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Sério, esqueçam o 80 Plus. Isso é só um selo que qualquer um pode copiar e colar. E ele é apenas um selo de eficiência energética que é usado mais para fins de marketing.

Nem sempre a fonte enviada ao 80 Plus é a mesma que circula pelo varejo. Vale de tudo: desde de colocar cabos mais curtos, até remarcar a sua fonte como sendo de uma marca e um modelo quando na verdade por dentro ela é completamente diferente do modelo original. Ou seja, na prática, ela pode inclusive ter uma faixa de eficiência muito menor do que aquela alegada pelo selo.

Não apenas bastando os truques sujos por parte dos fabricantes, ainda temos uma metodologia de testes altamente questionável e com um enorme de grau de dificuldade de reprodução. Isto ocorre pois o pessoal do 80 Plus testa essas fontes com temperatura ambiente na faixa dos 23º C, com variação de +/-5º C. Além dessa margem de variação ser muito alta, a temperatura na qual os testes de cada fonte é realizado não é publicado nos relatórios. Isso significa que as fontes podem ter sido testadas a meros 18º C, de forma a conseguir resultados um pouco melhores, sem que o consumidor final saiba disso.

 

Um outro importante detalhe é que as informações sobre os equipamentos utilizados (como testadores de carga, wattímetros, multímetros) e afins é escassa. Isso significa que não é possível reproduzir de forma alguma os testes conduzidos por eles. No máximo, o que é possível fazer é repetir os testes de carga nos mesmos padrões, mas não com os mesmos equipamentos. O que inclusive levanta mais uma questão: será que os mesmos utilizam equipamentos realmente adequados ou estão utilizando equipamentos de precisão duvidosa que acabam por favorecer fontes que diante de equipamentos de maior precisão, jamais passariam em tais testes de eficiência?

 

E a única coisa que esse pessoal realmente testa é eficiência energética, ou seja, a relação entre a diferença entre o quanto a fonte entrega ao PC (ou melhor, ao testador de carga utilizado) e o quanto ela puxa da tomada.

Além disso, cabe adicionar a eficiência energética não está necessariamente relacionada com a qualidade da fonte. Obviamente, boas fontes dispõem de boa eficiência energética (de pelo menos 80%), mas ter boa eficiência energética, ou melhor dizendo, ter um selo de eficiência energética não transforma uma fonte ruim em uma fonte boa. Temos vários casos por aí de fontes com esse selo que em testes independentes demonstraram ser um desastre. Isso ocorre porque o 80 Plus só mede eficiência, e não se a fonte cumpre integralmente com as demais especificações (ripple, cargas dinâmicas, temporização, etc).

Ou seja, existem coisas muito mais importantes a avaliar em uma fonte do que em eficiência, coisas essas que meros 3 ou 4 testes de carga progressiva que só se preocupam com eficiência jamais conseguirão medir.

Ao meu ver, a melhor utilidade para o 80 Plus hoje é descobrir quem é o fabricante original da fonte, da mesma forma que o selo UL (isto ocorre porque o 80 Plus não costuma retestar fontes remarcadas e cria uma espécie de sub-ID das fontes remarcadas). No mais, ele é apenas mais um selo. Não estamos mais em 2004 ou 2005, onde apenas um ou outro fabricante dominava as técnicas para produzir uma fonte com 80% de eficiência.

Não estou dizendo com isso que você não deva levar eficiência energética em conta na hora de comprar uma fonte. Sim, você deve. Para começo de conversa, qualquer coisa hoje em dia que não consiga atingir ao menos 80% de eficiência (e que não tenha PFC) é para passar longe. Se você quer ainda mais eficiência, indo para a casa dos 85 ou até mesmo 90%, saiba que isso não é apenas mais uma frescura de marketing, é algo totalmente válido. Mas não tome isso como parâmetro principal. Qualidade da construção e capacidade de manter a regulação de tensão, o ripple, o tempo de hold-up e do sinal Power Good e a administração de cargas de transientes são muito mais importantes do que esses selos. Esses selos não captam nada disso, é perfeitamente possível uma fonte com um selo 80 Plus Gold desrespeitar alguma dessas coisas citadas enquanto uma com 80 Plus Bronze manter tudo dentro do permitido. Portanto, uma fonte com selo Gold não é necessariamente superior a uma fonte com selo Bronze.

E devo dizer que pouco me importo se o fabricante da fonte resolver economizar os 2500 dólares com essa certificação. Se ela for capaz de entregar os 80% de eficiência e demonstrar um desempenho decente, ela continua sendo digna de recomendação igual a qualquer outra fonte com esse mesmo selo. Pouco me importa também se o fabricante resolver comercializar a fonte com o selo mesmo sem ele constar oficialmente na lista do 80 Plus, se ela cumprir com os padrões de eficiência anunciados e tiver desempenho decente, continua valendo.

No mais, deixo estes dois artigos como leitura recomendada:

 

HARDOCP – Why 80 Plus Is Irrelevant to You When Buying a PSU

 

Tom’s Hardware – Is 80 Plus Broken?

 

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O 80 plus não é parâmetro de qualidade de fontes, é parâmetro de eficiência, ele serve bem seu propósito. Minha opinião sobre o assunto é a mesma que já compartilhei antes.

Em 15/10/2016 às 12:25, Zucchini disse:

Concordo que existam coisas mais importantes do que apenas a eficiência de uma fonte, mas isso não quer dizer que essa certificação não sirva pra nada, muito pelo contrário, hoje em dia o conceito de eficiência é essencial, não só fontes tem esse tipo de certificado como qualquer tipo de eletrodoméstico tem uma certificação dada pelo inmetro quanto a sua eficiência elétrica.

 

Sobre fabricantes desonestas que certificam determinados modelos e vendem outros de qualidade inferior, paciência, a desonestidade de alguns não pode ser parâmetro para desmerecer uma certificação. Exemplo disso são as certificações ISO das empresas, é claro que existem empresas que são certificadas e trabalham de acordo mas há também aquelas que embora sejam certificadas no dia a dia não seguem as normas a risca.

  • Curtir 6
Postado
12 horas atrás, Zucchini disse:

O 80 plus não é parâmetro de qualidade de fontes, é parâmetro de eficiência, ele serve bem seu propósito. Minha opinião sobre o assunto é a mesma que já compartilhei antes.

 

Sobre fabricantes desonestas que certificam determinados modelos e vendem outros de qualidade inferior, paciência, a desonestidade de alguns não pode ser parâmetro para desmerecer uma certificação. Exemplo disso são as certificações ISO das empresas, é claro que existem empresas que são certificadas e trabalham de acordo mas há também aquelas que embora sejam certificadas no dia a dia não seguem as normas a risca.

 

 

O problema é que o pessoal confunde o 80 Plus com eficiência e qualidade. Se você for em anúncios de fontes em um Mercado Livre da vida, vai ver que tem gente lá perguntando se a fonte tem o tal do selo. Aliás, até aqui mesmo no fórum tem gente medindo qualidade da fonte pela eficiência. Aí já na hora de recomendar fonte diz que é para procurar uma com o selo 80 Plus. E daí quem compra corre o risco de levar gato por lebre, porque viu o selo no anúncio, já achou que era coisa boa. É mais ou menos como tais "watts reais".

 

2 horas atrás, Jonas Bovo disse:

 

Na verdade o buraco no caso da Xigmatek é mais para baixo.

 

Pro 80 Plus, a Vector S750 sequer é fabricada pela Andyson, mas sim uma remarcação da High Power (aka Sirfa, Sirtec) Direct12 SV.  O mesmo ocorre com a Vector P700, que para o 80 Plus é uma High Power APT-700, mas na prática quando você vai abre ela pra ver, você descobre então que é uma Andyson K-Series (aliás, a própria etiqueta da fonte dedura isso). É um esquema bem parecido ao usado pela Tacens.

 

E várias outras marcas também tem problemas em alguns modelos quanto ao uso do selo 80 Plus, anunciando os mesmos na caixas e etiquetas dos seus produtos, mas quando você vai procurar pelo relatório do 80 Plus, cadê que está lá? Ah sim, não estou falando de qualquer marquinha de esquina, temos fontes até de marcas como Corsair, EVGA e Seasonic nessa situação.

 

E o artigo do TecLab me parece um tanto ufanista, me desculpe. O consumidor final não é o cliente da Ecova. Quem é cliente da Ecova são os fabricantes e remarcadores. Eles só precisam induzir o público geral (ou seja, gente leiga) a achar que o selo é uma garantia de qualidade, e o resto se resolve pagando alguns trocados para por o selo. Não espere que a Ecova aumente o rigor em cima disso, porque isso significa contrariar seus clientes.

  • Curtir 1
  • mês depois...
Postado
10 horas atrás, Foxwalt disse:

@Internet Tópico destacado por ter conteúdo relevante frequentemente discutido no Fórum. :thumbsup:

 

 

 

Em todos estes anos nesta indústria vital, é a primeira vez que uma raposa destaca um tópico meu. :D

 

Bom, agora falando sério, não era capaz de imaginar que o tópico estava digno de uma coisa dessas. Bom, obrigado, apesar de que provavelmente muita gente não deve concordar com o que está escrito aqui. Mas por outro lado, talvez seja bom para fazer o pessoal parar de tomar um mero selo como garantia. Aliás, o mesmo vale para selos de recomendação, muita gente acabou comprando fontes lixo como aquelas 3R System iCEAGE por conta de um mero selo de recomendação.

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  • Coordenador
Postado

@Internet Eu deveria era ter lembrado de destacar este tópico antes. É um assunto recorrente. ;)

 

Muita gente não vai concordar, fato. Mas é a verdade, vários especialistas falam isso e quanto mais pessoas souberem melhor. Considerando as condições fantasiosas de temperatura e a falta de fiscalização, nem para eficiência essa Certificação anda valendo algo. Para servir de alguma indicação sim, mas para dar certeza de algo? Ah, não...

 

É muito comum aparecer alguém indicando "fonte 80 Plus"... É necessário mostrar a eles que isso não garante a qualidade da fonte, e indicar o link para este tópico facilitará as coisas. :thumbsup:

  • Curtir 2
  • mês depois...
Postado

Tópico bem explicativo e objetivo, irá ajudar a muitos....

Quem dera eu tivesse lido algo parecido antes de comprar minha CX 600, que mesmo entregando a potência rotulada, acaba possuindo uma tensão de ripple meio alta(48mV, segundo a Teclab) 

  • Administrador
Postado

Oi pessoal.

 

Estou chegando tarde ao tópico, apenas para dizer que acho curioso vocês citarem outros sites que falaram sobre o assunto, pois já falamos sobre isso por aqui algumas vezes. Em particular, nos seguintes artigos:

 

 

(Neste artigo, leiam as minhas críticas na página 2)

 

:)

 

Abraços,

Gabriel.

  • Curtir 5
Postado
30 minutos atrás, Foxp2 disse:

Tópico bem explicativo e objetivo, irá ajudar a muitos....

Quem dera eu tivesse lido algo parecido antes de comprar minha CX 600, que mesmo entregando a potência rotulada, acaba possuindo uma tensão de ripple meio alta(48mV, segundo a Teclab) 

 

48 mV de ripple (na linha de+12 V) não é problema algum. Eu me preocuparia com muitas outras coisas antes de me preocupar dessa forma com ripple.

 

21 minutos atrás, Gabriel Torres disse:

Oi pessoal.

 

Estou chegando tarde ao tópico, apenas para dizer que acho curioso vocês citarem outros sites que falaram sobre o assunto, pois já falamos sobre isso por aqui algumas vezes. Em particular, nos seguintes artigos:

 

 

(Neste artigo, leiam as minhas críticas na página 2)

 

:)

 

Abraços,

Gabriel.

 

O problema é que o pessoal ainda leva a certificação 80 Plus como algo confiável. Se o pessoal vê o selo 80 Plus, já associam com uma fonte boa. Muita gente está comprando fontes só por conta desse selo.

 

Inclusive o artigo que eu linkei no post inicial do HARDOCP toca em um ponto importante: o cliente do 80 Plus não é o consumidor final, e sim os fabricantes de fontes. Se a Ecova começar a dar uma de rigorosa, o negócio dela deixa de ser rentável.

 

E quanto às fontes com selo 80 Plus falso, eu devo dizer que a listagem que você fez aí é só daqueles casos muito crassos. Tem muita marca por aí que envia uma fonte para o 80 Plus e depois vende outra coisa completamente diferente.

Postado

Realmente esta questão vem causando preocupação há muito.

Tirando as fontes fajutas, as "dollys" a desonestidade de vender uma fonte diferente da que recebeu a certificação e etc e tal eu ainda vou continuar dando importância a este selo.

Por que?

Porque precisamos acreditar ou ter algo de referência, mesmo que não seja algo 100% confiável.

Enquanto não se tem nada melhor não podemos ficar sem nada.

Melhor ir tocando assim, com um olho no gato e outro no peixe.

 

Postado
5 horas atrás, Menko disse:

Realmente esta questão vem causando preocupação há muito.

Tirando as fontes fajutas, as "dollys" a desonestidade de vender uma fonte diferente da que recebeu a certificação e etc e tal eu ainda vou continuar dando importância a este selo.

Por que?

Porque precisamos acreditar ou ter algo de referência, mesmo que não seja algo 100% confiável.

Enquanto não se tem nada melhor não podemos ficar sem nada.

Melhor ir tocando assim, com um olho no gato e outro no peixe.

 

 

Desconsiderando as adulterações, você consegue então me dizer qual é a utilidade do selo, considerando-se que os testes que eles fazem são feitos a meros 23º C (e com uma margem de variação de +/-5º C, ou seja que eles podem chegar o cúmulo de testar a fonte a ridículos 18º C!!!!), com um péssimo detalhamento sobre os equipamentos utilizados nos testes e limitando-se apenas a 3 ou 4 testes focados primariamente em eficiência?

 

Em tempo, o editor de fontes do Tom's Hardware publicou um artigo bem interessante neste fim de semana à respeito do 80 Plus. Vale a leitura.

  • mês depois...
  • 5 meses depois...
  • 3 meses depois...
  • 3 anos depois...
Postado
Em 26/10/2016 às 19:20, Internet disse:

Sério, esqueçam o 80 Plus. Isso é só um selo que qualquer um pode copiar e colar. E ele é apenas um selo de eficiência energética que é usado mais para fins de marketing.

Nem sempre a fonte enviada ao 80 Plus é a mesma que circula pelo varejo. Vale de tudo: desde de colocar cabos mais curtos, até remarcar a sua fonte como sendo de uma marca e um modelo quando na verdade por dentro ela é completamente diferente do modelo original. Ou seja, na prática, ela pode inclusive ter uma faixa de eficiência muito menor do que aquela alegada pelo selo.

Não apenas bastando os truques sujos por parte dos fabricantes, ainda temos uma metodologia de testes altamente questionável e com um enorme de grau de dificuldade de reprodução. Isto ocorre pois o pessoal do 80 Plus testa essas fontes com temperatura ambiente na faixa dos 23º C, com variação de +/-5º C. Além dessa margem de variação ser muito alta, a temperatura na qual os testes de cada fonte é realizado não é publicado nos relatórios. Isso significa que as fontes podem ter sido testadas a meros 18º C, de forma a conseguir resultados um pouco melhores, sem que o consumidor final saiba disso.

 

Um outro importante detalhe é que as informações sobre os equipamentos utilizados (como testadores de carga, wattímetros, multímetros) e afins é escassa. Isso significa que não é possível reproduzir de forma alguma os testes conduzidos por eles. No máximo, o que é possível fazer é repetir os testes de carga nos mesmos padrões, mas não com os mesmos equipamentos. O que inclusive levanta mais uma questão: será que os mesmos utilizam equipamentos realmente adequados ou estão utilizando equipamentos de precisão duvidosa que acabam por favorecer fontes que diante de equipamentos de maior precisão, jamais passariam em tais testes de eficiência?

 

E a única coisa que esse pessoal realmente testa é eficiência energética, ou seja, a relação entre a diferença entre o quanto a fonte entrega ao PC (ou melhor, ao testador de carga utilizado) e o quanto ela puxa da tomada.

Além disso, cabe adicionar a eficiência energética não está necessariamente relacionada com a qualidade da fonte. Obviamente, boas fontes dispõem de boa eficiência energética (de pelo menos 80%), mas ter boa eficiência energética, ou melhor dizendo, ter um selo de eficiência energética não transforma uma fonte ruim em uma fonte boa. Temos vários casos por aí de fontes com esse selo que em testes independentes demonstraram ser um desastre. Isso ocorre porque o 80 Plus só mede eficiência, e não se a fonte cumpre integralmente com as demais especificações (ripple, cargas dinâmicas, temporização, etc).

Ou seja, existem coisas muito mais importantes a avaliar em uma fonte do que em eficiência, coisas essas que meros 3 ou 4 testes de carga progressiva que só se preocupam com eficiência jamais conseguirão medir.

Ao meu ver, a melhor utilidade para o 80 Plus hoje é descobrir quem é o fabricante original da fonte, da mesma forma que o selo UL (isto ocorre porque o 80 Plus não costuma retestar fontes remarcadas e cria uma espécie de sub-ID das fontes remarcadas). No mais, ele é apenas mais um selo. Não estamos mais em 2004 ou 2005, onde apenas um ou outro fabricante dominava as técnicas para produzir uma fonte com 80% de eficiência.

Não estou dizendo com isso que você não deva levar eficiência energética em conta na hora de comprar uma fonte. Sim, você deve. Para começo de conversa, qualquer coisa hoje em dia que não consiga atingir ao menos 80% de eficiência (e que não tenha PFC) é para passar longe. Se você quer ainda mais eficiência, indo para a casa dos 85 ou até mesmo 90%, saiba que isso não é apenas mais uma frescura de marketing, é algo totalmente válido. Mas não tome isso como parâmetro principal. Qualidade da construção e capacidade de manter a regulação de tensão, o ripple, o tempo de hold-up e do sinal Power Good e a administração de cargas de transientes são muito mais importantes do que esses selos. Esses selos não captam nada disso, é perfeitamente possível uma fonte com um selo 80 Plus Gold desrespeitar alguma dessas coisas citadas enquanto uma com 80 Plus Bronze manter tudo dentro do permitido. Portanto, uma fonte com selo Gold não é necessariamente superior a uma fonte com selo Bronze.

E devo dizer que pouco me importo se o fabricante da fonte resolver economizar os 2500 dólares com essa certificação. Se ela for capaz de entregar os 80% de eficiência e demonstrar um desempenho decente, ela continua sendo digna de recomendação igual a qualquer outra fonte com esse mesmo selo. Pouco me importa também se o fabricante resolver comercializar a fonte com o selo mesmo sem ele constar oficialmente na lista do 80 Plus, se ela cumprir com os padrões de eficiência anunciados e tiver desempenho decente, continua valendo.

No mais, deixo estes dois artigos como leitura recomendada:

 

HARDOCP – Why 80 Plus Is Irrelevant to You When Buying a PSU

 

Tom’s Hardware – Is 80 Plus Broken?

 

Tirou as palavras da minha boca irmão, parabéns pelo tópico, precisamos de mais pessoas como você espalhando a Verdade e o conhecimento Verdadeiro

  • 3 meses depois...
Postado
Em 26/10/2016 às 20:20, Internet disse:

Sério, esqueçam o 80 Plus. Isso é só um selo que qualquer um pode copiar e colar. E ele é apenas um selo de eficiência energética que é usado mais para fins de marketing.

Nem sempre a fonte enviada ao 80 Plus é a mesma que circula pelo varejo. Vale de tudo: desde de colocar cabos mais curtos, até remarcar a sua fonte como sendo de uma marca e um modelo quando na verdade por dentro ela é completamente diferente do modelo original. Ou seja, na prática, ela pode inclusive ter uma faixa de eficiência muito menor do que aquela alegada pelo selo.

Não apenas bastando os truques sujos por parte dos fabricantes, ainda temos uma metodologia de testes altamente questionável e com um enorme de grau de dificuldade de reprodução. Isto ocorre pois o pessoal do 80 Plus testa essas fontes com temperatura ambiente na faixa dos 23º C, com variação de +/-5º C. Além dessa margem de variação ser muito alta, a temperatura na qual os testes de cada fonte é realizado não é publicado nos relatórios. Isso significa que as fontes podem ter sido testadas a meros 18º C, de forma a conseguir resultados um pouco melhores, sem que o consumidor final saiba disso.

 

Um outro importante detalhe é que as informações sobre os equipamentos utilizados (como testadores de carga, wattímetros, multímetros) e afins é escassa. Isso significa que não é possível reproduzir de forma alguma os testes conduzidos por eles. No máximo, o que é possível fazer é repetir os testes de carga nos mesmos padrões, mas não com os mesmos equipamentos. O que inclusive levanta mais uma questão: será que os mesmos utilizam equipamentos realmente adequados ou estão utilizando equipamentos de precisão duvidosa que acabam por favorecer fontes que diante de equipamentos de maior precisão, jamais passariam em tais testes de eficiência?

 

E a única coisa que esse pessoal realmente testa é eficiência energética, ou seja, a relação entre a diferença entre o quanto a fonte entrega ao PC (ou melhor, ao testador de carga utilizado) e o quanto ela puxa da tomada.

Além disso, cabe adicionar a eficiência energética não está necessariamente relacionada com a qualidade da fonte. Obviamente, boas fontes dispõem de boa eficiência energética (de pelo menos 80%), mas ter boa eficiência energética, ou melhor dizendo, ter um selo de eficiência energética não transforma uma fonte ruim em uma fonte boa. Temos vários casos por aí de fontes com esse selo que em testes independentes demonstraram ser um desastre. Isso ocorre porque o 80 Plus só mede eficiência, e não se a fonte cumpre integralmente com as demais especificações (ripple, cargas dinâmicas, temporização, etc).

Ou seja, existem coisas muito mais importantes a avaliar em uma fonte do que em eficiência, coisas essas que meros 3 ou 4 testes de carga progressiva que só se preocupam com eficiência jamais conseguirão medir.

Ao meu ver, a melhor utilidade para o 80 Plus hoje é descobrir quem é o fabricante original da fonte, da mesma forma que o selo UL (isto ocorre porque o 80 Plus não costuma retestar fontes remarcadas e cria uma espécie de sub-ID das fontes remarcadas). No mais, ele é apenas mais um selo. Não estamos mais em 2004 ou 2005, onde apenas um ou outro fabricante dominava as técnicas para produzir uma fonte com 80% de eficiência.

Não estou dizendo com isso que você não deva levar eficiência energética em conta na hora de comprar uma fonte. Sim, você deve. Para começo de conversa, qualquer coisa hoje em dia que não consiga atingir ao menos 80% de eficiência (e que não tenha PFC) é para passar longe. Se você quer ainda mais eficiência, indo para a casa dos 85 ou até mesmo 90%, saiba que isso não é apenas mais uma frescura de marketing, é algo totalmente válido. Mas não tome isso como parâmetro principal. Qualidade da construção e capacidade de manter a regulação de tensão, o ripple, o tempo de hold-up e do sinal Power Good e a administração de cargas de transientes são muito mais importantes do que esses selos. Esses selos não captam nada disso, é perfeitamente possível uma fonte com um selo 80 Plus Gold desrespeitar alguma dessas coisas citadas enquanto uma com 80 Plus Bronze manter tudo dentro do permitido. Portanto, uma fonte com selo Gold não é necessariamente superior a uma fonte com selo Bronze.

E devo dizer que pouco me importo se o fabricante da fonte resolver economizar os 2500 dólares com essa certificação. Se ela for capaz de entregar os 80% de eficiência e demonstrar um desempenho decente, ela continua sendo digna de recomendação igual a qualquer outra fonte com esse mesmo selo. Pouco me importa também se o fabricante resolver comercializar a fonte com o selo mesmo sem ele constar oficialmente na lista do 80 Plus, se ela cumprir com os padrões de eficiência anunciados e tiver desempenho decente, continua valendo.

No mais, deixo estes dois artigos como leitura recomendada:

 

HARDOCP – Why 80 Plus Is Irrelevant to You When Buying a PSU

 

Tom’s Hardware – Is 80 Plus Broken?

 

Concordo com você, mas eu garanto que não é qualquer um que consegue validar o selo 80+ mandando a fonte junto com o esquema eletrico pro orgão responsavel para avaliação da fonte, que exige também recurso monetário pra isso, esse é um processo que é pago, e esse mesmo orgão tem um site que disponibiliza uma consulta gratuita constando todas as fontes que seus fabricantes registraram essas fontes como "reais", copiar e colar é fácil mesmo igual você disse, agora pagar p/ registrar um produto como não sendo propaganda enganosa eu quero ver

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