMD voltou a dar prejuízo.
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2012 |
2013 |
2014 |
2015 |
Faturamento |
US$ 5.422 |
US$ 5.299 |
US$ 5.506 |
US$ 3.991 |
Lucro/(Prejuízo) |
(US$ 1.183) |
(US$ 83) |
(US$ 403) |
(US$ 660) |
Ativos |
US$ 4.000 |
US$ 4.337 |
US$ 3.767 |
US$ 3.084 |
Dívidas |
US$ 2.042 |
US$ 2.058 |
US$ 2.212 |
US$ 2.093 |
Valor de mercado |
US$ 1.711 |
US$ 2.806 |
US$ 2.070 |
US$ 2.274 |
Empregados |
10.340 |
10.671 |
9.700 |
9.100 |
Presidente |
Rory Read |
Rory Read |
Rory Read/Lisa Su |
Lisa Su |
2012: de volta ao vermelho
Em 2012 a AMD voltou a dar prejuízo em grande estilo: US$ 1,2 bilhão de dólares. A culpa, de acordo com o balanço, foram as condições macroeconômicas do mundo e a mudança de gosto dos usuários para outras plataformas, tais como tablets.
O faturamento, que caiu pouco mais de US$ 1 bilhão em relação ao ano anterior ou 17%, foi dividido da seguinte forma: 73,8% com processadores e 26,2% com produtos gráficos.
Outros fatos relevantes de 2012:
- Neste ano, a AMD comprou uma empresa chamada SeaMicro, de microservidores, por US$ 334 milhões, que seria simplesmente fechada em 2015.
- Anunciou a adoção da arquietura ARM.
- Anunciou um plano de reestruturação, que incluia a demissão de 14% dos funcionários.
- Se desfez da fábrica da Singapura, mantendo apenas as de Penang (Malásia) e Suzhou (China), que são usadas para encapsular e testar os chips fabricados pela GlobalFoundries.
- Se desfez de todas as suas ações da GlobalFoundries e, portanto, passou a não ser mais uma das donas desta empresa.
2013: mudança de foco
Em 2013, a AMD começou a expandir sua gama de produtos para não depender mais de computadores tradicionais. Como estamos mostrando, um dos erros da AMD foi depender mais e mais em processadores para PCs, que é um mercado que há mais de 20 anos ela fica atrás da Intel em tecnologia e velocidade de lançamento.
A Sony e a Microsoft anunciaram que utilizariam chips da AMD em seus novos consoles, o PlayStation 4 e o Xbox One, respectivamente.
No balanço, a AMD publicou: “os resultados financeiros do segundo semestre de 2013 são uma evidência dos esforços da nossa transformação, já que mais de 30% do faturamento líquido foi oriundo de produros embarcados e semipersonalizados. Nós abrimos caminho para a execução da terceira fase do nosso plano de transformação, no qual queremos expandir nosso negócio além do mercado tradicional de PCs, criando uma gama mais diversa de produtos e expandindo nosso faturamento para mercados adjacentes de alto crescimento. Nós pretendemos transformar nosso negócio de forma a obtermos aproximadamente 50% do nosso faturamento através de mercados adjacentes de alto crescimento até o final de 2015.”
O faturamento da AMD em 2013 teve a seguinte divisão: 58,5% com processadores e chipsets; 41,4% com produtos gráficos; e 0,1% com outros.
Por um lado, vimos o faturamento da empresa cair cerca de 17% e o faturamento oriundo de processadores cair 22%. Por outro, vimos o faturamento de produtos gráficos subir 55%, basicamente por conta dos chips para consoles de videogames. Essa menor dependência de processadores para PCs no faturamento da empresa é muito importante, como estamos analisando ao longo deste artigo.
2014: novo presidente
Como parte do plano de reestruturação, a AMD contratou uma nova presidente, Lisa Su, que é doutora em engenharia elétrica pelo MIT, e finalmente a empresa volta a ser gerida por alguém da área técnica. Há grandes esperanças que a nova presidente leve a AMD para um bom caminho.
Neste ano, a empresa foi dividida em dois segmentos, de acordo com a sua nova estratégia de longo prazo:
- Segmento de computação e gráficos, que inclui processadores, chipsets e chips gráficos (GPUs) para computadores de mesa e portáteis. Este segmento representou 56,8% do faturamento de 2014.
- Segmento corporativo (enterprise), embarcado (embedded) e semipersonalizado (semi-custom) , que inclui processadores para servidores e embarcados, servidores densos, produtos de chip único semipersonalizados (como os chips usados no Xbox One e PlayStation 4), serviços de engenharia e royalties. Este segmento representou 43,2% do faturamento de 2014.
A empresa continuou dando prejuízo, mas assim como em 2013, seu faturamento depende agora menos de processadores para PCs. Infelizmente agora a AMD não reporta mais faturamentos separados para processadores e chips gráficos.
Como parte de seu plano de reestruturação, em 2014 a AMD demitiu aproximadamente 1.000 funcionários.
2015: faturamento despenca
Em 2015, o faturamento da AMD despencou, sendo o mais baixo desde 2003. De acordo com o relatório anual da AMD, esta queda foi causada pela desaceleração da economia chinesa. O prejuízo da AMD aumentou em comparação aos últimos dois anos, mas é importante levar em conta que se a empresa tivesse mantido o mesmo nível de faturamento dos últimos três anos, é possível que ela tivesse tido lucro ou, ao menos, um prejuízo relativamente baixo.
Do faturamento de 2015 da empresa, 45% veio do segmento de computação e gráficos, enquanto o restante veio do segmento corporativo, embarcado e semipersonalizado. Isso representa uma mudança significativa em relação ao ano anterior, quando 57% do faturamento da empresa foi gerado pelo segmento de computação e gráficos. Isso reflete a justificativa da menor demanda por processadores e chips gráficos por parte do mercado chinês, mas devemos lembrar que a AMD não fez lançamentos significativos em 2015, em particular no mercado de processadores.
Por outro lado, o valor de mercado da empresa aumentou um pouco (10%), indicando que os investidores estão mais confiantes em uma recuperação da companhia.
Durante o ano de 2015 a AMD entrou em acordo com a Fujitsu para vender a maior parte da participação da empresa no mercado chinês.
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