Resumo
Vamos resumir os fatos que vimos até agora, todos documentados nos balanços da empresa:
- Até 1997, a maior parte do faturamento da AMD vinha de outros produtos, e não de processadores. Apenas em 1998, com o K6-2, processadores passaram a representar 50% do faturamento da empresa, subindo até 90% em 2006, ficando na faixa de 75% entre 2007 e 2012. A partir de 2013, a AMD se reestruturou para depender menos do mercado de processadores para PCs (mercado em que ela não consegue competir de igual para igual contra a Intel), com a meta de reduzir a participação de processadores para PCs para 50% de seu faturamento até o final de 2015.
- Até 1995, a empresa nunca havia tido prejuízo. De 1996 a 2014, a empresa teve 13 anos de prejuízo (com valor acumulado de US$ 10,3 bilhões), contra seis de lucro (com valor acumulado de US$ 2,5 bilhões). Portanto, nos últimos 18 anos, a AMD carrega um prejuízo acumulado de US$ 7,8 bilhões.
- O melhor ano da AMD foi 2000, com um lucro de US$ 1 bilhão, com o sucesso de seus processadores Athlon (K7) e Duron. O pior ano da AMD foi 2007, com um prejuízo de US$ 3,4 bilhões, por conta da compra desastrosa da ATI.
- Em 2002, o fundador da AMD, Jerry Sanders, se aposentou e passou a presidência para Hector Ruiz, que afundou a empresa ao tomar péssimas decisões, como comprar a ATI por muito mais do que ela de fato valia.
- O valor de mercado da AMD desabou, e ao final de 2007 a AMD estava valendo menos da metade que valia um ano antes. O mais preocupante é o fato de a AMD, ao final de 2007, valer menos do que a ATI valia (na data de venda da ATI, esta tinha um valor de mercado de US$ 5 bilhões e ao final de 2007 a AMD valia US$ 4,5 bilhões). Lembrando que a AMD era uma empresa muito maior que a ATI, com fábricas (que a ATI nunca teve). Hoje a AMD vale menos do que a NVIDIA, que é uma empresa que fabrica apenas chips gráficos. Antes de comprar a ATI, a AMD valia cinco vez mais do que ela vale hoje (2015).
- Após a compra da ATI, a AMD vendeu divisões que ela não tinha interesse, como a de chips para TVs, que vendeu para a Broadcom, e a de chips para smartphones, que ela vendeu para a Qualcomm. Esta última pode não ter sido uma boa ideia; a Qualcomm tem hoje (2015) a maior participação no mercado de processadores para smartphones.
- A AMD sempre esteve atrás da Intel tanto em tecnologia de fabricação quanto em velocidade de lançamento de novos processadores. Historicamente, a AMD está sempre por volta de dois anos atrasada em relação à Intel. Isto é fato conhecido pela a AMD e escrito com todas as letras em seus balanços anuais.
- A AMD perdeu tempo e dinheiro com ideias que não foram adiante, como o computador para mercados emergentes (“PIC”) e a compra da empresa SeaMicro.
- Em 2009 a AMD separou suas fábricas em uma nova empresa, chamada GlobalFoundries, financiada pelo governo de Abu Dhabi, dos Emirados Árabes Unidos. Em 2012 a AMD se desfez de suas ações da GlobalFoundries e, portanto, atualmente não tem participação societária na mesma.
- A partir de 2013 a AMD passou a fornecer os chips tanto para o Xbox One quanto para o PlayStation 4.
- A estatégia de voltar a focar em processadores e chips gráficos desde o início da gestão de Lisa Su (2015) começou a mostrar resultados em 2018, que resultou na volta da lucratividade da empresa após seis anos de prejuízos, resultando no impressionante aumento no valor de mercado de 1.600% entre 2017 a 2021. O faturamento da empresa em 2021 aumentou 68% comparado a 2020, que por sua vez foi 85% maior do que o visto em 2019, com o lucro aumentando 27% em 2021 comparado a 2020 e 630% em 2020 comparado a 2019. Estes números mostram claramente uma melhoria na gestão da empresa e o sucesso dos processadores Ryzen e EPYC.
Vamos agora dar um pouco da nossa opinião pessoal.
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