Conclusões
Primeiramente, algumas considerações sobre o teste com o PCMark 10. Achamos o resultado deste teste bastante incomum, pois os três processadores foram mais rápidos na placa-mãe mais barata do que na mais cara. Refizemos os testes para verificar se não havia algum problema de montagem ou configuração, mas os resultados foram os mesmos, o que nos leva a crer que há algum bug envolvendo a compatibilidade deste programa com uma das duas placas-mãe, ou com algum driver. Pensamos em ignorar estes dados por conta disto, mas preferimos trazê-los neste artigo para manter a ética científica, afinal não podemos descartar dados só porque não temos uma explicação para eles.
Quanto aos demais resultados, verificamos que o desempenho do Core i3-8100 não foi influenciado pela troca de placa-mãe. Isto faz sentido, já que este modelo de processador não utiliza a tecnologia Turbo Boost, que ajusta o clock do processador em tempo real baseado em fatores como tipo de carga de trabalho, número de núcleos ativos, corrente e potência estimadas e temperatura do processador, segundo a própria Intel. Nesse processador, o clock é mantido fixo em 3,6 GHz todo o tempo em que o processador está sendo exigido, independente da placa-mãe.
Já no caso dos processadores Core i7-8086K e Core i9-9900K, a coisa muda de figura. Estes processadores têm em suas características listadas, dois clocks: o clock base e o clock turbo máximo (no caso do Core i9-9900K, 3,6 GHz e 5,0 GHz respectivamente).
Assim, o clock no qual o processador vai efetivamente trabalhar é um valor entre estes dois, e vai ser definido a cada momento baseado nos fatores citados anteriormente (número de núcleos em uso, potência consumida, temperatura do processador, etc). Desta forma, uma placa-mãe que possa fornecer mais energia ao processador, bem como um sistema de refrigeração mais eficiente, vai permitir que o processador trabalhe com um clock mais alto por mais tempo.
Na verdade, a placa-mãe "informa" ao processador quais os parâmetros de potência e temperatura que ele deve seguir como limites; quanto mais altos esses limites, maior será o clock no qual o processador vai efetivamente trabalhar. Em placas-mãe voltadas a overclock, você pode inclusive alterar estes parâmetros no setup da placa-mãe.
Por isso, os processadores Core i7 e Core i9 ofereceram maior desempenho quando instalados na placa-mãe mais cara. E ainda pudemos notar que o Core i9-9900K, que possui mais núcleos do que o Core i7-8086K, obtém um ganho de desempenho maior do que o outro modelo, justamente porque a maior quantidade de núcleos faz com que ele seja mais dependente da capacidade de fornecimento de energia elétrica da placa-mãe e de dissipação de calor do cooler.
Outra coisa que fica clara é que a diferença de desempenho é maior nas tarefas mais demoradas, como o Blender. Isto é compreensível pois, em tarefas rápidas (como o Cinebench), não há tanto aquecimento dos circuitos.
Vale lembrar ainda que, se você fizer overclock no processador, estará desabilitando o Turbo Boost e, em vez do processador variar o clock de acordo com todas essas variáveis, ele vai trabalhar sempre no valor que você fixou. É por isso que placas-mãe com circuito regulador de tensão de alta qualidade são mais recomendadas para overclock.
Assim, as conclusões que chegamos com estes testes são claras: em processadores mais básicos, que não exigem tanto em termos de energia e aquecimento, a escolha da placa-mãe tem pouca ou nenhuma influência no desempenho. Já em processadores topo de linha, o uso de uma placa-mãe de entrada pode causar uma sensível redução no desempenho.
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