Introdução
Ah... Leadership... Esta foi a marca que nos deu o estímulo necessário para começarmos a testar fontes de alimentação. Afinal, não dava para aturarmos calados uma empresa vendendo uma fonte de “900 W” que possivelmente não conseguia entregar nem metade disso (mais tarde descobrimos que o caso era pior, com a fonte explodindo caso puxássemos mais do que 350 W dela).
Eles renomearam a sua famosa série “Wireless” para “Gamer Modular”. Escolha acertada, já que “wireless” significa “sem fio” e obviamente fontes de alimentação necessitam de fios... Outras duas modificações importantes foram a remoção da logomarca do Inmetro da caixa e indicação que a fonte teria seleção automática de tensão. Já que eles estavam preocupados em corrigir a fonte, bem que eles poderiam ter aproveitado para rotular a fonte com a sua potência real...
A primeira versão da série “Wireless” era composta de três modelos: 700 W, 800 W e 900 W (nós desmontamos o modelo de 700 W e testamos o modelo de 900 W, que provou ser um produto de 350 W). A segunda versão, chamada “Wireless 2.0” ou “Gamer Modular”, é também composta de três modelos: 560 W, 640 W e 720 W. Nós já testamos o modelo de 560 W (que provou ser uma fonte de 300 W) e descobrimos que a principal diferença entre as duas versões era a presença de um circuito integrado contendo proteções, componente não existente na primeira versão, além de uma potência nominal mais baixa, é claro. Além disso o secundário desta nova versão é mais “parrudo”.
Neste teste faremos uma comparação entre os componentes usados no modelo de 720 W com os usados nos demais modelos que já testamos.
O verdadeiro fabricante das fontes “Wireless” da Leadership é uma empresa chinesa chamada Sun Pro. Interessantemente esta fonte não existe mais listada no site do fabricante original.
Figura 1: Fonte de alimentação Leadership Gamer Modular de 720 W.
Figura 2: Fonte de alimentação Leadership Gamer Modular de 720 W.
A Leadership Gamer Modular de 720 W tem 16,5 cm de profundidade e usa uma ventoinha de 120 mm em sua parte inferior. Tal como outras fontes de baixo custo, ela é baseada na topologia meia-ponte, sem circuito PFC ativo.
O cabo principal da placa-mãe tem proteção de nylon, que não parte de dentro da fonte. Este é o único cabo que está permanentemente preso à fonte, todos os demais usam o sistema de cabeamento modular. Felizmente todos os cabos usam fios 18 AWG, que é a bitola correta a ser usada. A fonte testada vem com os seguintes cabos e conectores:
- Cabo principal da placa-mãe com conector de 20/24 pinos (56 cm).
- Um cabo com um conector ATX12V (58,5 cm).
- Um adaptador de ATX12V para EPS12V (16 cm).
- Um cabo para placas de vídeo com um conector de seis/oito pinos (58 cm).
- Um cabo de alimentação SATA com dois conectores (54 cm até o primeiro conector, 14 cm entre conectores).
- Um cabo de alimentação para periféricos com dois plugues padrão (52 cm até o primeiro conector, 11 cm entre conectores).
- Dois cabos de alimentação para periféricos com dois plugues padrão e um conector para alimentação de unidades de disquete cada (52 cm até o primeiro conector, 11 cm entre conectores).
- Um cabo de alimentação para periféricos com um plugue padrão e dois conectores de alimentação para ventoinhas (52 cm até o primeiro conector, 11 cm entre conectores).
Obviamente o número de conectores existente é muito baixo, especialmente para um produto rotulado como sendo de 720 W. Só há dois conectores de alimentação SATA (e ambos instalados no mesmo cabo, sendo quase impossível instalar um disco rígido SATA e uma unidade óptica SATA a este cabo com apenas 14 cm entre os conectores) e apenas um conector para placas de vídeo.
Observando atentamente o cabo de alimentação principal da placa-mãe, encontramos o fio de -5 V (fio branco), que foi abolido da especificação ATX em janeiro de 2002, portanto estamos falando de uma fonte projetada antes desta data.
Figura 3: Cabos.
Uma outra importante diferença das fontes Gamer Modular para as Wireless (para as duas versões desta série) é que elas estão vindo com a nova tomada que segue a norma NBR 14136:02 da ABNT e que é obrigatória agora para o cabo de força ser certificado pelo Inmetro. O Brasil e esta mania de reinventar a roda: porque não adotar oficialmente padrão Norte-Americano, que é o usado em computadores? Agora teremos uma tomada e plugue de três pinos redondos que não são usados em nenhum lugar do mundo, nem mesmo no Brasil, já que todas as residências e escritórios usam o padrão antigo. Falaremos mais sobre esta tomada em um outro artigo que pretendemos escrever.
Figura 4: Cabo de força ABNT NBR 14136:02.
Vamos agora dar uma olhada no interior desta fonte de alimentação.
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